Este ensaio realça o momento da produção de uma Base Nacional Comum Curricular no Brasil para problematizar como a ideia de algo como uma unidade curricular essencial (uma base) permanece ocultando elementos de complexos jogos de linguagem ou de jogos de poder no campo educacional. Ampara-se na leitura pós-estrutural de currículo de Alice Casimiro Lopes e Elizabeth Macedo para pensar o currículo como produção cultural (ou discursiva), trazendo desta discussão a noção de cultura como fluxos culturais e da desconstrução de Jacques Derrida a noção de contexto. A discussão pontua a interdição do signo como impossibilidade de acesso à verdade, a uma essência, ao que pode ser suposto como uma base. Realça os contextos de interpretação como campos abertos que fazem o sentido fracassar. Assinala que, como produção de cultura, de sentidos, portanto, produção de hierarquias, de agendas políticas, de lugares sociais específicos, de escolhas e de exclusões, o currículo não é (nem jamais será) a salvação.