首页    期刊浏览 2024年11月14日 星期四
登录注册

文章基本信息

  • 标题:The opinion in the social network: influence and dynamic on Facebook/ A opiniao na rede: influencia e dinamica no Facebook.
  • 作者:Martinuzzo, Jose Antonio ; Ribeiro, Renata Rezende
  • 期刊名称:Revista Famecos - Midia, Cultura e Tecnologia
  • 印刷版ISSN:1415-0549
  • 出版年度:2015
  • 期号:January
  • 语种:Spanish
  • 出版社:Editora da PUCRS
  • 摘要:A opiniao e historica. Suas fontes, constituicao, desenvolvimento, difusao e transformacao, naquilo que chamaremos neste estudo de "regime de opiniao", dependem das condicoes socioeconomicas, politico-culturais e tecnologicas em que se formam as subjetividades e as comunidades.
  • 关键词:Online social networks;Technology and civilization;Technology and society

The opinion in the social network: influence and dynamic on Facebook/ A opiniao na rede: influencia e dinamica no Facebook.


Martinuzzo, Jose Antonio ; Ribeiro, Renata Rezende


A opiniao e historica. Suas fontes, constituicao, desenvolvimento, difusao e transformacao, naquilo que chamaremos neste estudo de "regime de opiniao", dependem das condicoes socioeconomicas, politico-culturais e tecnologicas em que se formam as subjetividades e as comunidades.

Com a pesquisa da qual deriva este artigo, buscamos verificar a condicao da constituicao da opiniao pessoal (2) em tempos de comunicacao hipermidiatica, era em que midias on e off-line compoem um painel comunicante que se projeta, se pretende e se diz ubiquo, onisciente e onipotente, alem de dialogico e imersivo. Nesse contexto, o estudo se realizou no e a partir do ambiente das redes sociais, tendo como objeto de estudo o Facebook (3), o maior site de rede social do mundo, lider tambem no Brasil.

Partimos de questoes basicas, ja discutidas ao longo de seculos, sobre o nosso tema, como, por exemplo, o que e uma opiniao?. Para chegarmos a questao central deste estudo: qual e a relacao da constituicao da opiniao pessoal com um novo ambiente comunicacional, notadamente as redes sociais? Com as redes sociais, o regime de opiniao teria novos elementos e dinamicas?

Para verificar como se da a interface entre opiniao e redes sociais, propusemos uma pesquisa aos usuarios do Facebook, que aderiram voluntariamente a investigacao, seguindo o fluxo das conexoes randomicas que se estabelecem por compartilhamentos, curtidas, etc. Importante salientar que se trata de uma pesquisa sobre redes sociais digitais, realizada no ambito de uma propria rede social digital. A divulgacao, a mobilizacao e a obtencao de respostas foram realizadas a partir de nos e conexoes do proprio Facebook.

O questionario, com 16 perguntas fechadas, especificas sobre o processo de formacao da opiniao e sua relacao com a rede social digital, ficou disponivel durante 10 dias (4), entre 27 de marco e 7 de abril de 2014, alcancando dias uteis e finais de semana. Ao todo, 402 pessoas responderam voluntariamente a enquete (5), a partir de 102 compartilhamentos em rede, alem centenas de curtidas. As respostas colhidas foram direcionadas e mantidas na plataforma especifica para realizacao de enquetes do Nucleo de Processamento de Dados (NPD) da Universidade Federal do Espirito Santo, para posterior processamento.

Sobre o metodo, e importante pontuar que a internet, como objeto de estudo ampliado, e aqui vista como "artefato cultural", numa perspectiva que "favorece a percepcao da rede como um elemento da cultura e nao como uma entidade a parte [...], pela integracao dos ambitos on-line e off-line", ressaltam Fragoso, Recuero & Amaral (2013, p. 42).

Acerca das estrategias e criterios de amostragem, seguimos um tipo de amostra "intencional", de acordo com Fragoso, Recuero & Amaral (2013, p. 81), de subtipo "em bola de neve", segundo o qual "a partir de um primeiro caso ou elemento de interesse, identifica-se outro (s), a partir desse (s), ainda outro (s), e assim por diante".

No ambito da analise de redes sociais (ARS), segundo a qual, em linhas gerais, se pode, estudando "acoes e interacoes entre atores sociais", "compreender elementos a respeito desses grupos e, igualmente, fazer generalizacoes a seu respeito", conforme salientam Fragoso, Recuero & Amaral (2013, p. 115), propusemos uma pesquisa exploratoria. Esse procedimento, segundo Gil (2002, p. 41), fundado em pesquisa bibliografica, entrevistas e analises de exemplos, "tem como objetivo proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a torna-lo mais explicito ou construir hipoteses".

A partir da constituicao desse metodo, a pergunta fundamental a que buscamos responder e: Qual o papel dos conteudos e processos comunicacionais de uma rede social--no caso, o Facebook--na constituicao da opiniao pessoal (formacao, mudanca, ajuste, etc.) contemporanea?

Buscamos delinear o alcance do Facebook, por meio de seus conteudos e dinamica comunicacional, nos processos de formacao da opiniao do internauta, na tentativa de identificar o papel da rede social na dinamica da opiniao na atualidade. E importante salientar que nao se trata de verificar qualitativamente os conteudos ou de se discutir a opiniao publica no ambiente das redes sociais. Partimos para a pesquisa com a hipotese de que as interfaces comunicacionais efetivadas via Facebook agregam-se como elemento importante a constituicao da opiniao na contemporaneidade, introduzindo novidades em seus processos e dinamicas, mas nao tomando para si um papel determinante ou conclusivo.

