摘要:Para o Tillich do período alemão, a verdadeira apologética é a teologia da cultura. A teologia precisa entrar em diálogo com a situação presente, para discernir o teor ou sentido religioso que se expressa em todas as formas culturais. Qual poderia ser o sentido particular da cultura em 1926 ? Para Tillich, tratava-se, antes de tudo, de momento de pacificação no seio das tensões que se desenvolviam desde a virada do século em todos os domínios da cultura: política, economia, arte, ciência, filosofia, religião. Hans Ulrich Gumbrecht, ao contrário, no livro « 1926, viver no limite do tempo », pretende ter escolhido o mesmo ano porque não significa nada de especial para nós. Pois, na nossa modernidade, o presente transformou-se em espaço de simultaneidade na superfície, sem sujeito nem profundidade. Os fenômenos não remetem à profundidade nem à eternidade, mas « significam » praticamente o que « são ».Tudo isso deixa algumas perguntas sem resposta : a leitura teológica do profano continua possível quando renunciamos à perspectiva « platônica » da profundidade ? Numa modernidade que não é mais a de 1926, o desejo de alcançar o sentido incondicionado não poderia ser reconhecido na superfície da existência?