摘要:Jovens que nem estudam, nem trabalham e nem procuram emprego têm sido nomeados/as como jovens nem-nem, em diferentes contextos sociais. Tanto no Brasil quanto em outros países do mundo, a juventude nem-nem tem ocupado um lugar de destaque no meio acadêmico, na mídia e nas intervenções por parte do Estado e de outros atores sociais, todos buscando formas de atuar sobre o problema. Diante desse cenário, buscamos compreender as noções construídas sobre os/as jovens nomeados/as como nem-nem, bem como as propostas de controle e regulação produzidas por diferentes atores da sociedade para eles/as. A partir de uma pesquisa documental, apresentamos neste artigo os resultados de uma análise lexical realizada com o auxílio do programa ALCESTE – Análise Lexical por Contexto de um Conjunto de Segmentos de Texto. Os resultados destacam os principais universos semânticos sobre os/as jovens nomeados/as nem-nem em trechos retirados de onze (11) edições do documento Trabalho Decente e Juventude da Organização Internacional do Trabalho. Problematizamos algumas noções que convidam a pensar os/as jovens ditos/as nem-nem como sujeitos vulneráveis e como grupo de risco, sendo as respostas mais imediatas direcionadas ao investimento na subjetividade do/a jovem, reatualizando o mito dos/as jovens pobres como classe perigosa, sem com isso levar em consideração a reprodução social da nossa desigualdade.