摘要:RESUMO Hans-Georg Gadamer retomou e elevou a atividade hermenêutica ao status de filosofia. Uma das suas idiossincrasias consiste em entrelaçar, no seu discurso, experiências de ordem ética, política, metafísica e estética. A hermenêutica filosófica pauta-se pela prática do diálogo sobre questões relativas ao pensar e à conduta humana. O presente artigo tem por meta realizar um exercício dialógico entre o projeto filosófico de Gadamer e o pensamento oriental - mais especificamente, o budismo zen da tradição da escola de Kyoto, representada pelo pensamento de Nishida Kitarō. Nossa reflexão será articulada sobre quatro momentos distintos, mas que devem ser tomados dialeticamente: inicialmente, apresentaremos um quadro geral, indicando o estado da questão da hermenêutica gadameriana relativo ao pensamento oriental; a seguir, sustentaremos as semelhanças sobre o modo de proceder de ambas, sua metodologia dialética; posteriormente, aprofundaremos a noção fundamental de experiência e as proximidades que permeiam as perspectivas de ambas as tradições; enfim, como implicação das reflexões precedentes, sustentaremos a hipótese de um saber intuitivo enquanto experiência e ação intuitivas. Ao final, apontaremos algumas conclusões instauradas a partir desse exercício dialógico para a prática filosófica.
其他摘要:ABSTRACT Hans-Georg Gadamer has taken over and raised hermeneutic activity to philosophy status. One of his idiosyncrasies is weaving, in his speech, ethical, political metaphysical and aesthetic experiences. Philosophical hermeneutics is guided by the practice of the dialogue on issues related to thinking and human behavior. This paper aims to perform a dialogic exercise between Gadamer's philosophical project and the Eastern thought-more specifically, the Zen Buddhism of Kyoto school tradition, represented by Nishida Kitarō's thought. Our reflection will be divided into four distinct moments that should be taken dialectally: first, we will present a general framework mentioning the status quaestionis of Gadamer's hermeneutics concerning Eastern thought; then, we will maintain the similarities on how the way to proceed in both, its dialectical methodology; subsequently, we will go deeper into the fundamental notion of experience and the proximities that permeate the perspective of both traditions; finally, as implication of foregoing reflections, we will maintain the hypothesis of an intuitive knowledge as intuitive experience and action. In order to conclude, we will consider some conclusions instituted from that dialogical exercise towards philosophical practice.