摘要:Neste artigo objetiva-se discutir algumas questões apresentadas por Paul Ricoeur sobre o “reconhecimento”, especialmente em sua obra Parcours de la reconnaissance: trois études (2004). Para tanto, faz-se uma análise da linguagem com implicações não apenas epistêmicas, mas sobretudo éticas. O reconhecimento, em Ricoeur, requer um percurso que constitui a polissemia proposta como um meio termo entre a homonímia, por um lado, e a univocidade, por outro. Como todo percurso, o percurso do reconhecimento implica temporalidade: uma memória que transforma o passado e o futuro em presente que recorda e projeta. Trata-se de uma concepção de reconhecimento-mútuo que, diferentemente da reciprocidade simétrica e equivalente requeridas na concepção de justiça, parte da noção de ágape em uma assimetria originária entre um e outro. Há que, para tanto, ultrapassar as noções cerne das discussões filosóficas sobre “reconhecimento”, tais como a noção de Luta, em Hegel; de violência, em Hobbes, e de desprezo, em Honneth.