The contribution of corporate governance for the performance of Brazilian publicly traded companies/A contribuicao da governanca corporativa para o desempenho das empresas Brasileiras de capital aberto/La contribucionde la gobernabilidad corporativa para el desempeno de las empresas Brasilenas de capital abierto.
de Melo, Rodrigo Santos ; Batista, Paulo Cesar de Sousa ; de Macedo, Augusto Cezar Moura 等
1. INTRODUCAO
No seculo passado, crises economicas como a grande depressao de
1929 e as do petroleo nas decadas de 50, 70 e 90 levaram as empresas a
se defrontar com situacoes como queda de demanda, concorrencia acirrada
e instabilidade financeira, que exigiram ajustes nos processos de
producao, nas tecnologias, nas praticas de gestao e nas estrategias.
Neste inicio de seculo, turbulencias como as ocorridas a partir de
2008, desencadeadas no setor imobiliario norte-americano, criaram
novamente grandes desafios para a sobrevivencia e a expansao das
empresas, exigindo o aprofundamento das mudancas.
Como consequencia disso, maior atencao passou a ser dada a Teoria
das Competencias Dinamicas, que advoga nao apenas uma adequada gestao
dos recursos internos discretos e a capacidade de ajuste a novas
situacoes externas, mas tambem um foco especial na capacidade de gerir
eficazmente os recursos intangiveis, como o aprendizado, o conhecimento,
a experiencia e a interdependencia dos recursos.
Alem disso, essa teoria enfatizou que a concentracao na posse de
estoques de recursos, por mais valiosos que fossem, como formadora da
vantagem competitiva, poderia levar a inflexibilidades incompativeis com
a necessidade de mudanca das empresas em ambientes de hipercompeticao,
incerteza e complexidade, como o que se formou a partir de 2008. O
esforco para a continua alavancagem e regeneracao de recursos e
capacidades passou a ser uma das mais importantes orientacoes
estrategicas dessa teoria para a busca de vantagem competitiva.
A essencia da Teoria das Competencias Dinamicas foi capturada por
Vasconcelos e Cyrino (2000:33). Segundo esses autores, "Na
abordagem das capacidades dinamicas, mais importante que o estoque atual
de recursos e a capacidade de acumular e combinar novos recursos em
novas configuracoes capazes de gerar fontes adicionais de rendas."
Essa capacidade, porem, exige o desenvolvimento de acoes e decisoes
organizacionais, ou, em ultima instancia, um padrao de gestao superior
que promova a capacidade de aprendizado, coordene a alocacao de recursos
e gerencie os fluxos de recursos e de habilidades que construam e
alavanquem competencias (SANCHEZ; HEENE, 1996).
Esse corpo de ideias tem estimulado o estudo da Governanca
Corporativa e, em particular, da relacao desse modelo de gestao com a
vantagem competitiva e o desempenho empresarial. Os fatores da vantagem
competitiva passaram a ser imaginados num formato mais ecletico,
reunindo contribuicoes de varias teorias, antes consideradas
concorrentes, alem de incluir em uma dimensao adicional a da firma o
constructo Governanca Corporativa, como forma de expressar o papel
crucial atribuido a gestao estrategica pela Teoria das Competencias
Dinamicas.
Neely (2002) e um dos autores que adota essa visao ecletica, ao
advogar a necessidade de que sejam consideradas as diferentes
perspectivas do desempenho da empresa--a perspectiva interna,
compreendendo a analise dos recursos e competencias, e a perspectiva
externa, associada ao posicionamento em relacao a concorrencia e aos
clientes.
Outras contribuicoes relevantes nessa mesma linha podem ser
encontradas nos trabalhos de Prahalad e Hamel (1990), Ansoff e McDonnell
(1993), Mintsberg (1994), Vasconcelos e Cyrino (2000) e Brito e
Vasconcelos (2004).
Foss, K. e Foss, N. J. (2005) podem ser considerados uma referencia
para o presente estudo, uma vez que propoem que, se os recursos
influenciam positiva e significativamente o desempenho, as empresas
devem ter estruturas de governanca que evitem o risco de acoes de
captura. Na interpretacao de Goldszmidt, Brito e Vasconcelos (2007),
essas acoes compreendem atividades que consomem recursos para a
apropriacao do valor de outros agentes, sem compensa-los por isso. Alem
desse aspecto, a gestao favorece a coordenacao do uso e a
interdependencia dos recursos da firma, produzindo uma situacao de
dificil imitacao e substituicao, fortalecendo a vantagem competitiva e
criando as condicoes para o desempenho superior (VASCONCELOS; CYRINO,
2000).
Assim, tendo em conta as referencias teoricas a respeito da
influencia da Governanca Corporativa na vantagem competitiva e no
desempenho, e tambem os desafios existentes para a exploracao desse tema
no ambito empresarial brasileiro, os autores deste artigo elegeram como
objetivos da pesquisa: i) identificar a relevancia da Governanca
Corporativa no desempenho de empresas brasileiras de capital aberto
registradas na BM&FBOVESPA, e ii) avaliar se formas mais elevadas de
governanca proporcionam desempenho superior.
O uso da base de dados da BM&FBOVESPA, em si, consiste tambem
em outra contribuicao do artigo, porque atende a recomendacao de Brito e
Vasconcelos (2005), feita em seu estudo sobre o desempenho das firmas
brasileiras, no sentido de que sejam exploradas bases de dados mais
amplas e modelos que incluam outros tipos de efeitos para a investigacao
do fenomeno.
