Progressing in the theoretical discussion about IT portfolio management and its dimensions/Avancando na discussao teorica sobre a gestao do portfolio de TI e suas dimensoes/Avanzando en la discusion teorica sobre la gestion del portafolio de TI y sus dimensiones.
Dolci, Pietro Cunha ; Macada, Antonio Carlos Gastaud ; Pedrozo, Eugenio Avila 等
1. INTRODUCAO
O desenvolvimento de um campo teorico unificado e um objetivo
valioso para qualquer area ou disciplina. Uma estrutura teorica e um dos
requisitos para que uma area ou disciplina se torne ciencia (HUNT,
1971). Entretanto, tem sido apontada, na literatura, a falta de teorias
e discussoes teoricas no campo de sistemas de informacao (SI) que
considerem multiplas abordagens para a realizacao de pesquisas na area
(GREGOR, 2006; SANCHES; PINHEIRO, 2009; RECKER, 2013). Esse campo possui
um grande nivel de diversidade, especialmente quanto a disciplinas e
fundamentacoes teoricas (BENBASAT; ZMUD, 2003), mas uma carencia de
discussoes sobre o assunto. Em outras areas da Administracao, como
marketing, essa discussao existe desde a decada de 1950 (BAUMOL, 1957).
Assim, e preciso estudar e relacionar diferentes assuntos e temas
da area de tecnologia da informacao (TI) com diversas teorias que
proporcionem subsidios para um melhor e mais amplo entendimento. Um
assunto que vem sendo discutido em diferentes pesquisas em TI e a Gestao
do Portfolio de TI (GPTI) (JEFFERY; LELIVELD, 2004; WEILL; ARAL, 2006;
KUMAR; AJJAN; NIU, 2008; DOLCI; MACADA, 2011). O tema nao e um topico
novo nas pesquisas em TI, uma vez que entrou para a literatura academica
nos anos 1970, quando pesquisadores comecaram a estudar os sistemas no
contexto da organizacao como um todo (LUCAS, 1973). Entretanto, em 2008
esse conceito ainda era considerado um tema em desenvolvimento (KUMAR;
AJJAN; NIU, 2008).
Dessa forma, discussoes sobre a busca por elementos e subsidios
teoricos que fundamentem assuntos e topicos na area de SI, como, por
exemplo, a GPTI, sao necessarias.
Uma teoria, segundo Kerlinger (1973), e um conjunto de construcoes,
definicoes e proposicoes inter-relacionadas que apresenta uma visao
sistematica dos fenomenos por meio de uma especificacao de relacoes
entre variaveis, com o objetivo de explicar. Dessa forma, este ensaio
teorico busca estabelecer relacoes teoricas com diferentes teorias e
campos teoricos para a GPTI e suas dimensoes, a partir do modelo
proposto por Weill e Broadbent (1998).
Foi realizada uma extensa busca e levantamento de diferentes
teorias que tivessem relacoes teoricas com a GPTI e suas dimensoes:
infraestrutura, transacional, informacional e estrategica. As origens da
GPTI estao fundamentadas nos estudos seminais referentes a teoria
moderna de portfolio (MARKOWITZ, 1952). Entretanto, uma abordagem das
relacoes entre as teorias e as dimensoes da GPTI, a maior contribuicao
deste trabalho, nunca havia sido feita na literatura. Muitos estudos
sobre o tema foram publicados em periodicos de negocio como, por
exemplo, o MIT Sloan Management Review (WEILL; ARAL, 2006), e em livros
voltados para a pratica (WEILL; BROADBENT; 1998; MAIZLISH; HANDLER,
2005). Essa constatacao abre espaco para um maior entendimento de como a
GPTI pode ser embasada em diferentes teorias, alem de na teoria moderna
de portfolio. Assim, neste ensaio foi realizada uma revisao e ampliacao
do tema GPTI, utilizando-se como base as seguintes teorias: Teoria
Institucional, Teoria da Producao, Qualidade da Informacao (QI) e Visao
Baseada em Recursos (RBV).
A infraestrutura de TI foi relacionada com a teoria institucional,
pois cada vez mais as organizacoes se parecem (DIMAGGIO; POWELL, 1983;
HINNINGS, 2003), apresentando infraestruturas de TI que podem diferir em
usos e atualizacoes, mas, geralmente, em essencia, sao as mesmas. A
Teoria da Producao foi relacionada a dimensao transacional, pois tem
sido utilizada para avaliar outputs, como o aumento da produtividade, a
diminuicao de custos e a otimizacao de processos oriundos de diferentes
inputs, como: capital, trabalho e investimentos em TI (BADESCU;
GARCESAYERBE, 2009; KO, M.; CLARK; KO, D., 2008). Existe uma relacao
direta entre a QI e a dimensao informacional: os investimentos em TI
melhoram a qualidade das informacoes que sao utilizadas nas empresas
(WEILL; BROADBENT, 1998; DOLCI; MACADA, 2011). Ja a dimensao estrategica
foi relacionada a RBV, pois a questao teorica primaria desta teoria e
por que as empresas se diferenciam pela criacao de vantagem competitiva
(BARNEY, 1991; MADHOK, 2002), uma das caracteristicas da dimensao
estrategica.
Nos itens seguintes sao revisados elementos fundamentais de cada
uma das teorias, bem como aspectos relacionados com o tema de pesquisa.
Nao sao apresentadas explicacoes amplas de cada uma das teorias e campos
teoricos, mas sao enfatizados alguns de seus aspectos seminais e
importantes, que depois sao relacionados ao tema GPTI e as suas
dimensoes. Entao, sao realizadas discussoes e aproximacoes entre essas
teorias e a GPTI e suas dimensoes. Por fim, sao apresentadas as
principais consideracoes da pesquisa, as limitacoes e as pesquisas
futuras.
2. A TEORIA MODERNA DE PORTFOLIO E A GESTAO DE PORTFOLIO DE TI:
ORIGENS, CONCEITOS E DIMENSOES
A Gestao de Portfolio de TI (GPTI) tem sua raiz teorica na Teoria
Moderna de Portfolio de Markowitz (1952), com o trabalho seminal
Portfolio Selection. Esse artigo definiu o que e portfolio, qual sua
utilizacao, alem de apresentar duas variaveis muito importantes
relacionadas ao portfolio: risco e retorno. Assim, a GPTI e definida
como o gerenciamento da TI como um portfolio de ativos similares a um
portfolio financeiro, visando melhorar o desempenho do portfolio por
meio do balanceamento entre risco e retorno dos diferentes investimentos
(JEFFERY; LELIVELD, 2004).
