首页    期刊浏览 2024年11月30日 星期六
登录注册

文章基本信息

  • 标题:Analysis of the operational capacity of a surgical center: mathematical modelling applied to scaling and resource allocation/Analise da capacidade operacional de um centro cirurgico: modelagem matematica aplicada ao dimensionamento e alocacao de recursos/Analisis de la capacidad del sistema operativo de un centro quirurgico: modelos matematicos aplicados al dimensionamiento y asignacion de recursos.
  • 作者:Blanck, Mery ; Bandeira, Denise Lindstrom
  • 期刊名称:Revista de Gestao USP
  • 印刷版ISSN:1809-2276
  • 出版年度:2015
  • 期号:January
  • 语种:Spanish
  • 出版社:Faculdade de Economia, Administracao e Contabilidade - FEA-USP
  • 摘要:Na pratica da gestao organizacional, a busca pelo uso racional do potencial produtivo esta relacionada diretamente a otimizacao do aproveitamento dos recursos disponiveis, sejam eles humanos, materiais ou financeiros. Em muitas situacoes, porem, empresas possuem uma potencial capacidade produtiva, mas nao adequadamente aproveitada, sejam elas hospitais, transportadoras ou escolas. A otimizacao, entao, sendo um campo da ciencia do gerenciamento que encontra a maneira ideal de utilizacao e distribuicao de recursos para atingir os objetivos organizacionais (RAGSDALE, 2010), deve ser objeto de busca permanente dos gestores.
  • 关键词:Surgical clinics

Analysis of the operational capacity of a surgical center: mathematical modelling applied to scaling and resource allocation/Analise da capacidade operacional de um centro cirurgico: modelagem matematica aplicada ao dimensionamento e alocacao de recursos/Analisis de la capacidad del sistema operativo de un centro quirurgico: modelos matematicos aplicados al dimensionamiento y asignacion de recursos.


Blanck, Mery ; Bandeira, Denise Lindstrom


1. INTRODUCAO

Na pratica da gestao organizacional, a busca pelo uso racional do potencial produtivo esta relacionada diretamente a otimizacao do aproveitamento dos recursos disponiveis, sejam eles humanos, materiais ou financeiros. Em muitas situacoes, porem, empresas possuem uma potencial capacidade produtiva, mas nao adequadamente aproveitada, sejam elas hospitais, transportadoras ou escolas. A otimizacao, entao, sendo um campo da ciencia do gerenciamento que encontra a maneira ideal de utilizacao e distribuicao de recursos para atingir os objetivos organizacionais (RAGSDALE, 2010), deve ser objeto de busca permanente dos gestores.

Contudo, hospitais sao organizacoes complexas, dificeis de serem geridas, o que reforca a importancia de ferramentas de apoio a tomada de decisao para esses ambientes (MACHADO, 2003). O Centro Cirurgico (CC), especialmente, local de um dos processos mais complexos do ambiente hospitalar, apresenta altos custos de investimento para implantacao, operacao e manutencao (POSSARI, 2009), mas configura-se como um grande gerador de receitas para a organizacao (MASTRANTONIO; GRAZIANO, 2002; PERROCA; JERICO; FACUNDIN, 2007).

Mas esse tambem e um desafio para a gestao, uma vez que a utilizacao da capacidade cirurgica encontra-se entre as principais medidas de eficiencia de uma organizacao hospitalar (NEPOTE; MONTEIRO; HARDY, 2009). O CC, portanto, deve estar preparado para aumentar sua capacidade assistencial sem sobrecarga de servico (COSTA, 2006).

Todavia, o aumento dessa eficiencia apresenta dificuldades para sua realizacao efetiva, visto que salas cirurgicas sao recursos relativamente escassos, os quais podem, com um agendamento mal-elaborado ou uso nao otimizado, oportunizar conflito e competicao (STEPANIAK et al, 2012). Concomitantemente, essa maximizacao de utilizacao nao pode declinar da promocao e garantia de um atendimento com seguranca, tanto em carater eletivo quanto de emergencia, aos pacientes.

Nesse contexto de complexidade, a ideia de utilizar modelos para a solucao de problemas e analise de decisao oferece inumeros beneficios, como, por exemplo: melhor alocacao de recursos, agilizacao de servicos e a tomada de decisao, melhora da qualidade de atendimento, delineamento de alternativas para a solucao de problemas, analise de investimentos, reducao de desperdicios e gastos desnecessarios, e identificacao de restricoes dos sistemas.

Neste caso, a construcao de modelos matematicos para representacao simulada de parte da realidade torna-se ferramenta de significativa importancia, uma vez que pode auxiliar na previsao da demanda ou do volume de pacientes a serem atendidos, na analise do padrao de desempenho, no dimensionamento de recursos, como uma configuracao otima de layout (numero de tecnicos x numero de atendimentos x tempo de atendimento), numero de salas, equipamentos ou equipe de enfermagem (BORBA; RODRIGUES, 1998). Outras aplicacoes de modelos nesse contexto incluem, ainda, a alocacao otima de horarios para diferentes classes de pacientes (CREEMERS; BELIEN; LAMBRECHT, 2012), a definicao de pessoal necessario para o atendimento de redes de filas nos departamentos de emergencia (IZADY; WORTHINGTON, 2012) ou a modelagem da capacidade de assistencia medica por meio de melhor predicao dos tempos de servicos (HARPER; KNIGHT; MARSHALL, 2012).

Nesse ambiente organizacional, estudos comprovam que nao e possivel obter economia de escala quando organizacoes hospitalares operam com taxa de ocupacao inferior a 70% (ABELSMITH, 1996). Assim, a modelagem fornece informacoes importantes para decisoes relativas ao dimensionamento do CC uma vez que ampliacoes precipitadas na infraestrutura podem ocasionar um aumento desproporcional ao aumento do volume de atendimento, impossibilitando a obtencao de economia de escala.

Dessa forma, sendo o CC um setor de singular importancia para a organizacao hospitalar, em virtude dos servicos ali prestados e dos recursos envolvidos, a finalidade deste experimento e oferecer subsidio que possa auxiliar na gestao de recursos desta etapa complexa de tratamento dos pacientes. O que se busca responder e se seria possivel aumentar a eficiencia no gerenciamento da capacidade de alocacao de salas do CC com o uso de ferramenta para analise de cenarios. Particularmente, neste experimento pretende-se responder as questoes: A capacidade de alocacao do CC e utilizada de modo eficiente? A capacidade atual de alocacao atende as demandas presentes e futuras do hospital? E possivel identificar qual capacidade de alocacao sera necessaria futuramente e quando?

Com base nessa motivacao, o objetivo deste estudo e construir um modelo computacional que auxilie na identificacao do dimensionamento e alocacao otimos do CC de uma organizacao hospitalar. Objetivamente, a finalidade e modelar a alocacao do bloco cirurgico para predizer o comportamento sob determinada carga. O modelo possui como caracteristica a competencia para geracao de diferentes cenarios, permitindo que a avaliacao desses cenarios ofereca a organizacao a possibilidade de adequar sua capacidade de atendimento futuro a sua demanda.

Cabe ressaltar, ainda, que se trata de uma pesquisa aplicada. Dessa forma, ela apresenta "um resultado pratico visivel em termos economicos ou de outra utilidade que nao seja o proprio conhecimento" (SCHWARTZMAN, 1979:1). Assim, a importancia deste estudo esta na possibilidade de aplicacao pratica dos resultados, que possibilitara a organizacao desenvolver seu processo de gerenciamento da capacidade do CC com o auxilio de uma ferramenta de uso comum. Isso traria como beneficio a chance de a organizacao evitar tempestivamente uma eventual sub ou superoferta de infraestrutura, o que impactaria diretamente seu planejamento financeiro.

