期刊名称:Ekstasis: Revista de Hermenêutica e Fenomenologia
印刷版ISSN:2316-4786
出版年度:2012
卷号:1
期号:1
DOI:10.12957/ek.2012.3813
语种:Portuguese
出版社:Universidade do Estado do Rio de Janeiro
摘要:DOI: http://dx.doi.org/10.12957/ek.2012.3813 O artigo discute algumas relações teóricas entre certas teses de Jean-Luc Nancy e Roberto Esposito sobre o ser da comunidade e aquilo que poderíamos denominar como uma hermenêutica ontológica do ser-em-comum elaborada de maneira incipiente por Heidegger entre 1927-1934. Num primeiro momento, após discutirmos a politização heideggeriana de alguns existenciais de Ser e tempo em seus textos ontológico-políticos de meados dos anos trinta, formulamos a hipótese de que o pensamento heideggeriano da comunidade não é compatível com as teses raciais do nacional-socialismo, embora se observem, sobretudo em 1933, formulações em que Heidegger estabelece certos compromissos com aquela ideologia. O mais das vezes, tais compromissos passam pela mediação de sua primeira interpretação da noção nietzscheana de vontade, entendida, naquele momento, como fonte de inspiração capaz de promover a revolução no destino do povo alemão. Na segunda etapa do texto, discutimos a apropriação e as críticas que Esposito e Nancy dirigem ao pensamento heideggeriano do ser-em-comum. Por um lado, ambos elaboram sua concepção da comunidade a partir da apropriação da noção heideggeriana de existência como ex-posição finita e em comum. Por outro lado, porém, Nancy e Esposito também se afastam criticamente do pensamento de Heidegger ao detectar nele a incapacidade de levar a termo sua própria concepção da comunidade enquanto ontologicamente indeterminada, aspecto que tornou possível o compromisso temporário entre sua filosofia e a ideologia nacional-socialista.