A teoria referente a portfolio e utilizada em diferentes areas do
conhecimento, como na Matematica, na Saude e na Administracao. Nesta
ultima, observa-se, por exemplo, seu uso em marketing, no sentido de um
portfolio de produtos de uma empresa com a quantidade de produtos que
essa empresa possui para vender aos clientes finais (KOTLER; ARMSTRONG,
1993). Alem disso, utiliza-se a gestao de portfolio em pesquisa e
desenvolvimento (P&D), para otimizar a alocacao dos recursos entre
os projetos, a fim de balancear os riscos e beneficios e alinhar os
projetos com as estrategias da empresa (DICKINSON; THORNTON; GRAVES,
2001). Utiliza-se o termo portfolio no contexto das aliancas em
estrategias nas relacoes interorganizacionais, para identificar quais as
aliancas mais vantajosas e que possuem um papel fundamental no
desempenho das organizacoes (HOFFMAN, 2007).
Observa-se tambem a utilizacao dessa teoria na area de TI. O
primeiro autor a explorar o tema portfolio na area de TI foi Warren
McFarlan (1981), que estudou o portfolio de TI mais direcionado para o
gerenciamento de projetos de TI. Assim como os investimentos
financeiros, os investimentos em TI nas empresas podem ser concebidos
nao como um portfolio financeiro, mas sim como um portfolio de TI que
contem investimentos com diferentes objetivos gerenciais (WEILL;
BROADBENT, 1998; MAIZLISH; HANDLER, 2005). A partir dos estudos seminais
de Turner e Lucas (1985) sobre os objetivos empresariais, Weill e
Broadbent (1998) identificaram quatro diferentes dimensoes
(infraestrutura, transacional, informacional e estrategica) as quais
todos os investimentos em TI podem ser alocados. Essas dimensoes, que
foram estudadas por diferentes autores (WEILL; ARAL, 2006; DOLCI;
MACADA, 2011), sao apresentadas a seguir.
A dimensao de infraestrutura de TI e a base do portfolio e
proporciona a estrutura para os servicos de TI compartilhados (humanos e
tecnicos, como, por exemplo, computadores pessoais, equipamentos de
comunicacao, servidores, rede, laptops, base de dados, help desk, etc.).
Representa investimentos realizados para prover uma base flexivel para
as iniciativas de negocios futuros. Os beneficios com os investimentos
que compoem esta dimensao estao ilustrados na Figura 1.
A dimensao transacional representa gastos e investimentos para
suportar as tarefas diarias e operacionais da organizacao, tais como
ordens de pedidos, controle de inventario, gestao de caixa, contas a
receber, contas a pagar, relatorios de producao e outros processamentos
cotidianos da empresa. Os beneficios com os investimentos que compoem
esta dimensao estao ilustrados na Figura 1.
A dimensao informacional representa gastos e investimentos para
melhorar a disponibilidade de informacoes para o gerenciamento e
controle da empresa, suportando a tomada de decisao, o planejamento, a
comunicacao, a contabilidade e as analises. Essas informacoes provem de
resumos obtidos de sistemas componentes da dimensao transacionai. Os
beneficios que compoem esta dimensao estao ilustrados na Figura 1.
A dimensao estrategica e composta de investimentos para
reposicionar e manter a empresa no mercado. Os investimentos nesta
dimensao tipicamente alteram a natureza dos servicos de TI e os
processos organizacionais na industria. Dada a natureza dinamica da TI,
muitos investimentos considerados estrategicos em um dado momento e
espaco deixam de se-lo com o passar do tempo, em um processo de
comoditizacao. E o caso, por exemplo, dos caixas eletronicos. Com sua
introducao, alteraram-se os servicos entregues aos clientes bancarios e
garantiram-se vantagens aos primeiros bancos que os adotaram. Hoje,
entretanto, representam investimentos transacionais (e nao mais
estrategicos), uma vez que se tornaram universalmente adotados.
[FIGURE 1 OMITTED]
A Figura 1 apresenta as dimensoes do portfolio de investimentos em
TI segundo uma estrutura hierarquica, assim como os beneficios
associados a cada uma delas. A seguir, sao apresentadas as teorias e
campos teoricos relacionados com cada uma das dimensoes da GPTI.
3. TEORIA INSTITUCIONAL
Diferentemente da ecologia da populacao, que esta centrada em
explicar por que ha tanta variacao nas organizacoes, estudiosos da
teoria institucional questionam por que as organizacoes se parecem tanto
ou o que as torna tao similares (DIMAGGIO; POWELL, 1983; HINNINGS,
2003). Alem disso, segundo Dimaggio e Powell (1983), o conceito de campo
organizacional compreende um conjunto de organizacoes que, no agregado,
constituem uma area conhecida da vida institucional: fornecedores-chave,
clientes de recursos e produtos, agencias reguladoras e outras
organizacoes que dispoem de produtos ou servicos semelhantes. Ainda
segundo os autores, uma vez que as organizacoes emergem como um campo,
um paradoxo surge: atores racionais criam e tornam suas empresas
similares as demais em uma tentativa de muda-las.
As organizacoes sao pressionadas pelo ambiente, que as torna mais
homogeneas, configurando o conceito de isomorfismo (DIMAGGIO; POWELL,
1983). Existem tres tipos de mecanismos: (i) coercitivo: decorre de
expectativas sociais e de pressoes exercidas pelo Estado ou pela
industria sobre organizacoes que dependem deles; (ii) mimetico: resulta
da imitacao, por parte de uma organizacao, de arranjos estruturais e de
estrategias de acao implementados com sucesso pelos concorrentes, num
contexto de incerteza ocasionada por problemas tecnologicos, objetivos
conflitantes e exigencias ambientais; e (iii) normativo: originase na
esfera ocupacional, ao envolver o compartilhamento de normas e metodos
de trabalho pelos membros dos segmentos profissionais.