O restante deste artigo esta organizado da seguinte maneira: na secao 2 tem-se o referencial teorico, na secao 3, o metodo da pesquisa, na secao 4, os resultados obtidos na experimentacao do modelo a partir de dados dos cenarios atual e futuro, na secao 5 e apresentada a discussao sobre os resultados comparativos desses cenarios e, na secao 6, conclui-se com as consideracoes finais, que contemplam sugestoes de pesquisas futuras.

2. REFERENCIAL TEORICO

A essencia da pesquisa operacional e a construcao de modelos matematicos, os quais nos permitem obter conhecimento e entendimento sobre o objeto ou problema de decisao que esta sendo estudado, com vistas em melhorar a analise da decisao (RAGSDALE, 2010). Dessa forma, a modelagem computacional deve ser entendida como a acao de representar a realidade de maneira simplificada, mediante equacoes matematicas (COLIN, 2007), para possibilitar uma simulacao valida, razao pela qual precisa das caracteristicas relevantes da situacao em estudo (RAGSDALE, 2010).

Tradicionalmente, no entanto, a pesquisa operacional diz respeito a um processo de otimizacao sujeito a uma serie de restricoes e que ao longo dos anos vem sendo aplicado para a solucao de uma variedade de problemas, desde o planejamento da producao, logistica e mineracao de dados, ate o gerenciamento de energia, financas e telecomunicacoes (PESCH; WOEGINGER, 2012). Entretanto, mais recentemente pesquisadores tem se debrucado sobre problemas de PO derivados de novas aplicacoes e ambientes, como questoes relativas a agendamentos em sistemas descentralizados, bioinformatica e processos de gestao operacional hospitalar, tornando a assistencia medica nao apenas uma area importante para utilizacao da pesquisa operacional, mas tambem um contexto no qual a pesquisa vem amplificando seu espectro continuamente (PESCH; WOEGINGER, 2012).

Especificamente na pesquisa voltada a area hospitalar, diversos estudos enfatizam a premencia da otimizacao da alocacao do bloco cirurgico, visto o crescimento da demanda por tratamentos cirurgicos e o numero limitado de salas cirurgicas disponiveis nos hospitais (VAN HOUDENHOVEN et al., 2008; VANTEENKISTE et al, 2012), alem do fato de serem estas salas as unidades hospitalares mais caras (BAUMGART et al, 2008).

Essa busca pela otimizacao e realizada, em muitos casos, por meio da analise de indices operacionais associados a sala de operacao. O indice de ocupacao da sala cirurgica descreve a razao entre a utilizacao possivel e a utilizacao real das salas cirurgicas, contemplando os tempos dos procedimentos cirurgicos e, em muitos casos, os tempos dos procedimentos pre e pos-cirurgia (GROTE et al., 2008), mas as pesquisas referem e investigam ainda outros indices operacionais que medem a otimizacao, resistencia ou sobrecarga dessas unidades hospitalares (NEPOTE; MONTEIRO; HARDY, 2009).

Outros estudos buscam avaliar a otimizacao da carga de trabalho e do rendimento do paciente por meio da proposicao de um numero otimo de salas de operacao de processamento paralelo nos casos de transferencia e uso de unidades de cuidado posanestesia (SOKAL et al, 2006), ao passo que alguns analisam a otimizacao da utilizacao da sala cirurgica considerando o fluxo e a cooperacao entre processos e atividades envolvidas (RIEDL, 2003; JOAQUIM; VIEIRA, 2009; SILVA; ARNDT, 2013) ou da identificacao de lacunas e ineficiencias operacionais desses processos (GIROTTO; KOLTZ; DRUGAS, 2010).

A definicao dos niveis otimos de pessoal de enfermagem em salas de cirurgia, especialmente quando ha incerteza sobre a carga de trabalho diaria, tem sido tambem foco de estudos nos ultimos anos (HE et al., 2012), assim como a investigacao do impacto nos custos totais para os hospitais do atraso na disponibilidade das salas cirurgicas, quando a demanda se aproxima da capacidade total (DHUPAR et al., 2011), ou da postergacao ou cancelamento de procedimentos cirurgicos (LAU et al., 2010).

Outros aspectos relacionados a analise financeira tambem sao abordados, como a alocacao da capacidade do bloco cirurgico com base em consideracoes de retorno financeiro praticas, o que, muitas vezes, pode suscitar conflito entre as politicas hospitalares tradicionais e as politicas motivadas por limitacoes economicas, que sugerem uma indefinicao a respeito da forma pela qual a eficiencia ou a alocacao do bloco cirurgico devem ser analisadas (GROTE et al, 2009). De qualquer maneira, a consideracao sobre essa eficiencia nao pode ser minimizada, e a busca de estrategias que conduzam a ela tem sido proposta pela literatura tambem em razao dos custos crescentes e lucros decrescentes associados a essas unidades (BAUMGART et al, 2008).

Assim, o planejamento e o agendamento das salas cirurgicas de um hospital sao um conhecido desafio dentro do campo da pesquisa operacional aplicada ao servico de saude; entretanto, seu impacto na pratica e ainda compreendido como bastante limitado, visto que a organizacao e cultura de um hospital e as caracteristicas inerentes a seus processos podem impor questoes de implantacao especificas que afetam o sucesso de abordagens de planejamento (VAN OOSTRUM; BREDENHOFF; HANS, 2010).

De toda forma, estudos sugerem que o esforco para evitar a subutilizacao ou superutilizacao do bloco cirurgico por meio do planejamento de sua otimizacao deve ser observado e perseguido sempre que possivel (GROTE et al, 2010).

3. PROCEDIMENTOS METODOLOGICOS

O metodo adotado pelo estudo esta fundamentado nos moldes de uma pesquisadiagnostico seguida de experimento e no uso de modelagem matematica para descrever e representar a alocacao de salas de um centro cirurgico de um hospital brasileiro. Seguem a consequente validacao e a analise de sensibilidade do modelo.

No que se refere a conducao do experimento, esta foi definida a partir da execucao das seguintes etapas: (1) definicao e planejamento--por meio da formulacao e analise do problema; da determinacao da organizacao a ser estudada; e da formulacao do modelo conceitual; (2) coleta e analise dos dados--por meio do protocolo de coleta de dados; da coleta e registro dos dados; e do tratamento dos dados (classificacao, estratificacao e analise estatistica); (3) modelagem e experimentacao--com a traducao e validacao do modelo; a modelagem de cenarios; e a experimentacao dos cenarios; (4) discussao--de modo a realizar a analise dos resultados da modelagem e a analise comparativa dos cenarios; (5) conclusao--para apresentar a sintese conclusiva, limitacoes e sugestoes de pesquisas futuras.

Com relacao aos dados, estes foram coletados mediante pesquisa documental nos registros da organizacao, compreendendo informacoes institucionais e descritivas de procedimentos; entrevistas semiestruturadas com ocupantes dos cargos associados ao objeto deste estudo; pesquisa documental em artigos de midia com dados secundarios sobre o contexto no qual se estabelecem as organizacoes hospitalares; e registros administrativos de dados operacionais das atividades do CC.

4. RESULTADOS

Nesta secao sao apresentados os resultados obtidos em cada etapa do projeto de pesquisa, contemplando: (1) definicao e planejamento; (2) preparacao, coleta e analise dos dados; e (3) modelagem e experimentacao.

4.1. Definicao e planejamento

Na etapa de definicao e planejamento da pesquisa, identificou-se o contexto a ser estudado mediante levantamento de informacoes gerais sobre a organizacao, incluindo caracteristicas de sua infraestrutura e objetivos perseguidos, a partir do que formulou-se o problema a ser resolvido e o modelo conceitual, para posterior analise de cenarios.

