Advances and trends in interorganizational relationships: a parallel between Brazilian and international studies/Avancos e tendencias nos relacionamentos interorganizacionais: um paralelo entre estudos brasileiros e internacionais/Avances y tendencias en las relaciones interorganizacionales: un paralelo entre estudios brasilenos einternacionales.
Alves, Juliano Nunes ; Pereira, Breno Augusto Diniz ; Klein, Leander Luiz 等
1. INTRODUCAO
O cenario atual, deste inicio de seculo, vem sendo marcado por
novos desafios e oportunidades para as organizacoes e, assim, uma nova
realidade vem sendo definida, com o delineamento de novas
caracteristicas. Nesse contexto, as relacoes interorganizacionais
referem-se a interacao entre organizacoes (CROPPER et al,, 2008) e tem a
prerrogativa de criar valor para os participantes que se comprometem a
fazer parte dessa configuracao. Uma rede, enquanto um tipo de relacao
interorganizacional, pode ser definida como "uma cadeia interligada
e inter-relacionada de conceitos e relacoes" (MASTERALEXIS; BARR;
HUMS, 2009:507). Alem do conceito de rede, uma variedade de outros
termos e utilizada na apresentacao dos relacionamentos
interorganizacionais, e,g,, redes, coligacoes, aliancas estrategicas,
relacionamentos interfirma (WAUGH, 2009).
Cropper et al, (2008) apontam que os estudos sobre os
relacionamentos interorganizacionais preocupam-se com a compreensao
tanto de seu carater e de seu padrao, quanto de suas origens,
fundamentos e consequencias desse tipo de relacionamento. Sua
importancia e bastante visivel nas empresas de pequeno e medio porte,
que, em razao da grande competitividade existente, nao conseguem agir
isoladamente e, assim, tornam-se dominadas pelo mercado.
Todavia, e necessario frisar que nao existe uma teoria unica dos
relacionamentos interorganizacionais e nem mesmo elementos suficientes
para configurar um conjunto de preceitos universais para organizacoes em
cooperacao. As teorias organizacionais sao fundamentais para o
entendimento das empresas em cooperacao, mas raramente de modo isolado
podem explicar os resultados, porque quase todos os efeitos estudados
sao contingentes de um dado contexto.
Empiricamente, a importancia dos relacionamentos
interorganizacionais para o sucesso das redes e bastante evidente, ou
seja, o simples fato de entrar e fazer parte de uma rede tende a gerar
vantagens competitivas para as empresas. Entretanto, escassos sao os
trabalhos que ousam mensurar os resultados provenientes desse processo
de cooperacao.
Atualmente, a gestao das redes levanta novas questoes. Ha
evidencias de que existem diferencas sistematicas na capacidade dos
players da rede que afetam seu desempenho (LYLES, 1988; SIMONIN, 1999).
Torna-se, assim, importante aprofundar a investigacao sobre o modelo de
gestao mais apropriado as redes interorganizacionais e sobre como os
players podem, nessa forma organizacional, desenvolver novas
capacidades.
Apesar da significativa relevancia desse tema de estudo para as
organizacoes atuais, cada teoria busca analisar a formacao de
relacionamentos interorganizacionais sob sua propria otica, produzindo
explicacoes distintas sobre como, onde, quando e por que as organizacoes
se engajam em processos cooperativos interorganizacionais (ALTER; HAGE,
1993; AUSTER, 1994; SYDOW, 1997). Dessa forma, a discussao de diferentes
abordagens, alem de constituir um avanco para o aprofundamento do tema,
fragmenta o entendimento de todo o processo.
Trata-se, assim, de um tema emergente, em que diferentes enfoques
podem levar as discussoes polemicas. Nesse sentido, o objetivo do
presente artigo e aprofundar o conhecimento, ampliar o dominio e
oferecer uma visao analitica mais profunda do tema referente a producao
dos trabalhos publicados nos periodicos nacionais e internacionais nos
anos de 2004 a 2009. Assim, busca-se compreender os resultados obtidos,
os avancos alcancados, os possiveis hiatos que ainda comprometem a
questao, e conjecturar algumas propostas de futuros trabalhos sobre esse
assunto.
O artigo, alem de mapear a producao cientifica sobre o tema, como
exposto, colabora para o entendimento das principais contribuicoes e
limitacoes do estudo das redes interorganizacionais, possibilitando
identificar em quais areas ocorre a concentracao de estudos e as
possiveis lacunas existentes. Outra contribuicao do artigo e estabelecer
um paralelo entre os estudos nacionais e internacionais, a partir do
qual e possivel verificar o nivel e avanco da teoria nos dois cenarios
comparativamente.
Para que os objetivos supracitados sejam alcancados, o presente
trabalho esta dividido em sessoes: a sessao seguinte aborda questoes
teoricas sobre o tema, bem como sua contextualizacao; depois,
apresenta-se a metodologia adotada; em seguida, os resultados sao
apresentados e discutidos; a ultima sessao realiza as discussoes finais
acerca do estudo realizado.
2. TEORIAS RELACIONADAS AS REDES INTERORGANIZACIONAIS
A formacao de redes interorganizacionais e uma perspectiva de
analise relevante, pois proporciona beneficios sociais e economicos aos
diversos agentes envolvidos nas relacoes de colaboracao e parceria que
se estabelecem (PEDROZO; ESTIVALETE; BEGNIS, 2004). Algumas recentes
escolas de redes comecaram a considerar varios niveis de analise, como
os estudos de Baum (2002), Brass et al, (2004), Ibarra, Kilduff e Tsai
(2005) e Kim, Oh e Swaminathan (2006), partindo do pressuposto de que as
organizacoes sao sistemas multiniveis de relacionamentos (HITT et al,
2007). No entanto, a maioria das pesquisas tem se concentrado nas
caracteristicas gerais das redes, ou seja, em sua evolucao, sua
estrutura e seus processos de desenvolvimento (MOLLER; HALINEN 1999).
Muito pouca atencao tem sido dada a gestao dos relacionamentos
interorganizacionais, a criacao de valor e as teorias emergentes de
governanca da rede (JONES; HESTERLY; BORGATTI, 1997; GULATI; NOHRIA;
ZAHEER, 2000; AMIT; ZOTE, 2001).
