摘要:Essa reflexão parte da desconfiança de que na relação entre fé e verdade como adequação do pensamento à coisa há um elemento de violência. Para isso procuro apresentar a noção tradicional de verdade que aparece na história da metafísica como adequação do enunciado à coisa, indicando que nessa noção tradicional há um elemento de violência por se identificar como afirmação peremptória do ser e não permitir outras experiências de verdade. Como alternativa a essa noção tradicional de verdade apresento brevemente uma possibilidade de se pensar em verdade, não mais como submissa à essência da coisa, mas relacionada à linguagem, o que justifica a ideia de verdade enquanto interpretação. A partir disso, recorro à discussão de Paul Tillich sobre fé, enquanto ato de ser possuído pelo incondicional, e sobre a noção de verdade que dela decorre para tentar perceber o elemento de violência na relação entre fé e verdade. Por fim, discuto a possibilidade de uma fé não-violenta.