4.1.1 Organizacao estudada

Do ponto de vista organizacional, o hospital deste estudo de caso, aqui referido apenas como "HPT" para fins de confidencialidade, possui um numero fixo de diferentes departamentos e um Centro Cirurgico (CC) comum a todos. Cada departamento possui seu proprio grupo de cirurgioes e sua propria ala com um numero determinado de leitos para recuperacao de seus pacientes. Cada grupo de cirurgioes esta envolvido em uma unica especialidade medica, que engloba algumas patologias similares; usualmente, o hospital possui um numero de cirurgioes igualmente qualificados, os quais se intercalam no atendimento cirurgico de seus pacientes. O CC em comum compreende 15 salas de operacao, em sua grande maioria identicas, que sao partilhadas por todos os grupos para a realizacao de cirurgias.

Assim, enquanto os leitos hospitalares sao alocados para cada ala de forma fixa, as salas de cirurgia sao oferecidas aos grupos de cirurgioes de forma distribuida por tempo. Claramente, entao, salas de cirurgia sao os recursos compartilhados mais importantes, seguidos dos leitos.

A Instituicao e considerada um hospital de grande porte de Porto Alegre (RS). Atua nos modelos de atendimento particular e conveniado, por meio de 40 empresas parceiras, oferecendo servicos de 31 especialidades, clinicas e cirurgicas, 19 tipos de exames diagnosticos e tratamentos, 263 leitos para internacao e 36 leitos em salas de recuperacao.

A instituicao esta em pleno processo de transformacao estrutural e apresenta um planejamento cujas metas sao:

a) garantia da qualidade--com a reducao de erros medicos e melhoria continua dos processos, visando o aumento do marketshare por meio do incremento da competitividade;

b) melhoria no acesso--com a ampliacao do setor de emergencia e do numero de convenios atendidos, possibilitando o incremento da demanda mediante o oferecimento de novos produtos a mercados ainda nao atendidos;

c) economia de custos--com o aumento da eficiencia e da taxa de ocupacao, visando evitar gastos desnecessarios, por meio de proposicoes de valor social e tambem economico.

4.1.2. Formulacao e analise do problema

A partir do objetivo de melhoria no acesso aos servicos, o HPT assume, implicitamente, a ideia de que devera administrar um aumento de demanda com o consequente aumento da capacidade de atendimento. Com a reforma das instalacoes em andamento, o HPT devera, em breve, abrir as portas de um novo setor de Emergencia, cuja estimativa de atendimento preve o dobro de sua capacidade atual, o que certamente trara implicacoes para o CC. Entretanto nao esta previsto, ate o momento, um aumento do numero de salas cirurgicas.

Dessa forma, este trabalho se propoe a analisar a capacidade de atendimento da demanda cirurgica atual pelo CC do HPT, identificando se ja esta sendo utilizada a alocacao otima das salas, com o objetivo de verificar se o CC tera condicoes de assimilar a nova demanda originada no setor de Emergencia sem a ampliacao de sua infraestrutura. Em caso negativo, e proposta, mediante a analise de cenarios, a configuracao otima que mantenha uma alta taxa de ocupacao do CC, de maneira a evitar alocacao deficitaria de suas salas e, consequentemente, aumento de custos e diminuicao da rentabilidade da Instituicao. Para tanto, o primeiro cenario a ser modelado e o atual, pois assim e possivel identificar se os resultados exibidos pelo modelo correspondem ao contexto real. A partir dessa analise, poder-se-a verificar a taxa de ocupacao atual do CC nos dias e periodos de atendimento.

Apos isso, o modelo e executado com os dados relativos a demanda projetada aumentada, possibilitando identificar o impacto na taxa de ocupacao do CC se se mantiver o contexto atual, ou seja, infraestrutura, dias e periodos usuais de atendimento.

A partir do conjunto de dados fornecido pelo HPT, foram identificadas as ocorrencias dos procedimentos segundo a especialidade e a qualificacao: tipo de procedimento, carater do atendimento (cirurgia eletiva ou urgente) forma de atendimento (particular ou convenio) e local de atendimento (sala do ambulatorio ou CC). Dessa forma, conforme o codigo do procedimento, temse que:
Tabela 1--Porcentuais de ocorrencia dos procedimentos por
qualificacao

                               Carater do          Forma de
                              Atendimento         Atendimento

Especialidade                Eletiva   Urgente   Partic.   Conv.

Cirurgia do Aparelho          96,27     3,73      5,69     94,31
Digestivo e Orgaos
Anexos

Cirurgia Plastica e           99,26     0,74      8,24     91,76
Reconstrutora

Ortopedia e Traumatologia     96,71     3,29      4,94     95,06

Cirurgia Plastica             99,90     0,10      98,56     1,44
Estetica

Urologia                      97,99     2,01      9,33     90,67

Angiologia--Cirurg ia         95,17     4,83      1,53     98,47
Vascular e Linfatica

Ginecologia e Obstetricia     99,09     0,91      2,42     97,58

Neurocirurgia                 97,39     2,61      2,14     97,86

Oftalmologia                 100,00      --        --      100,00

Otorrinolaringologia         100,00      --       8,96     91,04

Demais                        96,72     3,28      11,69    88,31

Totais                        97,64     2,36      15,27    84,73

                              Local do
                             Atendimento

Especialidade                Amb.      CC

Cirurgia do Aparelho         5,19    94,81
Digestivo e Orgaos
Anexos

Cirurgia Plastica e          72,39   27,61
Reconstrutora

Ortopedia e Traumatologia    1,13    98,87

Cirurgia Plastica            1,34    98,66
Estetica

Urologia                     6,47    93,53

Angiologia--Cirurgia         31,68   68,32
Vascular e Linfatica

Ginecologia e Obstetricia    0,61    99,39

Neurocirurgia                --     100,00

Oftalmologia                 1,20    98,80

Otorrinolaringologia         0,84    99,16

Demais                       18,91   81,09

Totais                       17,56   82,44

Fonte: Elaborada pelas Autoras.


Cabe ressaltar que os porcentuais de ocorrencia de cada tipo de procedimento referem-se ao numero total de procedimentos, ou seja, aos 100%, enquanto os porcentuais analiticos, relativos a forma de atendimento e carater, referem-se ao total de cada especialidade. A linha de total exibe a participacao de cada qualificador de procedimento--carater eletivo ou urgente, atendimento particular ou convenio--no montante total de procedimentos analisados.

4.1.3. Formulacao Matematica

Esta pesquisa propoe a utilizacao de um modelo matematico discreto que recai sobre uma funcao a ser maximizada, sujeita a restricoes, e que e composta de parametros e variaveis de decisao. Os parametros contemplam conjuntos de dados, elementos envolvidos no processo de construcao do Mapa Cirurgico simulado, e dados fixos que informam ao modelo os valores de requerimentos, restricoes ou forma de relacionamento entre os conjuntos.

