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文章基本信息

  • 标题:Tropos da colonizacao da America: discurso do genero e simbolismo animal.
  • 作者:Louzada Fonseca, Pedro Carlos
  • 期刊名称:Romance Notes
  • 印刷版ISSN:0035-7995
  • 出版年度:2009
  • 期号:September
  • 语种:English
  • 出版社:University of North Carolina at Chapel Hill, Department of Romance Languages
  • 摘要:A proposito de uma verdadeira predisposicao masculina para a femibobia, Simone de Beauvoir observa que "in all civilizations and still in our day woman inspires man with horror" (138). Uma das mais classicas e disseminadas representacoes da inspiracao desse horror feminino, produzido no homem, e a imagem da mulher em forma de ser monstruoso, que se disfarca com artificios extremamente sedutores. E extremamente vasto o imaginario relativo a essa metamorfose feminina, sendo as lamias e as sereias exemplos bem conhecidos.

Tropos da colonizacao da America: discurso do genero e simbolismo animal.


Louzada Fonseca, Pedro Carlos


A proposito de uma verdadeira predisposicao masculina para a femibobia, Simone de Beauvoir observa que "in all civilizations and still in our day woman inspires man with horror" (138). Uma das mais classicas e disseminadas representacoes da inspiracao desse horror feminino, produzido no homem, e a imagem da mulher em forma de ser monstruoso, que se disfarca com artificios extremamente sedutores. E extremamente vasto o imaginario relativo a essa metamorfose feminina, sendo as lamias e as sereias exemplos bem conhecidos.

Desde as mais antigas tradicoes mitologicas e lendarias, o heroico e viril homo viator encontra-se perigado por esses seres encantadoramente destruidores localizados em estranhos e absconditos espacos. Recorrendo-se a tradicao homerica do epico, que situa o mar como grande desafio ao intemerato desbravamento do viajante e do conquistador, Beauvoir explica que "For the sailor, the sea is a woman, dangerous, treacherous, hard to conquer" (145).

Fazendo coro a essa mesma tradicao androcentrica ocidental de ascendencia misogina, responsavel pela derrogacao do feminino feita por meio do tropo da monstrualizacao, Pero de Magalhaes Gandavo manda ilustrar o capitulo "Do monstro marinho que se matou na Capitania de Sam Vicente em 1564" -- chamado na lingua dos nativos "Hipupiara, que quer dizer demonio d'agua" --, da sua Historia da Provincia de Santa Cruz (1576), considerada como a primeira obra de cunho historiografico sobre o Brasil colonial: "O retrato deste monstro, he este que no fim do presente capitulo se mostra, tirado ao natural" (120). Apesar de o texto nao se referir ao genero da criatura, entretanto, a sua ilustracao a retrata com dois enormes seios no formato de mamas, sugerindo tratar de um monstro do sexo feminino.

E, ainda, em Fernao Cardim que o tropo da monstrualizacao da natureza americana se evidencia, com maiores detalhes descritivos no capitulo "Homens marinhos, e monstros do mar" do seu tratado Do clima e terra do Brasil (1584). Comentando que tais criaturas sao chamadas, na lingua dos nativos, Igpupiara, diz o cronista que

As femeas parecem mulheres, tem cabellos compridos, e sao formosas ... O modo que tem em matar he: abracao-se com a pessoa tao fortemente beijando-a, e apertando-a comsigo que a deixao feita toda em pedacos, ficando inteira, e como a sentem morta dao alguns gemidos como de sentimento, e largando-a fogem; e se levao alguns comem-lhes somente os olhos, narizes e pontas dos dedos dos pes e mao, e as genitalias, e assi os achao de ordinario pelas praias com estes cousas menos. (50)

A descricao de Cardim, tal qual se apresenta, parece indicar que ambos os sexos desses monstros marinhos canibalizam as suas vitimas, castrando-as. Se em Gandavo permanece ambiguo o tratamento do tropo da feminizacao da natureza, referida ao monstruoso, em Fernao Cardim essa figuracao deixa-se entrever de forma sugestiva, buscada a outro tropo da mentalidade religiosa medieval.

