摘要:O trabalho discorre sobre o fenômeno da narrativa jornalística da história, pretendendo entender o que produz o jornalista quando escreve sobre a história. Para tanto propõe uma análise comparativa entre a versão original e a versão juvenil ilustrada do livro 1808 – como uma rainha louca, um príncipe medroso e uma corte corrupta enganaram Napoleão e mudaram a história de Portugal e do Brasil do escritor e jornalista Laurentino Gomes. O livro narra o processo de transferência da corte portuguesa ao Brasil no início do século XIX, e, publicado no ano de 2007, se tornou rapidamente um dos maiores best-sellers nacionais, chegando a permanecer 196 semanas na lista dos livros mais vendidos da revista Veja – uma das revistas de maior circulação do Brasil. A principal hipótese deste trabalho é que os jornalistas, sem as mesmas obrigações teóricas e metodológicas dos historiadores, se veem mais livres para escrever sobre o passado. E, ainda que essas estratégias utilizadas para seduzir e reter a atenção do público leitor faça com que os jornalistas, aos olhos dos historiadores, cometam deslizes, como, por exemplo, a redução do campo das hipóteses, produzindo uma narrativa com estilo argumentativo simples; suas reflexões atingem grande circulação e acabam sendo mais bem sucedidas ao corresponderem aos anseios de orientação temporal dos indivíduos.