No presente artigo, nos propomos a traçar um panorama comparativo dos currículos de graduação da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, campus Maracanã (UERJ) e da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), instituições de prestígio social e acadêmico, a partir da problematização de traços do eurocentrismo, da colonialidade e das possibilidades interculturais. Como opção teórico-metodológica, procedemos com entrevistas semiestruturadas com professores e estudantes do Departamento de História (UERJ), análise da grade curricular e das ementas oficiais das disciplinas, visando investigar as relações de poder nos processos de formatação e reformatação desses currículos. Visam também compreender quais os entendimentos que o corpo docente e discente possui sobre algumas questões que nos propusemos levantar, como é o caso do eurocentrismo e a participação de estudantes como sujeito histórico dos currículos. Para tanto, dialogamos com achados teóricos de autores tais como Apple (2001; 2006), Arroyo (2013), Quijano (2005a; 2005b), Said (2007; 2011), e Walsh (2013) entre outros/as que nos ajudam a entender o currículo como um campo político em disputa, um campo de produção de conhecimentos capaz de criar ou recriar identidades e modos de compreender o mundo de maneira a manter ou superar desigualdades e opressões.