摘要:O comum entre as pesquisas sobre a escrita no campo da educação, do letramento à escrita acadêmica, foi tema de diálogo entre dois espaços acadêmicos: um em Porto Alegre (Brasil) e outro em Lisboa (Portugal). A partir da interrogação sobre como viver/pesquisar juntos nesses diferentes locais universitários e da trajetória de estudos da Poética do Letramento, propomos, neste artigo, uma discussão sobre o modo como, desde o letramento até a escrita inventiva na universidade, a escrita pode se articular como potência transformadora de linguagem. Acompanhadas de Derrida (1970), Agamben (2005, 2017) e da psicanálise, apostamos que na abertura de condições para a constituição de um comum, pela via da produção escrita e de encontros acadêmicos que fazem roçar as línguas em diferentes contextos, as palavras inventivas podem emergir como combustível no enfrentamento de uma crise da linguagem. Nessa travessia, autores da poesia concreta, que produzem uma vizinhança entre infância da língua, poesia e escrita inventiva na universidade, contribuíram para um modo de viver/pesquisar juntos num horizonte não doutrinável de nossos atos de linguagem, desafio da educação em meio à crise vivida com a pandemia do coronavírus.