Startups in the way of a possible Organizational Educomunication: First Act/ Comunicacao/educacao nas organizacoes? Primeiro ato de uma metodologia de analise aplicada junto a startups.
Palmerston, Virginia Borges ; Braighi, Antonio Augusto
Introducao
O Centro Universitario de Belo Horizonte (UniBH) criou em 2013 um
grupo de pesquisas em Educomunicacao, tendo, em uma das linhas de
investigacao, o objetivo de desenvolver pesquisas sobre a inter-relacao
Comunicacao/Educacao no ambito das organizacoes que tenham a formacao e
a transformacao pelo conhecimento como constitutivas de determinadas
atividades e interacoes sociais.
O Grupo busca compreender o potencial, meios, usos e tecnicas da
Educomunicacao no envolvimento com o sujeito social, focando
especificamente nas organizacoes, a fim de verificar o que pode resultar
na melhor utilizacao de tais ferramentas, assim como dos dispositivos
midiaticos.
Para alem da Educomunicacao, levantamos, durante quase um ano,
conceitos primordiais para nosso estudo, tais como: organizacoes e
sujeitos aprendentes e organizacoes de aprendizagem. Com base nesses,
realizamos um mapeamento de empresas instaladas na capital mineira que
empregassem acoes de vies educomunicativo e/ou de aprendizagem
organizacional. Apesar de algumas organizacoes afirmarem que realizam
tais praticas, investigando mais a fundo, percebeu-se que a educacao era
parte constitutiva apenas de seus objetivos comerciais, como
treinamentos, cursos de formacao, entre outros. Partimos, pois, para o
primeiro ato de nossa investigacao e encontramos nas startups um
potencial corpora para aplicacao das categorias levantadas pelo grupo e,
em seguida, para a verificacao dos resultados.
Neste artigo apresentamos o resultado desse primeiro momento em que
cruzamos teorias com a pratica, quando observamos, na primeira startup
pesquisada, a Samba Tech, sete categorias fundamentadas em levantamento
teorico anterior. O resultado desse trabalho aponta para uma serie de
particularidades desse tipo de empresa, sinalizando uma possivel
"Educomunicacao Organizacional".
Revendo os conceitos
Em estudo anterior (Palmerston e outros, 2013) ja haviamos
apresentado os conceitos de Educomunicacao e de Organizacoes
Aprendentes. No entanto, consideramos importante revisita-los aqui, ate
para uma necessaria reorganizacao das perspectivas e para a demonstracao
da estrutura metodologica que fundamenta a analise apresentada ao final.
Educomunicacao
A definicao clara e delimitada do conceito de Educomunicacao parece
ser um desafio para os pesquisadores da area. Ve-se, porem, como um dos
principais expoentes, o professor Ismar Soares. De forma didatica, ele
se alvitrou a responder tal questao.
Educomunicacao define-se como um conjunto das acoes destinadas
[...] 1--integrar as praticas educativas o estudo sistematico dos
sistemas de comunicacao [...]; 2--criar e fortalecer ecossistemas
comunicativos em espacos educativos [...]; 3--melhorar o coeficiente
expressivo e comunicativo das acoes educativas [...] observados alguns
procedimentos sem o quais fica irreconhecivel, entre os quais estes: a)
E necessario prever e planejar \'conjuntos de acoes\; no contexto
do plano pedagogico das escolas, e nao acoes isoladas [...]; b) Todo
planejamento deve ser participativo envolvendo todas as pessoas
envolvidas como agentes ou beneficiarias das acoes [...]; c) As relacoes
de comunicacao devem ser sempre francas e abertas (a educomunicacao
busca rever os conceitos tradicionais de comunicacao, como se existisse
apenas para persuadir ou fazer a boa imagem dos que detem poder e fama.
Aqui, a comunicacao e feita para socializar e criar consensos); d) O
objetivo principal e o crescimento da auto-estima e da capacidade de
expressao das pessoas, como individuos e como grupo (Soares, 2014,
p.1-2) (2).
Como se ve, a Educomunicacao tem como norte o desenvolvimento da
perspectiva da leitura critica, freireana, de modo a despertar
consciencia social, cultural, humana, de forma ampla (Soares, 1999).
Surge um "[...] referencialteorico que sustenta a inter-relacao
comunicacao/educacao como campo de dialogo, espaco para o conhecimento
critico e criativo, para a cidadania e a solidariedade" (Soares,
2004, p.12). No entanto, durante algum tempo, o conceito Educomunicacao
significou apenas educacao para a midia, numa perspectiva de formacao do
senso critico dos meios de comunicacao, o que ainda permanece, mas com
vies ampliado.
Outro desafio do campo comunicacao/educacao e observar de maneira
critica que a realidade em que vivemos e uma realidade mediada e
mediatizada, reconhecendo-se "a forte incidencia dos meios em
combinacao com as demais agencias de socializacao sobre a tessitura da
cultura, sobre a realidade social". (Baccega, 2011, p. 36).
Dolabella (2010, p.124) lembra que o principal sistema de
informacao da sociedade contemporanea e composto pelos veiculos de
comunicacao; materiais simbolicos de grande circulacao e penetracao
social que produzem efeitos de sentido diversos. Para a autora, e
justamente por isso que essa instancia permitiria a ocorrencia de
aprendizagens. Nessa dinamica a fonte de saberes e conhecimento seria a
propria sociedade e o sistema de circulacao o mediatico.
