摘要:Um delito foi cometido: Iô Williãozinho ousou bater uma foto do alvinitoso de Bio, sem aviso nem consentimento.Em “Retrato de cavalo”, de Tutaméia , a instigante indeterminação da escritura de Guimarães Rosa estabelece um paralelo entre um cavalo e seu retrato, a partir dos sentimentos contraditórios de seu dono, que considera um crime aquele clique.Temos aí um retrato, imagem subtraída ilicitamente ao seu dono: escrita, representação.Temos também uma narrativa, escrita do retrato, representação da representação.Este artigo pretende mostrar como Guimarães Rosa manipula as ambiguidades da linguagem literária, levando-a além dos limites da representação, explorando seu fascínio, seu saber, que não é da ordem da compreensão.O cavalo e seu retrato fazem refletir sobre a literatura, sobre seu excesso de verdade que compõe sua mentira.Ao escrever o cavalo e seu retrato, o texto não consegue fixar nenhuma verdade, apenas imagens fugidias que compõem recapítulos: há sempre um escrito a se sobrepor a outro, sem determinar onde está o verdadeiro, onde está o que o nega, a remeter o olhar ao reino da fascinação, onde a imagem perde o valor de significação para se tornar pura paixão da indeterminação, da indiferença.