Relembrando que este artigo deriva de uma pesquisa mais ampla acerca da interface entre as redes sociais e o regime de opiniao atual, por questoes de espaco, aqui destacar-se-ao as questoes relativas a possivel influencia da rede no processo de formacao de opiniao pessoal dos internautas, assim como a verificacao da ocorrencia ou nao de lideres de opiniao nas redes sociais digitais. A investigacao desses possiveis fenomenos e especialmente importante, considerando o processo de formacao e difusao da opiniao nos paradigmas comunicacionais ate aqui vivenciados, inclusive o de comunicacao de massa.

Vale ressaltar que, por meio das perguntas especificas acerca da constituicao da opiniao, tambem se buscou verificar aspectos sobre possiveis interferencias/novidades no processo; convivencia/tolerancia a divergencia numa mesma rede; confiabilidade dos conteudos; usos da rede; tematicas em pauta; e dieta de midia relativa a formacao da opiniao.

Apesar de nao ser obrigatoria a resposta sobre a localidade onde do respondente, pode-se verificar o alcance geografico da pesquisa a partir das indicacoes voluntarias. Foram identificadas respostas oriundas de 14 Estados (Espirito Santo, Rio de Janeiro, Sao Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Distrito Federal, Para, Sergipe, Bahia, Goias, Parana, Roraima e Mato Grosso do Sul). Do exterior, houve respondentes na Franca, Italia, Argentina, Alemanha, Escocia, Irlanda e Estados Unidos.

Para contextualizar as analises propostas no recorte deste artigo, vamos analisar o cotidiano midiatizado, tambem atravessado pelas redes sociais digitais, com destaque ao Facebook, ambiente da pesquisa, e os conceitos de opiniao e de lider de opiniao, para, em seguida, apresentar os resultados da pesquisa empirica, efetivada a partir de um questionario on-line.

Cotidiano midiatizado

De acordo com Heller (2008, p. 32), "a vida cotidiana e a vida de todo homem", compondo-a organicamente "a organizacao do trabalho e da vida privada, os lazeres e o descanso, a atividade social sistematizada, o intercambio", entre outros. Complementa ainda a autora: "A vida cotidiana e a vida do homem inteiro; ou seja, o homem participa na vida cotidiana com todos os aspectos de sua individualidade, de sua personalidade", colocando "em funcionamento todos os seus sentidos, todas as suas capacidades intelectuais, suas habilidades manipulativas, seus sentimentos, paixoes, ideias, ideologias" (Heller, 2008,p. 32).

Para Certeau (2008), o cotidiano e constituido a partir de uma releitura, ou uma reconstrucao que as pessoas fazem das referencias (materiais e ideologicas) que lhes sao importantes. Assim, cada individuo produz um jeito proprio de existir, a partir de seus referencias peculiares, das ferramentas que tem a disposicao e do saber proprio de cada um. Enfim, e no cotidiano que o homem nasceu, nasce e renasce, dia apos dia.

Vive-se atualmente um cotidiano midiatizado. Nessa realidade, "as instituicoes, as praticas sociais e culturais articulam-se diretamente com os meios de comunicacao, de tal maneira que a midia se torna progressivamente o lugar por excelencia da producao social de sentido, modificando a ontologia tradicional dos fatos sociais", configurando-se o que Sodre (1996, p. 27) denomina como "sociedade midiatizada". Castells (2001, p. 353) fala da ocorrencia da "cultura da virtualidade real", em que as relacoes sociais, incluindo-se a conformacao da subjetividade individual e a maioria dos coletivos contemporaneos, sao estabelecidas a partir de interfaces comunicacionais e mobilizadas por conteudos midiaticos.

Para Cardoso (2007), essa cultura tem lugar no paradigma da comunicacao em rede. O pesquisador destaca que a comunicacao em rede se da basicamente pela articulacao de mediacoes, pela constituicao de um mix de acessos e emissoes conformado a partir das intencoes, desejos e necessidades do usuario, configurando-se um mosaico de interfaces. "Como seres sociais, nao usamos apenas uma unica midia como fonte de comunicacao, informacao, acao e entretenimento, mas as combinamos, usamo-las em rede" (Cardoso, 2010, p. 29).

Segundo este conceito, essas redes particulares de comunicacao "estao baseadas na televisao e na Internet, estabelecendo ligacoes ao usar diferentes tecnologias de comunicacao e informacao, como o telefone, o radio, a imprensa escrita etc.", esclarece Cardoso (2010, p. 28), falando do estabelecimento de uma dieta de midia.

Constituida como uma metafora da dieta alimentar, a partir da citacao de Cardoso, entende-se "dieta de midia" como o conjunto de midias pessoais e de massa, on e offline, articuladas/utilizadas pelo utilizador conforme suas necessidades e desejos de trocas comunicacionais.

Essa dieta de comunicacao pessoal, que, em razao do alcance das redes sociais digitais, por exemplo, pode se tornar de massa, conforma salienta Castells (2009), e um novo componente no processo de formacao de opiniao. Em que medida e como ela participa dessa que poderia ser a reinvencao do que chamamos de regime de opiniao e o que se busca averiguar com este estudo.

A opiniao e seu regime sao fenomenos de atualizacao/reinvencao constante, conectadas que estao a experiencia concreta/cotidiana da existencia, seja em seus fundamentos (temas, crencas, valores, pautas, etc.), seja em seus processos (meios, dinamicas, temporalidades, etc.). Investigar o regime de opiniao em face das redes sociais e importante quando se tem em conta que o cotidiano e um ininterrupto processo de invencoes e reinvencoes a partir daquilo que o homem tem a sua disposicao para tecer a sua historia, incluindo suas opinioes e, mais recentemente, redes sociais.