Baccega (2011) salienta que o que se deve constatar e que os meios
de comunicacao tambem se configuram como educadores e a construcao de
cidadania passa igualmente por eles. Por esse motivo, a autora entende
que a Educomunicacao inclui, mas, nao se restringe a busca de educacao
para a midia, tampouco a utilizacao das ferramentas tecnologicas no
processo ensinoaprendizagem. Comunicacao/Educacao deve ser observada e
entendida como uma area do conhecimento que poe em discussao
o lugar que ela ocupa na formacao dos alunos, dos cidadaos, da
sociedade contemporanea nos varios ambitos: da circulacao de informacoes
a mudanca dos conceitos de tempo/espaco, a modificacao na producao e sua
influencia sobre o consumo e o mercado de trabalho (Baccega, 2011,
p.34-35).
Ainda segundo as ideias de Baccega (2011), o que de forma mais
ampla a area teria como intento entao, a partir do reconhecimento das
constantes mudancas sociais, e o desenvolvimento dos sujeitos por
inteiro, atraves da manipulacao dos meios para os fins de formacao, nao
apenas capacitando os individuos, mas procurando torna-los autores do
seu proprio processo de transformacao, via aprendizagem.
De acordo com a autora, os ambientes de aprendizagem ha muito ja
ultrapassaram as paredes das escolas. Esse processo pode e deve ser
estimulado nao apenas na e pelas instituicoes de ensino, formais, mas
por outros tipos de organizacoes e plataformas, atraves da dinamica
nao-formal e informal. Pensando na logica academica, Baccega (2011) nos
diz que o objetivo da educomunicacao tambem e proporcionar o interesse
atraves da criacao de autonomia do aluno, isso por meio da visao de que
o colegio deve trabalhar formulas que tragam sentido a vida do
estudante--e o professor levar em conta os conhecimentos diversos dos
discentes.
Subvertemos essa logica para pensar nas empresas, indagando que
essa perspectiva nao seria diferente. A educomunicacao organizacional
deveria dar liberdade ao funcionario e estimulo para o desenvolvimento
da proatividade, reconhecendo paralelamente suas limitacoes e
potencialidades, assim como sua historia de vida e sua bagagem cultural,
de modo tal que este perceba o seu local de trabalho enquanto instancia
para o crescimento pessoal e nao apenas profissional.
Entendemos que as empresas poderiam ser suportes para essa
dinamica, convertendo-se em verdadeiros ecossistemas comunicacionais,
destacados por Soares (2004). Isso, uma vez que, pela propria relacao
dos individuos, em um tempo-espaco que lhes ocupa atencao e envolvimento
em grande parte do dia, ja gera aprendizagem informal. Bastaria apenas
que as empresas provessem atividades, espacos, estimulos e, mais
importante, consciencia (atraves de missao, visao, valores e, acima de
tudo, comportamentos), para que essa ambiencia fosse criada
efetivamente, facilitando a circulacao de saberes e as condicoes para
que um processo educomunicativo fosse desenvolvido.
Entretanto, alguns problemas ja se colocam. Em entrevista, o
professor Ismar Soares (2014) apresenta uma visao um tanto pessimista,
demonstrando entraves quanto a possibilidade de desenvolvimento da
Educomunicacao nas empresas. Ha um esforco de educacao corporativa
(verticalizado) que remete a potencializacao de caracteristicas (do
empregado) que sao importantes para o trabalho (e nao para o sujeito ou
sociedade).
A educomunicacao nao tem muito a ver com essa perspectiva
tradicional porque parte do principio que o aprendiz e um criador, um
inovador, e pode colaborar no processo educativo. Ela nao e realizada
plenamente devido a existencia de hierarquia e expectativa estabelecidas
pelas empresas com relacao ao comportamento dos funcionarios (Veroneze,
2008).
A ideia, no entanto, e a de que as empresas se reposicionem em
relacao a dinamica de capacitacao, sem abrir mao das plataformas de
instrucao. Para isso, e preciso horizontalizar as relacoes, permitir que
o interlocutor exista tambem enquanto produtor--a se expressar
culturalmente, alem de reconhecer e compreender as caracteristicas
socioculturais dos funcionarios para adequar as relacoes/metodologias de
trabalho por meio de um processo construtivo/ participativo (Veroneze,
2008).
Contudo, essa entrevista do professor Soares e um dos raros
registros que se encontram com uma discussao pontual acerca da
aplicabilidade da Educomunicacao nas instituicoes. Nao se localizam com
facilidade estudos direcionados ao inter-relacionamento de teorias,
tampouco interessados em observar a dinamica das organizacoes
educomunicativas. Isso na perspectiva da Educomunicacao, pois,
paralelamente, correm os estudos relacionados ao conceito de
organizacoes aprendentes, que fundamentam uma serie de analises da area
de gestao.
Nao so por isso que se envereda aqui para uma estrutura
metodologica interdisciplinar. Isso e, com base em Japiassu (1976),
entende-se que essa vertente vem do reconhecimento parcial, particular
ou restritivo de uma determinada disciplina, o que se teria quando nao
se enxergam adaptacoes para a analise e/ ou realizacao de praticas
educomunicativas no meio empresarial. Entretanto, ja ha uma base, ou um
"conjunto de pesquisas especialistas" nesta area, que
fundamentam o olhar para as relacoes nas organizacoes. A terceira
vertente para uma construcao da interdisciplinaridade e justamente o
proposito de resolver um problema social a partir do concurso
(paralelismo complementar) com mais uma area: as organizacoes
aprendentes.
De todo modo, tambem damos seguimento a prescricao de Soares (2004,
p.22), de que, para a Educomunicacao, seria com "a
interdiscursividade, vale dizer, o dialogo com outros discursos, e a
garantia da sobrevivencia do novo campo e de cada uma das areas de
intervencao, ao mesmo tempo que vai permitindo a construcao de sua
especificidade".
