摘要:A abordagem interacionista leva em consideração as diversas dimensões que intervêm na produção da farmacodependência. Esta é considerada como produto da confluência de três fatores: a droga, a personalidade e o meio sócio-cultural. Não há droga a priori: o produto torna-se droga, quando chega a ocupar um lugar de substituto normativo da identidade falha do indivíduo. Assim, este se torna capaz de restabelecer competências em relação ao seu meio sócio-cultural. O estudo das relações tridimensionais permite descobrir uma série de temas constitutivos de uma teoria abrangente da conduta toxicodependente: adaptação, integração, identidade, significações sociais, controle social e outros. Porém, mostra-se que as diversas abordagens e teorias devem ter aplicabilidade concreta, oferecendo meios de intervenção no processo de fabricação do drogado; senão, elas só favorecem a resposta repressiva. Por fim, compara-se a abordagem interacionista com a clínica e psicanalítica. Destacam-se as semelhanças e diferenças de conceitos-chave como identidade, sujeito (ativo), competência social e simbólica. Insiste-se na necessidade de substituir a visão deficitária do toxicômano por uma que leve em conta as suas experiências específicas, apoiadas na dimensão imaginária, cujo investimento permite contornar o impacto normativo do simbólico.