摘要:Num contexto em que se discute os rumos da educação brasileira, onde estão imbricadas questões de bioética, de fome, de miséria, desemprego, descriminação de drogas, casos de alcoolismo e outras drogas na escola, a pandemia da AIDS, doenças ligadas a aspectos de saneamento básico, entre outros, fazer o uso da “metáfora da toupeira” (Bizzo), indo “cavar” no início do programa eugênico brasileiro alguns dos principais pensamentos da época, pode (quiçá) auxiliar a melhor desvendar a "compactação da terra" que forma o solo fértil do conhecimento atual. Assim é que, em Monteiro Lobato, consagrado escritor e figura de destaque na memória cultural brasileira, pela forte participação nas causas nacionais de sua época, vamos buscar interpretar até que ponto o uso do álcool e o alcoolismo fazem parte do “conjunto de taras a ser extirpado da identidade brasileira a fim de remover obstáculos ao desenvolvimento nacional” (Bizzo, p. 99). Escolhemos as obras escritas em 1918, Urupês e Problema vital, por retratarem os problemas do povo brasileiro, e ter sido a publicação de Problema vital, promovida como primeiro ato da fundação da Sociedade Eugência de São Paulo, em 1918, junto com a Liga Pró-Saneamento do Brasil, tendo como prefaciador o Dr. Renato Kehl, seu presidente. De certa forma, Monteiro Lobato estava servindo de “referencial para qualquer estudo sobre eugenia no Brasil” (Bizzo, p. 100).