摘要:Os territórios de grupos culturais são carregados de dominância simbólica em função da rede de significados criados. A multiplicidade e a diferença inerentes à cultura encerram o poder da apropriação e podem agregar aos territórios o seu valor de uso, trazendo marcas do vivido. Assim, objetivamos compreender como a apropriação do elemento cultural por grupos culturais periféricos e precarizados urbanística e economicamente atinge as formas de atuação no espaço, significando-o e tecendo relações. Como metodologia, realizamos revisão bibliográfica e entrevistas semiestruturadas, no ano de 2018, com lideranças culturais de dois grupos pernambucanos: Coco de Umbigada e Maracatu Nação Cambinda Estrela, localizados nas periferias urbanas de Olinda e Recife, respectivamente. Percebemos que nesses territórios cabem a cultura, a educação, a religião e a composição social, imbricando-se num emaranhado de forças e potencialidades, para que seus integrantes possam melhor sobreviver. A cultura espalha-se e organiza a vida pela dicotomia da recuperação e da insurgência associada à construção de uma referência política local, de um território onde suas territorialidades possibilitam o auxílio e o se sentir integrado/abrigado à/na realização da vontade e generosidade humanas.