摘要:http://dx.doi.org/10.1590/S0104-026X2005000300004O presente artigo discute fatos, percepções e representações sociais do cotidiano das mulheres profissionais do sexo (MPS). Foram avaliados oito projetos de intervenção educativa sobre DST/Aids dirigidos a MPS, em cidades das regiões Sul, Nordeste e Sudeste. Foram realizadas entrevistas em profundidade e grupos focais. Os resultados revelaram que a representação da mulher que vende o corpo vem sendo re-significada para a realização de fantasias eróticas. As perspectivas de maior autonomia da profissão contrastam com a discriminação e a pressão psicológica. Foi mencionada a violência, praticada por clientes e policiais. Foram evidentes a importância do preservativo na negociação dos programas e o não-uso do mesmo em relações com envolvimento afetivo ou devido à concorrência. Conclui-se, sob a ótica da autonomia, que classe social, escolaridade, situação de crise econômica e estigma ocasionam discriminação, violência e risco de contágio de DST e HIV.
其他摘要:This article presents facts, perceptions and social representations on the daily life of female commercial sex workers (FCSW). We evaluated 8 educational intervention programs on STD/AIDS addressed to FCSW in cities of southern, south-eastern and north-eastern Brazilian regions. In those places, we conducted in-depth interviews and focal groups. Results indicate that the representation of a woman who sells her body is resignified as the performance of erotic fantasies. Possibilities of greater autonomy are hampered by discrimination and psychological tension. Client and police-driven violence were remarkable. Condom use plays a relevant role in sex negotiation but it is neglected when relationships involve affection or as a result of competition. We conclude, from the perspective of autonomy, that FCSW´s autonomy is limited by social class, economical crisis and stigma, leading to discrimination, violence and STD/HIV contagion risk.