Organizacoes Aprendentes
As Organizacoes Aprendentes tem um conceito classico, encontrado
com recorrencia em estudos sobre o tema. A definicao foi elaborada por
Peter Senge (2009), afirmando que este tipo de empresa representa o
lugar em que
pessoas expandem continuamente sua capacidade de criar os
resultados que realmente desejam, em que se estimulam padroes de
pensamento novos e abrangentes, a aspiracao coletiva ganha liberdade e
as pessoas aprendem continuamente a aprender juntas (Senge, 2009,
p.27-28).
Ora, a primeira observacao e justamente sobre o ponto para o qual
Senge (2009) lanca sua discussao. Ainda que as nocoes sejam utilizaveis
em qualquer grupo organizado com determinado proposito em comum, o autor
estrutura "as cinco disciplinas" em torno de sua
aplicabilidade na gestao de companhias, o que poderia ser visto de forma
limitada, e ate estereotipada, por quem defende a Educomunicacao.
Mas isso nao deve ser visto de forma negativa. Para o filosofo
brasileiro Hugo Assmann (1998), que cita inclusive Senge, logicas mais
amplas de aprendizagem, sejam elas nas empresas ou em qualquer
organizacao, "implicam numa redignificacao, personalizada e
coletiva, dos sujeitos aprendentes. Isto significa que tanto os
individuos envolvidos como a propria dinamica dos conjuntos
organizacionais precisam impregnar-se de um novo humanismo."
(Assmann, 1998, p.89--grifos no original).
Esse novo humanismo, defendido por Assmann (1998), talvez seja a
principal barreira no mundo dos negocios e uma das frentes basilares de
constituicao de estereotipos para quem nao acredita que uma relacao
baseada na cidadania possa existir nas empresas. Outra condicao complexa
e que, para a existencia de processos verdadeiramente transparentes,
humanos, de troca, deve haver um envolvimento individual e proativo
(ainda que condicoes/ suportes possam e devam ser criados), baseado no
interesse do fim em si mesmo, e nao na recompensa ou na punicao em fazer
ou deixar de fazer.
Isso coloca a exigencia de combinacoes complexas entre motivacao
intrinseca individualizada e motivacoes extrinsecas, consensuais ou nao.
Os graus e variedades dessas combinacoes sempre influenciaram de maneira
evolutiva ou regressiva as aprendizagens possiveis e, em decorrencia, a
propria vitalidade desse tipo de organizacoes (Assmann, 1998, p.87).
Para a efetiva organizacao aprendente, entao, nao se trataria
apenas de um trabalho de Comunicacao Interna com vistas a um bom clima
organizacional; essa e apenas uma condicao planificada para que os
processos possam existir. Na mesma medida, e preciso que haja uma
preocupacao paulatina com os aspectos relacionados a cidadania (ao
reconhecimento do funcionario, na empresa, como um ser complexo, sujeito
de direitos e deveres, que pensa e sente multifacetado, atravessado por
aspectos sociais, politicos, culturais, economicos, entre outros), nao
apenas no papel (missao e visao) ou no discurso, mas na pratica.
Cabe perguntar se e possivel avancar nessa direcao [desenvolvimento
da motivacao intrinseca] mediante meras simulacoes virtuais ou se o
discurso sobre um novo "clima organizacional" necessario para
que surjam "contextos aprendentes" precisa cumprir o
pre-requisito de levar a serio a dignidade humana dos envolvidos
(Assmann, 1998, p.89).
Ha, no entanto, problemas acerca do limite do conceito. De acordo
com o estudo realizado recentemente por Martins (2014), a falta de
definicoes mais claras faz com que a linha entre organizacoes
aprendentes (ou organizacoes de aprendizagem) seja tenue em relacao a
aprendizagem organizacional. Enquanto a primeira, foco de nosso estudo,
trabalha "com modelos ciclicos de aprendizagem, considerando-a como
um processo continuo que cria melhorias e que deve sempre ser
conscientemente planejado", a segunda gira em torno, desde a decada
de 1970, da "descoberta de que o conhecimento e um dos recursos
mais significativos da sociedade contemporanea e por isso tratava-se de
um processo a ser gerenciado como qualquer outro processo
organizacional" (Martins, 2014, p. 46-47)3.
Uma critica de interesse, presente em Martins (2014), e a de que,
muito embora isso nao fique evidente, na obra de Senge (2009) haveria
uma tentativa de controle, na medida mesma em que o intuito primeiro do
modelo de organizacao aprendente seria avaliar como as pessoas pensam e
se comportam para fazer brotar a aprendizagem com vistas a melhoria da
habilidade empresarial, com base nas proprias experiencias e
expectativas da companhia.
Tal perspectiva seria reforcada por Easterby-Smith, Burgoyne e
Araujo (2001), que afirmaram que "a concepcao de aprendizagem como
'modelo', pressupoe que todos os individuos desenvolvam a
aprendizagem segundo um mesmo roteiro preestabelecido" (Martins,
2014, p. 47), o que vai justamente contra as perspectivas da
Educomunicacao.
Na linha de Senge (2009), segundo Martins (2014), viriam ainda
David Garvin (1992), Kolb (1997), Marquardt (1996), entre outros. Ha
entao visoes diversas sobre organizacoes que aprendem. Algumas delas
mais simplificadas, como a encontrada em Garvin (1992), afirmando que
estas estariam aptas a criar, adquirir e transferir conhecimentos,
promovendo modificacoes em seus comportamentos de maneira a refletir
esses novos conhecimentos. Isso, no entanto, seria apenas parte do
processo de aprendizagem organizacional. McGee e Prusak (1994) reforcam,
na mesma linha, que o importante e que esse tipo de instituicao seja
mais explicita, sistematica e eficiente no aprendizado.
