摘要：O trabalho apresenta uma leitura do poema O lutador , de Carlos Drummond de Andrade, tendo como fundamento teórico a filosofia bakhtiniana, mais especificamente a obra Para uma filosofia do ato em que Bakhtin faz uma abordagem acerca da linguagem numa perspectiva fenomenológica. Nessa concepção, também abordamos ainda algumas considerações de Heidegger no que diz respeito à essência da linguagem. Procuramos demonstrar que a luta de que fala o poeta trata-se de uma luta ontológica travada pelo ser que se constituiem linguagem. Para Bakhtin, é no momento do ato discursivo que se organiza a realidade, que se dá a experiência do sujeito de se realizar no mundo. É a capacidade inexorável, sem álibi, de dar contornos, fronteiras, ao real, numa tentativa infinda, uma vez que a organização total jamais se concretiza. É nessa empreitada de organização que o ser atravessa o mundo e, ao mesmo tempo, é por ele atravessado, facultando a existência do ser. Essa luta incessante, quase sempre fracassada, é imperiosa, uma vez que nos dá existência. Por isso, não temos álibi e, ainda que seja em vão lutar, mesmo que o fim da batalha nunca se faça, lutamos, mal rompe a manhã.
其他摘要：A reading of the poem O Lutador by Carlos Drummond de Andrade is given using Bakhtinian philosophy as a theoretical approach, expressed especially in Bakhtin’s For a Philosophy of the Act where an approach to language from a phenomenological perspective is provided. Further, some considerations on Heidegger’s essence of the language are discussed. The text demonstrates that the struggle Drummond is defining is an ontological one, fought by humans that constitute themselves by language. According to Bakhtin, reality is organized and the experience of the subject to be fulfilled in the world occurs at the moment of the discursive act. It is the inexorable capacity, without an alibi, to create contours and frontiers of reality, in an endless attempt, since total organization never totally materializes. It is in this organizational task that the human being crosses the world and, at the same time, is trespassed by it, enabling the existence of the being. This incessant fight, almost always a failure, is imperative since it gives us existence. Alibi does not exist and, although struggles are useless, the end of the battle never occurs. The struggle is still on as dawn breaks.