As redes podem criar valores que sao insubstituiveis, trazendo
recursos superiores tanto para a rede quanto para seus integrantes
(GULATI, 1999; BARNEY; HESTERLY, 2007). Esses recursos superiores podem
ser criados em termos de estrutura da rede (formas de gestao), sociedade
(agregacao de valor) e por meio de lacos sociais (aprendizagem). No
entanto, os recursos superiores criados pela rede, ao contrario dos
recursos de uma empresa individual (integrantes), situam-se no conjunto
das relacoes entre as empresas e nao dentro das proprias empresas, como
e o caso, por exemplo, da capacidade de aprendizado entre os membros
proveniente da sua interacao na rede. Ao participar na evolucao e nas
trocas que acontecem dentro da rede, uma empresa pode ter acesso a
valiosos recursos ate entao desconhecidos e, a partir de entao,
descobrir novas oportunidades. Assim, a empresa em uma rede pode ter
acesso a uma serie de recursos envolvidos nos relacionamentos, gerando
uma fonte de vantagem competitiva sustentavel (GULATI; NOHRIA; ZAHEER,
2000).
Todavia, na literatura, a necessidade e a motivacao para a criacao
de redes organizacionais tem sido explicadas por meio de duas
perspectivas: a Teoria dos Custos de Transacao (TCE) e a Teoria Baseada
em Recursos (RBV). A teoria baseada em recursos enfatiza o papel da
colaboracao e de redes como uma fonte de recursos complementares, de
conhecimento e de aprendizagem, ao passo que a teoria dos custos de
transacao orienta que a rede seja construida sobre uma maior eficiencia,
com o intuito de reduzir os custos de suas operacoes. Assim, as razoes
gerais para a cooperacao e o trabalho em rede incluem, por exemplo,
maior disponibilidade de recursos e conhecimentos, concentracao em
competencias, possibilidade de criacao de novos conhecimentos e de
aprendizagem, acesso a novas oportunidades (mercados, know-how,
diferenciacao do produto) e a inovacao, economias de escala e de escopo
ou partilha de custos e riscos (NOOTEBOOM, 1999).
Com base nessas perspectivas, a investigacao sobre as redes podem
ser categorizadas em duas dimensoes: a variavel independente a ser
utilizada para o estudo (organizacoes ou redes) e a variavel dependente
ou resultado, enfoque adotado pelo pesquisador deste estudo (foco em
resultados organizacionais ou nos resultados das coletividades das
organizacoes). Mesmo nao se tratando de um estudo quantitativo, com
metodos numericos, o uso dessas variaveis (dependente e independente)
baseia-se em uma tipologia desenvolvida por Provan, Fish e Sydow (2007),
a qual, por meio de uma matriz de 2x2 (Quadro 1), demonstra a
possibilidade de quatro tipos diferentes de abordagens em rede.
No primeiro quadrante, trata-se da literatura que tem abordado
muito questoes de capital social (confianca) para descrever e demonstrar
os impactos de uma organizacao em outra dentro da rede por meio das
interacoes diaticas. A avaliacao sobre o impacto da rede em uma
organizacao, no segundo quadrante, pode ser encontrada nos estudos mais
voltados para a aprendizagem organizacional e a inovacao nas empresas,
como os estudos, por exemplo, de Ahuja (2000). A abordagem da tipologia
do terceiro quadrante e o impacto da organizacao na rede, mais presente
nos estudos de Uzzi (1997). Para Jarilo (1988), e comum quando a
cooperacao entre as empresas e formalizada como uma nova empresa (rede
como pessoa juridica), a qual centraliza as acoes dos seus membros e
interfere nas decisoes dos membros participantes. Por fim, no ultimo
quadrante, sao encontrados estudos que buscam avaliar o impacto de todas
as estruturas e niveis interorganizacionais na propria rede. Em outras
palavras, almejam avaliar como as estruturas e os diversos niveis podem
afetar a rede como um todo, e nao as organizacoes individualmente, por
meio de varias redes ao longo do tempo (PROVAN; FISH; SYDOW, 2007).
Em relacao as capacidades dinamicas, a principal discussao e sobre
a forma com que as empresas integram, reconfiguram, renovam e transferem
seus recursos proprios ou controlaveis na rede. Para isso,
primeiramente, e importante distinguir uma "rede de
organizacoes" e uma "organizacao em rede". A primeira se
refere a qualquer grupo de organizacoes e atores que estao interligados
em relacionamentos (MOLLER; SVAHN, 2003). Essa perspectiva tambem e
proxima da teoria de estudiosos da sociologia economica (GRANOVETTER,
1973, 1985; COLEMAN, 1988; BURT, 1992; KNOKE, 2001; UZZI, 1996). Essas
interligacoes permitem que pessoas diferentes, de diversas organizacoes,
trabalhem em conjunto, valorizando suas forcas e talentos complementares
(CHAN et al,, 2003).
Por outro lado, sugere-se que uma organizacao em rede se distinga
de uma rede simples especialmente pela densidade, multiplicidade e
reciprocidade das relacoes e tambem por um sistema de valores
compartilhados, que definem a adesao a papeis e responsabilidades. Isso
esta de acordo com Gulati, Nohria e Zaheer (2000) e com Amit e Zote
(2001), os quais compreendem as redes estrategicas como estaveis lacos
interorganizacionais, que sao estrategicamente importantes para as
empresas participantes. Parkhe (1996), seguindo Miles e Snow (1986) e
Jarillo (1988), percebe a rede estrategica como um arranjo intencional e
consciente entre os membros, cuja formalizacao estaria mais relacionada
a organizacoes com fins lucrativos (MOOLER; SVAHN, 2003).