Redes sociais digitais

O estudo da interface entre tecnologias e as sociabilidades requer um pronto esclarecimento da referencia que se faz sobre a contingencia de sua intersecao com os demais fundamentos da vida socioeconomica e politico-cultural. Acreditamos que exista uma dialetica entre sociedade e tecnologia, uma dinamica multidirecional que envolve relacoes sociais, cultura, economia, politica, tecnologias, ideologias. Processo em que os interesses sao multiplos, mas no qual tambem os usos concretos acabam por influir na modelagem das tecnologias a medida que se realizam.

Nesse contexto, e que nas ultimas decadas se estabeleceram os sites de redes sociais. De inicio, o que e uma rede? Santos (1999) afirma que ha duas dimensoes matrizes para definicao de rede, uma que considera seu "aspecto material" e outra em que tambem se considera seu lado social. Tecnicamente falando, o autor reporta que uma rede e toda infraestrutura que permite o transporte de materia, energia e/ou informacao, inscrita sobre um determinado territorio e constituindo uma topologia de "pontos de acesso ou pontos terminais, seus arcos de transmissao, seus nos de bifurcacao ou de comunicacao" (Santos, 1999, p. 209).

Mas Santos (1999, p. 209) afirma que uma rede "e tambem social e politica, pelas pessoas, mensagens, valores que a frequentam. Sem isso e a despeito da materialidade com que se impoe aos nossos sentidos, a rede e, na verdade, uma mera abstracao". Considerando o aspecto social como crucial para a definicao do que seja uma rede, o geografo cita a proposicao de que "o termo rede seja limitado aos sistemas criados pelo homem, deixando aos sistemas naturais o nome de circuitos" (Santos, 1999, p. 209).

Nessa direcao, conforme destaca Castells (2001), as redes sao a base da experiencia humana. A sociabilidade se conforma a partir conexoes varias, permitidas e viabilizadas pelos mais diversos meios. As autoras Fragoso, Recuero & Amaral (2013, p. 117) afirmam que sites de redes sociais "[...] sao caracterizados pela construcao de um perfil com caracteristicas identitarias (que sao percebidos como atores sociais) e com a apresentacao de novas conexoes entre esses perfis (as arestas na rede social)".

De acordo com Recuero (2009, p. 24) uma rede social digital " [...] e definida como um conjunto de dois elementos: atores (pessoas, instituicoes ou grupos; os nos da rede) e suas conexoes (interacoes ou lacos sociais)", sendo que " [...] redes sociais na internet possuem elementos caracteristicos que servem de base para que a rede seja percebida e as informacoes a respeito delas sejam apreendidas" (Recuero, 2009, p. 24).

Segundo Neiva (2009, p. 472), o diferencial inicial do Facebook foi a disseminacao da ideia de microblogging, com publicacoes de tamanho restrito, e da oferta de "[...] news feed diretamente aos usuarios que eram 'amigos', transformando a rede de relacoes sociais num vasto tsunami de fofocas".

Em linhas gerais, pode-se dizer que redes sociais digitais sao "lugares" ou territorialidades (ou a experiencia que se constitui em determinado territorio, aqui, territorio informacional, registre-se) no ciberespaco que se destinam a "reunir" pessoas para compartilhamento, entre amigos, organizacoes e comunidades, de mensagens diversas, com narrativas feitas a partir de fotos, textos, videos, animacoes, entre outros.

Segundo Santaella (2013, p. 43), ao criar um perfil nas redes, "as pessoas passam a responder e a atuar como se esse perfil fosse uma extensao sua, uma presenca extra daquilo que constitui sua identidade. Esses perfis passam a ser como estandartes que representam as pessoas que os mantem". Recuero (2013, p. 58) vai mais alem e afirma que redes sociais permitem aos usuarios "criar e manter uma 'identidade' que pode ser legitimada pelos demais, gerando ainda outros valores, tais como reputacao e autoridade".

O fato e que as redes sociais digitais se misturaram as tramas do cotidiano atual, ate porque toda e qualquer tecnologia so se realiza no seu uso social e este esta condicionado pelo homem e suas ideias, no cotidiano nada simples, para nao dizer supercomplexo, que serve de territorio a historia.

E a historia atual e atravessada pelas redes sociais digitais. Segundo pesquisa recente feita pela PwC em quatro paises (EUA, Reino Unido, China e Brasil), com mil entrevistados em cada nacao, o brasileiro e o que mais acessa as redes sociais via smartphones e celulares no mundo (6).

O Facebook faz parte dessa historia de modo bem particular. No Brasil (7), e a rede social de maior alcance (8), totalizando 76 milhoes de usuarios, abaixo da India e dos EUA. No entanto, o pais esta em segundo lugar em acessos, atras apenas dos estadunidenses, sendo os brasileiros mais assiduos que os indianos. Ao todo, 47 milhoes de brasileiros acessam a rede todos os dias, so atras dos Estados Unidos em frequencia. Quanto ao Facebook, e acessado pelo menos uma vez por semana por 95% dos brasileiros.

Segundo Neiva (2013, p. 472), com o Facebook, passou-se a se saber, instantaneamente, sem precisar ir atras, "[...] das novas relacoes dos outros, dos gostos musicais, das mudancas de emprego, das novas fotos postadas". Diriamos mais, passou-se a saber das opinioes alheias e a se midiatizar as proprias, numa dinamica que aqui se busca compreender.