A abordagem metodologica adotada e de natureza quantitativa, a
partir da base de dados da Economatica[R] 2011, para as empresas de
capital aberto nacional, registradas na BM&FBOVESPA, com operacoes
em 4 setores diferentes da economia. Os dados foram tratados com a
utilizacao da tecnica de analise multivariada, a MANOVA, atendendo a
recomendacao de que essa tecnica deve ser utilizada quando se pretende
"explorar simultaneamente as relacoes entre diversas variaveis
independentes categoricas e duas ou mais variaveis pendentes
metricas" (HAIR et al., 2005:33).
Para o cumprimento de seus propositos, o artigo esta estruturado em
5 partes, incluindo esta introducao e as consideracoes finais. O segundo
capitulo trata do referencial teorico da investigacao, da analise de
resultados empiricos associados a modelos de desempenho, da visao dos
recursos e de sua contribuicao para o desempenho, com uma particular
atencao aos ativos intangiveis e a contribuicao da Governanca
Corporativa. O capitulo terceiro descreve o percurso metodologico da
investigacao, compreendendo, entre outros aspectos, o modelo
teorico-conceitual das variaveis envolvidas e as condicoes do uso da
MANOVA. O quarto capitulo apresenta a analise dos resultados, destacando
as diferencas no poder explicativo dos modelos de desempenho, quer
considerem, quer nao, a variavel Governanca Corporativa. O ultimo
capitulo trata das consideracoes finais a respeito dos resultados
obtidos.
2. GOVERNANCA CORPORATIVA E DESEMPENHO
Estudos que analisam a heterogeneidade do desempenho das empresas
por meio da decomposicao da variancia desenvolveram-se a partir do
trabalho seminal de Schmalensee (1985), que utilizou dados fornecidos
pela FTC (Line of Business Program da U.S. Federal Trade Commission) de
1.775 empresas norte-americanas referentes ao ano de 1975. Os resultados
obtidos corroboraram a ideia de que o setor no qual as empresas estao
inseridas e o fator de maior influencia na lucratividade, quando esta e
medida pelo retorno sobre o ativo (ROA). A variancia explicada pelo
efeito setor foi de 19,6%, enquanto as outras duas variaveis
utilizadas--market share e corporacao--explicaram menos de 1%. No
entanto, cerca de 80% da variancia nao foi explicada pelo modelo,
resultado de um componente aleatorio ou de variaveis nao incluidas na
modelagem.
Percebendo essa lacuna e utilizando os mesmos dados, Rumelt (1991)
ampliou o periodo de analise (1974-1977) e adicionou ao modelo variaveis
especificas a empresa. Constatou que o efeito firma e nao o efeito setor
era o maior responsavel pela variancia no desempenho entre empresas (46%
e 16%, respectivamente). Outros autores replicaram o modelo, encontrando
resultados semelhantes, ou seja, o efeito firma e a variavel mais
explicativa da heterogeneidade no desempenho empresarial, compondo entre
27% e 37% da variancia total (e.g. ROBERQUEST; PHILLIPS; WESTFALL, 1996;
MCGAHAN; PORTER, 1997, 2002; HAWAWINI; SUBRAMANIAN; VERDIN, 2003).
No Brasil, Brito e Vasconcelos (2005) aplicaram o mesmo modelo a
partir de dados de 252 empresas de 15 diferentes setores, publicados no
Balanco Anual da Gazeta Mercantil, referentes ao periodo de 1998 a 2001.
Os resultados evidenciaram que as caracteristicas especificas da firma
sao mais influentes no desempenho empresarial do que os efeitos ano e
ramo de negocios. Recentemente, uma nova serie de artigos abordou a
mesma questao, com a utilizacao de Modelos Hierarquicos Lineares
(Hierarchical Linear and Nonlinear Modeling--HLM), confirmando a firma
como o fator que mais influencia o desempenho das empresas (e.g. HOUGH,
2006; MISANGYI et al., 2006; SHORT et al., 2006; GOLDSZMIDT; BRITO;
VASCONCELOS, 2011).
Em suma, nesses estudos empiricos o desempenho e resultado,
principalmente, de competencias dinamicas e individuais da firma
(PRAHALAD; HAMEL, 1990; ZARIFIAN, 2001; FLEURY, A.; FLEURY, M., 2002,
2004). Nessa vertente teorica, os gerentes devem estar atentos as
mudancas no ambiente em que a empresa esta inserida e pari passu
reconfigurar ou recombinar, se necessario, as habilidades, os recursos e
as competencias da firma (VASCONCELOS; CYRINO, 2000). Assim, empresas
que possuem recursos unicos ou raros e os utilizam de forma eficaz e
oportuna conseguem influenciar positivamente a producao de ativos
tangiveis e, principalmente, de ativos intangiveis (KAYO et al., 2006).
Kayo et al. (2006) defendem que, apesar de o valor economico da
empresa ser resultado da soma de seus ativos tangiveis e intangiveis,
estes ultimos, cuja importancia tem crescido, sao considerados os
grandes responsaveis pela manutencao de vantagens competitivas. Nas
ultimas decadas, ativos intangiveis, como marca, inovacao, ativos
humanos, dentre outros, passaram a ser bastante valorizados pelos
investidores. Como consequencia disso, o indice valor de mercado
(market-value) sobre o valor contabil (book-value) das empresas
americanas cresceu de 1 para 6, de 1980 a 2001 (LEV, 2001).