Alem disso, uma ideia central e que as organizacoes adotam
estruturas e sistemas nao em razao apenas da eficiencia das atividades
da empresa, mas tambem para ganhar legitimidade (MEYER; ROWAN, 1977). A
partir da dispersao da inovacao, alcanca-se popularidade, portanto a
adocao da inovacao pode ser mais um fator para se legitimar perante as
demais empresas do que para aumentar o desempenho. As organizacoes
competem nao apenas por recursos e consumidores, mas tambem por poder
politico, legitimidade social e para se ajustar a economia. O conceito
de isomorfismo e uma ferramenta util para entender as politicas e
cerimonias que permeiam qualquer vida organizacional moderna (DIMAGGIO;
POWELL, 1983).
Estrategias mais racionais para uma organizacao individual podem
nao ser adotadas por um numero elevado de empresas (MEYER; ROWAN, 1977;
DIMAGGIO; POWELL, 1983). Segundo Scott (1995), elas nao sao apenas
racionais, como pretendem ser, mas tambem detentoras de valores
embutidos. Alem disso, a visao de institucionalizacao poe muito peso nos
padroes culturais, enfatizando o controle exercido pelos valores sobre
as condicoes.
4. TEORIA DA PRODUCAO
A teoria microeconomica e a estrategia de negocio podem fornecer
bases uteis para a avaliacao dos beneficios da tecnologia (HITT;
BRYNJOIFSSON, 1996). Esses autores apontam tres diferentes teorias para
analisar topicos distintos: Teoria do Consumidor (valor para o
consumidor), Teoria de Estrategia Competitiva (lucratividade do negocio)
e Teoria da Producao (produtividade). Segundo Henderson e Quandt (1980),
a teoria da producao faz parte da teoria microeconomica--segundo a qual
os outputs ou saidas sao o resultado de varios inputs ou entradas--e se
refere ao processo de conversao dos fatores de producao.
Ha varios anos a Teoria da Producao tem sido utilizada para avaliar
a produtividade de diferentes inputs empresariais, como: capital,
trabalho e gastos com pesquisa e desenvolvimento (BERNDT, 1991). Mais
recentemente, tem sido utilizada para avaliar os investimentos em
tecnologia (KO, M.; OSEI-BRYSON, 2006; KO, M.; CLARK; KO, D., 2008).
Podemos citar os estudos de Brynjolfsson e Hitt (1995, 1996), que
tiveram sucesso em demonstrar os resultados dos investimentos em
tecnologia no desempenho, custos e processos da empresa. Alem disso, a
teoria da producao, que e apontada como um campo teorico ainda em
construcao, possibilita um entendimento da otimizacao dos processos de
producao por meio dos fatores produtivos, como e o caso do uso da
tecnologia (FANTI; MANFREDI, 2009).
Brynjolfsson (1993) e Brynjolfsson e Hitt (1996) realizaram
pesquisas para medir a relacao entre os investimentos em TI e a
produtividade, e criaram o termo "paradoxo da produtividade".
Esse termo significa a dificuldade de verificar a influencia positiva
dos investimentos em TI na produtividade da organizacao e a existencia
do efeito "tardio" da TI, ou seja, a diferenca temporal entre
os gastos em TI e os ganhos nos resultados da empresa.
Radhakrishnan, Zu e Grover (2008) realizaram uma pesquisa avaliando
os trabalhos que mensuram o impacto da TI nas empresas. Considerando o
relacionamento entre TI e um determinado output, os autores encontraram
diferentes resultados. Algumas pesquisas determinaram que essa relacao e
positiva (BRESNAHAN, 1986; DEVARAJ; KOHLI, 2000); negativa (BAILY, 1986;
JORGENSON; STIROH, 1995); mista (ROACH, 1987; HITT; BRYNJOLFSSON, 1996);
e inexistente (BAILY; CHAKRABARTI, 1988; KOSKI, 1999). Conforme
mencionado, estudos mais recentes tem encontrado relacoes positivas
maiores entre os investimentos em TI e os resultados das empresas
(ADAMIDES; KARACAPILIDIS, 2006; BADESCU; GARCES-AYERBE, 2009).
Segundo Badescu e Garces-Ayerbe (2009), mais recentemente estudos
sobre as empresas sao otimistas em relacao a contribuicao da tecnologia
na produtividade. Com novos dados que tem sido disponibilizados pelo uso
de novas metodologias e tecnologia utilizadas, estudos empiricos tem
observado que a tecnologia gera aumentos na produtividade e crescimento
economico.
5. QUALIDADE DA INFORMACAO
O campo de estudo qualidade da informacao, mesmo nao sendo muito
recente, enfrenta um problema de organizacao de seu campo teorico (LIMA;
MACADA, 2008). Varios estudos tem sido realizados sobre o assunto em
diferentes contextos--dentre outros, desenvolvimento de uma metodologia
de gestao da qualidade da informacao de servicos via Web (CAPPIELLO;
PERNICI, 2006), modelos de qualidade de informacao para o setor bancario
(LIMA; MACADA; KOUFTEROS, 2007), aspectos da qualidade da informacao
sobre a garantia de revenda de produtos (BAAMAN, 2007), confiabilidade
das informacoes em jornais eletronicos brasileiros (DE SORDI; MEIRELES;
GRIJO, 2008)--, permitindo a consolidacao do tema como uma teoria
utilizada neste estudo. Mesmo nao sendo considerada como uma teoria por
si so, resgatando-se Kerlinger (1973) pode-se considerar que a qualidade
da informacao implica um conjunto de construcoes, definicoes e
proposicoes inter-relacionadas, apresentadas anteriormente, contendo uma
visao sistematica dos fenomenos, possibilitada pela especificacao de
relacoes entre variaveis, cujo objetivo e explicar o fenomeno analisado.
As pesquisas sobre qualidade da informacao desenvolvem-se sob
diferentes ambitos ou dimensoes de analise (DE SORDI; MEIRELES; GRIJO,
2008). Ha muitas formas de categorizar as dimensoes da qualidade da
informacao; Garvin (1988), Salmela (1997) e Huang, Lee e Wang (1999) sao
alguns dos autores que esquematizaram diferentes conjuntos de dimensoes.