Opiniao

A invencao da politica pelos gregos trouxe a tona a questao da opiniao no contexto da vida coletiva. Este tema mobiliza pensadores ha milenios, tendo Platao e Aristoteles entre os precursores. No ambito desta pesquisa, opiniao e uma "crenca adotada como verdade pelo senso comum, sem qualquer reflexao a respeito de sua validade, de seus pressupostos e dos meios pelos quais foi obtida", registra Neiva (2013, p. 411).

Dentre as varias possibilidades conceituais sobre a opiniao e seu lugar na vida social, Kant (2009) se coloca como um filosofo que ate hoje influencia reflexoes nesse campo. Para o filosofo, a opiniao e juntamente com a fe e a ciencia, um dos tres graus possiveis de crenca: "[...] fato de nosso entendimento, suscetivel de se estabelecer sobre principios objetivos, mas que exige tambem causas subjetivas no espirito daquele que julga"( Kant, 2009, p. 517).

O pensador afirma que nao se deve jamais "ter uma opiniao sem pelo menos ter algum conhecimento por meio do qual o juizo em si propriamente problematico se encontre ligado a verdade por uma relacao que, sem ser completa, no entanto, e algo mais que uma ficcao arbitraria" (Kant, 2009, p. 517).

Com o percurso entre a opiniao e a verdade, Matheus (2011) afirma que Kant buscava reconstruir o caminho indicado por Platao. Segundo o autor, "para ambos, a opiniao nao e a verdade, mas se constitui numa disposicao para chegar a verdade", sendo que a opiniao estaria num estagio intermediario, "acima da ignorancia e abaixo do saber. Opinar seria ja ter saido da ignorancia, sem ter ainda atingido o saber" (Matheus, 2011, p. 65).

Em linhas gerais, uma opiniao e uma consideracao articulada em direcao a verdade de cada um ou a verdade de um grupo, mas tendo-se consciencia de que essa avaliacao se sustenta a partir de uma insuficiencia subjetiva ou objetiva do que seria a verdade ainda por se alcancar. De acordo com Matheus (2011, p. 10), a opiniao "e uma forca que nasce de algo inteiramente humano--o poder de julgar", sendo a vida "uma soma de julgamentos proprios e alheios".

A opiniao esta na base das decisoes, das acoes, das projecoes, dos projetos. Como conhecimentos e julgamentos, por incompletos e provisorios que sejam, as opinioes ajudam a constituir o cotidiano de decisoes sem fim, das mais ordinarias as mais extraordinarias.

Como diz Matheus (2011, p.10), a opiniao e importante porque, primeiramente, "ao expressar suas proprias opinioes, cada individuo se oferece aos demais, num ato de adesao social". Dai a sua centralidade as sociabilidades e o interesse quanto aos seus aspectos constitutivos, como ocorre com esta pesquisa, especialmente acerca da influencia do Facebook e quanto a ocorrencia nas redes de lideres de opiniao, cuja conceituacao se ve a seguir.

Formadores de opiniao

Com a comunicacao "dialogica", "autonoma", "popularizada" e on-line permitida pela internet e muito mais ainda pela web 2.0 na decada passada, os entusiastas do ciberespaco previam o fim dos lideres ou formadores de opiniao, figuras centrais da "mass communication". Como o tema e relevante, dada a sua centralidade ao paradigma de comunicacao, sem falar que a opiniao e seu regime sao centrais a sociedade de hoje, dedicou-se atencao nesta pesquisa a questao dos formadores de opiniao.

Os lideres de opiniao, segundo Paul Lazarsfeld e Robert Merton, investigadores renomados das pesquisas funcionalistas em comunicacao, citados por Ferreira (2009, p. 224), se colocariam como elementos intermediarios entre os meios de comunicacao - emissores--e a massa--os receptores.

Para Ferreira (2009, p. 224), "[...] descobriu-se o papel da credibilidade da fonte na mudanca da opiniao dos receptores [...]. Quanto maior a credibilidade, mais eficaz a transmissao de conteudos". A partir dos estudos de Lazarsfeld, em meados do seculo passado, verificou-se que os lideres de opiniao "sao as verdadeiras mediacoes entre os meios de comunicacao e os individuos menos interessados" (Ferreira, 2009, p. 224).

Mas quem seriam os lideres de opiniao? As palavras sao do proprio Lazarsfeld, citado por Wolf (2003, p. 38): "individuos muito envolvidos e interessados no tema e dotados de mais conhecimentos sobre ele. Chama-los-emos de lideres de opiniao".

A atuacao dos lideres de opiniao institui o que os pesquisadores da mass communication research chamam de two-step flow of communication (fluxo da comunicacao em dois niveis). Ou seja, nao ha comunicacao direta entre as midias e os publicos, conforme se defendia nos principios das pesquisas em comunicacao (Teoria Hipodermica). De acordo com Wolf (2003, p. 40), os lideres de opiniao e a dinamica que impoem ao processo de comunicacao compoem "um dos modos em que se formam as opinioes do individuo dentro das relacoes estaveis de grupo".

O objetivo aqui e observar se este fenomeno, comum a comunicacao de massa, se registra no paradigma da comunicacao em rede.

Influencia e dinamica de opiniao na rede

Antes de apresentar os resultados, salienta-se que o regime de opiniao estudado ocorre no ambito do que se chama de comunicacao mediada por computador (CMC), notadamente as redes sociais digitais. Entretanto, realizamos o estudo entendendo que o regime de opiniao em rede social digital nao se esgota no ciberespaco, mas integra um regime de opiniao mais amplo, em rede, dir-se-ia, dialogando com outros lugares de opiniao, como a conversa entre amigos ou familiares, por exemplo.

Recuero (2012, p. 9) afirma que a "conversa e uma pratica de linguagem genuinamente cotidiana, pois, todos os dias, conversamos uns com os outros, respondendo, contestando, concordando, opinando (grifo nosso)". Assim, a conversacao "e o genero mais basico da interacao humana".