Em estudo sobre o tema, Domeneghetti e Meir (2009) compararam os
diversos ativos intangiveis e os dividiram em dois tipos: os que geram e
os que protegem valor. No primeiro grupo, de geracao de valor, estao
ativos intangiveis como: investimento em pesquisa e desenvolvimento
(P&D), patentes, know-how tecnologico, etc. No segundo grupo, de
protecao de valor, encontra-se a governanca corporativa, que, segundo os
autores, permite aos gestores alavancar outros ativos e, dessa forma,
proporcionar retornos acima do custo de capital.
Nesse sentido, Correia e Amaral (2006, 2008) afirmam que as
empresas buscam adaptar-se aos principios que caracterizam uma pratica
adequada de governanca corporativa para obter capital necessario a
implantacao de projetos de investimento, no intuito de se tornarem mais
eficientes e competitivas. Em tese, ao ser gerida conforme determinam as
boas praticas de governanca, a organizacao reduz seu custo de capital,
em razao da protecao oferecida aos investidores contra possivel
oportunismo dos controladores da companhia, assegurando, dessa forma,
maiores retornos sobre o investimento (SILVEIRA; BARROS; FAMA, 2006;
CAMARGOS; BARBOSA, 2010). Em razao dessas ideias, inumeros trabalhos
empiricos associam boas praticas de governanca corporativa a um
desempenho superior (e.g. BAI et al., 2003; BROWN; CAYLOR, 2004; BEINER
et al., 2004; KLAPPER; LOVE, 2004; LEAL; CARVALHODA-SILVA, 2005).
Durnev e Kim (2005), por exemplo, a partir de dados referentes a
empresas de 27 paises, encontraram evidencias de que um nivel maior de
governanca e transparencia faz com que as empresas sejam mais
valorizadas nos mercados acionarios. Alem disso, em paises menos
amistosos com o investidor, a relacao entre qualidade da governanca
corporativa e valor de mercado e mais forte, evidenciando que as
empresas se adaptam a ambientes legais instaveis e erraticos ao
estabelecerem praticas de governanca eficientes.
Beiner et al. (2004), por sua vez, desenvolveram um sistema de
equacoes simultaneas utilizando os seguintes indicadores: q de Tobin
(como variavel de desempenho), indice de Governanca Corporativa,
porcentual de direito de votos exercido pelo maior acionista, porcentual
de capital pertencente a diretores e conselheiros, porcentual de direito
de voto exercido por investidores externos, numero de diretores no
conselho administrativo, razao entre ativo total e passivo total e
quantidade de membros independentes no conselho. A pesquisa empirica
aplicada em 109 empresas da Swiss Exchange (SWX) reafirmou a relacao
positiva entre a qualidade da governanca corporativa e o valor da
empresa.
No Brasil, De Carvalho e Pennacchi (2011), utilizando a base
Economatica[R] com dados de 238 empresas referentes aos anos de 2000 a
2006, observaram, por meio de analise de regressao, que as acoes das
empresas tendem a ganhar um retorno positivo anormal quando migram de um
nivel inferior para um superior (entre os tres niveis de governanca da
BM&FBOVESPA: Nivel 1, Nivel 2 e Novo Mercado), especialmente se nao
tiverem sido listadas previamente em bolsa estrangeira. Ademais, o
volume de negociacao de acoes aumenta quanto maior o nivel de
governanca, ou seja, uma melhor evidenciacao gera liquidez.
Esses resultados demonstram que o fator governanca influencia o
desempenho da firma, por meio da valorizacao ou desvalorizacao de suas
acoes, reflexo do grau de confianca dos acionistas na companhia. Pelos
argumentos analisados, este artigo pretende testar um modelo de maior
poder explicativo do que o das contribuicoes de Schmalensee (1985) e
Rumelt (1991), que incorpore em seu desenho uma variavel representativa
do constructo Governanca Corporativa. A contribuicao a literatura dos
fatores de desempenho sera ainda ampliada pela utilizacao de uma
metodologia mais adequada, baseada nos modelos lineares hierarquicos
(MISANGYI et al, 2006).
3. MODELOS TEORICO-CONCEITUAL E MATEMATICO
O modelo teorico proposto esta concebido em tres niveis: no
primeiro nivel, encontram-se os efeitos do Setor (K); no segundo, os
efeitos da Firma (J); no terceiro, os efeitos da Governanca (G). O
modelo descreve o desempenho como um fenomeno influenciado pela
Governanca Corporativa, por seu papel de coordenacao da interdependencia
dos recursos tangiveis e intangiveis da firma. No modelo proposto, o
processo de competicao se da, em geral, no plano setorial. A Governanca
das empresas e outros ativos intangiveis promovem impactos diferentes no
desempenho das empresas, dependendo do setor em que atuam.
[FIGURE 1 OMITTED]
Os referenciais teoricos do modelo sao os estudos de Rumelt (1991),
Schmalensee (1985), Roberquest, Phillips e Westfall (1996), McGahan e
Porter (1997, 2002), Hawawini, Subramanian e Verdin (2003), Hough
(2006), Misangyi et al. (2006), Short et al. (2006) e Goldszmidt, Brito
e Vasconcelos (2011). Esses autores, pela aplicacao de metodos variados,
confirmaram que a firma e o fator que mais influencia o desempenho das
empresas.