Faz-se, tambem, necessaria a distincao entre Redes de Cooperacao e
Redes Sociais. Em relacao as primeiras, Rosenfeld (1997) afirma que
podem ser entendidas como atividades de negocios uma vez que possuem
carater colaborativo -, por meio das quais, geralmente, pequenos grupos
de firmas se unem com a intencao de buscar maior competitividade pelo
compartilhamento de pesquisa e desenvolvimento de produtos, exportacao
ou aumento do poder de barganha com diversos atores do processo. Ja
quanto as ultimas, Sluzki (1996) definiu rede social como o conjunto de
nos--pessoas, grupos, empresas ou outras instituicoes--e lacos entre os
nos. Para ele, a rede social e organizada pelos atores com os quais o
individuo interage e considera significativos, correspondendo "ao
nicho interpessoal do individuo que contribui substancialmente para o
seu proprio reconhecimento e auto-imagem" (p.42). Caracteristicas
fundamentais na definicao das redes sociais sao sua abertura e
porosidade, que possibilitam relacionamentos horizontais e nao
hierarquicos entre os participantes. Redes nao sao, portanto, apenas
outra forma de estrutura, mas quase uma nao estrutura, no sentido de que
parte de sua forca esta na habilidade de se fazer e desfazer
rapidamente.
Apesar de algumas redes serem bastante estaveis, mudando muito
pouco ao longo do tempo, as redes normalmente tendem a ser mais
dinamicas. Tanto as forcas endogenas quanto as exogenas influenciam,
significativamente, as redes e as fazem adaptar-se ao longo do tempo.
Essas dinamicas endogenas e exogenas podem ter consequencias
significativas para as vantagens estrategicas de qualquer ator em uma
rede. Gulati, Nhoria e Zaheer (2000), por exemplo, abordam duas
consequencias mais comuns: o bloqueio de entrada e de saida (Loek-in e
Loek-out) e a corrida da aprendizagem. No primeiro, simplesmente ocorre
a limitacao de recursos. Em grande parte das redes, os relacionamentos
sao gerenciados e controlados com vistas em resguardar os recursos que
os parceiros podem utilizar para estabelecer lacos com seus parceiros
fora da rede e, tambem, com outras empresas e redes. Ja a corrida pela
aprendizagem resulta em dois niveis de analise: o nivel de diades e o
nivel de carteira.
No nivel de diades, em alguns casos, os parceiros das redes passam
a ser envolvidos por uma corrida para aprender ou explorar o maximo que
podem do outro, com vistas em sair da rede. Isso ocorre, normalmente,
quando os beneficios individuais superam os coletivos da rede (GULATI;
NHORIA; ZAHEER, 2000). No nivel de carteira, por outro lado, parceiros
que atuam somente no segmento de foco da rede tendem a permanecer nela
por nao sofrerem influencias externas, o que e comum acontecer com
parceiros que atuam em diversos outros segmentos e tem na rede somente
um ponto de atuacao. Isso pode influenciar a disposicao de correr e
aprender, absorver ao maximo, competir ou cooperar (GULATI; NHORIA;
ZAHEER, 2000).
3. METODO DE TRABALHO
Para o desenvolvimento deste trabalho foi utilizado o metodo de
pesquisa bibliografica, com objetivo descritivo, a fim de apresentar de
modo mais eficiente o problema e, a partir disso, expor as concepcoes ja
existentes. Trata-se de uma pesquisa teorica quanto a sua natureza e
bibliografica quanto aos procedimentos tecnicos. Consiste, como ja
exposto, em identificar, em periodicos nacionais, o estagio em que se
encontram os estudos sobre redes interorganizacionais, englobando
aliancas, redes de cooperacao, joint ventures, entre outros tipos de
cooperacao, bem como em apresentar, bibliometricamente, no decorrer dos
ultimos seis anos, o quanto evoluiu a procura por esse tema, alem de
expor os principais pesquisadores e descobertas sobre o tema.
E necessario destacar, no entanto, que o metodo da pesquisa
bibliografica, assim como todo metodo de pesquisa, apresenta a limitacao
decorrente da amplitude e qualidade das fontes de consulta. Neste
trabalho, essa limitacao decorre tambem da escolha da base de consulta,
restrita a periodicos (394 periodicos no total), os quais, contudo,
possuem importancia reconhecida como veiculos de divulgacao dos avancos
academicos na area da Administracao. E importante salientar que o
presente estudo nao tem o objetivo de exaurir o tema, mas sim de servir
de referencia para estudos mais avancados sobre o assunto.
Para esta investigacao, foram selecionados todos os artigos
publicados nos periodicos do Qualis da Capes, na area de Administracao,
Contabilidade e Turismo, em periodo especifico, qual seja, compreendido
entre 2004 e 2009, sobre relacionamentos interorganizacionais. Esse
recorte totalizou 374 artigos, 179 dos quais internacionais e 195
nacionais.
A escolha, tanto do periodo quanto dos periodicos, foi intencional.
O Qualis Capes e o ranking relevante na area academica de Administracao
no Brasil que agrupa o maior numero de pesquisas recentes da area,
especialmente as realizadas nos principais centros de estudos do pais. O
periodo escolhido permitiu aos pesquisadores a consulta dos artigos em
banco de dados e no proprio portal de periodicos da Capes.
A fim de atender a proposta do estudo--qual seja, analisar a
ocorrencia e a evolucao das investigacoes relativas aos estudos sobre
relacionamentos interorganizacionais--, foram utilizados, como criterio
de avaliacao de cada um dos artigos da populacao extraida, os seguintes
itens: a quantidade de publicacoes/ano sobre o tema, as abordagens mais
utilizadas, a classificacao no Qualis Capes ao longo dos anos, os
periodicos, os locais do pais mais estudados, as teorias mais
utilizadas, os autores e os principais resultados ao longo do periodo
estudado.
O total de artigos selecionados foi dividido, igualitariamente,
entre os autores do estudo, para codificacao e analise. Depois disso,
todos os artigos encontrados foram analisados conjuntamente, de forma a
permitir a equalizacao de procedimentos e a minimizacao de possiveis
diferencas de percepcao.
A partir desse momento, procedeu-se a codificacao e analise de cada
artigo. Em um primeiro momento, os artigos foram classificados por sua
avaliacao no Qualis Capes. Em seguida, todos os artigos foram
categorizados, por ano, de acordo com sua classificacao: A1, A2, B1, B2,
B3, B4 e B5.
