摘要:Entre os anos de 1999 e 2002, o Forte do Presépio em Belém (PA), foi alvo de pesquisas multidisciplinares voltadas ao seu restauro e adequação com vias à sua musealização na conjuntura do Projeto Feliz Lusitânia. Uma das ciências que se dedicou a essa investigação foi a arqueologia, tendo tido uma atuação significativa na condução desse projeto. Durante esse processo, uma questão tomou dimensões exteriores à pesquisa arqueológica: a derrubada de um muro que se afigurava entre a rua e a fortificação. Neste contexto, o muro foi considerado uma ";;fantasmagoria";; que impedia a antiga simbiose entre a fortaleza e a cidade. Contudo, a demolição da muralha foi uma decisão tomada à revelia da equipe de arqueologia, mas de acordo com os interesses estético-funcionais do plano museológico. Para justificar essa ação, uma série de atribuições de sentidos foram dadas ao referido artefato (";;indigitado estrupício”, “estrovenga";;, “aberração”). Isto posto, este trabalho pretende debater dois aspectos: (a) os significados dados ao muro, entendido como artefato capaz de suscitar ";;maneiras distintas de ver e agir no mundo";;; e (b) o posicionamento efetivo da equipe de arqueologia diante da derrubada do muro.Palavras-chave: Antropologia da arqueologia, Forte do Presépio, patrimônio histórico.↓During the years 1999 and 2002, the Fort of Nativity in Belém, Pará state, was the target of multidisciplinary research for its restoration and adaptation for its further musealization, according to “Feliz Lusitania” project. One of the sciences that are devoted to this research is the archeology, having a significant role in driving this project. During this process, a specific subject, which did not respect to archaeological research, took a great dimension: the overthrow of a wall that appeared between the street and fortification. In this context, the wall was considered a ";phantasmagoria"; that prevented the ancient symbiosis between the fortress and the city. However, the demolition of the wall was a decision made behind the backs of archeology team, but according to the aesthetic and functional interests of the museum plan. To justify this action, a series of assignments were given to that artifact (";Indignant conflict”, “aberration”, ";freak";). This paper aims to discuss two aspects: (a) the meanings given to the wall, understood as an artifact capable of giving rise to ";different ways of seeing and acting in the world";, and (b) the effective positioning of the archeology facing the overthrow of the wall.Keywords: The anthropology of archaeology, Fort of Nativity, historical heritage.↓Entre 1999 et 2002, le Fort du Presépio à Belém (PA) a été l'objet de recherches multidisciplinaires tournant autour de sa restauration ainsi que dans l'objectif de samuséalisation au sein de la conjoncture du projet “Feliz Lusitânia”. L'une des sciences a s'être consacrée à cette recherche est l'archéologie, pour avoir participé de manière significative à la conduite de ce projet. Durant ce processus, une question a pris des dimensions extérieures à la recherche archéologique: la mise-à-terre d'un mur se trouvant entre la rue et la fortification. Dans ce contexte, la paroi était alors considérée comme étant une «fantasmagorie», qui empêchait l'ancienne symbiose entre la forteresse et la ville. Toutefois, la démolition du mur a été une décision prise par défaut par l'équipe d'archéologie, mais également en accord avec les intérêts esthétique-fonctionnels du plan muséologique. Pour justifier cette action, une série de sens furent attribués au-dit “artefact” (erreur grossière et incongrue, aberration). Ceci-dit, ce travail prétend débattre deux aspects: (a) les significations données au mur, considéré comme étant un artefact capable de susciter des “manières distinctes de voir et d'agir dans le monde”; et (b) le positionnement effectif de l'équipe d'archéologie face à la démolition du mur.Mots clés: Anthropologie de l'archéologie, Fort du Presépio, patrimoine istorique.