摘要:Partindo do princípio de que a noção de ethos subentende inscrição do locutor no discurso conforme uma regularidade sociocultural, compreendida nos contextos situacionais, este artigo pretende revelar aspectos que visam auxiliar o desenvolvimento de discussões que giram em torno do tema linguagem, identidade e exclusão e que se propõem, entre outros fatores, a fortalecer o ethos discursivo de atores sociais que fazem do lixo (rejeito da sociedade) o seu meio de sobrevivência, bem como dar voz àqueles que se nos apresentam identitariamente enfraquecidos. Este trabalho se realiza à luz dos preceitos teóricos empreendidos por Fairclough (2001), van Dijk (2001) e Thompson (1995), estudiosos que se interessam pelos fenômenos relativos à contextualização social das formas simbólicas circulantes nas sociedades. O estudo demonstra que os sujeitos sociais em foco, marginalizados, segregados e enfraquecidos identitariamente, são elevados, via formas simbólicas, à condição de “verdadeiros” incluídos nas relações socioeconômicas condizentes com o regime capitalista em que se “inserem”, representações coletivas que determinam a apresentação de si no discurso.