Trata-se da conhecida imagem demonologica da vagina dentata que, de forma emblematica, reproduzia aquele ancestral medo masculino da sua aniquilacao viril perigada pela suposta incontinencia libidinosa imposta ao genero feminino e a sua regencia natural: "Christianity made the vagina a metaphor for the gate of hell and revived the ancient fearinducing image of the vagina dentata (toothed vagina) that could bite off a man's penis" (328). Imagens como essa complementam, em termos retoricos e discursivos, a pragmatica do projeto politico e ideologico da conquista e da colonizacao baseada na sujeitacao de um estado de barbarizacao impingido ao colonizado.

Na literatura e na iconografia dos descobrimentos e da colonizacao da America, a realidade americana, retratada, dentre outras, por derrogatorias imagens tropologicas da feminizacao e da animalizacao, corresponde a uma representacao dialetica de desejo-pela-denegacao, na qual se encontram refletidos gestos e intencoes de dominancia e de apropriacao proprios da visao androcentrica do europeu colonizador. Frantz Fanon inventaria, de forma bastante apropriada, os termos denegadores dessa visao europeia da America:

The native represents not only the absence of values. He is ... the enemy of values, and in this sense he is the absolute evil. He is the corrosive element, destroying all that comes near him; he is the deforming element, disfiguring all that has to do with beauty and morality; he is the depository of maleficent powers, the unconscious and irretrievable instrument of blind forces ... At times this Manichaeism goes to its logical conclusion and dehumanizes the native, or to speak plainly, it turns him into an animal. In fact the terms the settler uses when he mentions the native are zoological terms. He speaks of the yellow man's reptilian motions, and of the stink of the native quarter, of breeding swarms, of foulness, of spawn, of gesticulations. When the settler seeks to describe the native he constantly refers to the bestiary. (41-42)

De forma analoga, pode-se considerar que esses atributos tambem servem, na linguagem misogina da cultura e do pensamento europeu, para igualmente designar, de forma dicotomica e atraves das estrategias do discurso do genero, a supremacia do masculino e a inferioridade do feminino e da sua representacao maxima conferida a figura da mulher. Portanto, considerar o discurso do genero apenas baseado na diferenca sexual, sem serem levados em conta impositivos valores culturais, "obscures and legitimizes", no dizer de Catherine MacKinnon, "the way gender is imposed by force" (132).

Na tropologia dos descobrimentos e da colonizacao da America, esse discurso do genero centrado nas prerrogativas androcentricas do conquistador, realiza uma das suas mais significativas figuracoes, qual seja, o tropo da feminizacao da realidade americana, frequentemente representada, enquanto projecao dos ideais da conquista e da exploracao, por sua desejada passividade e inferior estado primitivo equacionado a selvageria. Nesse sentido, Ella Shohat discute esse complexo psicossexual e cultural do conquistador ocidental e diz que as suas narrativas-mestre invariavelmente procuram, de par com a feminizacao de geografias distantes e desconhecidas, desvelar os seus misterios, realizando um verdadeiro "rite of passage allegorizing the Western's achievement of virile heroic stature" (146).

No contexto dos descobrimentos americanos, as estrategias figurativas da ideologia desse tropos sexualizador encontram-se esplendidamente representadas na gravura (ca. 1580) de Theodor Galle, feita com base em um desenho de Jan van der Straet (ca. 1575). Nessa gravura, uma amerindia nua, representando a America, semi-erguida em sua rede, num parecido gesto obediente de boas vindas, senao de surpresa, recepciona Americo Vespucio, que se perfila numa posicao patriarcal em relacao a mulher. Esta, num misto de cavaleiro medieval e moderno, apetrechado com os instrumentos de controle europeu: a vestimenta, a espada, o estandarte estampado e encabecado com a cruz de Cristo, e o astrolabio. O moto em latim, em baixo da gravura, confirma a sua significacao iconografica: "Americen Americus retexit & Semel vocavit inde Semper excitam." Nesse modelo vespuciano, a posicao de superior hierarquia do descobridor e conquistador objetifica a realidade americana, cuja nudez natural e realcada em termos ideologicos, porque, conforme comenta John Berger, ao discutir a relacao entre nudez, alteridade e objetificacao, "a naked body has to be seen as an object in order to become a nude" (54).

Associado ao tropo da feminizacao da America de Galle, encontramse o do barbarismo e o da feralidade representados, na gravura, pela cena canibalesca ao fundo e pela fauna exotica. Analisando esses elementos, Montrose agudamente observa que "Of particular significance here is the blending of these basic ingredients of proto-colonialist ideology with a crude and anxious misogynist fantasy, a powerful conjunction of the savage and the female" (144).