Haveria contradicoes, como entre Sequeira (2008) e Kim (1993).
Enquanto que, para o primeiro estudo, a aprendizagem organizacional e um
tipo de conceito metaforico baseado na aprendizagem individual, alvo do
desenvolvimento de diferentes perspectivas de estudo como a behaviorista
e a cognitivista, para o segundo, a aprendizagem organizacional
apresenta maiores niveis de complexidade e dinamismo do que a
individual. O que e comum a todos parece ser a forma ciclica como a
aprendizagem influencia os sujeitos e a organizacao. Para Bhatt (2000,
citado por Martins, 2014, p.47), "o conhecimento nao esta
exclusivamente presente nos individuos nem na organizacao, mas
distribuido em cada um deles, ou seja, ambos sao complementares".
Vale ainda, como leitura complementar ao conceito de Organizacoes
Aprendentes, verificar Pedler, Burgoyne e Boydell (1996) e Garvin
(2000). Retomando Senge (2009), para que uma organizacao se qualifique
como de aprendizagem, esta devera atender a cinco componentes, chamados
por ele de disciplinas, que devem ser desenvolvidas separadamente, mas
que sao, individualmente, fundamentais para o sucesso das outras quatro.
Nesse caso, disciplina significa um conjunto de tecnicas a serem
estudadas e dominadas para serem praticadas. A pratica e proposta como
um caminho importante para que o sujeito se torne competente em
determinada disciplina. As disciplinas sao:
* O dominio pessoal, definido pelo autor como base espiritual de
uma organizacao de aprendizagem;
* Os modelos mentais, que sao ideias profundamente arraigadas,
generalizacoes ou imagens que influenciam no modo de compreender o mundo
e as proprias atitudes;
* O Objetivo comum (ou visao compartilhada), nascendo sempre dos
objetivos pessoais--por isso as organizacoes que pretendem construir os
primeiros encorajam os individuos a desenvolverem seus objetivos
individuais;
* A aprendizagem em grupo--processo de alinhamento e
desenvolvimento da capacidade de um grupo criar os resultados que os
membros desejam;
* E, o raciocinio sistemico--que preve a capacidade de identificar
interrelacoes no lugar de cadeias lineares de causa e efeito e ver
processos de mudanca ao inves daqueles instantaneos. Essa e a base da
organizacao que aprende. E importante que as disciplinas trabalhem
juntas (Senge, 2009).
No entanto, ha uma concepcao comum, presente em correntes de
estudos da area, de que o conhecimento organizacional vem de uma
construcao coletiva. Assim, a ideia de que a enfase das pesquisas que
pretendem avaliar a aprendizagem organizacional (e ate as organizacoes
aprendentes) e uma tonica que deve estar no processo. E nessa linha que,
ao menos a priori, construimos a inter-relacao das organizacoes
aprendentes com a Educomunicacao, procurando nos dedicar mais a analise
do ambiente, nos processos de construcao de significados, na abertura e
intentos de mudanca e nos ciclos e niveis que facilitam e potencializam
a aprendizagem enquanto ferramenta de desenvolvimento dos sujeitos,
quais sejam, em seus respectivos locais de trabalho.
A inter-relacao
Diante das problematicas expostas (e de uma ampla leitura anterior)
percebe-se o cruzamento de nortes da Educomunicacao com preceitos das
organizacoes aprendentes. Podem-se listar principalmente os que seguem
abaixo. Estes sete pontos foram tratados com mais profundidade em
Palmerston e outros (2013).
1. Posicionamento/Valorizacao do Sujeito;
2. Comportamento Criativo Libertatorio;
3. Dialogo;
4. Uso de tecnologias;
5. Presenca do outro;
6. Cidadania como norte;
7. Empresa (ou qualquer organizacao) como organismo vivo e nao como
maquina.
Startups
O termo startup, nosso objeto de estudo, significa, segundo a
Associacao Brasileira de Startups (ABSTARTUPS, 2014), uma "empresa,
ou negocio, de base tecnologica, que nasce com uma ideia inovadora e
esta em busca de um modelo de negocios repetivel e escalavel". Na
maioria das vezes, essas empresas sao novas no mercado e estao na etapa
de expansao, estudo e analise. As startups procuram sempre inovar, e,
frente a um problema, buscam encontrar uma solucao diferenciada. Grande
parte dessas empresas e formada por jovens, que pretendem oferecer
recursos criativos para as mais diversas necessidades, por meio de
projetos promissores, geralmente relacionados a tecnologia.
As startups sugiram nos Estados Unidos nos anos de 1990 e de la pra
ca vem ocupando uma fatia consideravel do mercado. Sao empresas que
buscam, principalmente com a internet, revolucionar as fronteiras de
criacao, com tecnologias e conviccoes que facilitem o dia a dia da
sociedade e tragam lucros.
Uma pesquisa da Fundacao Dom Cabral (2014, p. 25) mostra que, no
Brasil, grandes organizacoes tem se inserido nessas empresas iniciantes,
agindo efetivamente na cadeia produtiva, ja que se utilizam das startups
como fornecedoras de tecnologia especifica. Essa pratica tem
influenciado diretamente na criacao de um maior numero de empresas do
tipo no pais. Em Belo Horizonte, um grupo de empreendedores criou a San
Pedro Valley, uma comunidade de startups que se localiza,
principalmente, no bairro de Sao Pedro, na zona sul da capital mineira.
Esse grupo surgiu espontaneamente, em encontros ocasionais de jovens
empresarios, em cafes e ruas do bairro, quando, nas ocasioes, brincavam
que a regiao era o correspondente ao Vale do Silicio nos EUA, onde se
concentra o maior numero de startups.
