摘要:No final do século XVIII, uma crescente leva de colonos luso-brasileiros foi estudar na Universidade de Coimbra, que passara por uma reforma de cariz Iluminista ordenada pelo marquês de Pombal. Após concluírem seus cursos, muitos desses estudantes foram contratados pela coroa para estudar as colônias portuguesas da América e da África em moldes científicos. Embora nutrissem amplas expectativas em relação ao ‘progresso’ e ao desenvolvimento econômico da colônia do Brasil, eles seguiam padrões de lealdade à coroa. Quase todos os letrados formados em Coimbra se consideravam portugueses da América, leais súditos da coroa e estavam diretamente envolvidos na criação de um “Grande Império”, no qual coubesse às elites coloniais uma fatia de poder. O presente artigo estuda a recepção historiográfica do fenômeno. Após a independência, a progressiva adoção de princípios nacionalistas para a escrita da história do Brasil provocou a criação de subterfúgios com vistas a transformar esses colonos em “brasileiros”, conferindo à sua atuação um caráter nacional, antes mesmo de existir a nação.