O modelo testado neste artigo nao inclui os fatores
'tempo' e 'unidade de negocio', porque estudos
anteriores (e.g. RUMELT, 1991) mostraram que, de forma isolada, esses
elementos nao foram capazes de explicar nenhuma parcela significativa da
variancia total do desempenho. A expressao matematica do modelo teorico
e escrita na forma abaixo e envolve tres fatores e suas interacoes, alem
de um fator comum ([mu]) e o erro ([e.sub.kgj]).
[y.sub.KGJ] = [mu] + [K.sub.i] + [J.sub.z] + [G.sub.n] +
[K.sub.i][J.sub.z] + [K.sub.i][G.sub.n] + [J.sub.z][G.sub.n][J.sub.z] +
[e.sub.kgj]
Em que:
--[y.sub.KJG] representa o desempenho (d);
--[mu] representa um efeito comum a todas as observacoes;
--[K.sub.i] refere-se ao efeito do fator Setor, com i = 1,2,34,5,6;
--[J.sub.z] refere-se ao efeito do fator Firma, com z = 1,2;
--[G.sub.n] refere-se ao efeito do fator Governanca, com n =
1,2,3,4;
--[K.sub.i][J.sub.z] e o efeito interativo dos fatores Setor e
Firma;
--[K.sub.i][G.sub.n] e o efeito interativo dos fatores Setor e
Governanca;
--[J.sub.z][G.sub.n] e o efeito interativo dos fatores Firma e
Governanca;
- [K.sub.i][G.sub.n][J.sub.z] e o efeito interativo dos fatores
Setor, Firma e Governanca;
--[e.sub.kgj] e o efeito aleatorio nao controlavel, que se assume
ser independente e possuir uma distribuicao N [(0,[[sigma].sup.2]).
4. PROCEDIMENTOS METODOLOGICOS
Do ponto de vista dos objetivos, a pesquisa e do tipo explicativo
ou causal. Na primeira fase de seu desenvolvimento, realizou-se uma
pesquisa bibliografica em revistas, livros e artigos cientificos, para
identificar os modelos teoricos e os resultados empiricos relativos aos
fatores determinantes do desempenho, particularmente aqueles que
contemplaram a Governanca Corporativa como variavel explicativa, assim
como revelaram a racionalidade associada a essa especificacao. A amostra
da pesquisa foi composta de 72 empresas, apos a exclusao dos outliers,
constituidas sob a forma de Sociedades Anonimas (S.A.), de capital
aberto, registradas na BM&FBOVESPA e pertencentes a 4 setores da
economia (Tabela 1).
Os dados utilizados dessas empresas sao de natureza secundaria,
provenientes da base de dados da BM&FBOVESPA, condicao que atribui
maior confiabilidade as informacoes em razao das exigencias da
legislacao brasileira quanto a sua publicizacao e aos procedimentos da
Bolsa.
Neste trabalho, a MANOVA foi utilizada para comparar as diferencas
entre as medias dos efeitos Setor, Ativos Intangiveis e Governanca e
suas interacoes, verificar se sao estatisticamente diferentes e, desse
modo, identificar quais variaveis isoladas ou combinadas a outras
variaveis mais contribuem para o desempenho superior de empresas
brasileiras listadas na BM&FBOVESPA.
Foi realizado o fator de blocagem, como um tratamento adicional a
analise. Por meio desse tratamento procura-se reduzir a variabilidade
interna do grupo governanca, tornando os grupos adicionais mais
homogeneos. Para identificar se ha diferencas estatisticamente
significativas entre as medias de grupos para cada variavel dependente,
utilizaram-se procedimentos post hoc, como os testes Pillais,
Hotellings, Wilks e Roys.
Para testar o poder explicativo da variavel governanca sobre as
variaveis independentes ROA e ROE, estimou-se o coeficiente de
determinacao ([R.sup.2]) no modelo com o efeito governanca [y.sub.KGJ] =
[mu] + [K.sub.i] + [J.sub.z] + [G.sub.n] + [K.sub.i][J.sub.z] +
[K.sub.i][G.sub.n][J.sub.z] + [e.sub.kgj] e no modelo sem o efeito
governanca [y.sub.KJ] = [mu] + [K.sub.i] + [J.sub.z] +
[K.sub.i][J.sub.z] + [e.sub.kj].
Neste trabalho, utiliza-se o indicador de desempenho financeiro
Retorno sobre o Ativo Total (ROA), pois pesquisas anteriores (e.g.
SCHMALENSEE, 1985; RUMELT, 1991; ROBERQUEST; PHILLIPS; WESTFALL, 1996;
MCGAHAN; PORTER, 1997, 2002; HOUGH, 2006; MISANGYI et al, 2006;
GOLDSZMIDT; BRITO; VASCONCELOS 2007, 2011) obtiveram resultados
semelhantes aos obtidos por indicadores de desempenho de valor
(HAWAWINI; SUBRAMANIAN; VERDIN, 2003).