Conjuntos

P: procedimentos cirurgicos, com elementos p [member of] P numerados conforme codificacao da Classificacao Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Medicos (AMB, 2010) e da Terminologia Unificada de Saude Suplementar (ANS, 2009), sendo P = {13000004, 14000008, ..., 99999900}

C: identificador do carater do procedimento, com elementos c [member of] C, sendo C = {0, 1}

F: identificador da forma de atendimento, com elementos f [member of] F, sendo F = {0, 1}

L: identificador do local do procedimento, com elementos l [member of] L, sendo L = {0, 1}

D: conjunto de dias da semana, com elementos d [member of] D, sendo D = {1, 2, 3, 4, 5, 6, 7}

S: conjunto de salas cirurgicas, com elementos s [member of] S, sendo S = {6A, 6B, 6C, 6D, 7A, 7B, 7C, 7D, 7X, 7Y, 7Z, 8A, 8B, 8C, 8D}

Parametros

[Y.sub.sd]: procedimentos realizados na sala s no dia d

[[beta].sub.s]: numero medio de procedimentos realizados na sala s

[[delta].sub.pf]: tempo medio do procedimento p e forma de atendimento f

[[lambda].sub.l]: duracao media da higienizacao de sala cirurgica em local l

[Z.sub.pcfld]: procedimentos p realizados, de carater c, da forma f, no local l, no dia d; calculados em funcao de [[delta].sub.pf] e [[lambda].sub.l]

[[alpha].sub.pcfld]: ocorrencia media do procedimento p, de carater c, da forma f, no local l, no dia d

[K.sub.sd]: horas diarias alocadas na sala s no dia d

[[gamma].sub.sd]: horas diarias disponiveis para alocacao da sala s no dia d

As variaveis de decisao sao incognitas a serem determinadas pela solucao do modelo. Estas variaveis sao definidas conforme abaixo, sendo compreendidas como a alocacao do procedimento cirurgico p, de carater c, com forma de atendimento f, em local l, no dia d, na sala s:

[X.sub.pcflds], (1)

A funcao objetivo do modelo e dada por:

[MATHEMATICAL EXPRESSION NOT REPRODUCIBLE IN ASCII] (2)

Sujeita as seguintes restricoes:

[Y.sub.sd] [greater than or equal to] [[beta].sub.s] [[for all].sub.s] [member of] S, d [member of] D (3)

[Z.sub.pcfld] [greater than or equal to] [[alpha].sub.pcfld] [[for all].sub.p] [member of] P, c[member of] C,f [member of] F, l [member of] L, d [member of] D (4)

[K.sub.sd] [less than or equal to] [gamma].sub.sd] [[for all].sub.s] [member of] S, d [member of] D (5)

[X.sub.pcflds] [greater than or equal to] 0 | X [member of] N (6)

Neste caso, os valores das variaveis (1) retomadas por meio da execucao do modelo comporao o Mapa Cirurgico simulado, com base na funcao objetivo (2), que visa maximizar o tempo de alocacao das salas cirurgicas em determinado periodo da semana.

Com relacao as condicoes para execucao do modelo, estas restricoes dizem respeito ao numero de procedimentos realizados em cada sala cirurgica (3), ao numero de procedimentos de determinado carater, forma e local realizados (4), ao tempo de alocacao diaria de cada sala (5) e a necessidade de a variavel de decisao retornar um numero natural (6).

4.2. Dados do modelo

O planejamento da coleta foi elaborado em reuniao com funcionarios responsaveis pelo CC e pelo setor de TI do HPT, na qual foram identificados os dados existentes e aqueles a serem produzidos para a formulacao do modelo, assim como a viabilidade de sua extracao a partir do sistema de gestao de cirurgias instalado na organizacao.

Constatou-se a inexistencia de dados referentes aos horarios de inicio e termino de atividades especificas realizadas dentro da Sala Cirurgica, como hora de entrada e saida do paciente da sala e hora de inicio e termino da anestesia, informacao que tornaria o calculo da duracao das atividades e procedimentos mais analitico, oferecendo a possibilidade adicional de experimento de otimizacao das atividades realizadas no CC.

Obtiveram-se, entretanto, os horarios de inicio e termino do procedimento cirurgico, o que permite responder a questao proposta por esta pesquisa de forma plenamente satisfatoria.

4.2.1. Coleta e registro dos dados

Para a execucao do modelo foram utilizados dados reais referentes a procedimentos cirurgicos realizados nas 15 salas do CC do HPT, no periodo de 01/01/2012 a 31/07/2012, e que correspondem a: (a) codigo do procedimento; (b) nome do procedimento; (c) medico-cirurgiao; (d) convenio; (e) setor; (f) sala; (g) carater do procedimento; (h) porte do procedimento; (i) data/hora inicio prevista; (j) duracao prevista; (k) data/hora de entrada; (l) duracao real; (m) data/hora inicio real; (n) data/hora termino real.

Entretanto, como nao existem, no sistema de gestao de cirurgias da organizacao, dados especificos relativos aos tempos da atividade de limpeza das salas, foi estimada uma media de 15 minutos para essa atividade, exclusivamente para as salas cirurgicas, a partir de informacoes fornecidas por uma funcionaria representante do setor que administra o CC. Para o registro, com vistas no posterior tratamento e processamento dos dados, que inclui a analise estatistica e a transformacao destes em informacao a ser utilizada pelo modelo, os dados foram armazenados em planilha eletronica Microsoft Excel[R], contabilizando 11.535 elementos para analise.

4.2.2. Tratamento dos dados

Primeiramente, foi realizada a avaliacao de consistencia das informacoes, com o objetivo de identificar e corrigir a falta de apontamento em algum campo nos registros de procedimentos realizados no CC. A incompatibilidade entre campos, por equivocos no cadastramento ou qualquer outro motivo, tambem foi corrigida antes que se procedesse a analise estatistica dessas informacoes.

Apos esta etapa, os 11.535 procedimentos foram tabulados e consolidados com o auxilio do software Microsoft Excel[R], sendo classificados, logo a seguir, segundo a orientacao da Classificacao Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Medicos (AMB, 2010) e da Terminologia Unificada de Saude Suplementar (ANS, 2009), nas 31 especialidades medicas. Obtiveram-se, a partir dessa classificacao, as tabelas de: (a) nomenclatura de procedimentos por especialidade medica; (b) procedimentos realizados no periodo; (c) procedimentos realizados no periodo via convenio e particular; (d) procedimentos realizados no periodo de carater eletivo e urgente; (e) procedimentos realizados no periodo em salas ambulatoriais ou cirurgicas do CC; (f) tempo de atendimento dos procedimentos/sala/carater; (g) ocupacao diaria das salas por tempo de procedimento; (h) procedimentos, realizados no periodo, por especialidade.

A seguir, foi analisada a distribuicao de frequencia dos procedimentos executados, a partir da qual foi identificada maior assiduidade de dez especialidades, que correspondem a 77,30% do total de procedimentos realizados. As demais especialidades foram agrupadas computando-se os restantes 22,7% do total. Os porcentuais de ocorrencia de cada categoria encontram-se na Tabela 2.

A analise estatistica dos dados coletados, assim como daqueles obtidos no modelo simulado, foi realizada com um nivel de confianca de 95%, obtendo-se as medias de duracao, em minutos, de cada especialidade, para atendimento ambulatorial e cirurgico, conforme pode ser observado na Tabela 3.

Tal procedimento possibilita que, futuramente, possa ser realizado experimento com os valores minimos dos intervalos, para possivel analise da capacidade de alocacao maxima do CC, e com os valores maximos, para aproximacao do modelo com o cenario real, caso se apresentem diferencas significativas nos resultados comparativos entre ambos.

Comparando-se as medias diarias de ocupacao das salas, o numero de procedimentos realizados e a eficiencia dessa alocacao, retornados pelo experimento (tabelas 4 e 5), com os valores obtidos pela analise estatistica dos dados coletados (tabelas 6 e 7), observa-se uma aproximacao significativa, o que sugere a validacao do modelo para a continuidade da analise da capacidade cirurgica com o experimento de cenarios futuros.

4.2.3. Modelagem e Analise de Sensibilidade

A modelagem dos panoramas futuros contemplou o objetivo de experimento de tres proposicoes:

(1) cenario A: de aumento da demanda cirurgica emergencial em 50%;

(2) cenario B: de aumento da demanda cirurgica por convenio em 30%;

(3) cenario C: de locacao maxima da capacidade cirurgica.

A partir desses derivados e analisada a proposicao de novos contextos, com vistas na identificacao da alocacao otima do CC nestas novas condicoes de demanda.