Para Recuero (2012, p. 172) a conversacao sao "trocas de mensagens ocorridas entre dois atores durante um determinado periodo de tempo, caracterizado pela alternancia dos turnos de fala. Alem disso, observamos essa conversacao em rede, ou seja, em espacos que expressam essas redes e as constituem".

Nesse sentido, como estariam se relacionando elementos tao corriqueiros ao dia a dia, como a opiniao e as redes sociais digitais, amalgamados pelo fato comum de que ambos estao no universo da comunicacao, no ambito da conversacao--"o genero mais basico da interacao humana"?

Influencia

Para verificar se ha influencia dos conteudos e dinamicas do Facebook no regime de opiniao pessoal dos internautas, e em que medida ela se daria, na hipotese de as postagens influirem, foram feitas quatro perguntas no inicio da enquete (1, 2, 3 e 4).

Quando se trata de terceiros, ou seja, do outro, 99,25% dos respondentes dizem que o Facebook influencia a opiniao das pessoas. Desse total, 53,23% acham que as postagens influenciam muito.

Mas quando se trata de se avaliar, ou seja, de verificar a influencia no seu proprio caso, os respondentes ja sao mais economicos. Quase 1/3 dos participantes diz que suas opinioes nao sofrem influencia do Facebook. De toda sorte, a maioria absoluta se admite influenciada pelas mensagens da rede social digital (73,88%).

Aprofundando o mapeamento da influencia do Facebook, perguntou-se se alguma vez o participante ja tinha mudado de opiniao apos ter acessado na rede uma opiniao diferente da sua. Cerca de 78% admitiram que sim. Isso aconteceu poucas vezes para 68,41% desses respondentes e muitas vezes para 9,20%.

Acerca da influencia do Facebook na formacao da pauta de assuntos sobre os quais o respondente reflete ou busca formar opiniao, para cerca de 91% ela e concreta. Os conteudos sempre influenciam 12,19% e as vezes influenciam 53,48%, sendo que para 24,88% ha influencias, mas apenas raramente.

Na avaliacao geral sobre a possivel influencia dos conteudos e dinamicas do Facebook na opiniao dos internautas, as pessoas (99%) acham que a rede social influencia a opiniao dos terceiros, mas nao tem tanta influencia sobre si--apenas 74% confessam ser influenciados. Cerca de 78% ja mudou de opiniao por causa da rede social digital e mais de 90% a utilizam para formar opiniao.

Dinamica

Para verificar a dinamica opinativa, buscando descobrir se ha ocorrencia ou nao de lideres/formadores de opiniao na rede, e sua eventual importancia com relacao a outros formadores de opiniao no contexto de outros espacos de sociabilidade, formulamos as questoes 13 e 14. Mais de 75% dos entrevistados disseram que identificam formadores de opiniao em suas redes.

A questao 14 era direcionada ao conjunto que marcou SIM na questao anterior, demandando aos respondentes que fizessem uma comparacao quanto ao nivel de influencia do formador de opiniao do Facebook com relacao a lideres de opiniao atuantes em espacos tradicionais.

Vale dizer, antes de seguir e mostrar as comparacoes, que alguns inabilitados responderam topicos desta questao e nem todos habilitados o fizeram, causando uma margem de cerca de 2% para mais ou para menos, em alguns casos, no numero de respondentes. Lembrando que a base de entrevistados habilitados a fazer essas comparacoes, porque enxergaram a ocorrencia de lideres na rede na pergunta anterior, e de 302.

Aqui nao e espaco para especulacoes, mas se pode imaginar que, tratando-se de lideres que mais se colocam na berlinda cotidianamente, as pessoas ficaram mais tentadas a comparar, mesmo ignorando que estavam inabilitadas para tal. Sao os casos nos quais as marcacoes superam os 302 previsiveis: jornalistas, politicos e professores, que obtiveram mais respostas (309, 305, 308) respectivamente.

Quando se trata de formadores menos questionados diariamente, geralmente vistos como unanimidades nos seus grupos de fieis/seguidores/fas, como padres e pastores, cientistas e artistas, as respostas estao abaixo do patamar de 302 (293, 296, 298, respectivamente). Ou seja, nem todos os habilitados se animaram fazer comparacoes.

Ou seja, e bem plausivel demarcar que essa discrepancia numerica mostre a afetacao (positiva ou negativa) que a questao causou nos entrevistados, mesmo naqueles que nao se habilitaram a responde-la e tambem nos habilitados, de forma diversa, e claro. A seguir, as confrontacoes.

Em comparacao com os jornalistas, a maioria dos respondentes acha que o nivel de influencia dos lideres do Facebook e igual ao dos profissionais da imprensa. Cerca de 1/3 pensa que e maior e quase 26% acham que os formadores de opiniao de suas redes tem menos importancia discursiva que os jornalistas.

No confronto com os politicos, a maioria dos respondentes acha que o nivel de influencia dos lideres da rede e maior. Cerca de 21% pensa que e igual e mais de 35% acham que eles tem menos peso opinativo que os politicos.

Em comparacao com padres e pastores, a maioria acha que o nivel de influencia dos lideres de opiniao das redes e menor. Para cerca de 30% e maior e 24% acham que eles tem o mesmo nivel de influencia.

No comparativo com professores, a maioria acha que o nivel de influencia dos lideres de opiniao das redes e igual. Para cerca de 34%, e maior e 25% acham que eles tem um nivel de influencia menor que os professores.

Comparados com os cientistas, a maioria acha que o nivel de influencia dos lideres de opiniao das redes e menor. Para cerca de 33%, e maior e 20% acham que eles tem um nivel de influencia igual ao dos cientistas.