Huang, Lee e Wang (1999), por exemplo, elaboraram uma lista de
quinze dimensoes para analise da informacao, classificadas em quatro
categorias: (i) qualidade intrinseca: acuracia, objetividade,
confiabilidade e reputacao; (ii) qualidade de acessibilidade: acesso e
seguranca; (iii) qualidade contextual: relevancia, valoragregado,
economia de tempo, completeza e quantidade de dados; e (iv) qualidade
representacional: interpretabilidade, facilidade de uso, representacao
concisa e representacao consistente.
Mais recentemente, em um estudo desenvolvido por Pipino, Lee e Wang
(2002), foi apresentada uma serie de dimensoes para medir e analisar a
qualidade da informacao (LIMA; MACADA; KOUFTEROS, 2007). As dimensoes
sao apresentadas na Tabela 1.
6. VISAO BASEADA EM RECURSOS (RBV)
Os teoricos da Visao Baseada em Recursos, ou Resource Based View
(RBV), veem as empresas como um conjunto de ativos e recursos que, se
empregados de formas distintas, podem criar vantagem competitiva
(CONNER, 1991; BARNEY, 1991; PETERAF, 1993). A RBV tem despertado grande
interesse em estudiosos de diferentes areas, como as de gestao
estrategica, gestao das operacoes, marketing e sistemas de informacao
(LADO et al., 2006). Ela e considerada uma teoria elementar para
entender as origens da vantagem competitiva (HOOPES; MADSEN; WALKER,
2003; BINGHAM; EISENHARDT, 2008). Segundo Bingham e Eisenhardt (2008),
existem duas perspectivas sobre a estrategia: a primeira refere-se ao
poder exercido externamente e a segunda aos recursos internos da
organizacao.
De acordo com Barney (1991), um recurso com o potencial de criar
vantagem competitiva deve conter alguns criterios, incluindo valor,
raridade, imitabilidade e substitutabilidade. Recursos e capacidades sao
considerados valorosos se permitirem que a organizacao explore e
contenha as ameacas de seu ambiente (MCIVOR, 2009). O criterio de
raridade esta relacionado com o numero de competidores que possuem
recursos valiosos, que sao a fonte de vantagem competitiva. O criterio
imitabilidade esta relacionado com a facilidade dos competidores em
replicar o recurso valoroso e raro possuido por uma organizacao e com a
sustentacao da vantagem competitiva. Finalmente, o criterio de
substitutabilidade relaciona-se com a nao existencia de um recurso
equivalente estrategicamente no mercado, onde as estrategias devem gerar
uma vantagem competitiva duravel.
[FIGURE 2 OMITTED]
Segundo Madhok (2002), a questao teorica elementar da RBV e por que
as empresas sao diferentes; ja o condutor principal dos estudos da RBV e
a pesquisa sobre vantagem competitiva. Como afirmado por Barney (1991),
utilizando-se os criterios e elementos da RBV, a vantagem competitiva e
criada e sustentada ao longo do tempo, permitindo as organizacoes se
diferenciarem e se destacarem na industria em que atuam. Na Figura 2 e
apresentado um esquema no qual, na fase de criacao da vantagem
competitiva, as empresas usam seus recursos valorosos, raros, de forma
produtiva, o que permite uma vantagem competitiva no curto prazo. Na
fase de sustentabilidade (sustainability), essa vantagem competitiva e
sustentada ao longo do tempo pelo fato de os recursos possuirem algumas
caracteristicas: imitabilidade, substitutabilidade e mobilidade (WADE;
HULLAND, 2004).
A imitabilidade sustenta o valor do recurso na empresa e esta
relacionada com a facilidade de outras empresas imitarem a adocao ou o
investimento em uma determinada tecnologia. A sustentabilidade sustenta
a raridade do recurso e esta relacionada a quantidade de tempo de uso
daquela determinada tecnologia e quando sera utilizada ou vai ser
disponibilizada para as outras organizacoes. E a mobilidade, que
sustenta a raridade do recurso tambem, esta relacionada com a facilidade
de disseminacao da tecnologia entre as empresas.
7. APRESENTACAO E DISCUSSAO DA RELACAO DAS TEORIAS COM AS DIMENSOES
DA GPTI
A partir da revisao de diferentes teorias e campos teoricos, como a
Teoria Moderna de Portfolio, a Teoria Institucional, a Teoria da
Producao, a Qualidade da Informacao, a RBV e a apresentacao das
caracteristicas e beneficios da GPTI, sao apresentadas, nesta secao, as
relacoes entre cada uma das teorias com a GPTI e suas respectivas
dimensoes.
7.1. A dimensao infraestrutura de TI e a teoria institucional
A dimensao infraestrutura foi relacionada a teoria institucional
por diferentes motivos. As empresas investem em infraestrutura de TI, e
muitas delas utilizam as mesmas tecnologias ofertadas no mercado. O que
pode ser diferente sao os usos dessas tecnologias. Dessa forma, como
apontado por DiMaggio e Powell (1983) e Hinnings (2003), cada vez mais
as organizacoes se parecem. Diferentes infraestruturas de TI, como
bancos de dados, a parte fisica de comunicacao (cabeamento e
equipamentos), provedores de internet, sistemas de backup e de hardware,
podem diferir em valores e atualizacoes, mas, em essencia, praticamente
as mesmas estruturas sao utilizadas pela empresas. Outro aspecto e a
teoria institucional, que fornece suporte no que tange aos objetivos das
empresas. Muitas organizacoes realizam investimentos nesta dimensao com
o objetivo de mudar a estrutura da empresa, mas acabam tornando-a mais
semelhante a de outras empresas (DIMAGGIO; POWELL, 1983; HINNINGS,
2003).
Existem forcas externas que pressionam as empresas a adotar
determinado tipo de infraestrutura de TI. Podem-se citar diferentes
isomorfismos utilizando como base os conceitos de Dimaggio e Powell
(1983): o isomorfismo coercitivo, caracterizando, por exemplo, pelas
pressoes governamentais para as empresas utilizarem a nota fiscal
eletronica; o isomorfismo mimetico, caso em que as organizacoes imitam
umas das outras a adocao de uma determinada infraestrutura de TI, quando
identificam sucesso no uso pelos concorrentes; e, por ultimo, o
isomorfismo normativo, quando existe o compartilhamento de normas e
metodos de trabalho, mediante o uso de determinadas infraestruturas de
TI pelos membros dos segmentos profissionais, como, por exemplo, a
substituicao da comunicacao tradicional de telefone pelo uso de
bate-papo virtual e de ferramentas de comunicacao on-line (Skype) ou uso
de tecnologias de troca de informacoes digitais, como o Dropbox.