Nos descobrimentos e na colonizacao da America, estrategias de uma postura misogina, indicadoras de uma verdadeira paura do conquistador por uma natureza selvagem devoradora, sao usadas para tornar monstruosa a sua realidade. E o que acontece, dentre outros exemplos, na passagem dos Dialogos das grandezas do Brasil (1618), de Ambrosio Fernandes Brandao, que descreve o peixe piranha com motivos femifobicos inerentes a imagem da vagina dentata. Depois que Brandonio diz que as carnivoras piranhas do Brasil, "por onde mais frequentam de aferrar e pelos testiculos, que logo os cortam, e levam juntamente com a natura ..." (228), Alviano, seu interlocutor, tomado de um forte medo da castracao, replica: "Dou-vos a minha palavra que nao havera ja cousa na vida que me faca metter nos rios desta terra; porque ainda que nao tenham mais de um palmo dagua imaginarei que ja sao essas piranhas commigo, e que me desarmam da cousa que mais estimo" (228).

Para o entusiasta e apologetico Brandonio, ao que tudo indica, o alter ego do autor dos Dialogos, as terras brasileiras resumem-se em termos de garantida prodigalidade e de incontaveis benesses, verificandose aqui uma clara intencao propagandistica e a defesa de uma nova estrategia politica de colonizacao. As brasilindias, apesar de muitas vezes censuraveis por sua lascivia e incontinencia sexual, sao exemplos de um natural e notavel amor pela castidade. E, entretanto, Alviano, descrente das grandezas do Brasil, que, comentado sobre isso, as considera desalmadas por carecerem do conhecimento da virtude da castidade:

Essas taes deviam de ouvir contar de Diana e de suas ninphas, e pela imitar tomam a caca por exercicio; e com tudo nao me persuado a crer dellas que hajam de ser continentes, por seu um dom da alma, que o nao estima senao quem conhece o seu preco, e como a essas falta o tal conhecimento, nao vejo cousa por que haja de cuidar que possam guardar essa continencia. (Dialogos das grandezas do Brasil 284)

Exemplos como esse lembram pronunciamentos tradicionais da misoginia ocidental que centra, no sexo e na sexualidade feminina, o foco de toda perversao e insanidade. Nesse sentido, Elisabeth Badinter observa que, para o misogino complexo psicossexual e cultural do europeu, "the origin of woman's evil nature is unbridled sexuality, impossible for any man to satisfy" (90). Simbolismos buscados ao dominio do animal servem a essa nocao. Para o final da Idade Media, periodo em que se verifica a cristianizacao do mal feminino, a sexualidade da mulher chega a assumir natureza demonologica. Nesse sentido, o Malleus maleficarum (1486) [Martelo das Feiticeiras], um dos mais abalizados manuais inquisitoriais da bruxaria, diz que "all witchcraft comes from carnal lust, which is in woman insatiable.... Wherefore for the sake of fulfilling their lusts they [the witches] consort even with devil" (Tuana 81).

Na sua busca de satisfacao erotica e sexual, tida nao so como enfraquecedora do homem, mas tambem possivel de emascula-lo, a libido feminina copula com animais, uma vez que "the only males equipped to face up to this 'woman-crevice-leech' are not humans, but animals" (Badinter 91).

Na esteira de lamentaveis pronunciamentos misoginos como esse, a velha, obscena e pornografica imagem da mulher sequiosa de prazer instrui a etnografia de um dos primeiros documentos sobre o descobrimento da America. Trata-se da carta de Americo Vespucio, datada de 1503 e enderecada a Lorenzo Francesco de Medici, na qual o piloto florentino, comentando sobre a voluptuosa sexualidade das indigenas do Novo Mundo, diz que "women being very libidinous, make the penis of their husbands to swell to such a size as to appear deformed; and this is accomplished by a certain artifice, being the bite of some poisonous animal, and by reason of this many lose their virile organ and remain eunuchs" (Montrose 144).