Cotejados com os artistas, a maioria acha que o nivel de influencia dos lideres de opiniao das redes e igual a deles. Para cerca de 35%, e maior e 28% acham que eles tem um nivel de influencia menor que os artistas.

Ou seja, pela pesquisa, constata-se que os formadores de opiniao estao em plena forma neste novo ambito de comunicacao e se vislumbra que as liderancas em rede tem prestigio maior que o dos politicos, influencia igual a dos jornalistas, professores e artistas. So perdem em referencia opinativa para cientistas e padres e pastores.

Primo (2009, p. 303) afirma que redes como a web ("sem escalas") "caracterizam-se por uma grande quantidade de nos com poucas conexoes e por poucos polos cujos nos tem um alto numero de links (os hubs)". Barabasi (2009, p. 50) afirma que os hubs ("nos altamente conectados") equivalem, na web, aos conectores presentes nas mais redes diversas redes de relacionamento: "eles criam tendencias e modas, fazem contatos importantes, espalham novidades [...]".

Para alem do marco eminentemente tecnico a sustentar tal afirmativa (redes aleatorias, cujos nos teriam numero semelhante de conexoes versus redes sem escalas, com nos diferenciados quanto ao numero de links), esses perfis de referencia em opiniao nas redes poderiam ser considerados um tipo peculiar de hub.

Assim, de acordo com nosso objeto de estudo, um hub lider de opiniao seria o equivalente aos formadores de opiniao do paradigma da comunicacao de massa. O proprio Primo (2009, p. 303) faz essa aproximacao: "[...] partindo do pressuposto de que os nos com grande numero de conexoes em uma rede social tem maior potencial de fazer circular informacoes, muitas campanhas promocionais vem buscando utilizar o potencial persuasivo desses hubs para fins estrategicos".

Enfim, como lideres de opiniao ou hubs lideres de opiniao, o fato e que o ambiente das redes sociais digitais herdou da comunicacao de massa a figura do formador de opiniao, o individuo disposto a defender seus pontos de vista, com mais informacao e argumentos, persuadindo ou inspirando aqueles menos devotados a reflexao, por indisposicao ou falta de elementos retorico-informativos.

"Os hubs sao o mais forte argumento contra a visao utopica de um ciberespaco igualitario. Sim, todos temos o direito de colocar o que quisermos na Web. Mas alguem percebera? ", argumenta Barabasi (2009, p. 53), afirmando que, em razao de a Web nao ser randomica, nao nos dando as mesmas chances de sermos vistos e ouvidos, por praticidade de buscas e respostas e contra a invisibilidade da rede, "[...] coletivamente, de certa forma, criamos hubs [...]", seja por meio de decisoes conscientes e autonomas, seja por meio de algoritmos.

Conclusao

A pesquisa da qual deriva este artigo fornece, no limite de sua metodologia e corpus, elementos para fazer ampliar a fronteira dos estudos de redes sociais e, quanto ao seu objeto, a opiniao, produziu elementos que se podem considerar uteis a discussao do problema constituido para a investigacao, que articula dois importantes ingredientes a vida atual, quais sejam, a propria opiniao e as redes sociais digitais.

No quadro geral de analise sobre a influencia do Facebook no regime de opiniao, pode-se se perceber a presenca muito marcante da rede social na composicao das ideias e pensamentos cotidianos do internauta.

Essa dinamica de midiatizacao da opiniao, com o Facebook participando do regime de opiniao dos internautas, e uma evidencia concreta dos fundamentos do cotidiano midiatizado, discutido na secao inicial deste artigo.

Segundo tal paradigma, na contemporaneidade, a vida e articulada, cada vez mais, pelas conexoes midiaticas, e a existencia e crescentemente mobilizada/dinamizada pelos conteudos que circulam no sistema linfatico da comunicacao em rede de midias.

Em sua interface com o Facebook, o regime de opiniao se midiatizou efetivamente, afinal quase 100% reconhece a influencia da rede social, 80% se confessam influenciados, 78% ja mudaram de opiniao por causa dela e mais de 90% se diz pautado pelo Facebook na sua agenda cotidiana de reflexao e opiniao.

Acerca da investigacao sobre uma possivel ocorrencia de formadores de opiniao, fazendo jus a polemica em torno do assunto, o estudo mostra que eles nao estao firmes e fortes na rede como, em alguns casos eles rivalizam com lideres tradicionais.

Ao contrario do que se vaticinou, conforme dissemos, dos estudos sobre campanhas eleitorais nos Estados Unidos, em tempos de comunicacao de massa no seculo XX, a era da comunicacao em redes digitais, parece que os lideres de opiniao sobreviveram e se mantem.

E o cotidiano se reinventado pelas praticas comunicacionais e suas tecnologias correlatas, nao de forma abrupta, mas no ritmo das demandas, sonhos, projetos e necessidades que sao, inclusive, moldados e mobilizados pelas opinioes, cada vez mais midiatizadas e em rede.

http://dx.doi.org/10.15448/1980-3729.2015.1.19448

REFERENCIAS

BARABASI, Albert-Laszlo. Linked. Sao Paulo: Leopardo Editora, 2009.

CARDOSO, Gustavo. Da comunicacao em massa a comunicacao em rede: modelos comunicacionais e a sociedade da informacao. In: MORAES, Denis (Org.). Mutacoes do visivel. Rio de Janeiro: Pao e Rosas, 2010.

CARDOSO, Gustavo. A midia na sociedade em rede. Rio de Janeiro: Fundacao Getulio Vargas, 2007.

