期刊名称:Antropolítica : Revista Contemporânea de Antropologia
电子版ISSN:2179-7331
出版年度:2011
卷号:1
期号:30
语种:Portuguese
出版社:Universidade Federal Fluminense
摘要:Este artigo analisa como o romance regionalista nordestino, consagrado a partir dos anos 1930, tornou-se o símbolo do surgimento de uma “autêntica cultura nacional”, provocando a mudança do cenário do mundo urbano para o mundo rural, da capital do país para o interior do Nordeste, a mudança de personagens privilegiados pelas narrativas (patriarcas rurais, meninos de engenho, cangaceiros, mulheres sedutoras, em competição por favores dos senhores de engenho etc.), a mudança de sintaxe e do vocabulário utilizados na narrativa. Mudanças que acompanham origens sociais diversas dos escritores e transformação profunda do público leitor e do mercado editorial de que passam a participar. Privilegia o estudo de A Bagaceira, de José Américo de Almeida, e do assim chamado “ciclo da cana-de-açúcar”, de José Lins do Rego, ambos originários de linhagens de senhores de engenho da Paraíba, ameaçadas de declínio com a expansão das usinas a vapor. Busca demonstrar como a experiência social e familiar dos escritores é repensada nas obras literárias, nas quais o reconhecimento, como romancista, permite liberar o relato dos sofrimentos familiares; um arbitrário individual e familiar torna-se progressivamente o símbolo mais consagrado da coletividade brasileira. Estuda, ainda, a contribuição do gênero romance para o deslocamento da percepção da mestiçagem como marca da degenerescência da “raça brasileira”, e sua substituição pela reflexão sobre as modalidades concretas em que patriarcas brancos engendram proles mestiças, através de “poligamia” efetiva, como pontificavam nos mesmos círculos literários os ensaios de Gilberto Freyre.
关键词:reconversão de elites agrárias;romancistas autenticamente brasileiros;literatura nacional;Nordeste.