Montrose, entre outras reflexoes sobre o assunto, faz uma analise do que, subliminarmente, poderia significar, para o descobridor, essa pratica indigena associada com o canibalismo:

The oral fantasy of female insatiability and male dismemberment ... as cannibalistic confrontation of alien cultures is here translated into a precise genital and domestic form. Because the husband's sexual organ is under control of his wife and is wholly subject to her ambiguous desires, the very enhancement of his virility becomes the means of his emasculation. (144-145)

Esse mesmo costume indigena de enlarguecimento peniano com finalidade sexual, notado por Vespucio, e de forma semelhante tambem referido por Gabriel Soares de Sousa, ao tratar da libidinosidade dos brasilindios tupinambas. No capitulo "Que trata da luxuria destes barbaros" do seu Tratado descritivo do Brasil em 1587, diz que

Sao os tupinambas tao luxuriosos que nao ha pecado de luxuria que nao cometam ... E este gentio tao luxurioso ... os quais sao tao amigos da carne que se nao contentam, para seguirem seus apetites, com o membro genital como a natureza formou; mas ha muitos que lhe costumam por o pelo de um bicho tao peconhento, que lho faz logo inchar, com o que tem grandes dores, mais de seis meses, que se lhe vao gastando espaco de tempo; com o que se lhes faz o seu cano tao disforme de grosso, que os nao podem as mulheres esperar, nem sofrer ... (308)

Apesar de o costume parecer ser acordado entre os parceiros, nao se referindo, como na passagem de Vespucio, diretamente a regencia feminina do mesmo, a ambiguidade de sentido do final da passagem autoriza uma leitura em direcao da indicacao da luxuria da brasilindia.

Essas imagens de consumo sexual consentidas ou, na maioria dos casos, gerenciadas pela mulher, superpostas a amerindia pela percepcao do conquistador e do colonizador, sustentam a regra colonial, ao mesmo tempo que reforcam a logica aristotelica referente a deficiencia e a animalidade da mulher. Portanto, aqui, ab origine a patriarcalidade nao poderia estar melhor referenciada (Starr 35-36).

Apesar de a amerindia, de maneira geral, e a brasilindia, em particular -- nao obstante os seus desastrosos apetites alimentares, a exemplo da sua participacao no canibalismo, contiguamente interpretados em relacao a sua contraparte sexual --, nao corresponderem a tradicional figuracao da mulher selvagem no imaginario europeu, foi com a moldura narrativa desse prototipo que muitos dos viajantes visitaram e se fixaram na America. Sobre a desfiguracao fisica dessa mulher selvagem, em direcao a perda da sua humanidade e a sua consequente animalizacao, Hayden White coloca que "she was supposed to be surpassingly ugly, covered with hair except for the gross pendant breasts, which she threw over her shoulders when she ran. This wild woman, however, was supposed to be obsessed by a desire for ordinary men" (167).

Na America, a desfiguracao fisica da mulher selvagem tradicional -- dado o confronto empirico com a realidade descoberta, diferente das realidades fabulosas e exoticas das imaginarias viagens antigas e medievais --, normalmente cede lugar a desfiguracao moral (tal qual nas indigenas amazonas e canibais brasileiras), na qual o pensamento misogino tem grande influencia configuradora. Todavia, na cronistica sobre o Brasil colonial, notaveis tracos reminiscentes da antiga imagem daquela grotesca mulher selvagem nao desaparecem totalmente, demonstrando, com isso, o quanto marcas e motivos da cultura misogina do androcentrismo europeu ocidental podem se encontrar latentes e arraigados nas suas formas de expressao historica e social. A seguinte descricao, que o puritano protestante Jean de Lery faz da brasilindia, serve como exemplo dessa relacao entre misoginia e animalizacao da mulher, bastante frequente na cronistica colonial:

furam de modo horrivel as orelhas para nelas colocarem arrecadas e quando as retiram podem facilmente meter os dedos nos buracos. Esses brincos sao feitos com grandes conchas marinhas, brancas, rolicas e do tamanho de uma vela se sebo mea, a qual chamam vinhol; e quando se penteiam, os penduricalhos caem-lhes sobre os ombros e o peito e de longe parecem orelhas de cao perdigueiro. (119)

Esse mesmo tropo da animalizacao da mulher encontra-se sutilmente tratado, no canto IX de Os Lusiadas (1572), de Luis Vaz de Camoes, no conhecido episodio da Ilha dos Amores. Para refrigerar as duras lides e abstinencias dos valentes tripulantes e guerreiros da expedicao de Vasco da Gama as Indias (1497-1499), Venus, a protetora dos portugueses, mostra-lhes uma ilha paradisiaca, povoada por graciosas e gentis ninfas sob o comando da deusa Tetis. Alem de tais ninfas serem reduzidas ao tropo da naturalizacao, pertencentes ao cenario da flora, sao ainda objetificadas, na medida em que sao vistas como um objeto do desejo de satisfacao erotica do descobridor, e animalizadas, sendo ironicamente comparadas a cacas:
   Comecam de enxergar subitamente
   Por entre verdes ramos, varias cores,
   Cores de quem a vista julga e sente
   Que nao eram das rosas ou das flores,

   Mas de la fina e seda diferente,
   Que mais incita a forca dos amores,
   De que se vestiam as humanas rosas,
   Fazendo-se por arte mais formosas.