Para a obtencao do conjunto de informacoes e artigos, realizou-se a
tabulacao dos dados; posteriormente, procedeu-se a leitura de todos os
artigos, de forma a identificar os requisitos relativos a metodologia,
os principais resultados, teorias utilizadas e o local em que foi
realizado o estudo. Esses procedimentos nao costumam ser abordados nos
resumos dos trabalhos e, em muitos casos, foram identificados pelos
metodos estatisticos descritos e pelo momento em que foram
realizados--os quais caracterizaram, ou nao, a ocorrencia desses
procedimentos. Essa estrategia de trabalho tambem permitiu complementar
dados faltantes e levou a uma maior confiabilidade na codificacao,
tabulacao e analise dos dados, uma vez que foram frequentes equivocos
como, por exemplo, a alusao, no resumo, a aplicacao da pesquisa em outro
local, e, na caracterizacao e nos resultados da mesma pesquisa,
tratava-se de outro lugar.
4. APRESENTACAO DOS RESULTADOS
Uma primeira categoria de analise dos resultados (Tabela 1) visa
ressaltar a preferencia dos pesquisadores pela tematica dos
relacionamentos interorganizacionais, demonstrando quais Qualis Capes
sao preferidos e mais publicaram no periodo de 2004 a 2009. Pode-se
verificar que nos periodicos nacionais ha uma maior concentracao de
artigos em publicacoes B1, diferentemente do que se apresenta em
publicacoes internacionais sobre o assunto, nas quais houve um
crescimento significativo desses artigos em periodicos A1.
Ja em relacao a concentracao em publicacoes, ressalta-se que esse
crescimento ocorre de maneira irregular, havendo periodos de crescimento
e outros de decrescimo das publicacoes em determinada classificacao
Qualis Capes. No geral, pode-se verificar que, nacionalmente, houve um
crescimento de artigos nos periodicos A2 e B1, enquanto
internacionalmente essa concentracao ocorre nas publicacoes A1 e A2. Com
isso, constata-se que os estudos internacionais sobre o tema estao em
evidencia e os estudos nacionais estao em pleno desenvolvimento. Outra
consideracao e relativa ao numero de publicacoes, que totaliza 364
artigos (170 internacionais e 194 nacionais). Ressalta-se ainda que, de
acordo com a Tabela 1, os periodicos nacionais nao apresentam, nos
ultimos anos, um crescimento como o visualizado internacionalmente, por
causa da dificuldade de acesso as edicoes de 2008 e 2009, que, durante a
realizacao desta pesquisa, ainda nao haviam sido disponibilizadas,
diferentemente do que acontece no ambito internacional, em que ja estao
disponibilizados artigos atuais em todos os periodicos.
Quando se avaliam os principais pesquisadores dos relacionamentos
interorganizacionais, constata-se que 733 autores trabalharam com o tema
e que existe pouca concentracao das publicacoes. Destacam-se, nas
publicacoes internacionais sobre o tema, os autores Benn Lawson,
vinculado a Queen's University Management School, na Irlanda;
Yadong Luo, vinculado a University of Miami, nos Estados Unidos; e Paul
D. Cousins, vinculado a University of Manchester, na Inglaterra, com
tres publicacoes cada; evidenciam-se tambem autores brasileiros nos
periodicos internacionais, como Amato Neto, vinculado a UFSC, que se
destaca com duas publicacoes.
Em relacao as publicacoes no Brasil, destacam-se Eugenio Avila
Pedrozo, vinculado a UFRGS, com oito artigos, e Alsones Balestrin,
vinculado a UNISINOS, com sete artigos. Com relacao as instituicoes,
destacam-se a UFSM, com treze estudos, e a UFRGS, com doze trabalhos
sobre relacionamentos interorganizacionais nos periodicos brasileiros no
periodo estudado.
Como se pode observar no Quadro 2, os estudos publicados em
periodicos internacionais estao focados em teorias-chave para o tema dos
relacionamentos interorganizacionais. Entretanto, quando se analisam os
estudos publicados em periodicos nacionais, percebe-se que eles avaliam
os estudos sobre relacionamentos interorganizacionais por meio de
teorias mais abrangentes, voltadas a area de estrategia, como, por
exemplo, os estudos de competitividade de Michael Porter e os de novas
tecnologias de Manuel Castells. Dessa forma, nota-se que a opcao dos
estudos nacionais de averiguar as redes sob o prisma das "teorias
sobre estrategia e competitividade" e devida ao fato de os estudos
no Brasil ainda carecerem de uma maior maturidade teorica e estarem
ainda muito voltados para investigar a parte economica dos
relacionamentos, pouco se preocupando com os ganhos sociais provenientes
de tal associacao.
O Quadro 3 mostra uma concentracao de estudos em dois segmentos,
"redes" (com 35,34%) e "aliancas" (com 18,90%), e
uma menor participacao dos estudos que tratam de "redes de
cooperacao" (com 15,34%), de "redes sociais" (com 8,77%),
de "arranjos produtivos locais" (com 2,74%) e de joint
ventures (com 4,38%). Os estudos de "redes" e de "redes
de cooperacao" sao os mais realizados nas pesquisas brasileiras; ja
nas publicacoes internacionais o foco dos trabalhos tem sido "redes
e aliancas". O tipo de relacionamento Arranjo Produtivo Local nao
foi identificado em nenhum estudo internacional.
Identificam-se os objetos principais desses artigos na Figura 1, e
um destaque internacional a tematica de "conhecimento e
inovacao" e, na esfera nacional, da tematica "competitividade
e desempenho". Isso mostra uma configuracao de estudos
internacionais que se voltam mais para a inovacao e o conhecimento, fato
devido ao contexto formado por redes dinamicas e as teorias baseadas em
recursos. Ja em ambito nacional, em razao do contexto das redes, que
sao, basicamente, economicas, observa-se a concentracao em
"competitividade e desempenho" dos integrantes nos
relacionamentos. Outra consideracao a ser feita e a presenca incipiente
de conhecimento, inovacao e recursos nas publicacoes nacionais.