CASTELLS, Manuel. Redes de indignacao e esperanca. Rio de Janeiro: Zahar, 2013.

--. Communication Power. New York: Oxford University Press, 2009.

--. A sociedade em rede. Sao Paulo: Paz e Terra, 2001.

CERTEAU, Michel. A Invencao do Cotidiano--artes de fazer. Rio de Janeiro: Vozes, 2008.

FERREIRA, Wilson Roberto Vieira. Lazarsfeld, Paul. In: MARCONDES FILHO, Ciro. Dicionario da Comunicacao. Sao Paulo: Paulus, 2009.

FRAGOSO, Suely; RECUERO, Raquel; AMARAL, Adriana. Metodos de pesquisa para a internet. Porto Alegre: Sulina, 2013.

GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. Sao Paulo: Atlas, 2002.

HELLER, Agnes. O cotidiano e a historia. Sao Paulo: Paz e Terra, 2008.

KANT, Immanuel. Critica da razao pura. Sao Paulo: Martin Claret, 2009.

MATHEUS, Carlos. As opinioes se movem nas sombras. Sao Paulo: Atlas, 2011.

NEIVA, Eduardo. Dicionario Houaiss de Comunicacao e Multimidia. Sao Paulo: Publifolha, 2013.

PRIMO, Alex. Interacoes em rede. Porto Alegre: Sulina, 2013.

--. Redes Sociais. In: MARCONDES FILHO, Ciro. Dicionario da Comunicacao. Sao Paulo: Paulus, 2009.

RECUERO, Raquel. A conversacao em rede--comunicacao mediada pelo computador e redes sociais na internet. Porto Alegre: Sulina, 2012.

--. Atos de ameaca a face e a conversacao em redes sociais na internet. In: PRIMO, Alex. Interacoes em rede. Porto Alegre: Sulina, 2013.

--. Redes sociais na internet. Porto Alegre: Sulina, 2009.

SANTAELLA, Lucia. Intersubjetividade nas redes digitais: repercussoes na educacao. In: PRIMO, Alex. Interacoes em rede. Porto Alegre: Sulina, 2013.

SANTOS, Milton. Por uma outra globalizacao--do pensamento unico a consciencia universal. Rio de Janeiro: Record, 2000.

--. A natureza do espaco--tecnica e tempo, razao e emocao. Sao Paulo: Hucitec, 1999.

SODRE, Muniz. Reinventando a Cultura. Petropolis: Vozes, 1996.

WOLF, Mauro. Teorias das comunicacoes de massa. Sao Paulo: Martins Fontes, 2003.

NOTAS

(1) Estudo derivado da pesquisa "A opiniao e a rede: dinamica e processos no Facebook", realizada no ambito do estagio pos-doutoral do primeiro autor, com a supervisao da segunda autora, no Programa de Pos-Graduacao em Midia e Cotidiano da UFF, em 2014.

(2) Aqui nao se trata de estudar a chamada "opiniao publica", area de pesquisa que movimenta as ciencias humanas e sociais. O nosso objeto nao e o "acordo da totalidade, ou da grande maioria, das opinioes de uma coletividade sobre questoes de interesse geral", ou seja, a "opiniao publica" nas palavras de Neiva (2013). O proposito e verificar as condicoes atuais da constituicao da opiniao individual a partir da contingencia das redes sociais. Nao se trata de estudar a formacao de opiniao da maioria e/ou de consensos, mas da opiniao pessoal, que, por seu carater relacional, pode ser virtualmente individual, coletiva, em rede ou ate publica.

(3) O Facebook e a maior rede social em atividade no mundo, agregando mais de 1 bilhao de "curtidores", com capital negociado na bolsa de valores das empresas de tecnologia, Nasdaq, avaliado em mais de US$ 100 bilhoes. Fundado em 4 de fevereiro de 2004, e aberto ao publico em 2006, e a rede social de maior alcance no Brasil, totalizando 76 milhoes de usuarios, abaixo da India e dos EUA.

(4) Sobre o periodo de disponibilizacao da enquete, vale ressaltar que a logica de atualizacoes do Facebook nao prescreve ou recomenda longos intervalos de colheita de dados. A maioria das respostas, pudemos verificar empiricamente, ocorre imediatamente apos as postagens das mensagens solicitando a participacao. Assim, ficar repetindo tais posts nao fara nada alem do que cansar aqueles que ja responderam e irritar aos que nao interessaram logo de primeira. Vale dizer que fizemos uma postagem inicial e mais tres compartilhamentos do post inicial.

(5) Mundo afora, a media de respondentes a pesquisas on-line em redes sociais gira em torno de 300 pessoas, sendo que na, maioria das vezes, se oferecem recompensas para incentivar a participacao. No nosso caso, a adesao foi absolutamente voluntaria. Uma das pesquisas que mais repercutiram mundialmente sobre o "universo" Facebook--estudo de uma universidade alema que apontou a inveja como um sentimento comum despertado entre os usuarios da rede social digital--ofereceu vales para compras na www.amazon.de para incentivar respostas a seus dois questionarios distintos sobre o mesmo tema. Em um levantamento, os pesquisadores alemaes conseguiram 357 adesoes e em outro, foram coletadas 227 respostas. Disponivel em: <http://warhol. wiwi.huberlin.de/~hkrasnova/0ngoing_Research_files/WI%202013%20Final%20Submission%20Krasnova.pdf>. Acesso em: 1[degrees] abr. 2014.

(6) Disponivel em: <http://oglobo.globo.com/sociedade/tecnologia/sou-brasileiro-nao-desligo-nunca-12195500>. Acesso em: 16 abr. 2014.

