出版社:Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação
摘要:O artigo almeja contribuir para o conhecimento do modo como se definem os currículos escolares no Brasil, com ênfase no setor público. Assumindo o pressuposto de que a débil autonomia do campo educacional brasileiro propicia a intervenção de forças externas a ele, o texto identifica duas vertentes do mercado - a econômica e a ideológica - como relevantes para se entender a heteronomia do campo educacional. A vertente ideológica abrange a instrumentalização de instituições educacionais para a inculcação de valores e padrões de comportamento definidos como legítimos por entidades privadas, tais como as religiosas e as partidárias. A vertente econômica compreende tanto a venda de mercadorias para consumo das instituições educacionais (a oferta gerando a demanda), quanto a reserva de mercado para profissionais, empresas e organizações não governamentais. O autor reconhece que ambas as vertentes são úteis para efeitos analíticos, mas adverte contra sua reificação, já que os processos concretos não fazem tal distinção. Assim, a venda de mercadorias, a reserva de mercado e os projetos de socialização configuram os currículos escolares tão ou mais decisivamente do que os embates das concepções propriamente pedagógicas. O artigo conclui que a "invasão" do campo educacional pelos mercados dificulta a ampliação de sua autonomia, o que, por sua vez, facilita a "invasão", gerando um processo de ação recíproca viciosa
其他摘要:The article contributes to understanding how school curriculums are determined in Brazil, with an emphasis on the public sector. Assuming that the weak autonomy of the educational field in Brazil allows the intervention of forces external to it, the text identifies two market forces - the economic and the ideological - which are important in understanding the heteronomy of the educational field. The ideological element encompasses the instrumentalization of educational institutions to inculcate values and standards of behavior defined as legitimate by private entities, as well as religions and parties. The economic element includes both the sale of goods to be consumed by educational institutions (supply generating demand), as well as the market reserve for professionals, companies and non-governmental organizations. The author recognizes that both elements are useful for analytic purposes, but warns against their reification, given that the concrete processes do not make this distinction. Thus, the sale of goods, the reserve market and socialization projects shape school curriculum as much or more decisively than debates over pedagogical concepts. The article concludes that the "invasion" of the educational field by markets impedes the expansion of their autonomy, which, in turn, facilitates the "invasion," generating a vicious process of reciprocal action