Ressalta-se que as empresas podem comprar infraestrutura de TI de outras
organizacoes que a possuem. Entretanto, e a maneira de usa-la que vai
diferencia-las. Zwicker et al. (2007) defendem que o uso da TI deve ser
analisado em sua relacao com a geracao de valor na empresa e com a
efetividade de seus beneficios para o negocio. Assim, essas empresas
podem ser similares no processo de compra e obtencao de infraestrutura
de TI, por exemplo, mas podem se diferenciar de acordo com os objetivos
que possuem.
O conceito de isomorfismo e uma ferramenta util para entender as
politicas e cerimonias que permeiam qualquer vida organizacional moderna
(DIMAGGIO; POWELL, 1983). Um fator determinante e que as organizacoes
podem adotar estruturas e sistemas nao em razao da eficiencia num
sentido de contingencia direto, mas para ganhar legitimidade (MEYER;
ROWAN, 1977). A partir da dispersao da inovacao, sua adocao pode
fornecer mais legitimidade do que aumentar o desempenho. As organizacoes
competem nao apenas por recursos e consumidores, mas tambem por poder
politico e legitimidade. Dessa forma, a empresa pioneira que adquire a
infraestrutura mais moderna, a qual e depois seguida e copiada pelas
demais, pode ser motivada nao apenas pelo aumento do desempenho,
integracao do negocio ou reducao dos custos de TI, mas tambem pela
possibilidade de ganhar legitimidade e poder. Muitas organizacoes, alem
de serem racionais, possuem valores proprios (SCOTT, 1995), e a
utilizacao de novas TIs pode proporcionar a busca por legitimidade e por
aspectos mais subjetivos, e nao apenas materiais e financeiros. Uma
ilustracao da relacao entre a teoria institucional e os investimentos na
dimensao infraestrutura de TI e apresentada na Figura 3.
[FIGURE 3 OMITTED]
7.2. A dimensao transacionai e a teoria da producao
A dimensao transacionai esta relacionada a teoria da producao pelo
fato de que esta teoria avalia a forma pela qual diferentes inputs
resultam em outputs para as empresas (HENDERSON; QUANTD, 1980). A Teoria
da Producao tem sido utilizada para avaliar outputs como o aumento da
produtividade, a diminuicao de custos e a otimizacao de processos
(BRYNJOLFSSON; HITT, 1995; BRYNJOLFSSON; HITT, 1996; BADESCU;
GARCES-AYERBE, 2009; FANTI; MANFREDI, 2009), oriundos de diferentes
inputs, como: capital, trabalho, investimentos em TI e gastos com
pesquisa e desenvolvimento (BERNDT, 1991; KO; OSEI-BRYSON, 2006; KO, M.,
CLARK; KO, D. 2008). Essa relacao entre os inputs e os outputs e
apresentada na Figura 4.
[FIGURE 4 OMITTED]
Os investimentos em TI referentes a dimensao transacional podem ser
considerados como inputs (conforme mostrado na Figura 4) que acarretam
diferentes beneficios para as organizacoes. Conforme apresentado na
Figura 1, os beneficios da dimensao transacional sao: aumento da
produtividade, reducao dos custos, otimizacao dos processos e integracao
dos dados. A partir do referencial teorico referente a Teoria da
Producao, realizaram-se relacionamentos e convergencias entre a teoria e
os beneficios da dimensao.
Utilizando a Teoria da Producao e os investimentos em TI, pode-se
inferir que os gastos em tecnologia servem de inputs, proporcionando os
beneficios mencionados anteriormente como outputs. Os processos de
transformacao consistem nas pessoas e processos utilizados para
transformar esses investimentos na TI em beneficios para as
organizacoes. Cabe ressaltar dois aspectos: primeiro, os investimentos
em TI melhoram os processos da empresa, um vez que eles otimizam e
auxiliam as empresas a alcancar novos beneficios; segundo, a integracao
dos dados e proporcionada por tecnologias transacionais, tais como
sistemas ERP, sistemas de compensacao e sistemas para controlar a
balanca de entrada de cargas de caminhoes, sustentadas por diferentes
processos de transformacao, por exemplo.
7.3. A dimensao informacional e a qualidade da informacao
O campo teorico Qualidade da Informacao fomece subsidios
conceituais a dimensao Informacional. Foram utilizados, nesta abordagem,
os trabalhos de Pipino, Lee e Wang (2002) e de Lima, Macada e Koufteros
(2007), dos quais foram utilizadas as dimensoes da qualidade da
informacao relacionadas com a dimensao informacional da GPTI.
Existe uma relacao direta entre a QI e a dimensao informacional:
foram identificados estudos que apontam diferentes beneficios dos
investimentos em TI, desde questoes transacionais (DOLCI; MACADA, 2011)
ate estrategicas (SANCHEZ; MACADA; SAGARDOY, 2014). Os investimentos em
TI tambem podem melhorar a qualidade das informacoes utilizadas nas
empresas (WEILL; BROADBENT, 1998; DOLCI; MACADA, 2011). Alem disso,
existem outras relacoes, que sao apresentadas a seguir, utilizando-se
como ponto de referencia a Tabela 1.
As dimensoes da QI relacionadas com o beneficio da dimensao
informacional de aumentar os controles sao: consistencia, reputacao,
credibilidade, seguranca e livre de erros. A dimensao consistencia
refere-se a apresentacao da informacao sempre no mesmo formato,
permitindo uma melhor visibilidade das informacoes e, assim, um controle
maior. A reputacao esta relacionada a precedencia da informacao, cuja
fonte e conteudo sao levados em consideracao, caracterizando-se uma
relacao com o controle da informacao. A seguranca diz respeito a
restricao ao acesso a informacao. Ja a dimensao livre de erros refere-se
a quanto ela e correta e confiavel, e evidencia o controle exercido
sobre as informacoes.
