摘要:Quando a diferença surge como problema? Quando o diferente torna-se objeto de intervenção? Qual foi a primeira agência que se ocupou com a diferença como questão a ser administrada? A religião universal de salvação individual e o Estado-nação apresentam modelos análogos no combate à diferença? Centralizando nas argumentações de Pierre Clastres, Max Weber e Zygmunt Bauman, o presente artigo procura responder a essas questões, mostrando como o modelo da conversão religiosa oferece a matriz sociológica para o desenvolvimento do modelo da assimilação nacional. As religiões universais e os estados nacionais administraram historicamente a questão da diferença utilizando duas estratégias: 1) a destruição física do diferente; 2) a eliminação simbólica da diferença. O estudo desses dois modelos históricos é de extrema relevância porque oferece um parâmetro comparativo para se pensar a questão da administração da diferença na sociedade contemporânea, que não parece mais se dar pela extirpação da diferença, mas através de uma modalidade nova de gestão em que os indivíduos devem ser conduzidos na tarefa de tornar aquilo que são.