出版社:Centro de Estudos Humanísticos da Universidade do Minho
摘要:A violência, sobretudo numa leitura literária, é um conceito difícil de definir por si-mesmo. A noção declina-se em campos empíricos extremamente diversos. A violência pode qualificar uma multidão de objetos, desde as tempestades até à paixão amorosa. Mas talvez o mais significativo seja que ao falar de violência, todos nós sabemos já do que se trata. A violência, na perspetiva ricoeuriana, habita a interseção entre a ética e a moral, pois é nela que emerge a necessidade da aspiração a uma vida realizada passar pelo reino da norma, sob a égide da obrigação. E daqui se estende a todos os níveis da praxis, sobretudo o político até tocar o profundo da convicção humana no religioso. Mas, e se esta violência, mais que um instinto ou uma pulsão agressiva não fosse a manifestação, como Girard entende, da rivalidade entre humanos, por causa de um desejo mimético. Talvez os mitos religiosos e os rituais sacrificiais não sejam mais que expiações coletivas, que através da eleição de um bode expiatório, exorcizam esta rivalidade desestruturante e apaziguam momentaneamente a comunidade.
其他摘要:Violence, especially in a literary reading, is a difficult concept to define for itself. The notion may also be decline in extremely diverse empirical fields. Violence can qualify a multitude of objects, from storms to amorous passion. But the most significant is when we talk about violence, we already know what it is. Ricoeur's perspetive of violence inhabits the intersection between ethics and morality; because it is here that emerges the need of accomplishing life go through the empire of norm, under the aegis of the obligation. Violence also extends to all praxis levels, especially the political, and the human belief in religion. But if this violence, more than an instinct or an aggressive impulse, was not the manifestation, as René Girard believes, of antagonism between humans, because of a mimetic desire. Perhaps the religious myths and sacrificial rituals are nothing more than collective propitiation that through the election of a scapegoat, exorcise this deconstructive rivalry and briefly appease the community.