As dimensoes da QI relacionadas com o beneficio da dimensao
informacional de integrar as informacoes sao: facilidade de uso,
concisao, objetividade, relevancia e entendimento. A facilidade de uso
diz respeito a facilidade de manipular a informacao e se utiliza em
diferentes tarefas, o que evidencia sua relacao com o beneficio, pois a
integracao das informacoes consiste em todos utilizarem a mesma
informacao nas diferentes tarefas. A concisao diz respeito a quanto a
informacao e compacta, o que caracteriza uma maior integracao das
informacoes para melhor auxiliar o gestor na tomada de decisao. A
objetividade diz respeito a nao dispersao da informacao e a sua
imparcialidade, o que auxilia a integracao das informacoes entre os
departamentos da organizacao. A relevancia esta relacionada com a tarefa
desempenhada pelos gestores, na qual a informacao e aplicavel e colabora
com as tarefas na empresa.
As dimensoes da QI relacionadas com o beneficio da dimensao
informacional de obter mais informacoes sao: acessibilidade, quantidade,
completeza e entendimento. A acessibilidade diz respeito a quanto a
informacao e disponivel ou sua recuperacao e facil e rapida, auxiliando
o gestor a obter a informacao desejada mais rapidamente. A quantidade
esta relacionada com o quanto a informacao e adequada a tarefa que esta
sendo desempenhada. A completeza refere-se a falta de informacoes para
as tarefas desempenhadas na empresa, o que esta intimamente ligado com o
beneficio de obter mais informacoes, pois nao ter a informacao desejada
e tao prejudicial quanto nao ter informacao suficiente. Ja o
entendimento diz respeito a quanto a informacao e entendida na empresa,
pois nao adianta realizar investimentos em TI para obter mais
informacoes se as pessoas nao entendem o que estao utilizando como
subsidio para a tomada de decisao.
Por fim, as dimensoes da QI relacionadas com o beneficio da
dimensao informacional de reduzir o tempo de ciclo sao:
interpretabilidade e volatilidade. A interpretabilidade diz respeito a
informacao estar em uma linguagem, simbolo e unidade claros, o que reduz
os problemas de identificacao das informacoes e reduz o tempo de sua
circulacao pela organizacao. Alem disso, a volatilidade esta relacionada
ao tempo tambem, pois diz respeito a atualizacao da informacao para a
tarefa a qual ela se destina, o que reduz o tempo de busca e
identificacao e faz com que ela flua com maior rapidez entre os setores
da empresa. As dimensoes da QI que correspondem aos beneficios da
dimensao informacional sao apresentadas na Figura 5.
[FIGURE 5 OMITTED]
7.4. A dimensao estrategica e a visao baseada em recursos
Conforme mencionado, existem duas perspectivas sobre a estrategia
(BINGHAM; EISENHARDT, 2008): uma referente ao poder exercido
externamente e a outra aos recursos internos da organizacao. Os
investimentos em TI, ou seja, como recursos internos, classificados na
dimensao estrategica, proporcionam beneficios relacionados a inovacao, a
prover servicos de forma diferenciada, a competitividade e ao
posicionamento no mercado. Todos esses beneficios estao associados a
relacao da empresa com o mercado em que atua e a criacao de vantagem
competitiva por meio da inovacao, posicionamento no mercado e
diferenciacao nos servicos prestados. Dessa forma, essa dimensao foi
relacionada com a visao baseada em recursos.
Segundo Madhok (2002), a questao teorica elementar da RBV e por que
as empresas sao diferentes, que e uma das caracteristicas da dimensao
estrategica. Nesta dimensao, todos os esforcos dos gestores ao investir
em TI sao empreendidos justamente para diferenciar suas empresas dos
concorrentes. A vantagem competitiva, utilizando-se os criterios e
elementos da RBV, deve ser criada e sustentada ao longo do tempo,
permitindo as organizacoes se diferenciar e se destacar na industria em
que atuam (BARNEY, 1991).
Resgatando a Figura 1, na fase de vantagem competitiva, o uso
produtivo da TI, que pode ser considerado valioso e raro quando a
empresa possui uma tecnologia nova que nenhuma empresa tenha ou utilize,
permite a criacao de vantagem competitiva. Essa vantagem e sustentada ao
longo do tempo, em razao de algumas caracteristicas da tecnologia, em
uma fase chamada de sustentabilidade. Nesta fase, a vantagem competitiva
e sustentada por algumas caracteristicas da TI: imitabilidade, ou seja,
o quanto e facil ou dificil as outras empresas imitarem;
substitutabilidade, isto e, quanto vai demorar para as outras empresas
usarem ou adquirirem determinada tecnologia; e a mobilidade, que diz
respeito a rapidez com que a TI vai ser disseminada entre as empresas.
Os investimentos em TI considerados estrategicos e, por isso,
alocados na dimensao estrategica da GPTI sao dificeis de classificar e,
apos classificados, permanecerem dessa forma durante algum periodo, em
razao das caracteristicas mencionadas no paragrafo anterior. Um exemplo
dessa fluidez foi a criacao e uso da Automate Teller Machine (ATM).
Segundo Weill e Broadbent (1998), a implantacao da ATM foi um caso de
sucesso do uso estrategico da TI nos anos 80. O Citibank, pioneiro no
uso em grande escala da ATM, em Nova York, mudou os bancos para sempre.
Para o Citibank, essa estrategia foi brilhante, pois forneceu acesso 24
horas de seus clientes aos seus fundos, enquanto lhes pedia que
colocassem os dados de entrada eles mesmos. Essa estrategia de inovacao
de produtos e de processos e a entrega dos servicos de forma renovada
foram muito bem-sucedidas e, junto a outras iniciativas do banco,
permitiram aumentar a participacao de mercado de 4% para 13%. O impacto
no mercado forcou os outros bancos a responder rapidamente e a construir
redes de ATM com altos custos.
[FIGURE 6 OMITTED]
Percebe-se que essa tecnologia era um recurso raro e valioso para a
empresa, pois esta se diferenciou das demais organizacoes utilizando uma
tecnologia dificil de imitar e substituir, cara para adquirir e cuja
utilizacao implicou altos custos. Hoje em dia, as empresas que utilizam
ATM nao se destacam em relacao as demais; ao contrario, tornou-se uma
obrigacao dos bancos possuir essa tecnologia, o que caracteriza a
fluidez comentada. A partir da revisao da RBV e com exemplos e
discussoes, evidenciou-se a relacao existente entre a dimensao
estrategica da GPTI e a teoria proposta.