(7) Segundo dados do Ibope Media, publicados na Revista Info Exame de 03 de outubro de 2013, somos 105 milhoes de internautas, sendo que 57,2 milhoes de usuarios acessam regularmente a Internet. Na edicao de 18 de dezembro de 2013, a revista IstoE informa, segundo dados da Pesquisa TIC Domicilios e IBGE, que os maiores percentuais de acesso a web estao entre os jovens (70% dos que tem entre 10 e 15 anos; 74% dos que tem 16 a 24 anos; 62% dos que tem 25 a 34 anos; 46% dos que tem 35 a 44 anos; 31% dos que tem 45 e 59 anos; e 8% dos que tem mais de 60 anos) e os mais ricos (94% dos que estao na classe A, 80% da classe B, 47% da C e 14% da D/E) e os que tem os mais altos graus de instrucao (1% entre analfabetos/educacao infantil; 30% dos que possuem ensino fundamental; 72% entre aqueles com ensino medio; e 93% daqueles detentores de nivel superior).

(8) Disponivel em: <http://g1.globo.com/tecnologia/noticia/2013/09/brasil-e-o-2-pais-com-mais-usuarios-que- entramdiariamente-no-facebook.html>. Acesso em: 04 nov. 2013.

Recebido: 23.11.2014

Aceito: 10.02.2015

Endereco dos autores:

Jose Antonio Martinuzzo <martinuzzo@hotmail.com>

Departamento de Comunicacao Social

Universidade Federal do Espirito Santo

Av. Fernando Ferrari, 514

29075-910 Vitoria, ES, Brasil

Renata Rezende Ribeiro <renatarezender@yahoo.com.br>

Universidade Federal Fluminense

Programa de Pos-Graduacao em Midia e Cotidiano/IACS 2

Rua Tiradentes, 148--Bairro Inga

24210-510 Niteroi, RJ, Brasil

JOSE ANTONIO MARTINUZZO

Professor Doutor do Departamento de Comunicacao Social da Universidade Federal do Espirito Santo (UFES) e do Programa de Pos-Graduacao em Comunicacao e Territorialidades, Universidade Federal do Espirito Santo (UFES), do qual e coordenador-adjunto.

<martinuzzo@hotmail.com>

RENATA REZENDE RIBEIRO

Professora Doutora do Departamento de Comunicacao Social da Universidade Federal Fluminense (UFF) e do Programa de Pos- Graduacao em Midia e Cotidiano, Universidade Federal Fluminense (UFF).

<renatarezender@yahoo.com.br>
Tabela 1

Sexo           Respondentes   Percentual

Feminino           264          65,67%
Masculino          138          34,33%
Total              402           100%

Escolaridade   Respondentes   Percentual

Fundamental         03          0,75%
Medio               33          8,21%
Superior           200          49,75%
Pos                166          41,29%
Total              402           100%

Tabela 2

1--Voce acha que as postagens das redes   Respondentes   Percentual
sociais, incluindo o Facebook,
influenciam a opiniao das pessoas?

Nao influenciam                                03          0,75%
Influenciam pouco                             185          46,02%
Influenciam muito                             214          53,23%
Total                                         402           100%

Tabela 3

2--As mensagens dos seus amigos virtuais   Respondentes   Percentual
no Facebook influenciam as suas
opinioes pessoais?

Nao influenciam                                105          26,12%
Influenciam pouco                              256          63,68%
Influenciam muito                               41          10,20%
Total                                          402           100%

Tabela 4

3--Alguma vez, voce ja mudou de opiniao   Respondentes   Percentual
sobre determinado assunto apos acessar
uma opiniao diferente da sua no
Facebook?

Nunca mudei                                    90          22,39%
Poucas vezes                                  275          68,41%
Muitas vezes                                   37          9,20%
Total                                         402           100%

Tabela 5

4--Os conteudos do Facebook ajudam a     Respondentes   Percentual
definir os temas sobre os quais voce
busca refletir e formar opiniao no seu
dia a dia?

Nao influenciam                               38          9,45%
Raramente influenciam                        100          24,88%
As vezes influenciam                         215          53,48%
Sempre influenciam                            49          12,19%
Total                                        402           100%

Tabela 6

13--Na sua rede social, voce identifica   Respondentes   Percentual
algum lider/formador de opiniao, alguem
que influencia a opiniao dos demais
participantes do grupo?

Nao                                           100          24,88%
Sim                                           302          75,12%
Total                                         402           100%

Tabela 7

Lideres em rede X jornalistas

Influencia   Respostas   Porcentagem

Igual           125        40,45%
Maior           105        33,98%
Menor           79         25,57%
Total           309         100%

Tabela 8

Lideres em rede X politicos

Influencia   Respostas   Porcentagem

Igual           65         21,33%
Maior           132        43,27%
Menor           108        35,40%
Total           305         100%

Tabela 9

Lideres em rede X padres/pastores

Influencia   Respostas   Porcentagem

Igual           70         23,90%
Maior           89         30,37%
Menor           134        45,73%
Total           293         100%

Tabela 10

Lideres em rede X professores

Influencia   Respostas   Porcentagem

Igual           125        40,58%
Maior           105        34,10%
Menor           78         25,32%
Total           308         100%

Tabela 11

Lideres em rede X cientistas

Influencia   Respostas   Porcentagem

Igual           60         20,27%
Maior           98         33,10%
Menor           138        46,63%
Total           296         100%

Tabela 12

Lideres em rede X artistas

Influencia   Respostas   Porcentagem

Igual           109        36,59%
Maior           105        35,23%
Menor           84         28,18%
Total           298         100%


联系我们|关于我们|网站声明
国家哲学社会科学文献中心版权所有