O Return on assets ou Retorno sobre o Ativo Total (ROA) mede a
eficacia geral da administracao de uma empresa na geracao de lucros com
os ativos disponiveis (GITMAN, 2004). O Retorno sobre o Patrimonio
Liquido (ROE) mede o retorno obtido no investimento do capital dos
acionistas ordinarios da empresa (GITMAN, 2004). Segundo Brigham e
Houston (1999), o quociente do lucro liquido sobre o patrimonio liquido
mede o retorno sobre o patrimonio liquido ou a taxa de retorno sobre o
investimento dos acionistas.
O ROA e o ROE foram calculados a partir dos dados obtidos na base
Economatica[R], disponibilizados pela Associacao dos Analistas e
Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais secao Nordeste
(APIMEC NE), situada em Fortaleza--CE, Brasil.
Optou-se por trabalhar com o setor industrial brasileiro por sua
relevante contribuicao ao crescimento da economia nacional, excluindo da
amostra as empresas dos setores 100 (Petroleo, Gas e Biocombustivel) e
600 (Consumo Ciclico), porque, com raras excecoes, essas empresas
possuem um alto valor de mercado e proporcionam pouca receita
operacional, constituindo-se em outliers. As empresas do setor de
agronegocios tambem foram excluidas, por sua pequena representatividade.
Foram eliminadas da base de dados as empresas do setor de servicos, que
inclui as instituicoes financeiras, em razao de que seu alto grau de
alavancagem pode trazer vieses aos indicadores de desempenho.
5. ANALISE DOS RESULTADOS
Inicialmente, foram testados os pressupostos da normalidade das
variaveis dependentes. Por meio do teste de Kolmogorov-Smirnov e dos
graficos de Box-Plot (FAVERO et al., 2009; HAIR et al., 2005),
verificaram-se os pressupostos da distribuicao normal multivariada das
variaveis dependentes ROA e ROE. As Tabelas 2, 3 e 4 mostram o resultado
do teste de normalidade univariada e conclui-se que nao existem indicios
para suspeitar da rejeicao da hipotese nula da distribuicao normal ao
nivel de 5%.
As Figuras 2 e 3, em consonancia com os resultados obtidos pelo
teste de normalidade de Kolmogorov-Smirnov, mostram o comportamento da
distribuicao das variaveis dependentes, que visualmente parecem seguir
uma distribuicao normal.
[FIGURE 2 OMITTED]
[FIGURE 3 OMITTED]
Em relacao a suposicao de equivalencia das matrizes de
variancia-covariancia das variaveis dependentes, utiliza-se o teste
Box-Plot e verificase que a hipotese nula da homogeneidade e rejeitada.
Hair et al. (2005) sugerem que uma violacao dessa natureza causa impacto
minimo se os grupos tiverem os mesmos tamanhos ou se o cociente entre o
tamanho do maior grupo e o tamanho do menor grupo for menor que 1,5.
O teste das medias de Pillai's Trace, Wilks' Lambda,
Hotelling's Trace e Roy's Largest Root sugere a rejeicao da
hipotese nula da igualdade de medias ao nivel de 1%. Portanto, os testes
indicam que os fatores Setor, MVA e Governanca influenciam
significativamente o desempenho das empresas industriais com acoes
negociadas na BM&FBOVESPA. Sugerem ainda a nao rejeicao da hipotese
nula, quando se analisa a interacao entre duas variaveis, e indicam a
rejeicao da hipotese nula da igualdade de medias ao nivel de 1%, quando
se estuda a interacao entre as tres variaveis (Tabela 5).
A Tabela 6 mostra o resultado do teste de hipotese univariado, ou
seja, quando se trata cada variavel dependente individualmente (FAVERO
et al. 2009). Os resultados apontam para a rejeicao da hipotese nula do
ROE e para a nao rejeicao da hipotese nula do ROA.
Esses achados sao coerentes com a teoria, uma vez que a Governanca
Corporativa visa garantir essencialmente o retorno aos acionistas, sem
apresentar uma relacao direta com os ativos da empresa.
Em seguida, exclui-se a governanca, com o objetivo de testar a
importancia da variavel para o modelo (Tabelas 7 e 8).
Verifica-se que, quando se exclui a governanca do modelo, nos
criterios de Pillai's Trace, Wilks' Lambda, Hotelling's
Trace e Roy's Largest Root, uma baixa significancia e obtida
(estatistica bem acima de [alpha] = 0,05). Portanto, o resultado
pressupoe a importancia da governanca para o desempenho superior das
empresas. Os resultados sao confirmados pelas analises individuais das
variaveis dependentes, em que se encontra uma significancia para o ROA
de 0,119 e para o ROE de 0,129.
Posteriormente, foi testado o modelo com 3 niveis de
Governanca--Novo Mercado, Nivel 1 e Nivel 2--, que tem boas praticas de
governanca, comparativamente ao nivel Mercado Tradicional, sem
governanca. Segundo os criterios de Pillai's Trace, Wilks'
Lambda, Hotelling's Trace e Roy's Largest Root, o grupo de
empresas com mais altos niveis de governanca apresentou desempenho
superior nas variaveis dependentes (ROA = 0,059 e ROE = 0,129, com
significancia menor que 0,1).
No modelo ROA = [mu] + [K.sub.i] + [J.sub.z] + [G.sub.n] +
[K.sub.i][J.sub.z] + [K.sub.i][G.sub.n][J.sub.z] + [e.sub.kgj] obteve-se
[R.sup.2] = 0,632, enquanto no modelo ROA = [mu] + [K.sub.i] + [J.sub.z]
+ [K.sub.i][J.sub.z] + [e.sub.kj]. obteve-se [R.sup.2] = 0,552. A
analise mostra que, embora o modelo sem a variavel governanca ja
apresentasse um alto poder explicativo, este e intensificado
sensivelmente com a inclusao da variavel governanca.
