摘要:Há farta teorização em educação, também porque todos se metem. É compreensível, pois todos, de alguma forma, são educadores, positivos e negativos. No conceito de “comunidade de aprendizagem” consta que todos que estão na escola, também à sua volta, em especial os pais, são educadores (PACHECO, 2014; 2019). O filho mais velho “educa” o filho mais novo e vice-versa, também. Depende do que entendemos por educação, um fenômeno complexíssimo, que não pretendemos resolver aqui, apenas abordar seletivamente. Mantendo que é fenômeno ambíguo, por conta de sua politicidade, podemos ver educação em duas vertentes principais: como processo pelo qual cuidamos do desenvolvimento do outro, com compromisso com o outro, ou, na linguagem de Maturana, com o “outro autêntico” (DEMO, 2020); como processo pelo qual buscamos manipular o outro, impondo relações marcadas por clivagens sociais. É ingênuo ver educação apenas positivamente, como é achar que ensinar é signo da santidade do professor profeta; é também ingênuo não observar que há relações educacionais mais ou menos autênticas, a exemplo da relação mãe/filho, professor/aluno, marido/mulher.