Cenario A

Nas condicoes propostas para o cenario A, tem-se um aumento da demanda emergencial em 50%, o que implica tambem, por consequencia, alteracoes nas demais distribuicoes qualificadoras de procedimentos. Isso significa que um aumento no numero de procedimentos urgentes provoca um aumento no numero de procedimentos particulares ou por convenio e no numero de procedimentos ambulatoriais ou cirurgicos, de acordo com sua distribuicao porcentual. Essas alteracoes podem ser conferidas na Tabela 8.

Executando o modelo de programacao linear inteira em condicoes de otimalidade, obtiveram-se os resultados exibidos nas tabelas 9 e 10.

Cenario B

Nas condicoes propostas para o cenario B, tem-se um aumento do atendimento via convenios em 30%, o que implica, tambem, alteracoes nas demais distribuicoes (Tabela 11).

Executando o modelo de programacao linear inteira em condicoes de otimalidade, para este cenario B, obtiveram-se os resultados exibidos nas tabelas 12 e 13.

Cenario C

Diferentemente dos cenarios A e B anteriores, nos quais o modelo trabalha unicamente com igualdade na definicao das restricoes de procedimentos para que realize a distribuicao de um numero exato de procedimentos, conforme a demanda calculada projetada, nas condicoes propostas para o Cenario C parte-se da condicao de igualdade na busca pela alocacao otima do CC.

Isso significa identificar a utilizacao maxima das 15 salas cirurgicas e ambulatoriais, no periodo das 12 horas diarias de atividade, contabilizando 720 minutos por sala e 10.800 minutos totais diarios, respeitadas as ocorrencias minimas de cada especialidade e de qualificadores dos procedimentos.

O objetivo desta experimentacao e identificar o limite atual para atendimento cirurgico diario do CC, dentro das condicoes de infraestrutura atual oferecidas, com 12 salas cirurgicas e 3 ambulatoriais.

Os resultados deste experimento de programacao linear em condicoes de 5% de aproximacao inteira constam nas tabelas 14 e 15.

5. DISCUSSAO

Com a analise comparativa das informacoes oferecidas por este estudo, observa-se, em um primeiro momento, que os resultados tanto da analise estatistica (Tabela 6), de 57,60%, como da modelagem do cenario real (Tabela 4), de 56,41%, exibem uma ocupacao media deficitaria do CC, sugerindo que o hospital comportaria o atendimento da demanda aumentada nos dois cenarios A e B projetados.

Uma observacao interessante, que diz respeito aos porcentuais totais de utilizacao do CC, relaciona-se com a economia de escala que se apresenta apenas na modelagem do cenario B, a qual exibe uma taxa de ocupacao total superior a 70%. Isso sugere que, no cenario atual, e mesmo com aumento de demanda cirurgica emergencial em 50%, os custos do hospital com relacao ao CC ainda nao atingiram um ponto de equilibrio favoravel. Entretanto, essa capacidade produtiva nao aproveitada pode, com o replanejamento dos recursos ou processos, possibilitar um ganho potencial significativo.

Evidentemente, o cenario C, que exibe uma alocacao forcada, apresenta porcentual maximo de 96,26% de utilizacao (Tabela 14), o que indica que a infraestrutura do CC do HPT apresenta, ainda, margem para atendimento da demanda crescente.

No cenario real, as salas do CC apresentam medias de alocacao dispares (Tabela 16), o que orienta para a necessidade de uma revisao dos criterios de planejamento da distribuicao das salas, que incluiria a analise tanto dos indicadores de tempo reservado e real utilizado pelas equipes cirurgicas, como de inicio previsto e inicio real dos procedimentos, de forma a identificar o tempo intervalar ocioso entre as cirurgias. Este tempo nao utilizado impacta significativamente no porcentual de eficiencia na utilizacao do CC, pois se torna tecnicamente indisponivel para alocacao pelo sistema de agendamento de cirurgias.

Embora o modelo tenha se apresentado significativamente aderente ao cenario real em 97,93% com relacao a eficiencia na alocacao, em 100% no numero de procedimento alocados e em 97,92% no que diz respeito ao tempo alocado, mostrando-se plenamente capaz de simular cenarios futuros diversos, aproximacoes maiores podem ser possiveis mediante o refinamento dos tempos de intervalo para limpeza, definidos conforme o procedimento, em vez do tempopadrao de 15 minutos.

6. CONSIDERACOES FINAIS

Este artigo apresenta os resultados de uma pesquisa aplicada cuja finalidade concentrou-se no uso da programacao linear para desenvolvimento de um modelo computacional que possibilitasse a identificacao do dimensionamento e alocacao otimas do Centro Cirurgico da organizacao hospitalar HPT.

A metodologia empregada partiu de uma pesquisa-diagnostico na qual foi identificado o contexto a ser estudado, por meio do levantamento de informacoes gerais sobre a organizacao e, particularmente, sobre a dinamica do CC e sua problematica. Isso incluiu a identificacao das caracteristicas de sua infraestrutura, de sua utilizacao e dos objetivos a serem perseguidos, a partir do que formulou-se o problema a ser resolvido e o modelo conceitual, para experimento dos cenarios atual e de aumento de demanda prevista pela organizacao com a abertura de um novo setor de Emergencia. As etapas metodologicas seguiram a definicao e planejamento da investigacao no contexto especifico do CC; a coleta e analise dos dados sobre os procedimentos cirurgicos realizados; a modelagem, validacao do cenario atual e experimento de cenarios futuros de demanda aumentada de utilizacao do CC, finalizando com a discussao dos resultados destas simulacoes.

A discussao revelou que o uso da modelagem computacional e o experimento de cenarios sao comprovadamente ferramentas importantes para a analise da capacidade produtiva e a tomada de decisao em Centros Cirurgicos, especialmente em razao do grande numero de variaveis envolvidas nesses processos. O diferencial da modelagem e a possibilidade que ela oferece de solucao de problemas de alto grau de complexidade, que resultam na inflacao da quantidade de variaveis fisicas a manipular e controlar, e que, por isso, inviabilizam sua prototipacao atraves da experimentacao real. Adicionalmente, a modelagem computacional e interessante como ferramenta de gestao organizacional porque busca superar a incerteza na evolucao do problema sob analise e sobre as variaveis deste problema.

Esta pesquisa, por sua vez, procurou analisar os resultados de uma aplicacao bastante corrente na industria e que trata da modelagem sob a otica da analise da capacidade operacional, mas, neste caso, de um Centro Cirurgico Hospitalar. A motivacao envolveu a extrema importancia e o alto custo do setor e, portanto, sua necessidade premente nao apenas de eficacia, mas tambem de eficiencia, para que possa atender o maior numero de pacientes.

O modelo computacional desenvolvido comprovou nao apenas sua competencia para simular a realidade simplificada de alocacao de um Centro Cirurgico de um hospital de grande porte de Porto Alegre, como tambem sua capacidade para projetar cenarios de alocacao diferenciada de demanda cirurgica, contribuindo como ferramenta de apoio a decisao no que diz respeito a infraestrutura do Centro Cirurgico e, potencialmente, aos processos envolvidos na alocacao dos ambientes disponibilizados por ele.

Adicionalmente, o diferencial deste trabalho, em relacao aos demais aqui referidos e que buscam analisar a capacidade operacional de centros cirurgicos, e ele modelar a alocacao a partir de caracteristicas presentes em determinadas salas. Habitualmente, esses estudos utilizam indices operacionais do centro cirurgico, como taxa de ocupacao, indice de sobrecarga, indice de otimizacao e outros indicadores calculados de forma agregada a partir da soma dos tempos de todas as salas do centro cirurgico. Isso certamente distorce os resultados para analise, uma vez que, na pratica, alguns procedimentos cirurgicos exigem determinada infraestrutura nao disponivel em todas as salas do bloco, tornando aquelas que dispoem desses equipamentos especificos recursos raros dentro de um conjunto de recursos escassos. Considerar, portanto, essa particularidade no planejamento da capacidade de alocacao do centro cirurgico, aspecto contemplado neste estudo, torna-se um atributo importante da ferramenta que visa contribuir para a melhoria do gerenciamento da capacidade alocacional.

