摘要:À esteira da Análise do Discurso (AD) francesa e do pensamento de Michel Foucault, especialmente, a acepção de verdade e poder, este artigo analisou o discurso de posse da reeleição de Aécio Neves à presidência do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), ocorrida na ‘12ª Convenção Nacional do PSDB’, em 5 de julho de 2015, valendo-se do método arquegenealógico como ferramenta, já que essas noções contribuem com o batimento descrição-interpretação. Considera-se que o corpus representa fator relevante para compreender a condução do trajeto pelo qual se construiu o impeachment de Dilma Rousseff, uma vez que componentes linguísticos revelados na materialidade foram reverberados pela mídia hegemônica, justiça e em espaços sociotecnológicos. Percebeu-se que enunciados, como, ‘pedaladas fiscais, crise, corrupção’ etc., serviram para este fim. Estes elementos enunciativos passaram a ser explorados diariamente pelos meios de comunicação, transformando-se em sensacionalismo midiático contra Dilma e PT. Tais enunciados fizeram-se presentes, ainda, em falas dos opositores político-ideologicamente dos petistas, tornando-se, não somente práticas discursivas, mas também práticas não discursivas, haja vista que esses termos, associados a outros, (de)marcaram o cotidiano da população, induzindo, sobremaneira, para manifestações contra o governo, seja nas ruas e/ou nas redes sociais. A tônica do texto de Aécio incide sobre dois pontos que se opõem: tece elogios à gestão do PSDB; difama e deprecia a administração de Dilma, avaliando-a negativamente. Após as análises, considerou-se que a fala do tucano reúne informações para provocar a destituição da Presidenta, com a finalidade de substituir seu governo por outro, cujo teor ideológico diferencie-se com o apresentado até então. Em relação à democracia, concluiu-se que esse termo perpassa o discurso de forma contraditória: por um lado, o tucano reforça ser por ela que se luta e, por isso, a defende; porém, na verdade, ele a usa com o intuito de, em breve, (cor)rompê-la.