   Da Veloso, espantando, um grande grito:
   "Senhores, caca estranha", disse, "e esta!" (114-115)


Embora nao se refira a literatura dos descobrimentos e da colonizacao da America, tal episodio serve para indicar, de forma exemplar, aquela comentada relacao de auto-investida superioridade dos valores do genero epico ocidental. De fundamento androcentrico, patriarcal e nacionalista (Helgerson 161), tal genero, servindo a uma ordem ideologica e politica de construcao das nacionalidades ocidentais (Helgerson 161), inferioriza as civilizacoes perifericas, geralmente equacionadas a tropologias imperialistas que "orientalizam" o Oriente (Said 49-72) que, dentre outros aspectos, torna-se feminizado (Quint 29; Fonseca 61 e passim).

O discurso do genero nos descobrimentos e na colonizacao da America, a exemplo das anteriormente tropologias discutidas, termina por tornar -- dentre outras reducoes, e de forma ideologica e retorica -- a realidade americana naturalizada, principalmente atraves da bestializacao ou animalizacao, verificando-se, entao, o que Shohat diz acerca dessa estrategia: "animalization forms part of the larger, more difuse mechanism of naturalization: the reduction of the cultural to the biological, the tendency to associate the colonized with vegetative and the instinctual rather than with the learned and the cultural" (138).

Assim, por muito tempo, e quica ate os dias atuais, a America de Americo Vespucio e da colonizacao latina se representa com todos os ingredientes desse tropo da naturalizacao, do seu retrato mais como corpo que mente.

UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIAS (BRASIL)

TRABALHOS CITADOS

Badinter, Elisabeth. The Unopposite Sex: The End of the Gender Battle. Trad. Barbara Wright. New York: Harper & Row, 1989.

Beauvoir, Simone de. The Second Sex. Trad. e ed. H. M. Parshley. New York: Vintage Books/Random House, 1989.

Berger, John. Ways of Seeing. London: BBC and Penguin, 1977.

Brandao, Ambrosio Fernandes. Dialogos das grandezas do Brasil. Rio de Janeiro: Officina Industrial Graphica, 1930.

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Cardim, Fernao. "Do clima e terra do Brasil". In Cardim, Fernao. Tratados da terra e gente do Brasil. Belo Horizonte: Editora Itatiaia Ltda. / Sao Paulo: Editora da Universidade de Sao Paulo, 1980.

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Fonseca, Pedro Fonseca. "Aspectos do discurso do genero na epica portuguesa ultramarina: Venus e o Oriente em Os Lusiadas de Camoes." Letras de Hoje 108 (1997): 57-69.

Gandavo, Pero de Magalhaes. Tratado da Terra do Brasil /Historia da Provincia de Santa Cruz. Belo Horizonte: Editora Itatiaia Ltda. / Sao Paulo: Editora da Universidade de Sao Paulo, 1980.

Helgerson, Richard. Forms of Nationhood: The Elizabethan Writing of England. Chicago and London: U of Chicago P, 1992.

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Montrose, Louis. "The Work of Gender and Sexuality in the Elizabethan Discourse of Discovery." In Stanton, Donna C., ed. Discourses of Sexuality: From Aristotle to AIDS. Ann Arbor: U of Michigan P, 1992.

Quint, David. Epic and Empire: Politics and Generic Form from Virgil to Milton. New Jersey: Princeton U P, 1993.

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Shohat, Ella et al. Unthinking Eurocentrism: Multiculturalism and the Media. London and New York: Routledge, Chapman and Hall, 1994.

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Starr, Tama. The "Natural Inferiority" of Women: Outrageous Pronouncements by Misguided Males. New York: Poseidon Press, 1991.

Tuana, Nancy. The Less Noble Sex: Scientific, Religious, and Philosophical Conceptions of Woman's Nature. Bloomington: Indiana U P, 1993.

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