Entretanto, uma quantidade significativa de instituicoes do genero
se originou e concentrou-se mais fortemente em Sao Paulo e no Rio de
Janeiro. Nao obstante, Belo Horizonte, cidade que abriga tambem nosso
grupo de pesquisa, tem pessoas e empresas capacitadas para transformar,
o que ja vem acontecendo, a capital mineira em uma cidade de negocios
promissores, no ramo da tecnologia.
E o que afirma Pedro Filizolla (2013), gerente de comunicacao da
Samba Tech, ratificando que, alem de ter um custo de vida menor do que
das capitais paulista e carioca, Belo Horizonte tem um novo polo dos
ecossistemas de startups que vem sendo reconhecido no mundo todo. A San
Pedro Valley ja foi noticia nos jornais The Economist, no The Next Web.
Isso mostra o avanco da capital mineira em meio as maiores e mais
importantes cidades do pais. Em consonancia com esse fato, o numero de
startups no Brasil cresce a cada ano, sendo que em 2012 ultrapassou a
marca de dez mil (PROPMARK, 2014).
A Samba Tech
Tomando como recorte apenas uma startup, optamos por analisar uma
das mais representativas empresas deste cenario, a Samba Tech, que esta
entre as principais do pais. A organizacao se destaca por ser a unica
empresa do pais a produzir plataformas de video para clientes
corporativos.
Com mais de 70 funcionarios, alocados em tres escritorios, nas
capitais mineira e paulista, a Samba e uma das empresas fundadoras da
San Pedro Valley. Ja atendeu e atende clientes expressivos como as
emissoras de TV Globo e SBT, as operadoras Tim e Oi, a linha de produtos
de beleza Boticario, os institutos de educacao Estacio, Anhanguera e
Newton Paiva, entre outros. Vencedora de diversos premios nacionais e
internacionais, como "MITTechnology Review Brasil", de empresa
mais inovadora antes de 35 anos no mercado, e o "Most Innovative
Companies in Latin America--Fastcompany", premio de empresa mais
inovadora do continente.
A Samba Tech foi criada por Gustavo Caetano, em 2004. Na ocasiao, a
startup desenvolvia jogos para celulares. Atuando em um mercado em
ascensao, a empresa cresceu e chegou a distribuir os produtos em toda a
America Latina, tendo escritorios no Chile e na Argentina. Em 2007,
motivado pela percepcao das dificuldades em que ganhar escala com o
negocio, em funcao do dominio do mercado por grandes empresas, Caetano
decidiu mudar o ramo de atuacao e passou a trabalhar no desenvolvimento
de plataformas digitais para videos on-line.
Entrevista com a SambaTech
Uma entrevista, balizada pelas perspectivas de pesquisa
qualitativa, em profundidade, foi realizada com o gerente Pedro
Filizolla, no dia 25 de abril de 2013. A estrutura do questionario, nao
estruturado, foi baseada nos sete pontos de convergencia estabelecidos
entre Educomunicacao e Organizacoes Aprendentes, apresentados
anteriormente neste trabalho. A seguir, relacionamse, atraves de uma
breve analise descritiva, os principais achados desta inquiricao.
Analise
Uma das principais diferencas entre as praticas tradicionais de
organizacao do trabalho e as startups e o lugar ocupado pelo sujeito na
empresa. Na Samba Tech nota-se que os sujeitos ocupam certa
centralidade. Isso nao significa que o lucro nao seja importante. Como
em qualquer empresa, ele e a finalidade do negocio. Mas isso nao impede
que o sujeito seja visto em sua totalidade, com necessidades e
interesses proprios.
A Samba promove, por exemplo, o Samba Elects, projeto no qual uma
pessoa de cada area, que nao seja diretora ou gerente, e eleita para
apontar melhorias para a empresa em diversos aspectos, nao apenas
ligados ao objetivo fim, mas inclusive em relacao aos processos e em
como eles afetam na lida diaria dos colaboradores, no que se refere em
como sao afetados profissionalmente e pessoalmente por determinadas
dinamicas da empresa. A preocupacao em ouvir o que pensam os
funcionarios e uma maneira de valorizar o que pensa e sente o sujeito.
Na Samba Tech, nas palavras de Filizolla (2013), a proposta e romper as
barreiras do escritorio, oferecendo solucoes eficientes para o mercado,
com um clima de trabalho descontraido e criativo.
Para tanto, o espaco para o dialogo e um das caracteristicas fortes
no ambiente da Samba Tech. As relacoes hierarquicas horizontais
existentes no cotidiano de trabalho da empresa reforcam esse ponto de
vista (ainda que a estrutura seja vertical, ha um achatamento da
piramide). Na Samba existem niveis hierarquicos, mas eles sao mais
diretamente relacionados com a divisao estrategica das funcoes e
responsabilidades do que com autoridade. Por isso, o transito dos
profissionais nessa cadeia acontece de maneira fluida. Mas os
relacionamentos diretos, mediados pelo dialogo continuo, acontecem em
todas as esferas. Estagiarios, profissionais, gerentes e diretores
conversam diretamente sobre todos os assuntos, sem barreiras.
Para Filizolla (2013), esse e um dos diferenciais da empresa, pois
faz com que todos se sintam com voz ativa e incluidos no
negocio."As pessoas tem espaco para questionar, discordar e sugerir
a qualquer momento. Ao mesmo tempo, todos, inclusive estagiarios,
assumem seus papeis com mais responsabilidade. Num ambiente como esse,
isso e esperado", pontua Filizolla (2013).