5. CONCLUSAO
Como o proposito do teste multivariado e avaliar as diferencas das
medias coletivamente, verifica-se estatisticamente que as medias dos
Setores, da Firma e da Governanca nao sao iguais. Portanto, pode-se
concluir que essas variaveis influenciam o retorno sobre os ativos e
sobre o investimento dos acionistas.
O modelo se mostra mais significativo ao utilizar o ROE como
indicador de desempenho, quando comparado ao ROA. O resultado revela-se
coerente com o modelo, uma vez que a variavel dependente mede o
quociente do lucro operacional sobre o retorno dos acionistas e as boas
praticas de governanca apresentam como funcao a preservacao dos ganhos
dos acionistas.
Ao se excluir o fator Governanca do modelo, percebe-se que o ROA
mostra-se significativo, enquanto o ROE nao apresenta significancia
estatistica ([alpha] = 0,05), portanto, mais uma vez, os resultados sao
coerentes, ja que a variavel dependente significativa mede o retorno
sobre os ativos da empresa, desconsiderando os retornos dos acionistas.
Conclui-se que a Governanca constitui-se em fator explicativo
relevante do desempenho empresarial das empresas brasileiras de capital
aberto nao so quando se pretende avaliar o retorno proporcionado aos
acionistas, mas tambem quando se considera o efeito proporcionado nos
ativos das empresas.
O modelo se mostra, ainda, alinhado com os achados de Schmalensee
(1985), Rumelt (1991), Roberquest, Phillips e Westfall (1996), McGahan e
Porter (1997, 2002) e Hawawini, Subramanian e Verdin (2003), ao
considerar os ativos e o setor como fatores influenciadores do
desempenho das empresas e proporcionar a percepcao de que o efeito
governanca corporativa e importante para o desempenho organizacional e
para o retorno dos acionistas.
6. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS
ANSOFF, H.; McDONNELL, E. Implantando a administracao estrategica.
2. ed. Traducao de Antonio Zorato Sanvicente. Sao Paulo: Atlas, 1993.
BAI, Chong-en; LIU, Qiao; LU, Joe Zhou; SONG, Frank M.; ZHANG,
Junxi. Corporate Governance and Market Valuation in China. Michigan: The
William Davidson Institute, 2003. (Working Paper n. 564).
BEINER, S.; DROBETZ, W.; SCHMID, M. M.; ZIMMERMANN, H. An
Integrated Framework of Corporate Governance and Firm Valuation Evidence
From Switzerland. 2004. Disponivel em: <http: //papers. ssrn.com/
abstract_id=489322>. Acesso em: 15 fev. 2012.
BRIGHAM, Eugene F.; HOUSTON, Joel F. Fundamentos da Moderna
Administracao Financeira. Traducao de Maria Imilda da Costa e Silva. Rio
de Janeiro: Elsevier, 1999.
BRITO, L. A. L.; VASCONCELOS, F. C. Desempenho das Firmas
Brasileiras: Efeito ano, Ramo de negocios e Firma individual. Revista de
Administracao Contemporanea--RAC, Edicao Especial, p. 65-85, 2005
--. Heterogeneidade do Desempenho, suas Causas e o Conceito de
Vantagem Competitiva: Proposta de uma Metrica. Revista de Administracao
Contemporanea--RAC, v. 8, Edicao Especial, p. 107-129, 2004.
BROWN, L. D.; CAYLOR, M. L. Corporate Governance and Firm
Performance. Atlanta, United States: University of Georgia, School of
Accountancy, 2004. Disponivel em:
<http://papers.ssrn.com/sol3/papers.cfm?abstract_id=586423>.
Acesso em: 15 fev. 2012.
CAMARGOS, M. A.; BARBOSA, F. V. A Adocao de Praticas Diferenciadas
de Governanca Corporativa Beneficia o Acionista e Aumenta a Liquidez
Acionaria? Evidencias Empiricas do Mercado Brasileiro. REGE--Revista de
Gestao, Sao Paulo, v. 17, n. 2, p. 189-208, abr./jun. 2010.
CORREIA, L. F.; AMARAL, H. F. Arcabouco Teorico para os Estudos de
Governanca Corporativa: Os Pressupostos Subjacentes a Teoria da Agencia.
REGE--Revista de Gestao, Sao Paulo, v. 15, n. 3, p. 1-10, set. 2008.
--. Reflexoes sobre as Funcoes da Governanca Corporativa.
REGE--Revista de Gestao, Sao Paulo: Universidade de Sao Paulo, v. 13, n.
1, p. 43-55, jan./mar. 2006.
DE CARVALHO, A. G.; PENNACCHI, G. G. Can a Stock Exchange Improve
Corporate Behavior? Evidence from Firms' Migration to Premium
Listings in Brazil. Journal of Corporate Finance, v. 7, n. 1, p. 20-35,
2011.
DOMENEGHETTI, D.; MEIR, R. Ativos intangiveis: como sair do deserto
competitivo dos mercados e encontrar um oasis de valor e resultados para
sua empresa. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009.
