摘要:Os resultados do censo do IBGE para o ano 2000 apontaram para um panorama surpreendente: metade da população auto-declarada indígena estava em “situação de domicílio urbana”. O artigo analisa, a partir deste episódio, a produção de dados demográficos sobre populações indígenas no Brasil, explorando as diferenças de metodologia entre as fontes. Dessa forma, as categorias usadas, as perguntas que são feitas, a forma como são feitas e o porquê de se utilizar essas categorias e perguntas, e não outras quaisquer, deixam entrever o lugar que o imaginário nacional reserva aos indígenas, sobretudo àqueles em cidades. A intenção, por fim, é problematizar tanto esse imaginário quanto nossa forma de lidar com esses números como “dados”: são, na verdade, construtos subsidiados em parte por este imaginário. ABSTRACT The results of the Brazilian Institute of Geography and Statistics (IBGE) census for the year 2000 pointed to a surprising scene: half of the people self-declared indigenous was living in urban areas. Using this episode as a start-point, the article explores the production of demographic data about indigenous peoples in Brazil, comparing the methodology diferences between sources. The categories used, the questions made, the way they are made and the reason why these are the questions and categories used, allows us to make a pictue of the place national imaginary reserves to the indians, especially those living in cities. At the end, the intention is to question both this imaginary and our way of looking at this numbers as “data”: they are, in fact, constructs supported in part by this imaginary. Key-words : demographic data, indigenous in cities, indigenism.
关键词:Dados demográficos; índios em cidades e indigenismo.