A Samba e uma empresa que tem a tecnologia como negocio e como
ferramenta para operacionalizar o cotidiano de trabalho. Alem de
sistemas especificos utilizados por cada area para desempenhar as
funcoes correspondentes, a startup utiliza o Week, um programa que
armazena as informacoes relevantes, documentacao, processos e
apresentacoes da empresa, de modo tal que estes estejam e sejam de facil
acesso e manuseio por todos os funcionarios.
Alem disso, a equipe de operacoes usa o Sidle, um software de
documentacao e gerenciamento de processos. Outro programa utilizado e o
Samba Academy, que armazena o registro de palestras dadas pelos proprios
funcionarios, estimulados a esta pratica, bem como por convidados, que
auxiliam no treinamento de novos funcionarios. O Yummer, uma especie de
Twitter corporativo, e utilizado para o compartilhamento de informacoes
curtas e objetivas. A tecnologia e fundamental no cotidiano de trabalho
da Samba Tech, mas, alem dela, para que as pessoas dialoguem e se
aproximem, a estrategia utilizada e a facilitacao da comunicacao face a
face. Para isso, as mesas nao tem divisorias e todos os funcionarios
trabalham em uma unica sala, de 350[m.sup.2], sem paredes.
Segundo Filizolla (2013), essa logica de trabalho nao e, ou nao
deveria ser, exclusividade da Samba Tech. Para ele, o contexto de
trabalho das startups e colaborativo em diferentes esferas. A primeira
delas e interna. As pessoas dialogam, criam oportunidades de
desenvolvimento e troca de conhecimento constante. No caso da empresa
analisada, e possivel observar uma variedade de acoes nesse sentido.
Uma delas e a "Maratona de Programacao". Nesse evento,
realizado anualmente nas dependencias da empresa, as pessoas sao
estimuladas a desenvolver propostas inovadoras, relacionadas de alguma
forma ao negocio. Alem de desenvolverem solucoes, os melhores produtos e
propostas sao premiados. Algumas dessas solucoes tem como finalidade
atender demandas internas, ligadas ao proprio ambiente de trabalho. Um
desses resultados foi a criacao de um robo que realiza pedidos de almoco
dos funcionarios para os restaurantes cadastrados.
O programa emite um alerta em todas as telas de computador da
equipe as onze horas da manha. As pessoas tem um tempo determinado para
decidir, dentre as opcoes, quais serao seus pedidos. Acabado o tempo, o
programa envia todos os pedidos por e-mail aos restaurantes, que
entregam na empresa cerca de uma hora depois. Nesse caso, esse produto
simboliza um reconhecimento, por parte da empresa, da presenca do outro,
ja que tempo e tecnologia foram investidos para melhorar um aspecto do
cotidiano de trabalho da equipe. Alem disso, e notavel a percepcao da
Samba como um organismo vivo, que, na condicao de empresa, precisa
lucrar, mas que nao tem suas atividades acabadas apenas na necessidade
do retorno financeiro. Percebe-se por essa acao que os empregados sao
vistos como individuos, com necessidades reconhecidas e atendidas dentro
das possibilidades. Por ultimo, nessa mesma acao, e possivel observar a
valorizacao do pensamento criativo e libertatorio, que nao e somente
incentivado, mas premiado na Maratona de Programacao.
O compartilhamento de conhecimentos adquiridos tambem indica o
reconhecimento da presenca do outro. Nesse caso, a Samba desenvolve os
Connections, que sao as palestras ministradas por empregados, com temas
variados. Esse compartilhamento e tao considerado, que a equipe de
Recursos Humanos estabelece uma meta de Connections que deve ser
realizada em determinados periodos de tempo. Informalmente, as pessoas
tem liberdade e espaco para trocarem entre si o tempo todo. Filizolla
(2013) ressalta que a equipe nao perde de vista o objetivo de fazer o
negocio funcionar, mesmo na ausencia de alguns profissionais. Por isso,
e importante que mais de uma pessoa saiba exercer cada uma das funcoes.
Para isso, os colaboradores dialogam e trocam conhecimentos com
frequencia.
Alem disso, os fundadores da Samba sao criadores, junto a
CEO's (Chief Executive Officer, que em portugues significa Diretor
Executivo) de outras startups, da San Pedro Valley. Na condicao de um
ecossistema de startups, a San Pedro e resultado do reconhecimento da
presenca do outro em um nivel interempresarial. O grupo e tambem
caracterizado como um cluster, que, de acordo com Porter (2001),
significa uma aglomeracao geografica de empresas de um mesmo setor e
empresas com negocios relacionados.
De maneira geral, as empresas que formam clusters priorizam a
cooperacao interna, para fortalecer o grupo, de forma a competir com
mais forca externamente. A comunicacao entre os membros da San Pedro
Valley tambem esta baseada, principalmente, em recursos tecnologicos. A
troca de informacoes se da, de maneira mais expressiva, por um grupo de
e-mail e ate pela utilizacao de aplicativos como o Whatsapp. Sendo a
Samba Tech uma das principais articuladoras desta alianca, as vantagens
se dao tambem, sobremaneira, para a gestao interna desta empresa.
Olhar para os empregados como seres de deveres e direitos aparece
em diversas praticas na Samba Tech, e como um discurso permanente,
efetivo e, aparentemente, sincero por parte de Filizolla (2013). A nao
exigencia de formalidade nos trajes e nas relacoes sao exemplos
materiais do discurso. De acordo com Filizolla (2013), na empresa os
relacionamentos sao diretos: "Nao existe uma hierarquia de
comunicacao. Todos tem acesso a todos diretamente. Um estagiario dialoga
diretamente com um diretor, por exemplo". Sobre as roupas, ele
ressalta que nao ha um codigo estabelecido. "As pessoas vao
vestidas como querem. Nao ha exigencia". Essas acoes de valorizacao
da liberdade estao relacionadas com a construcao de relacoes cidadas por
parte dos membros da empresa.
