摘要:A inclusão de surdos na escola regular vem sendo abordada a partir de diferentes perspectivas, dentre elas os direitos da pessoa com defi ciência e o exercício da cidadania, a exposição à língua de sinais ou ao português e a modalidade de ensino. Na busca de expandir as discussões sobre o tema este estudo teve por objetivo investigar como a política de educação inclusiva e seu processo de implementação junto ao aluno surdo têm sido percebidos e colocados em prática por professores de um município de São Paulo. Participaram do estudo professores de duas escolas (uma de Educação Infantil e outra de Ensino Fundamental) que atuam ou já atuaram com crianças surdas. A coleta de dados foi realizada a partir de uma dinâmica de grupos com um cartaz contendo estímulos disparadores para discussão, audiogravada. Os diálogos foram transcritos para efeitos de análise qualitativa, por meio de método de construção de categorias (Merrian,1992). Os dados analisados evidenciaram que os professores não têm clareza da necessidade de ouvintes e surdos compartilharem uma língua comum, que possa viabilizar a dinâmica da sala de aula; e, no intuito de se fazerem compreender pelos surdos, utilizam diversos recursos comunicativos de forma improvisada e pouco sistematizada. No geral, tendem a valorizar somente o esforço de comunicação da criança surda, independentemente do domínio de uma língua, apresentando assim baixa expectativa em relação à aprendizagem e letramento desse aluno. Além disso, elaboram suas práticas pedagógicas com base na idéia de que a linguagem é um código que tem como função primordial transmitir informações. A partir do discurso do professores concluiu-se que a operacionalização da inclusão é complexa e ainda encontra obstáculos, quer seja feita através da língua oral, quer pela língua de sinais e intérpretes. Há grande necessidade de investimento na formação de professores e na re-organização do ambiente escolar.