摘要:Embora tenha progredido nos últimos anos no quesito da transparência das contas públicas, o Brasil não apresenta a mesma evolução quando se trata da confiabilidade dos indicadores de desempenho da política fiscal, em particular o conceito de resultado primário do governo federal. A avaliação é da advogada e economista Teresa Ter-Minassian, integrante por 30 anos dos quadros do Fundo Monetário Internacional (FMI), onde dirigiu o Departamento de Assuntos Fiscais de 2001 a 2008. Atual consultora econômica internacional, Teresa assinala que práticas como a contabilização de receitas temporárias, exclusão de investimentos e o extenso uso de artifícios contábeis envolvendo operações com instituições financeiras públicas dificultam uma adequada visualização dos objetivos e metas fiscais no país. “Não se consegue identificar se a política é expansionista ou contracionista”, afirma a economista, que participou do Seminário Riscos Fiscais do Brasil no Médio e Longo Prazos, realizado pela FGV/IBRE com o FMI nos dias 25 e 26 de abril. Nesta entrevista, Teresa também analisa os riscos fiscais da economia brasileira, bem como a atuação do FMI no que toca à transparência fiscal no mundo e à crise do euro.