Motivada por esta pesquisa, a busca de estudos sobre o tema sugere que a modelagem matematica como instrumento de apoio a decisao vem sendo utilizada ha bastante tempo em instituicoes hospitalares de outros paises, especialmente a simulacao computacional para o setor de emergencia, a qual pode oferecer uma visao mais analitica sobre os processos de atendimento nesse ambiente. Entretanto, comparativamente a outros paises como Estados Unidos e Alemanha, a analise do referencial teorico indica que uma intensificacao de estudos brasileiros sobre a aplicacao da pesquisa operacional em ambientes hospitalares ainda e necessaria.

Sugere-se, assim, para pesquisas futuras, a modelagem dos processos envolvidos na operacionalizacao das salas, com o levantamento dos tempos intermediarios de todas as atividades envolvidas em cada procedimento realizado no CC, a fim de que se investigue se existem possibilidades de melhoria na duracao dos mesmos, para agilizar a alocacao do CC como um todo.

7. REFERENCIAS

ABEL-SMITH, B. The control of health care costs and health reform in the european community. As reformas dos sistemas de saude. In: ENCONTRO NACIONAL DA APES, 4., 1996, Lisboa. Anais... Lisboa: Associacao Portuguesa de Economia da Saude, 1996. p. 9-25.

AMB. Associacao Medica Brasileira. Classificacao Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Medicos, 2010. Disponivel em: <http://www.amb.org.br/teste/cbhpm/cbhpm_201 0.pdf>. Acesso em: 20 maio 2012.

ANS. Agencia Nacional de Saude Suplementar. Classificacao Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Medicos, 2009. Disponivel em: <http://www.tuss.org.br>. Acesso em: 20 maio 2012.

BAUMGART, A. et al. Computer simulation in operating room management: Impacts on process design and performance. Anasthesiologie & Intensivmedizin, v. 49, p. 332-343, 2008.

BORBA, G. S.; RODRIGUES, H. Simulacao computacional aplicada a sistemas hospitalares. READ--Revista Eletronica de Administracao da UFRGS, 8. ed., v. 4, n. 1, jul./ago. 1998. Disponivel em: <http://www. read.ea.ufrgs.br/edicoes/pdf.php?cod_artigo=169 &cod_edicao=32&titulo_p=PESQUISA>. Acesso em: 14 maio 2012.

COLIN, E. C. Pesquisa Operacional--170 aplicacoes em estrategia, financas, logistica, producao, marketing e vendas. Rio de Janeiro: LTC--Livros Tecnicos e Cientificos, 2007. 524 p.

COSTA, M. A. O Planejamento como tecnologia de gestao qualificando o cuidado e o ensino em saude. Tese (Mestrado em Ciencias da Saude) Faculdade de Medicina da UFMG, Belo Horizonte. 2006.

CREEMERS, S.; BELIEN, J.; LAMBRECHT, M. The optimal allocation of server time slots over different classes of patients. European Journal of Operational Research, v. 219, n. 3, p. 508-521, 2012. <http://dx.doi.org/10.1016/j.ejor.2011.10.045>.

DHUPAR, R. et al. Delayed operating room availability significantly impacts the total hospital costs of an urgent surgical procedure. Surgery, v. 150, n. 2, p. 299-305, 2011. <http://dx. doi.org/10.1016/j.surg.2011.05.005>.

GIROTTO, J. A.; KOLTZ, P. F.; DRUGAS, G. Optimizing your operating room: Or, why large, traditional hospitals don't work? International Journal of Surgery, v. 8, n. 5, p. 359-367, 2010. <http://dx.doi.org/10.1016/j.ijsu.2010.05.002>.

GROTE, R. et al. Operation room management: From degree of utilization to distribution of capacities. Anaesthesist, v. 57, n. 9, p. 882-892, 2008. <http://dx.doi.org/10.1007/s00101-008 1418-7>.

GROTE, R. et al. The "OR Income Index" Distribution of OR capacities based on revenue analysis. Anasthesiologie & Intensivmedizin, v. 50, p. 538-550, 2009.

GROTE, R. et al. Quality of OR planning. Anaesthesist, v. 59, n. 6, p. 549-554, 2010. <http://dx.doi.org/10.1007/s00101-010-1726-6>.

HARPER, P. R.; KNIGHT, V. A.; MARSHALL, A. H. Discrete conditional phase-type models utilising classification trees: Application to modelling health service capacities. European Journal of Operational Research, v. 219, n. 3, p. 522-530, 2012. <http://dx.doi.org/10.1016Zj.ejor. 2011.10.035>.

HE, B. et al. The Timing of Staffing Decisions in Hospital Operating Rooms: Incorporating Workload Heterogeneity into the Newsvendor Problem. Manufacturing & Service Operations Management, v. 14, n. 1, p. 99-114, 2012. <http://dx.doi.org/10.1287/msom.1110.0350>.

IZADY, N.; WORTHINGTON, D. Setting staffing requirements for time dependent queuing networks: The case of accident and emergency departments. European Journal of Operational Research, v. 219, n. 3, p. 531-540, 2012. <http://dx.doi.org/10.1016/j.ejor.2011.10.040>.

JOAQUIM, E. D.; VIEIRA, G. E. Modelagem e analise de um novo centro cirurgico para um hospital em crescimento: uma abordagem baseada em simulacao. Production, Sao Paulo, v. 19, n. 2, p. 274-291, 2009. <http://dx.doi.org/10. 1590/s0103-65132009000200005>.

LAU, H. K. et al. Retrospective analysis of surgery postponed or cancelled in the operating room. Journal of Clinical Anesthesia, v. 22, n. 4, p. 237-240, 2010. <http://dx.doi.org/10.1016/j. jclinane.2009.10.005>.

MACHADO, S. E. P. Reducao da taxa de cancelamento de cirurgias atraves da otimizacao do processo assistencial. Porto Alegre: Escola Nacional de Administracao Publica, 2003. Disponivel em: <http://inovacao.enap.gov.br/ index.php?option=com_docman&task=doc_detail s&gid=260>. Acesso em: 25 maio 2012.

MASTRANTONIO, M. A.; GRAZIANO, K. U. Proposta de um instrumento de avaliacao dos padroes de qualidade de uma unidade de centro cirurgico ajuizado por especialistas. O mundo da saude, Sao Paulo, v. 26, n. 2, 2002.

NEPOTE, M. A.; MONTEIRO, I. U.; HARDY, E. Associacao entre os indices operacionais e a taxa de ocupacao de um centro cirurgico geral. Revista Latino-Americana de Enfermagem, v. 17, n. 4, p. 529-534, 2009. <http://dx.doi.org/10.1590/S010411692009000400015>.

PERROCA, M. G.; JERICO, M. D.; FACUNDIN, S. D. Cancelamento cirurgico em um hospital escola: implicacoes sobre o gerenciamento de custos. Revista Latino-Americana de Enfermagem, v. 15, n. 5, p. 1018-1024, 2007. <http://dx.doi.org/10.1590/S01041169200700050 0021>.

PESCH, E.; WOEGINGER, G. Guest editorial to the special issue "Operations Research in Health Care". European Journal of Operational Research, v. 219, n. 3, p. 489-490, 2012. <http://dx.doi.org/10.1016/j.ejor.2011.11.001>.

POSSARI, J. F. Centro cirurgico: planejamento, organizacao e gestao. 4. ed. Sao Paulo: Iatria, 2009. 288 p.

