摘要:Neste estudo sobre a promoção internacional do espanhol, centramos a análise no acordo ¡Oye! Espanhol para professores, assinado em setembro de 2006 entre o Banco Santander espanhol e a Secretaria de Educação do Estado de São Paulo, cuja finalidade era a formação de 45.000 professores de espanhol para atuarem no ensino médio brasileiro. O acordo, que envolveu também o Instituto Cervantes espanhol, recebeu uma forte oposição por parte da comunidade educacional, que se mobilizou para sustar sua implementação. Neste trabalho, apresentamos e analisamos diferentes ações e discursos face ao acordo por parte dos agentes envolvidos no debate, ao mesmo tempo em que examinamos a cobertura midiática que receberam tanto o acordo em si quanto os discursos e ações em favor ou contra ele. Por um lado, mostramos que os interesses econômicos preponderam sobre a cooperação cultural, e que as ações dos agentes da promoção lingüística seguem uma lógica empresarial que aborda a promoção da língua como uma atividade lucrativa e um ponto de penetração comercial. Por outro lado, tivemos a reação dos oponentes ao acordo em termos das tensões provocadas pela convivência de contextos nacionais e globais de política lingüística. Concluímos que algumas das estratégias dos agentes de promoção do espanhol e das empresas espanholas em expansão para se contrapor à resistência foram, de um lado, a elisão ideológica da oposição e, de outro, a criação de uma comunidade alternativa, a comunidade ibero-americana, na qual suas operações se neutralizam e sua presença fica naturalizada. Palavras-chave: Banco Santander, comodificação lingüística, espanhol no Brasil, globalização, ideologia lingüística, Instituto Cervantes, promoção lingüística, ¡OYE!, Secretaria de Educação do Estado de São Paulo.