No contexto internacional, os artigos analisados caracterizam-se
por serem estudos empiricos e teoricos. Evidencia-se que, apesar de
haver um dominio de estudos empiricos, estes tendem a demonstrar a
aplicacao de modelos propostos, enquanto os teoricos referendam modelos
que podem ser aplicados nos relacionamentos interorganizacionais. Por
outro lado, o contexto brasileiro caracteriza-se tanto por estudos
empiricos predominantemente qualitativos (71%), aplicados em demonstrar
uma situacao especifica, quanto pela baixa quantidade de estudos
teoricos (23%). Outra comparacao possivel e da presenca de estudos
quantitativos, encontrados em 51% dos estudos internacionais e em apenas
14% dos estudos brasileiros.
Os principais resultados apontados na investigacao dos artigos
levantados neste estudo sao apresentados a partir de tres temas: (1)
Fatores determinantes para a Formacao dos Relacionamentos; (2) Gestao
dos Relacionamentos; e (3) Beneficio dos Relacionamentos. A escolha
dessa trinca deve-se ao simples fato de ser essa a logica escolhida para
entendimento da dinamica dos relacionamentos, isto e, parte-se da
concepcao de que o entendimento das provaveis causas de um fenomeno
administrativo pode explicar sua gestao e, consequentemente, levar aos
seus beneficios, que retroalimentam esse sistema como um todo.
No que diz respeito aos fatores determinantes para a formacao dos
relacionamentos, as principais constatacoes levantadas pela academia e
os autores que se destacaram, no periodo de tempo analisado, sao
apresentados em ordem cronologica no Quadro 4.
Atenta-se ainda para o fato de que, em relacao aos determinantes
para a formacao de relacionamentos, e por meio da cooperacao que as
pequenas empresas podem alcancar alguns importantes ganhos, e.g,, os
derivados da especializacao; os obtidos pelo compartilhamento de custos
relativamente fixos diante de suas reduzidas receitas; a assuncao
coletiva de atividades de Pesquisa e Desenvolvimento; e, ate mesmo, a
criacao de bases coletivas para a exportacao (SOUZA; MIGLINO; BETTINI,
2005).
Os dados observados apontam, em relacao ao tema gestao dos
relacionamentos, o sucesso dos participantes e da rede em si, as
sinergias obtidas, a transferencia de conhecimento, a inovacao, a
confianca nos relacionamentos, os custos de cooperacao e os custos de
transacao. Nessa otica, tem-se o Quadro 5.
Com relacao ao tema beneficios dos relacionamentos, busca-se
entender a importancia da rede e os ganhos obtidos pelos participantes
para que permanecam nessa configuracao interorganizacional. Nesses
termos, no Quadro 6 temos:
Quadro 6--Beneficios dos relacionamentos
Autores Resultados Percebidos
Holanda et al. A configuracao em redes de cooperacao
(2006) proporciona as empresas de um Arranjo
Produtivo Local (APL) condicoes favoraveis a
uma dinamica ativa nos processos de criacao e
ampliacao de seus conhecimentos.
Lima Filho (2006) Em redes do ramo varejista os principais
beneficios auferidos sao as economias de
escala, o acesso a novos fornecedores e o
aumento do portfolio de produtos.
Barbosa, Zilber e A possibilidade de acesso a solucoes
Toledo (2009); destaca-se como o fator mais importante para
Verschoore e os participantes de redes. Por outro lado, os
Balestrin (2008) elementos componentes que mais os predisporiam
a obter vantagens sao: o enfoque em ganhos
mutuos, a organizacao administrativa, o
comprometimento e a cooperacao para a
obtencao de uma posicao mais forte sem
que ocorram perdas.
Magalhaes, Daudt e Inicialmente, o beneficio para adesao as
Phonlor (2009) redes e o custo de capital e, em um segundo
momento, as trocas de informacoes, melhoria
em processos, expertise para obtencao de
financiamento e maior aprendizagem do
processo de governanca.
Schreiner, Kale e Verifica-se que a complementaridade entre os
Corsten (2009); parceiros da rede tem impacto significativo
Dodourova (2009) na capacidade de uma empresa para realizar
acao conjunta com seus parceiros e clientes,
proporcionando acesso ao conhecimento
relevante. Nesse sentido, a maioria das
empresas reconhece a necessidade de substituir
a abordagem oportunista de colaboracao por
meio de um cuidadoso planejamento,
acompanhamento e coordenacao. Mesmo as
empresas que adotam uma abordagem ad hoc para
parcerias acabam percebendo que parcerias bem
estruturadas lhes permitem aproveitar melhor
seus recursos e gerenciar seus mercados.
Muthusamy e Os intercambios sociais e a experiencia do
White (2005); passado em relacionamentos
Lui (2009) interorganizacionais estao positivamente
relacionados com a aprendizagem e
transferencia de conhecimento em aliancas, e,
alem disso, o compromisso reciproco e um fator
explicativo para a aprendizagem
interorganizacional. Dessa forma, o contrato
formal esta positiva e significativamente
relacionado ao acesso a conhecimentos e a
aquisicao de conhecimento: alem disso, quanto
mais tempo tem um relacionamento
interorganizacional, mais forte e a associacao
entre competencia e confianca na aquisicao
de conhecimento.
Fonte: Elaborado pelos autores.
Os estudos ainda apontam que o tamanho da empresa nao influencia,
significativamente, no decorrer da aquisicao do conhecimento nas joint
ventures, mas que, todavia, ha um impacto de compatibilidade positiva e
significativa da cultura organizacional na aquisicao de conhecimento
(PARK; WHITELOCK; GIROUD, 2009) e que um elevado grau de
complementaridade de recursos com aliancas e parceiros sera
positivamente associado com o desempenho de uma empresa quando os
parceiros tambem tem alto status social (LIN; YANG; ARYA, 2009).
5. CONSIDERACOES FINAIS
A analise dos artigos possibilitou estabelecer um panorama das
pesquisas classificadas no Qualis CAPES (tanto dos periodicos nacionais
quanto dos internacionais), nos ultimos seis anos (2004-2009), sobre o
tema dos relacionamentos interorganizacionais. A configuracao que
constituiu a presente pesquisa permitiu compreender os resultados
obtidos, os avancos alcancados e as possiveis lacunas, alem de
apresentar algumas propostas de futuros trabalhos sobre o referido tema.
