摘要:Este trabalho discute a importância dos conhecimentos da Linguística para os professores indígenas alfabetizadores bilíngues, na concepção de Cagliari (1999), segundo o qual o processo de leitura e escrita constitui-se em atos linguísticos que são indispensáveis a quem ensina a ler e escrever, levando em consideração a natureza, as funções e o uso da escrita. Considera também a importância de se partir da capacidade de análise da linguagem oral que as crianças indígenas Apinayé trazem consigo quando chegam à escola, para ensiná-las a escrever, evitando-se, assim, dificuldades de aprendizagem. Analisa também a questão da relação fala/escrita como realidades indígenas diferentes, embora intimamente ligadas, e reflete sobre o erro como exercício de elaboração de hipóteses na construção da escrita. Relata a prática de sala de aula de uma professora indígena do 3º ano, na escola da aldeia Apinayé São José, identificada por meio da observação de algumas aulas de língua materna, de conversas com a professora da referida escola e de análise de produções dos textos de alunos Apinayé, no decorrer dos anos de 2010 e 2011 (período de implantação do projeto do Observatório de Educação Indígena/CAPES, por meio do Projeto de Educação Escolar Apinayé na Perspectiva Bilíngue e Intercultural), o que leva ao entendimento de que é possível (e necessário) ensinar a ler e escrever em língua indígena e em português, sem lançar mão dos rigorosos e tradicionais métodos de silabação.
其他摘要:Current analysis discusses the importance of Linguistics for bilingual indigenous primary school teachers following Cagliari (1999). The author underscores that the reading and writing process is made up of linguistic activities indispensable for people who teach writing and reading, taking into consideration the nature, function and use of writing. It is also highly relevant to start with an analysis of the oral language that Apinayé indigenous children bear when they arrive at school to acquire literacy. Difficulties in learning may be thus avoided. The paper also investigates the speech-writing relationship as different but highly linked factors for the indigene, and mistakes as an exercise in hypothesis within the writing construction. The paper also reports on the practice of a Third Year primary school indigene teacher in the Apinayé São José village school. Her practice is identified through the observation of lessons on the mother language, conversations and analysis of text production by Apinayé school children during 2010-2011. The period refers to the implementation of the project Observatory of Indigene Education/CAPES by the Project Apinayé School Education within the Bilingual and Intercultural Perspective. This boils down to the fact that it is possible and necessary to teach reading and writing in indigenous languages and in Portuguese without adopting the strict and tradition syllable method.