RAGSDALE, C. T. Modelagem e analise de decisao. Sao Paulo: Cengage Learning, 2010. 608 p.

RIEDL, S. Modern operating room management in the workflow of surgery. Spectrum of tasks and challenges of the future. Anaesthesist, v. 52, n. 10, p.957-963, 2003.

SCHWARTZMAN, S. Pesquisa academica, pesquisa basica e pesquisa aplicada em duas comunidades cientificas. Jan. 1979. Disponivel em: <http://www.schwartzman.org.br/simon/acad_ ap.htm>. Acesso em: 15 fev. 2013.

SILVA, J. A.; ARNDT, A. B. M. Indices operacionais e taxa de ocupacao de leito de centro cirurgico. Acta de Ciencias e Saude, v. 1, n. 2, p. 1-7, 2013.

SOKAL, S. M. et al. Maximizing operating room and recovery room capacity in an era of constrained resources. Archives of Surgery, v. 141, n. 4, p. 389-393, 2006. <http://dx.doi.org/10.1001/archsurg.141.4.389>.

STEPANIAK, P. S. et al. Human and artificial scheduling system for operating rooms. In: HALL, R. Handbook of Healthcare System Scheduling. Los Angeles: Springer, 2012. p. 155-175. <http://dx.doi.org/10.1007/978-1-4614-17347_7>.

VAN HOUDENHOVEN, M. et al. Fewer intensive care unit refusals and a higher capacity utilization by using a cyclic surgical case schedule. Journal of Critical Care, v. 23, n. 2, p. 222-226, 2008. <http://dx.doi.org/10.1016Zj. jcrc.2007.07.002>.

VAN OOSTRUM, J. M.; BREDENHOFF, E.; HANS, E. W. Suitability and managerial implications of a master surgical scheduling approach. Annals of Operations Research, v. 178, n. 1, p. 91-104, 2010. <http://dx.doi.org/10.1007/ s10479-009-0619-z>.

VANTEENKISTE, N. et al. Reallocation of operating room capacity using the due-time model. Medical Care, v. 50, n. 9, p. 779-784, 2012. <http://dx.doi.org/10.1097/MLR.0b013 e3182549eb9>.

DOI: 10.5700/578

Recebido em: 26/04/2013

Aprovado em: 1/7/2015

Mery Blanck

Doutoranda em Engenharia de Producao pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul--Porto Alegre-RS, Brasil

Mestre em Administracao pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Pesquisadora do GESID--Grupo de Estudos em Sistemas de Informacao e de Apoio a Decisao

E-mail: mery.blanck@ufrgs.br

Denise Lindstrom Bandeira

Doutora em Administracao pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul--Porto Alegre-RS, Brasil

Mestre em Administracao pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Professora da Escola de Administracao da Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Pesquisadora do GESID--Grupo de Estudos em Sistemas de Informacao e de Apoio a Decisao

E-mail: dlbandeira@ufrgs.br
Tabela 2--Ocorrencia das especialidades (%)

Codigo        Descricao do Procedimento      Ocorrencia
                                                em %

43000000    Cirurgia do Aparelho Digestivo     13,71
            e Orgaos Anexos

54000000    Cirurgia Plastica e                12,93
            Reconstrutora

52000000    Ortopedia e Traumatologia          10,01

99999900    Cirurgia Plastica Estetica          9,03

56000000    Urologia                            8,18      77,30

39000000    Angiologia--Cirurgia                7,36
            Vascular e Linfatica

45000000    Ginecologia e Obstetricia           5,72

49000000    Neurocirurgia                       3,65

50000000    Oftalmologia                        3,62

51000000    Otorrinolaringologia                3,09

111111111   Demais                                        22,70
                        Totais                            100,00

Fonte: Elaborada pelas Autoras.

Tabela 3--Medias de duracao dos procedimentos

Codigo      Descricao do Procedimento

43000000    Cirurgia do Aparelho Digestivo e Orgaos Anexos
54000000    Cirurgia Plastica e Reconstrutora
52000000    Ortopedia e Traumatologia
99999900    Cirurgia Plastica Estetica
56000000    Urologia
39000000    Angiologia--Cirurgia Vascular e Linfatica
45000000    Ginecologia e Obstetricia
49000000    Neurocirurgia
50000000    Oftalmologia
51000000    Otorrinolaringologia
11111111    Demais

            Duracao Media em
            Minutos--n.c. 95%

Codigo        Proc.          Proc.
            Cirurgicos   Ambulatoriais

43000000      128,30         38,21
54000000      135,10         34,79
52000000      128,82         29,76
99999900      164,75         35,57
56000000      99,97          31,44
39000000      105,00         40,36
45000000      107,20         65,25
49000000      95,44            -
50000000      44,50          30,04
51000000      105,19         28,66
11111111      105,23         34,70

Fonte: Elaborada pelas Autoras.

Tabela 4--Cenario Atual Simulado: Ocorrencias dos procedimentos
por qualificacao (%)

                  Medias Diarias                Eficiencia

Salas               Numero de      Tempo de     % ocupacao
                  Procedimentos   Ocupacao em
                                    minutos

Cirurgicas             44          5.770,00       66,78
Ambulatoriais           9           321,92        14,90
Totais                 53          6.091,92       56,41

Fonte: Elaborada pelas Autoras.

Tabela 5--Cenario Atual Simulado: Medias diarias analiticas de
utilizacao do CC

         Medias Diarias

Salas      Numero de      Tempo de
         Procedimentos    Ocupacao
                         em minutos

6A             4           486,60
6B             3           431,46
6C             4           539,25
6D             3           683,70
8A             4           469,94
8B             2           287,64
8C             5           110,44
8D             6           429,90
7A             3           716,12
7B             3           429,90
7C             3           479,95
7D             4           705,10
7X             3           109,76
7Y             4           139,16
7Z             2           73,00

Fonte: Elaborada pelas Autoras.

Tabela 6--Cenario Atual: Medias diarias consolidadas de
utilizacao do CC

                       Medias Diarias          Eficiencia

Salas              Numero de      Tempo de    % Ocupacao
                 Procedimentos    Ocupacao
                                 em minutos

Cirurgicas            44          5.885,93      68,12
Ambulatoriais          9           333,94       15,40
Totais                53          6.220,87      57,60

Fonte: Elaborada pelas Autoras.

Tabela 7--Cenario Atual: Medias diarias analiticas
de utilizacao do CC

                 Medias Diarias

Salas      Numero de     Tempo de Ocupacao
         Procedimentos      em minutos

6A           4,02             424,80
6B           3,41             400,77
6C           3,68             394,27
6D           2,84             357,57
8A           3,82             527,32
8B           3,83             506,17
8C           3,97             505,52
8D           2,70             314,90
7A           3,98             460,63
7B           3,89             445,33
7C           3,83             466,95
7D           4,89             421,68
7X           4,64             166,01
7Y           2,98             100,54
7Z           1,93              67,39

Fonte: Elaborada pelas Autoras.

Tabela 8--Cenario A: Porcentuais de ocorrencia
dos procedimentos por qualificacao

                               % Carater           % Forma

Descricao do Procedimento    Eletiva   Urgente   Partic.   Conv.