Consideracoes Finais
Tem-se, por fim, nos limites espaciais de um artigo academico, que
o modelo de organizacao de trabalho das startups, ao menos o da Samba
Tech, parece se encaixar nos sete pontos de convergencia entre
educomunicacao e organizacoes aprendentes que fundamentam a metodologia
que se quer estabelecer. Ha um reconhecimento e valorizacao dos
funcionarios como sujeitos de direitos e deveres, fazendo com que a
empresa se preocupe tambem com o bem estar do empregado; incentiva-se um
comportamento criativo, que estimula a reflexao, fazendo com que os
colaboradores saiam do lugar comum; o dialogo e incitado, entre todos os
membros da equipe, de modo tal que este seja nao apenas
passivo/devolutivo, mas que se torne efetivo e responsivo, no que
concerne ao reconhecimento e resolucao de problemas do outro; a
tecnologia atravessa boa parte dos processos; e, a empresa nao parece
ter o lucro acima de sua missao e visao de negocio, tampouco sobre os
processos internos.
Todas estas informacoes, entretanto, advem de uma pesquisa com um
dos diretores da Samba Tech, o que, apesar de rigorosa, deixa a
entrevista, associada com as pesquisas previas, formando a base sobre a
qual fazemos tais entrevistas. Nao foram ouvidos funcionarios da empresa
para que fossem contrastadas as informacoes de Filizolla (2013), o que
pode ser um trabalho porvindouro, ja que este nao era o objetivo aqui.
Tampouco foram ouvidas outras empresas. O que temos e uma amostra
simples e inicial, mas representativa, ja que fora entrevistada uma
expoente das startups no pais. Alias, o questionario aplicado a Samba
Tech sera refinado, a partir de observacoes metodologicas, de modo que
possa ser aplicado junto a outras empresas deste vetor de negocios.
Este, em verdade, sera o segundo ato de nossa pesquisa, quando uma
amostra de dez startups tambem sera entrevistada, desta feita in-loco, a
fim de analisar tambem o ambiente das empresas.
Vale fazer a ressalva final de que as sete categorias elaboradas
pelo grupo de pesquisa ainda sao um tanto abstratas e baseadas na
subjetiva e analise critica do pesquisador. O modelo metodologico, em
verdade, esta no inicio e em formacao. Nao se pode dizer se uma empresa
e educomunicativa sem uma analise mais aprofundada e completa,
considerando a pesquisa com funcionarios, a analise de ambiente e,
inclusive, o resultado de acoes empreendidas a medio e longo prazo.
Alem disso, reforca-se que o modelo metodologico de analise parece
nos encaminhar, neste momento, para um tipo de empresa. O que indica dar
certo com as startups, talvez nao de com outras empresas, mas isso nao
significa que elas nao podem ser consideradas educomunicativas. Conforme
preconiza Assmann (1998, p.86), "o tamanho do sistema aprendente
que costuma alterar bastante as condicoes de aprendizagem" deve ser
levado em consideracao nesse sentido.
Da mesma forma, "e preciso destacar bem a peculiaridade dessas
premissas basicas segundo o tipo de integrantes das organizacoes
aprendentes" (Assmann, 1998, p.86). Em outras palavras, o autor
sinaliza exatamente que as particularidades que as startups em geral tem
frente a organizacoes de outros portes e campos de atuacao (no que
concerne a estrutura e ao perfil dos funcionarios de uma empresa--idade,
formacao, obrigacoes e responsabilidades na empresa, etc.) podem
influenciar para que elas sejam mais bem sucedidas em praticas
educomunicativas e aprendentes.
DOI: http://dx.doi.org/10.15448/1980-3729.2015.4.21018
REFERENCIAS
ASSMANN, Hugo. Reencantar a educacao: rumo a sociedade aprendente.
Petropolis: Vozes, 1998.
ABSTARTUPS (Associacao Brasileira de Startups). Disponivel em:
<http://www. abstartups.com.br/category/duvidas>. Acesso em: 23
dez. 2014.
BACCEGA, Maria Aparecida. Comunicacao/educacao e a construcao de
nova variavel historica. In: CITELLI, A. O.; COSTA, M. C. C. (org.).
Educomunicacao: construindo uma nova area de conhecimento. Sao Paulo:
Paulinas, 2011.
BHATT, Ganesh. Organizing Knowledge in the knowledge development
cycle. In: Jornal of Knowledge Management. V. 4, n. 1, p 15-28, 2000.
DOLABELLA, Ana Rosa Vidigal. Midias, letramento e formacao:
construcao de saberes sobre o discurso jornalistico na escola, 2010.
Belo Horizonte, 348 f. Tese (Doutorado). PUC Minas: Belo Horizonte,
2010.
EASTERBY-SMITH, Mark; BURGOYNE, John; ARAUJO, Luis. Aprendizagem
organizacional e organizacao de aprendizagem: desenvolvimento na teoria
e na pratica. Sao Paulo: Atlas, 2001.
FUNDACAO DOM CABRAL--Pesquisa O Ecossistema empreendedor Brasileiro
de Startup. Disponivel em: <http://migre.me/nBi2F>. Acesso em: 19
dez. 2014.
FILIZOLLA, Pedro. Entrevista realizada pelos autores em 25 de abril
de 2013.
GARVIN, David. Gerenciando a qualidade--A visao estrategica e
competitiva. Rio de Janeiro: Qualitymark, 1992.
