摘要:O objetivo deste artigo é analisar o conceito ou arquiconceito de neutro
a partir de Roland Barthes e Maurice Blanchot. Que igura indecidível é essa
que corta e divide a escritura? Se pensarmos nessa fuga tácita dos binômios,
nessa escritura branca como uma igura lisa, que consegue se deslizar [correr
pelo rio da linguagem] pelo fechamento existente em masculino e feminino,
podemos conceber o neutro, acima de tudo, como uma possibilidade política
de ética do in-visível e do in-au-dito. E se a literatura tende para o silêncio,
segundo Blanchot, é porque ela mesma se movimenta na direção dos seus
limites. Esse limite, esse neutro, é a terceira margem, é a borda de um estranho
limbo, o entre-lugar que chamamos de escritura.