摘要:A pandemia de COVID-19 impôs novos modos de relação entre as pessoas e seus ambientes e nos desafiou a avaliar e repensar o habitat humano de modo a acomodar e dar suporte a tais mudanças. Assim, o objetivo deste trabalho é abordar características físicas da moradia em sua relação com a satisfação ambiental no contexto da quarentena. Para tal, são apresentados os resultados de uma pesquisa da qual participaram 1858 pessoas, majoritariamente do Sul do Brasil, realizada por meio de questionário online aplicado de abril a maio de 2020, num momento de maior isolamento social no país. Os participantes caracteristicamente avaliaram a própria moradia de forma positiva, porém aspectos ligados à oferta de espaço e de acesso a elementos naturais (como plantas e luz natural) estiveram entre os mais citados como características deficientes da habitação. Além disso, condições inadequadas de iluminação estiveram relacionadas a alterações de padrão de sono ou nível de alerta. Observou-se ainda que moradores de casas, bem como residentes de habitações com mais quartos, apresentaram avaliações mais positivas da moradia como lugar para se passar a quarentena. Essas relações foram discutidas a partir do conhecimento acerca do papel que o controle da privacidade e o acesso a elementos naturais têm para a promoção de bem-estar, e por conseguinte, da satisfação. O estudo põe em ênfase a responsabilidade da arquitetura na promoção da qualidade de vida, permitindo repensar para um futuro próximo a adequabilidade dos contextos ambientais às condições do habitar humano.