Ha que ressaltar que esse corte longitudinal amparou-se em um
periodo possivel, isto e, acreditou-se que os textos, a partir desse
periodo, representam o atual estado da arte do tema. Dessa forma, tem-se
a consciencia de que a contribuicao central da pesquisa esta em instigar
os academicos dessa area a refletir tanto sobre seus atuais estudos
quanto sobre suas investigacoes futuras.
Apesar das varias contribuicoes que tem sido publicadas sobre o
tema nos ultimos anos, observouse que diversas questoes ainda estao
carentes de investigacao interorganizacional, mais especialmente em
nivel nacional.
Uma delas esta relacionada ao fato de que, apesar do
desenvolvimento de acordos de cooperacao de varios tipos, na pratica, a
literatura tem negligenciado a avaliacao das eficacias das diversas
formas de governanca, e a analise de outras formas possiveis
interorganizacionais a jusante da cadeia de valor, por exemplo,
completaria os resultados alcancados ate agora e ofereceria a
oportunidade de observar e comprovar a possibilidade de novas
combinacoes, a fim de configurar solucoes estrategicas
interorganizacionais.
Outra lacuna na literatura da-se em virtude do foco principal dos
acordos caracterizados por uma empresa mais poderosa em relacao a outros
parceiros (mesmo em redes de cooperacao). O papel dos mecanismos de
controle, em suas varias formas, ainda e mal compreendido. Outra
contribuicao importante seria a identificacao de problemas e solucoes
relacionados com a gestao em contextos nos quais nao existe nenhuma
empresa dominante que possa escolher qualquer opcao contra os interesses
e a vontade dos outros parceiros. Em outras palavras, trata-se de
identificar e ponderar a relacao custo versus beneficios dos agentes nos
relacionamentos.
Com base na leitura dos artigos utilizados na analise deste
trabalho, observou-se que uma questao merecedora de atencao e a tematica
da "confianca". A literatura existente tem mostrado como e
dificil construir a confianca em relacionamentos interorganizacionais:
exemplificando, quando iniciam um relacionamento, duas empresas que nao
estao acostumadas a trabalhar entre si podem apresentar alguns problemas
de confianca. A partir dessa situacao, os parceiros poderiam decidir nao
formalizar seu acordo para que este permaneca flexivel e os parceiros
tenham a possibilidade de sair do relacionamento ou iniciar,
imediatamente, um contrato formal que garanta um deles contra o
comportamento oportunista. No primeiro caso, com o passar do tempo a
relacao pode evoluir para uma associacao de cooperacao complexa, com um
alto nivel de comprometimento dos recursos e uma elevada formalizacao
das condicoes de troca. No segundo caso, a formalizacao da cooperacao
poderia contribuir para a minimizacao do oportunismo entre os
integrantes da cooperacao. Todavia, em redes ha integrantes com diversos
periodos de tempo participantes daquela cooperacao. Isso demonstra que
estudos das redes de forma conjunta podem gerar entendimento viesado de
uma determinada situacao de confianca. Ao se estudarem as relacoes em um
determinado ponto no tempo, essas peculiaridades podem ser completamente
perdidas.
Finalmente, mais estudos com enfase em processos sao necessarios.
Nos estudos nacionais, poucos foram os trabalhos que estudaram os
relacionamentos em setores dinamicos. Dessa forma, a perspectiva basica
dos parceiros esta baseada na reducao dos custos de transacao. De fato,
os relacionamentos em rede podem resultar em mudancas nos ciclos de vida
das empresas participantes, levando a trajetorias opostas, embora o
ponto de partida possa ter sido o mesmo.
Em conclusao, ao reconhecerem as realizacoes de pesquisas
anteriores, abordando as limitacoes e as lacunas deste trabalho, os
pesquisadores poderao fornecer novas respostas as perguntas ainda nao
respondidas por contribuicoes anteriores e gerar novas perguntas cujas
respostas possam favorecer o desenvolvimento de uma abordagem mais coesa
para relacionamentos interorganizacionais.
6. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS
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DOI: 10.5700/rege484
Recebido em: 5/7/2011
Aprovado em: 21/11/2012
Juliano Nunes Alves
Professor Titular da Universidade de Cruz Alta--Cruz Alta-RS,
Brasil
Doutorando do Programa de Pos-Graduacao em Administracao da
Universidade Federal de Santa Maria
Mestre em Administracao pela Universidade Federal de Santa Maria
E-mail: admjuliano@yahoo.com.br
Breno Augusto Diniz Pereira
Professor Adjunto da Universidade Federal de Santa Maria e
Coordenador do Programa de Pos-Graduacao em Administracao
(PPGA/CCSH/UFSM)--Santa Maria-RS, Brasil
Doutor em Administracao pela Universidade Federal do Rio Grande do
Sul
Mestre em Administracao pela Universidade Federal de Santa Catarina
E-mail: professorbreno@terra.com.br
Leander Luiz Klein
Doutorando em Administracao no PPGA-UFSM--Santa Maria-RS, Brasil
Mestre em Administracao pelo Programa de Pos-Graduacao (PPGA) da
Universidade Federal de Santa Maria (UFSM)
Bacharel em Administracao pela Universidade Federal de Santa Maria
E-mail: kleander88@gmail.com
Quadro 1--Uma tipologia de pesquisas sobre
relacionamentos interorganizacionais
Variavel dependente
ou foco em resultados
Organizacoes Individuais
Variavel Variavel Impacto da organizacao em outras
Independente Organizacional organizacoes por meio de
ou foco interacoes diaticas
inicial
Variavel Impacto da rede em uma organizacao
Rede ou
relacionamento
Variavel dependente
ou foco em resultados
Redes de Empresas
Variavel Variavel Impacto da organizacao na rede
Independente Organizacional
ou foco
inicial Variavel Toda rede ou nivel de interacao
Rede ou
relacionamento
Fonte: Adaptado de Provan, Fish e Sydow (2007).