--Learning in Action. A guide to putting the learning organization
to work, Boston, Mass: Harvard Business School Press, 2000.
JAPIASSU, Hilton. Interdisciplinaridade e patologia do saber. Rio
de Janeiro: Imago, 1976.
KIM, Daniel. The link between individual and organizational
learning. Sloan Management Review, v. 35, n.1, p. 37-50, 1993.
KOLB, David. A gestao e o processo de aprendizagem. In: STARKEY,
Ken. (org.) Como as organizacoes aprendem: relatos de sucesso das
grandes empresas. Sao Paulo: Futura, 1997.
MARQUARDT, Michael. Building the Learning Organization, New York:
McGraw-Hill, 1996.
MARTINS, Ingrid Pecorelli. Aprendizagem organizacional na
construcao do projeto pedagogico escolar. Dissertacao--UFPB/MPGOA. 2014
MCGEE, James; PRUSAK, Laurence. Gerenciamento Estrategico da
Informacao. Rio de Janeiro: Campus, 1994.
PALMERSTON, Virginia; BRAIGHI, Antonio Augusto; LOPES, Cintia;
GONCALVES, Juliana. Startups no caminho de uma possivel educomunicacao
organizacional. In: Seminario de Comunicacao Organizacional: dimensoes
teoricas, humanas e discursivas. FAFICH/ UFMG--27 a 29 dez. 2013.
PEDLER, Mike; BURGOYNE, John; BOYDELL, Tom. The Learning Company. A
strategy for sustainable development. London: McGraw-Hill, 1996.
PORTER, Michael. Estrategia Competitiva--Tecnicas para Analises de
Industrias e da concorrencia. Sao Paulo: Editora Campus, 2001.
PROPMARK. Disponivel em:<http://migre.me/nBcQg>. Acesso em:
19 dez. 2014.
SENGE, Peter. A quinta disciplina: arte e pratica da organizacao
que aprende. Traducao de Gabriel Zide Neto, OP Traducoes. 25a edicao.
Rio de Janeiro: Best Seller, 2009.
SEQUEIRA, Bernadete. Aprendizagem Organizacional e a Gestao do
Conhecimento: uma abordagem multidisciplinar. VI Congresso Portugues de
Sociologia, Lisboa, 25 a 28 de junho de 2008.
SOARES, Ismar. Mas, afinal, o que e Educomunicacao? In: Portal do
Nucleo de Comunicacao e Educacao da Universidade de Sao Paulo--USP.
(s/d) Disponivel em: < http://migre.me/nBgFU >. Acesso em: 19 dez.
2014.
--. Comunicacao/Educacao: A emergencia de um novo campo e o perfil
de seus profissionais. In: Revista Contato, Brasilia, DF, ano 1, n. 2,
jan./mar. 1999, p. 19-74.
--. Educomunicacao: Um campo de Mediacoes. In: Revista Comunicacao
& Educacao. Sao Paulo (19): p. 12 a 24 set./dez. 2004.
THE ECONOMIST. Disponivel em: <http://migre.me/nBcOn>. Acesso
em: 19 dez. 2014.
THE NEXT WEB. Disponivel em:<http://migre.me/nBcK4>. Acesso
em: 19 dez. 2014.
VERONEZE, Ademir. Ismar Soares e a Educomunicacao nas Corporacoes.
S/C. 11. nov. 2008. Disponivel em: <http://migre.me/nBgLI>. Acesso
em: 7 set. 2013.
Recebido em: 11/6/2015
Aceito em: 14/7/2015
Endereco dos autores
Virginia Borges Palmerston <vpalmerston@hotmail.com>
Centro Universitario de Belo Horizonte, Centro Universitario de
Belo Horizonte--Campus Lagoinha.
Rua Diamantina, 567--Lagoinha
31110320--Belo Horizonte, MG--Brasil
Antonio Augusto Braighi <antonioaugustobraighi@gmail.com>
Centro Federal de Educacao Tecnologica de Minas Gerais,
Departamento de Linguagem e Tecnologia--DELTEC.
Av. Amazonas, 5253--Nova Suica
31110320--Belo Horizonte, MG--Brasil
(1) Estudo desenvolvido com financiamento da FAPEMIG via convenio
com o Centro Universitario de Belo Horizonte (UniBH).
(2) Retirado de uma postagem do professor no site do Nucleo de
Comunicacao e Educacao da USP, que teve como titulo a pergunta:
"Mas, afinal, o que e educomunicacao?'; em resposta a um
questionamento sobre a efetividade da educomunicacao na escola.
(3) Em detrimento disto, a perspectiva inicial de nosso estudo
recai exatamente mais sobre o processo do que a gestao do
conhecimento/conteudo. Evidentemente a complementacao se faz necessaria,
mas, nesse momento, a analise estrutural parece ser mais importante de
ser observada, para se ter, a posteriori, um avanco em relacao ao
conteudo.
Virginia Borges Palmerston
Doutora em Linguistica, linha Analise do Discurso (UFMG), Mestre em
Educacao, Comunicacao e Administracao, Especialista em Docencia do
Ensino Superior e Professora do Centro Universitario de Belo Horizonte-
UNI-BH.
<vpalmerston@hotmail.com>
Antonio Augusto Braighi
Doutorando em Estudos Linguisticos pela Faculdade de Letras da
Universidade Federal de Minas Gerais--FALE/UFMG, Mestre em Estudos de
Linguagens pelo Centro Federal de Educacao Tecnologica de Minas
Gerais--CEFET-MG e Professor do Departamento de Linguagem e Tecnologia
do Centro Federal de Educacao Tecnologica de Minas Gerais (CEFET-MG).
<antonioaugustobraighi@gmail.com>