A seguir, na Figura 6, sao apresentadas as teorias utilizadas e
abordadas neste ensaio como fundamentacao teorica para a GPTI e suas
dimensoes.
8. CONSIDERACOES FINAIS
O objetivo deste ensaio teorico, de estabelecer relacoes teoricas
entre diferentes teorias e campos teoricos para a GPTI e suas dimensoes,
foi contemplado. A GPTI e suas dimensoes (infraestrutura, transacional,
informacional e estrategica) foram relacionadas com diferentes teorias e
campos teoricos, e seus conceitos e principais elementos foram
abordados. Utilizaram-se ainda exemplos para corroborar os achados na
literatura e fortalecer as relacoes entre a teoria e o tema GPTI.
A primeira relacao estabelecida que possuia fundamentacao na
literatura foi a GPTI ter-se originado na teoria moderna de portfolio de
Markowitz (1952). A GPTI e calcada na analise de riscos e retornos dos
diferentes investimentos em TI realizados pelas organizacoes, que possui
relacao direta com os trabalhos de Markowitz (1952, 1959). Essas
variaveis determinam a maneira pela qual o gestor realiza seus gastos em
tecnologia levando em conta os recursos que possui, com o objetivo de
maximizar seus investimentos e alcancar os objetivos empresariais que a
cupula da organizacao estabelece (DATZ; 2003; MAIZLISH; HANDLER, 2005;
CHO, 2009).
As relacoes entre as teorias e as dimensoes da GPTI, que nao haviam
sido abordadas pela literatura, foram a maior contribuicao deste
trabalho. Foram identificados diferentes estudos que utilizaram as
dimensoes da GPTI, mas nao apresentaram um conjunto de teorias que
pudesse explicar outros fenomenos relacionados aos investimentos
realizados em TI. Dessa forma, neste ensaio teorico foi possivel propor
que outras teorias, alem da teoria moderna de portfolio, sejam
utilizadas para maior compreensao do assunto. As teorias utilizadas
podem proporcionar aos pesquisadores do tema uma lente para o
entendimento mais profundo das atividades e processos relacionados as
dimensoes e elementos da GPTI.
Ressalta-se que diferentes teorias foram analisadas e se mostraram
distantes conceitualmente dos propositos deste trabalho, como, por
exemplo, a Teoria dos Custos de Transacao e a Ecologia da Organizacao.
Cabe ressaltar que as teorias, embora se apresentem como a forma mais
eficiente de explicar fenomenos contemporaneos pelo uso dos
conhecimentos atuais, tem por caracteristicas serem de carater
provisorio, estar sempre abertas a revisao e se apresentar de muitas
formas (NEUMAN, 2006). As teorias escolhidas proporcionam um melhor
entendimento dos fenomenos que podem ocorrer em cada uma das dimensoes.
Como Ouchi (1979) destaca, muitas teorias apresentam similaridades, mas
podem ser consideradas distintas para explicar diferentes temas. Dessa
forma, as proposicoes realizadas neste ensaio nao podem ser consideradas
como verdades absolutas, mas permitem avancos na compreensao do tema
GPTI. Alem disso, podem auxiliar a abrir novos caminhos para
reinterpretar e aprofundar o tema, onde novas relacoes e proposicoes
possam surgir.
A dimensao infraestrutura foi relacionada a Teoria Institucional em
razao de suas caracteristicas--as empresas cada vez mais desejam se
diferenciar e acabam realizando investimentos em servidores,
comunicacao, computadores, que resultam em uma semelhanca maior entre as
organizacoes. Como foi mencionado, muitas organizacoes realizam
investimentos nesta dimensao com o objetivo de mudar a estrutura da
empresa, mas acabam tornando-as mais semelhantes as demais (DIMAGGIO;
POWELL, 1983; HINNINGS, 2003). O que se altera nas empresas e a
utilizacao dessas tecnologias, a forma como elas utilizam a TI que pode
gerar a diferenciacao entre as empresas. Entretanto, analisando a
dimensao infraestrutura de TI, percebe-se que cada vez mais as
organizacoes se parecem umas com as outras, o que e um dos conceitos
fundamentais da teoria institucional. Alem disso, ha o aspecto
subjetivo, ou seja, essa teoria proporciona as bases para entender os
motivos que levam as empresas a realizar investimentos para se parecerem
entre si em razao das questoes de legitimidade e politicas. Segundo
Meyer e Rowan (1977), ha ainda o aspecto simbolico, pois a TI pode ser
considerada como uma forma de mostrar a forca e a capacidade da
organizacao.
A Teoria da Producao, por sua vez, forneceu as bases para analisar
a dimensao transacional. A tecnologia foi analisada como um input na
organizacao, onde todos os beneficios advindos desse investimento em TI
puderam ser relacionados com os beneficios da dimensao transacional.
Conforme a literatura (BERNDT, 1991; KO; OSEI-BRYSON, 2006; KO, M.;
CLARK; KO, D., 2008; BADESCU; GARCES-AYERBE, 2009), as empresas utilizam
investimentos de capital, de P&D, de pessoal e tambem de TI com o
objetivo de reduzir custos, aumentar a produtividade e otimizar
processos, que sao os beneficios da dimensao transacional. Dessa forma,
a teoria proporciona subsidios para entender como as empresas realizam
seus processos diarios e rotineiros. Apenas para o beneficio de
integracao dos dados nao pode ser observada diretamente a utilizacao da
teoria, pois essa e uma caracteristica especifica dos investimentos em
TI; no entanto, em pesquisas anteriores com gestores brasileiros esse
beneficio foi identificado (DOLCI; MACADA, 2011).
A qualidade da informacao foi utilizada para fornecer embasamento
teorico a dimensao informational. Todas as dimensoes da QI foram
associadas com os beneficios da dimensao informational. Utilizando-se
pesquisas sobre o tema, foi possivel realizar relacoes teoricas, nas
quais foi expresso com maiores detalhes cada um dos beneficios da
dimensao. Diferentes aspectos conceituais foram utilizados para realizar
as aproximacoes entre o campo teorico e os beneficios da dimensao.