Tabela 1--Evolucao das publicacoes
nos Qualis ao longo dos a nos
A1 A2 B1 B2 B3 B4 B5
INTERNACIONAL 2009 31 7 5 0 0 0 0
2008 20 8 2 0 1 0 0
2007 17 14 5 0 0 0 0
2006 22 5 2 0 0 0 0
2005 16 5 0 0 1 0 0
2004 15 1 1 2 0 0 0
NACIONAL 2009 0 4 6 3 4 2 2
2008 0 4 10 7 8 10 8
2007 0 5 16 6 9 8 6
2006 0 6 9 6 8 6 2
2005 0 3 5 8 3 5 4
2004 0 2 0 5 3 1 0
Fonte: Elaborada pelos autores.
Quadro 2--Principais pesquisadores citados nas
Revisoes Bibliograficas dos artigos sobre
Relacionamentos Interorganizacionais nos
periodicos brasileiros e internacionais
entre os anos de 2004 e 2009
Periodicos Brasileiros
Autor/Pesquisador Quant. de Citacoes
Michael PORTER 37
Manuel CASTELLS 28
Oliver E. WILLIAMSON 26
Ranjav GULATI 22
Mark GRANOVETTER 22
Walter W. POWELL 20
Nelson CASAROTTO FILHO e 19
Luis Henrique PIRES
Periodicos Internacionais
Autor/Pesquisador Quant. de Citacoes
Ranjav GULATI 27
T. K. DAS e Binsheng TENG 23
Oliver E. WILLIAMSON 22
Mark GRANOVETTER 18
Karl WEICK 13
Jay BARNEY 11
Peter RING e Andrew H. VAN DE VEM 10
Fonte: Elaborado pelos autores.
Quadro 3--Principais tipos de relacionamentos e
teorias utilizadas nas publicacoes
Tipo de Relacionamento Principais Autores
Redes--129 artigos (35,34%) Castells; Granovertter; Powell;
(30 internacionais e 99 nacionais) Porter; Casarotto Filho e Pires;
Gulati; Amato Neto; Williamson
Aliancas--69 artigos (18,90%) Gulati; Das e Teng; Williamson;
(42 internacionais e 27 nacionais) Ring e Van de Ven; Kogut;
Nohria e Zaheer
Redes de Cooperacao--56 artigos Castells; Williamson; Powell;
(15,34%) (14 internacionais e Das e Teng; Grandori e Soda
42 nacionais)
Redes Sociais--32 artigos (8,77%) Burt; Scott; Wellman
(17 internacionais e 15 nacionais)
Arranjos Produtivos Locais (2,74%) Cassiolato e Lastres; Porter; Dosi
(10 artigos nacionais)
Joint Ventures--16 artigos Gulati; Harrigan; Williamson;
(4,38%) (11 internacionais Lane e Beamish; Hyder; Hitt,
e 5 nacionais) Ireland e Hoskisson; Child e
Faulkner; Inkpen e Beamish; Powell
Fonte: Elaborado pelos autores.
Quadro 4--Fatores determinantes para a formacao dos relacionamentos
Autores Resultados Percebidos
Lopes (2004) A cultura de colaboracao, os aspectos
organizacionais e o apoio institucional
formam um conjunto de fatores considerados
importantes para a formacao, implantacao e
desenvolvimento de redes empresariais.
Claro, D., Os comprometimentos em investimento de tempo
Claro, P. e e os aportes de recursos muitas vezes podem
Zylbersztajn (2005) superar a contrapartida de beneficios
esperados pelos participantes em uma
formacao de redes.
Tureta, De Lima e A reputacao representa o mecanismo social
Paco-Cunha (2006) mais importante na rede, sendo fator
determinante para o ingresso de um novo
associado e permanencia no arranjo, o que
reduz as condicoes de incerteza e a
manifestacao de comportamentos oportunistas,
alem de favorecer o aumento de confianca e
a manutencao do equilibrio entre os
participantes da rede.
Autores Resultados Percebidos
Jiang, Li e Gao Em outras palavras, as empresas escolhem as
(2008) organizacoes com recursos e de boa reputacao
como parceiros.
Hernandez (2006) A informacao e o conhecimento sao insumos
para a aprendizagem, a divulgacao e a
formacao de redes. O fortalecimento do poder
e sua disseminacao entre os participantes
das redes e uma das caracteristicas
marcantes dessa nova estrutura
organizacional.
Heikkinen e O processo de formacao da rede e dominado
Tahtinen (2006) por tres conjuntos de condicoes iniciais.
A primeira condicao inicial e a percepcao
pelos atores da interdependencia, que e
desencadeada por mudancas no meio ambiente.
Quanto mais semelhantes as percepcoes de
interdependencia, tanto mais as organizacoes
estao dispostas a cooperar. A segunda
condicao inicial e a existencia e
reconhecimento de interesses comuns entre
os membros potenciais da rede. Em terceiro
lugar, a intervencao de um unico ator mais
forte, que chamamos de rede Webber, pode
desencadear o processo de formacao da rede.
Peleias, Da Silva, Os empreendimentos motivados pela necessidade
Guimaraes, Machado acabam imitando modelos de sucesso existentes.
e Segreti (2007) Nesse caso, a probabilidade de frustracao e
maior em razao do grau de dependencia do
empreendedor em relacao a ideia original.
Begnis, Pedrozo e A confianca e o aprendizado sao elementos
Estivalete (2008); centrais para a formacao e para a
Smith e Lohrke sustentabilidade dos relacionamentos
(2008) interorganizacionais.
Goerzen (2007) Na maioria das vezes, na formacao das redes,
as empresas entram com o mesmo capital,
ainda que, de fato, as que mais tem
propensao a contribuir sejam as de
desempenho economico inferior.
Fonte: Elaborado pelos autores.
Quadro 5--Gestao dos relacionamentos
Autores Resultados Percebidos
Pereira, Venturini As redes sem a geracao de novos beneficios sao
e Visentini (2006) apenas vantagens competitivas transitorias com
pouca capacidade de inovacao e predestinadas,
dessa forma, ao insucesso.
