摘要:Este trabalho combina duas pesquisas teóricas e pretende estudar a relação que vem se estabelecendo, na atualidade, entre a ideia de diversidade sexual (e seus desdobramentos no campo da política, dos movimentos sociais e da educação) e os dispositivos anátomo-bio-políticos que configuram os atuais mecanismos de governamentalidade, os quais visam capturar as diferenças sexuais, alçando-as ao campo da normalização e da heteronormatividade. A partir desse pressuposto, o texto organiza-se em dois momentos: o primeiro deles visa mostrar como os sujeitos LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros) vêm sendo produzidos tomando-se como referência a “viabilidade-moral-econômica” de seus corpos e de suas práticas sexuais e afetivo-amorosas. Com esse argumento pretendemos pensar como, na contemporaneidade, as formas de governamento dos sujeitos da diversidade sexual têm se dado a partir de uma relação de parceria entre os movimentos sociais e o Estado. No segundo momento, valemo-nos da noção de ética/estética da existência em Foucault, para mostrar as tensões presentes nesse empreendimento biopolítico que promove uma espécie de captura da diferença sexual, deixando, assim, pouco espaço para a constituição de outros modos de vida. Nosso objetivo é o de promover deslocamentos em relação à lógica identitária, a partir do questionamento da teorização político-educacional LGBT. Trata-se de desvincular tal produção teórica do modelo identitário que sustenta a atual noção de diversidade sexual, em favor de um pensamento que nos permita vislumbrar outros modos de vida homossexuais.