摘要:A partir da discussão proposta por Susan Sontag, Philippe Dubois e Edmond Couchot, é possível pensar a fotografia como forma de ruptura com a pretensa continuidade do tempo, ao petrificar o instante tornado testemunha de um momento perdido. Brassaï trata da relação com a memória em Proust e a fotografia, tomando por base a ideia de revelação enquanto processo em que a lembrança se realiza apenas no ato de sua evocação, como atualização de uma existência virtual. Nesse sentido, propõe-se uma abordagem da poesia de Drummond como fotografia, especialmente a que constitui “retrato de família”. Considerando-se a importância das marcas de origem presentes na obra drummondiana, busca-se discutir tais marcas como matriz de leitura e de “revelação” da escrita-fotografia sobre a família, a terra natal e a infância. Entende-se Itabira como instância espaço-temporal, pedra carregada pelo poeta, em tensão com a relativização da família patriarcal dada pela ambiguidade fotográfica.
其他摘要:Based on the discussion proposed by Susan Sontag, Philippe Dubois and Edmond Couchot, it is possible to rethink photography as a way to disrupt the alleged continuity of time, as it petrifies any given instant suddenly made the witness to a lost moment. Brassaï focuses on the relationship with memory in Marcel Proust sous l’emprise de la photographie, relying on the photographic notion of “development” as a process in which memory comes into being only upon its evocation, as actualization of virtual existence. Accordingly, we propose an approach to Drummond’s poetry as photograph, especially when it focuses on ‘family portrait’. Considered the importance of origin marks in Drummond’s work, we seek to discuss them as both matrices of reading and “development” of the writing/photograph of the family, birthplace and childhood. Itabira is thus reconfigured as a space-time instance, the poet`s stone-like burden, in tension with the relativization of the patriarchal family provided by photographic ambiguity.