DURNEV, A.; KIM, E. H. To Steal or Not to Steal: Firm Attributes,
Legal Environment, and Valuation. The Journal of Finance, Cambridge, v.
60, n. 3, p. 1461-1493, 2005. <http://dx.doi.org/10.1111/j
.1540-6261.2005.00767.x>.
FAVERO, L. P.; CHAN, B. L.; SILVA F. L.; BELFIORE, P. P. Analise de
Dados: modelagem multivariada para tomada de decisoes. Rio de Janeiro:
Elsevier, 2009.
FLEURY, A. C. C.; FLEURY, M. T. Alinhando Estrategia e Competencia.
Revista de Administracao de Empresas--RAE, v. 44, n. 1, p. 44-57,
jan./mar. 2004.
--. Construindo o Conceito de Competencia. Revista de Administracao
Contemporanea--RAC, v. 5, Ed. Especial, p. 183-196, 2002.
FOSS, K.; FOSS, N. J. Resources and transaction costs: how property
rights economics furthers the resource-based view. Strategic Management
Journal, v. 26, n. 6, p. 541-553, 2005.
<http://dx.doi.org/10.1002/smj.465>.
GITMAN, L. J. Principios de Administracao Financeira. 10. ed.
Traducao de Antonio Zoratto Sanvicente. Sao Paulo: Pearson Addison
Wesley, 2004.
GOLDSZMIDT, R. G. B.; BRITO, L. A.; VASCONCELOS, F. C. Country
Effect on Firm Performance: A Multinivel Approach. Journal of Business
Research, v. 64, n. 3, p. 273-279, Mar. 2011. <doi 10.1016/j
jbusres.2009.11.012>.
--. O Efeito Pais sobre o Desempenho da Firma: Uma Abordagem
Multinivel. Revista de Administracao de Empresas--RAE, v. 47, n. 4, p.
12-25, out./dez. 2007.
HAIR, J. F.; BABIN, B.; MONEY, A. H.; SAMOUEL, P. Analise
Multivariada de Dados. 5. ed. Porto Alegre: Bookman, 2005.
HAWAWINI, G.; SUBRAMANIAN, V.; VERDIN, P. Is performance driven by
industry or firm--specific factors? A new look at the evidence.
Strategic Management Journal, v. 24, n. 1, p. 1-16, 2003.
<http://dx.doi.org/10.10 02/smj.278>.
HOUGH, J. R. Business segment performance redux: a multilevel
approach. Strategic Management Journal, v. 27, n. 1, p. 45-61, 2006.
<http://dx.doi.org/10.1002/smj.498>.
KAYO, E. K.; KIMURA, H.; MARTIN, D. M. L.; NAKAMURA, W. T. Ativos
Intangiveis, Ciclo de Vida e Criacao de Valor. Revista de Administracao
Contemporanea--RAC, v. 10, n. 3, p. 73-90, jul./set. 2006.
KLAPPER, L.; LOVE, I. Corporate Governance, Investor Protection,
and Performance in Emerging Markets. Journal of Corporate Finance, v.
10, n. 5, p. 703-728, 2004.
<http://dx.doi.org/10.1016/S0929-1199(03)00046-4>.
LEAL, R. P. C.; CARVALHO-DA-SILVA, A. L. Corporate Governance and
Value in Brazil (and in Chile). Washington: Inter-American Development
Bank Working Paper, 2005.
LEV, Baruch. Intangibles: management, measurement, and reporting.
Washington: Brookings, 2001.
MCGAHAN, A. M.; PORTER, M. E. How much does industry matter,
really? Strategic Management Journal, v. 18, Summer Special Issue, p.
15-30, 1997.
--. What do we know about variance in accounting profitability?
Management Science, v. 48, n. 7, p. 834-851, 2002.
MINTZBERG, H. The Fall and Rise of Strategic Planning. Harvard
Business Review, v. 72, n. 1, p. 107-114, Jan./Feb. 1994.
MISANGYI, V. F.; ELMS, H.; GRECKHAMER, T.; LEPINE, J. A new
perspective on a fundamental debate: a multilevel approach to industry,
corporate, and business unit effects. Strategic Management Journal, v.
27, n. 6, p. 571-590, 2006. <http://dx.doi.org/10.1002/smj.530>.
NEELY, Andy. Avaliacao do Desempenho das Empresas. Porque, o que e
como. Trad. Isabel Dantas. Lisboa: Ed. Caminho, 2002.
PRAHALAD, C. K.; HAMEL, Gary. The core competence of the
corporation. Harvard Business Review, v. 68, n. 3, p. 79-91, 1990.
ROBERQUEST, J. A.; PHILLIPS, R. L.; WESTFALL, P. A. Market vs.
Management: What driver profitability? Strategic Management Journal, v.
17, n. 8, p. 653-664, 1996.
<http://dx.doi.org/10.1002/(SICI)10970266(19961 0)17:8<653:
:AID-SMJ840>3.0.CO;2-O>.
RUMELT, R. P. How much does industry matter? Strategic Management
Journal, v. 12, n. 2, p. 167-185, 1991.
<http://dx.doi.org/10.1002/smj.4250120302>.
SANCHEZ, R.; HEENE, A. A systems view of the firm in
competence-based competition. In: SANCHEZ, R.; HEENE, A.; THOMAS, H.
(Eds.). Dynamics of Competence-Based Competition: Theory and Practice in
the New Strategic Management. Oxford: Elsevier Pergamon, 1996.