Cirurgia do Aparelho          94,53     5,47      5,65     94,35
Digestivo e Orgaos Anexos

Cirurgia Plastica e           98,93     1,07      8,28     91,72
Reconstrutora

Ortopedia e Traumatologia     95,14     4,86      4,94     95,06

Cirurgia Plastica             99,81     0,19      98,56     1,44
Estetica

Urologia                      96,96     3,04      9,34     90,66

Angiologia--Cirurgia          92,98     7,02      1,61     98,39
Vascular e Linfatica

Ginecologia e Obstetricia     98,64     1,36      2,41     97,59

Neurocirurgia                 96,24     3,76      2,11     97,89

Oftalmologia                 100,00         -         -    100,00

Otorrinolaringologia         100,00         -     8,96     91,04

Demais                        95,15     4,85      11,69    88,31

Totais                        96,51     3,49      15,18    84,82

                                % Local

Descricao do Procedimento    Amb.      CC

Cirurgia do Aparelho         5,22    94,78
Digestivo e Orgaos Anexos

Cirurgia Plastica e          72,34   27,66
Reconstrutora

Ortopedia e Traumatologia    1,11    98,89

Cirurgia Plastica            1,34    98,66
Estetica

Urologia                     6,51    93,49

Angiologia--Cirurgia         31,76   68,24
Vascular e Linfatica

Ginecologia e Obstetricia    0,60    99,40

Neurocirurgia                   -    100,00

Oftalmologia                 1,20    98,80

Otorrinolaringologia         0,84    99,16

Demais                       18,9    81,10

Totais                       17,56   82,44

Fonte: Elaborada pelas Autoras.

Tabela 9--Cenario A: Medias diarias consolidadas de
utilizacao do CC

                        Medias Diarias           Eficiencia

Salas              Numero de      Tempo de     % Ocupacao
                 Procedimentos   Ocupacao em
                                   minutos

Cirurgicas            46          6.034,05       69,84
Ambulatoriais         10           362,28        16,77
Totais                56          6.396,33       59,23

Fonte: Elaborada pelas Autoras.

Tabela 10--Cenario A: Medias diarias analiticas
de utilizacao do CC

               Medias Diarias

Salas      Numero de      Tempo de
         Procedimentos    Ocupacao
                         em minutos

6A             5           670,36
6B             3           431,46
6C             3           444,02
6D             2           230,67
8A             4           573,20
8B             4           719,00
8C             4           486,79
8D             5           570,32
7A             5           601,15
7B             3           467.39
7C             3           360,69
7D             5           479,00
7X             4           150,30
7Y             3           104,37
7Z             3           107,61

Fonte: Elaborada pelas Autoras.

Tabela 11--Cenario B: Porcentuais de ocorrencia dos
procedimentos por qualificacao
fs

Descricao do Procedimento                % Carater

                                     Eletiva    Urgente

Cirurgia do Aparelho Digestivo        94,45       3,55
   e Orgaos Anexos
Cirurg. Plastica e Reconstrutora      99,32       0,68
Ortopedia e Traumatologia             96,90       3,10
Cirurgia Plastica Estetica            99,90       0,10
Urologia                              98,08       1,92
Angiologia--Cirurgia Vascular         95,45       4,55
   e Linfatica
Ginecologia e Obstetricia             99,18       0,82
Neurocirurgia                         97,43       2,57
Oftalmologia                          100,00       -
Otorrinolaringologia                  100,00       -
Demais                                96,86       3,14
Totais                                97,72       2,28

Descricao do Procedimento                 % Forma

                                     Partic.     Conv.

Cirurgia do Aparelho Digestivo         4,44      95,56
   e Orgaos Anexos
Cirurg. Plastica e Reconstrutora       6,46      93,54
Ortopedia e Traumatologia              3,84      96,16
Cirurgia Plastica Estetica            98,09       1,91
Urologia                               7,33      92,67
Angiologia--Cirurgia Vascular          1,18      98,82
   e Linfatica
Ginecologia e Obstetricia              1,88      98,12
Neurocirurgia                          1,65      98,35
Oftalmologia                            -        100,00
Otorrinolaringologia                   7,03      92,97
Demais                                 9,24      90,76
Totais                                12,17      87,83

Descricao do Procedimento                 % Local

                                       Amb.        CC

Cirurgia do Aparelho Digestivo         4,93      95,07
   e Orgaos Anexos
Cirurg. Plastica e Reconstrutora      69,00      31,00
Ortopedia e Traumatologia              1,08      98,92
Cirurgia Plastica Estetica             1,34      98,66
Urologia                               6,17      93,83
Angiologia--Cirurgia Vascular         30,00      70,00
   e Linfatica
Ginecologia e Obstetricia              0,59      99,41
Neurocirurgia                           -        100,00
Oftalmologia                           1,11      98,89
Otorrinolaringologia                   0,88      99,12
Demais                                18,09      81,91
Totais                                14,00      86,00

Fonte: Elaborada pelas Autoras.

Tabela 12--Cenario B: Medias diarias consolidadas de utilizacao do CC

                        Medias Diarias                  Eficiencia

                   Numero de      Tempo de Ocupacao
Salas            Procedimentos        em minutos       % Ocupacao

Cirurgicas             58              7.502,33          86,83
Ambulatoriais          12               422,85           19,58
Totais                 70              7.925,18          73,38

Fonte: Elaborada pelas Autoras.

Tabela 13--Cenario B: Medias diarias analiticas de utilizacao do CC

                Medias Diarias

          Numero de      Tempo de Ocupacao
Salas   Procedimentos        em minutos

6A            6                716,12
6B            3                443,80
6C            4                573,72
6D            5                714,31
8A            4                503,99
8B            4                719,00
8C            5                632,10
8D            6                676,23
7A            5                595,89
7B            5                695,47
7C            4                573,20
7D            7                658,50
7X            3                104,10
7Y            3                249,10
7Z            2                69,65

Fonte: Elaborada pelas Autoras.

Tabela 14--Cenario C: Medias diarias consolidadas de utilizacao do CC

                       Medias Diarias                  Eficiencia

                  Numero de      Tempo de Ocupacao
Salas           Procedimentos        em minutos       % Ocupacao

Cirurgicas            65              8.252,99          95,52
Ambulatoriais         62              2.143,23          99,22
Totais               127             10.396,22          96,26

Fonte: Elaborada pelas Autoras.

Tabela 15--Cenario C: Medias diarias analiticas de utilizacao do CC

                    Medias Diarias

           Numero de      Tempo de Ocupacao
Salas    Procedimentos       em minutos

6A             5               719,92
6B             6               720,00
6C             5               695,40
6D             5               719,10
8A             6               720,00
8B             4               689,35
8C             5               646,60
8D             5               618,96
7A             6               706,33
7B             6               716,12
7C             5               627,70
7D             7               673,51
7X             20              711,17
7Y             22              719,33
7Z             20              712,73

Fonte: Elaborada pelas Autoras.

Tabela 16--Comparativo de ocupacao porcentual entre cenarios

             Medias % Diarias de Ocupacao

         Cenario     Cenario Real   Cenario A
Salas      Real        Modelado     Modelado

6A         59,00        67,58         93,11
6B         55,66        59,93         59,93
6C         54,76        74,90         61,57
6D         49,66        94,96         32,04
8A         73,24        65,27         79,61
8B         70,30        39,95         99,86
8C         70,21        15,34         67,61
8D         43,74        59,71         79,21
7A         63,98        99,46         83,49
7B         61,85        59,71         64,92
7C         64,85        66,66         50,10
7D         58,57        97,93         66,53
7X         23,06        15,24         20,88
7Y         13,96        19,33         14,50
7Z         9,36         10,14         14,95

         Medias % Diarias de Ocupacao

         Cenario B    Cenario C
Salas    Modelado      Modelado

6A         99,46        99,99
6B         61,64        100,00
6C         79,68        96,58
6D         99,21        99,88
8A         70,00        100,00
8B         99,86        95,74
8C         87,79        89,81
8D         93,92        85,97
7A         82,76        98,10
7B         96,59        99,46
7C         79,61        87,18
7D         91,46        93,54
7X         14,46        98,77
7Y         34,60        99,91
7Z         9,67         98,99

Fonte: Elaborada pelas Autoras.
联系我们|关于我们|网站声明
国家哲学社会科学文献中心版权所有