Utilizaram-se os beneficios da QI de diferentes autores (PIPINO; LEE;
WANG, 2002; LIMA; MACADA; KOUFTEROS, 2007), relacionando-os com os
beneficios da dimensao informacional da GPTI. Assim, foi possivel
identificar como os beneficios da GPTI podem ser alcancados pelo uso das
informacoes nas empresas e dos beneficios da credibilidade, relevancia,
seguranca e acessibilidade, por exemplo.
A RBV foi utilizada para proporcionar suporte a dimensao
estrategica. Diferentes caracteristicas e conceitos da teoria foram
abordados e, depois, relacionados com os beneficios da dimensao.
Inovacao (KOSTOPOULOS; SPANOS; PRASTACOS, 2002), vantagem competitiva
(WADE; HULLAND, 2004), diferenciacao (MADHOK, 2002) e posicionamento no
mercado (FINNEY; LUEG; CAMPBELL, 2008) sao os beneficios da dimensao,
objetos de estudo de diferentes pesquisas sobre RBV, o que permitiu a
realizacao da associacao da teoria com essa dimensao. Segundo Santos e
Reinhard (2007), a RBV auxilia no entendimento dessas questoes,
mostrando que a utilizacao estrategica dos recursos da empresa leva a
sustentacao de sua vantagem competitiva. Alem disso, foi abordado que os
investimentos em TI alocados nesta dimensao variam com o tempo, uma vez
que um investimento inicial e considerado estrategico, conforme o
exemplo da ATM fornecido, pois proporciona vantagem competitiva e demais
beneficios mencionados, mas depois e considerado como transacional e ate
mesmo como infraestrutura. Esse aspecto ilustra que os investimentos em
TI devem ser realizados sempre com o objetivo de criar vantagem
competitiva, dificultar a imitacao e sustentar essa vantagem ao longo do
tempo.
Cabe ressaltar que as dimensoes da GPTI foram analisadas de forma
separada e relacionadas com diferentes teorias, para avancar e fornecer
bases para um maior entendimento do tema. Entretanto, a GPTI e uma
ferramenta que pode auxiliar os executivos a gerenciar melhor seus
investimentos em TI e nao apenas analisar uma ou duas dimensoes. A GPTI
proporciona uma visibilidade de todos os investimentos em TI nas
empresas, por meio da utilizacao de suas quatro dimensoes exploradas
neste estudo a partir de diferentes teorias e campos teoricos.
Percebe-se, por exemplo, uma relacao das dimensoes infraestrutura e
estrategica com o ambiente externo, a primeira com o intuito de
homogeneizacao e a segunda de diferenciacao. As duas dimensoes devem ser
utilizadas em conjunto, mas cada uma pode possibilitar um entendimento
maior de um fenomeno que esteja ocorrendo com as empresas em um
determinado momento.
Assim, as relacoes e associacoes realizadas neste ensaio entre as
diferentes teorias e a GPTI e suas dimensoes permitem a exploracao de
novos estudos. Como agenda de pesquisa, a partir deste ensaio, propoe-se
a realizacao de estudos com o objetivo de explorar mais o tema,
corroborar e ampliar as proposicoes deste ensaio. As diferentes teorias
podem ser exploradas enfocando-se cada uma das dimensoes e teorias. A
teoria institucional, por exemplo, poderia ser utilizada com a dimensao
infraestrutura, destacando-se os principais elementos das empresas que
as tornam semelhantes e verificando-se mais especificacoes dos
isomorfismos e sua influencia ou impacto nas demais dimensoes e no
portfolio da empresa como um todo. Alem disso, poder-se-ia explorar na
pratica como os gestores analisam a dimensao estrategica a luz da RBV,
que possibilita perceber como os investimentos em TI podem tornar as
empresas mais competitivas e como sustentar essa vantagem ao longo do
tempo. Outro estudo que pode ser realizado envolveria validar e explorar
com executivos de TI de diferentes empresas e setores as dimensoes da
qualidade da informacao relacionadas as dimensoes da GPTI propostas
neste ensaio.
DOI: 10.5700/rege531
Recebido em: 15/12/2011
Aprovado em: 1/4/2014
Pietro Cunha Dolci
Professor Adjunto na Universidade de Santa Cruz do Sul--Porto
Alegre-RS, Brasil
Doutor em Administracao pela Universidade Federal do Rio Grande do
Sul
E-mail: pcdolci@gmail.com
Antonio Carlos Gastaud Macada
Professor Associado da Universidade Federal do Rio Grande do
Sul--Porto Alegre-RS, Brasil
Doutor em Administracao pela Universidade Federal do Rio Grande do
Sul
E-mail: acgmacada@ea.ufrgs.br
Eugenio Avila Pedrozo
Professor associado da Universidade Federal do Rio Grande do
Sul--Porto Alegre-RS, Brasil
Doutor pelo Institut National Polytechnique de Lorraine
E-mail: eugenio.pedrozo@ufrgs.br
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art. 13, 2007.
Tabela 1--Dimensoes Para Medir e Analisar a Qualidade da Informacao
Dimensoes Descricao
Acessibilidade O quanto o dado e disponivel, ou sua
recuperacao e facil e rapida
Quantidade O quanto o volume de dados e adequado a
tarefa
Credibilidade O quanto o dado e considerado verdadeiro
Completeza O quanto nao ha falta de dados e que sejam
de profundidade e amplitude suficientes para
a tarefa
Concisao O quanto o dado e representado de forma
compacta
Consistencia O quanto o dado e sempre apresentado no
mesmo formato
Facilidade de Uso O quanto o dado e facil de manipular e de
ser usado em diferentes tarefas
Interpretabilidade O quanto o dado esta em linguagem, simbolo
e unidade adequados, e possui definicoes
claras
Livre de Erros O quanto o dado e correto e confiavel
Objetividade O quanto o dado nao e disperso e imparcial
Relevancia O quanto o dado e aplicavel e colaborador
a tarefa
Reputacao O quanto o dado e valorizado de acordo com
sua fonte ou conteudo
Seguranca O quanto o dado e apropriadamente restrito
para manter sua seguranca
Volatilidade O quanto o dado e suficientemente atualizado
para a tarefa
Entendimento O quanto o dado e facilmente compreendido
Fonte: Adaptado de Pipino, Lee e Wang (2002) e de
Lima, Macada e Koufteros (2007).