Swan e Scarbrough O essencial para a inovacao em rede e que sua
(2005) coordenacao ocorra durante todo o processo
tanto no nivel interpessoal quanto no
intraorganizacional e interorganizacional.
Kratzer, Aponte-se aqui a importancia das relacoes
Leenders e Engelen informais para o desempenho das equipes de
(2005) inovacao.
De Wever, Martens e A confianca influencia na eficacia da rede,
Vandenbempt (2005) isto e, o sucesso das organizacoes em rede
Santoro, Borges e depende fortemente do grau de participacao
Rezende (2006); alcancado na realizacao de suas acoes e esta
Sengir et al, sujeito ao desenvolvimento e a manutencao de
(2004); Mellat- relacionamentos fortes e produtivos entre os
Parast e Digman parceiros. Complementarmente, o sucesso das
(2007) aliancas, em primeiro lugar, deriva da
formacao de confianca entre os individuos
de todos os niveis e hierarquias dentro da
alianca.
Pesamaa e Hair Jr. A lealdade e mais importante do que a amizade
(2007); Stephens, no desenvolvimento de estrategias de sucesso
Fulk e Monge (2009) baseadas na cooperacao. Dessa forma, quando
a confianca nao esta presente nos
relacionamentos, tenta-se ergue-la
sob a forma de contratos ou governanca.
Kimura, Texeira e Quando o consenso entre os participantes e
Godoy (2006); alto, a rede e mais densa, conduzindo a
Stallivieri, relacionamentos mais complexos tanto no
Campos e Britto ambiente interno de cada participante como
(2007) na estrutura de toda a comunidade, podendo
implicar sinergias e ate mesmo inercia.
Em contrapartida, as sinergias proporcionadas
pela proximidade e pelas intensas interacoes
entre os agentes podem possibilitar o
desenvolvimento de um sistema produtivo
localizado com forte potencial inovador.
Easterby-Smith, O medo da perda do poder motiva as empresas a
Lyles e Tsang se proteger contra a transferencia involuntaria
(2008); Tang, Mu e de conhecimento aos seus parceiros, tornando
Maclachlan (2008) com isso a transferencia de conhecimento
interorganizacional mais dificil do que a
transferencia de conhecimento
intraorganizacional. Salienta-se que a
velocidade de transferencia de conhecimento e
poder de influencia dos individuos desempenha
um papel dominante no processo de
transferencia do conhecimento.
Barra, Oliveira e Em uma rede horizontal que possibilita o
Machado (2007) desenvolvimento de capital social e da
aprendizagem coletiva, verifica-se que essa
configuracao traz estabilidade institucional,
gera confianca e reduz comportamentos
oportunistas.
Ahuja, Polidoro Jr. As empresas mais centrais na rede sao as
e Mitchell (2009) primeiras a adotar e a perceber as inovacoes
com mais eficiencia do que os dirigentes das
empresas nao centrais e que adotem
posteriormente essas inovacoes (GOMES;
GUIMARAES, 2008). Entretanto, ha que ressaltar
que niveis muito elevados de centralidade
podem ter um impacto negativo sobre a
formacao de lacos interorganizacionais.
White e Lui (2005) Os custos de cooperacao e os custos de
transacao afetam o nivel de tempo e
esforco que um gestor gasta em uma
alianca.
Fonte: Elaborado pelos autores.
Quadro 6--Beneficios dos relacionamentos
Autores Resultados Percebidos
Holanda et al. A configuracao em redes de cooperacao
(2006) proporciona as empresas de um Arranjo
Produtivo Local (APL) condicoes favoraveis a
uma dinamica ativa nos processos de criacao e
ampliacao de seus conhecimentos.
Lima Filho (2006) Em redes do ramo varejista os principais
beneficios auferidos sao as economias de
escala, o acesso a novos fornecedores e o
aumento do portfolio de produtos.
Barbosa, Zilber e A possibilidade de acesso a solucoes
Toledo (2009); destaca-se como o fator mais importante para
Verschoore e os participantes de redes. Por outro lado, os
Balestrin (2008) elementos componentes que mais os predisporiam
a obter vantagens sao: o enfoque em ganhos
mutuos, a organizacao administrativa, o
comprometimento e a cooperacao para a
obtencao de uma posicao mais forte sem
que ocorram perdas.
Magalhaes, Daudt e Inicialmente, o beneficio para adesao as
Phonlor (2009) redes e o custo de capital e, em um segundo
momento, as trocas de informacoes, melhoria
em processos, expertise para obtencao de
financiamento e maior aprendizagem do
processo de governanca.
Schreiner, Kale e Verifica-se que a complementaridade entre os
Corsten (2009); parceiros da rede tem impacto significativo
Dodourova (2009) na capacidade de uma empresa para realizar
acao conjunta com seus parceiros e clientes,
proporcionando acesso ao conhecimento
relevante. Nesse sentido, a maioria das
empresas reconhece a necessidade de substituir
a abordagem oportunista de colaboracao por
meio de um cuidadoso planejamento,
acompanhamento e coordenacao. Mesmo as
empresas que adotam uma abordagem ad hoc para
parcerias acabam percebendo que parcerias bem
estruturadas lhes permitem aproveitar melhor
seus recursos e gerenciar seus mercados.
Muthusamy e Os intercambios sociais e a experiencia do
White (2005); passado em relacionamentos
Lui (2009) interorganizacionais estao positivamente
relacionados com a aprendizagem e
transferencia de conhecimento em aliancas, e,
alem disso, o compromisso reciproco e um fator
explicativo para a aprendizagem
interorganizacional. Dessa forma, o contrato
formal esta positiva e significativamente
relacionado ao acesso a conhecimentos e a
aquisicao de conhecimento: alem disso, quanto
mais tempo tem um relacionamento
interorganizacional, mais forte e a associacao
entre competencia e confianca na aquisicao
de conhecimento.
Fonte: Elaborado pelos autores.
Figura 1--Principais focos de estudo em relacionamentos
interorganizacionais
Nacional Internacional
Competitividade 28 4
Recursos 15 10
Desempenho 22 15
Conhecimento 15 33
Inovacao
Fonte: Elaborada pelos autores.
Note: Table made from bar graph.