摘要:As emergências sanitárias historicamente desencadeiam estratégias de saúde pública a partir de um modelo campanhista, prescritor e verticalizado. Partindo da perspectiva da produção de um trabalho territorializado que valoriza e dialoga com os saberes populares, a educação popular em saúde advoga pelo fortalecimento da participação social nas respostas de enfrentamento a tais agravos. Este artigo busca apreender os limites e possibilidades de uma tecnologia social em educação popular em saúde, tomando por base uma experiência extensionista de educação permanente para agentes de saúde do Complexo do Alemão, Rio de Janeiro-RJ, no contexto zika. Trata-se de uma investigação qualitativa do tipo exploratória por meio da análise documental de um projeto de extensão em que foi desenvolvida a referida tecnologia social. Investigar, tematizar e problematizar as emergências do território a partir do horizonte freiriano permitiu que fossem projetadas ações preventivas e promocionais, ao menos em parte, complexificadas e territorialmente contextualizadas, ainda que houvesse por alguns participantes a manutenção da clássica absolutização da ignorância das classes populares e supervalorização do saber científico do início ao fim do processo – fator que aponta para dois desafios à reaplicação de métodos em educação popular: a da formação do educador e a da temporalidade da ação educativa.