摘要:O presente artigo objetiva analisar o projeto disciplinador de práticas e costumes em Chapecó/SC a partir da instalação da Legião Brasileira de Assistência (LBA) na cidade, em 1943. A discussão proposta é resultado de pesquisas mais abrangentes – realizadas a partir de diferentes fontes documentais (impressos, relatórios, fotografias, cartas etc.) – que revelaram que o projeto instaurado em Chapecó nesse período teve como principais alvos crianças e mulheres. As políticas sociais criadas a partir das ações da LBA voltavam-se à saúde e à educação. Era a partir desses lugares que se buscava a reformulação dos hábitos e costumes da família nos espaços públicos e privados, elegendo-a como construtora e mantenedora de uma sociedade sadia, educada e organizada. O esforço em “civilizar” Chapecó foi feito num contexto de recrudescimento do nacionalismo e na busca de se integrar a cidade ao território catarinense. Antes representada como terra violenta, de indígenas e caboclos, Chapecó passa a ser alvo de projetos que objetivam deslocar essa ideia para a de terra de trabalho, de povo desbravador e educado, disposto a concretizar o ideal de cidade moderna e civilizada, integrada ao estado catarinense e, por extensão, à nação brasileira.