摘要:O artigo analisa relação entre natureza e cultura na literatura regional do Nordeste, através da leitura da obra Vidas Secas , de Graciliano Ramos. Escrito em 1938, este livro é considerado paradigmático para que se pesquise a especificidade do pensamento do escritor alagoano. Considerou-se, para tanto, a historicidade de sua escrita, bem como as formas pelas quais se configuravam, em sua literatura, as inter-relações históricas entre os homens e o Semi-árido brasileiro durante os anos 1930. Observa-se que, embora inseridos em um habitat considerado, por vezes, “hostil” e “adverso”, as personagens da trama criavam astúcias de sobrevivência biológica e cultural em interação com esse espaço, de modo que os fatores que os levavam a migrar do sertão nos períodos de seca não eram encarados como conseqüências desse fenômeno natural em sentido estrito, mas, decorrências da forma como tradicionais oligarquias político-econômicas da região utilizaram-se desse momento de vulnerabilidade para intensificar as relações de mando e exploração no ambiente de sertão.