SCHMALENSEE, R. Do markets differ much? The American Economic
Review, v. 75, n. 3, p. 341-351, 1985.
SHORT, J. C.; KETCHEN JR., D. J.; BENNETT, N.; DU TOIT, M. An
examination of firm, industry, and time effects on performance using
random coefficients modeling. Organizational Research Methods, v. 9, n.
3, p. 259-284, 2006. <http://dx.doi.org/10.1177/1094428106287572>.
SILVEIRA, A. M.; BARROS, L. A. B. C.; FAMA, R. Atributos
Corporativos, Qualidade da
7. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS COMPLEMENTARES
BOLSA DE MERCADORIAS E FUTURO. Disponivel em:
<http://www.bmfbovespa.com.br>. Acesso em: 15 jun. 2010.
ECONOMATICA. Disponivel em: <http://www.economatica.com.pt>.
Acesso em: 18jan. 2011.
Governanca Corporativa e Valor das Companhias Abertas no Brasil.
Revista Brasileira de Financas, v. 4, n. 1, p. 1-30, 2006.
VASCONCELOS, F. C.; CYRINO, A. B. Vantagem Competitiva: Os Modelos
Teoricos Atuais e a Convergencia entre Estrategia e Teoria
Organizacional. Revista de Administracao de Empresas--RAE, Sao Paulo, v.
40, n. 4, p. 20-37, out./dez. 2000.
ZARIFIAN, P. Objetivo Competencia. Por uma Nova Logica. Sao Paulo:
Atlas, 2001.
DOI: 10.5700/rege488
Recebido em: 16/12/2011
Aprovado em: 17/12/2012
Rodrigo Santos de Melo
Professor da Universidade Federal do Piaui (UFPI)--Teresina-PI,
Brasil
Doutorando na Universidade de Coimbra. Especialista em
Administracao Financeira
Mestre em Administracao pela Universidade Estadual do Ceara
E-mail: rodrigosmelo@hotmail.com
Paulo Cesar de Sousa Batista
Membro permanente do Curso de Mestrado em Administracao da
Universidade
Estadual do Ceara--Fortaleza-CE, Brasil
Lider do Grupo de Pesquisa de Estrategia
Mestre e Ph.D. em Economia pela University of Illinois (USA)
E-mail: batista.pcs@gmail.com
Augusto Cezar Moura de Macedo
Mestrando na Universidade Estadual do Ceara--Fortaleza-CE, Brasil
Graduado em Administracao de Empresas na Universidade Estadual do
Ceara
E-mail: augusto_mmacedo@yahoo.com.br
Romulo Bernardino Lopes de Costa
Mestrando em Administracao na Universidade Estadual do Ceara
(UECE)--Fortaleza-CE, Brasil
Graduado em Ciencias Contabeis pela Universidade Federal do Ceara
(UFC)
E-mail: romuloblc@gmail.com
Tabela 1--Amostra Utilizada por Setor Economico
SETOR ECONOMICO (SUBSETORES) COD. QUANT.
DE EMPRESAS
Materiais Basicos 200 26
Bens Industriais 300 15
Construcao e Transporte 400 22
(150--Construcao e Engenharia)
Consumo Nao Ciclico subsetores 500 9
(200--Bebidas, 300--Fumo,
400--Produtos de uso Pessoal
e Limpeza, 600--Saude
TOTAL 72
Fonte: Elaborada pelos autores.
Tabela 2--Teste de Normalidade
KOLMOGOROV-SMIRNOV (a)
SETOR ESTATISTICA GRAUS DE SIG.
LIBERDADE
ROA 2 0, 100 26 0, 200 *
3 0, 180 15 0, 200 *
4 0, 117 22 0, 200 *
5 0, 176 9 0, 200 *
ROE 2 0, 113 26 0, 200 *
3 0, 142 15 0, 200 *
4 0, 097 22 0, 200 *
5 0, 186 9 0, 200 *
Nota. (a) Lilliefors Significance Correction.
Fonte: Elaborada pelos autores.
Tabela 3--Teste de Normalidade
KOLMOGOROV-SMIRNOV (A)
VALOR ESTATISTICA GRAUS DE SIG.
MVA LIBERDADE
ROA 0 0, 097 29 0, 200 *
1 0, 093 43 0, 200 *
ROE 0 0, 089 29 0, 200 *
1 0, 061 43 0, 200 *
Nota. (a) Lilliefors Significance Correction.
Fonte: Elaborada pelos autores.
Tabela 4--Teste de Normalidade
KOLMOGOROV-SMIRNOV (A)
GOV ESTATISTICA GRAUS DE SIG.
LIBERDADE
ROA 0 0, 133 31 0, 173
1 0, 114 41 0, 199
ROE 0 0, 086 31 0, 200 *
1 0, 083 41 0, 200 *
Nota. (a) Lilliefors Significance Correction.
Fonte: Elaborada pelos autores.
Tabela 5--Efeito Setor, Ativo e Governanca--Teste multivariado
de significancia (S = 1, M = 0, N = 28)
TESTE VALOR APPROX. F HYPOTH. DF ERRO DF SIG. DO F
Pillais 0,28951 4,82373 4,00 114,00 0,001
Hotellings 0,38743 5,32711 4,00 110,00 0,001
Wilks 0,71646 5,07977 4,00 112,00 0,001
Roys 0,26718
Nota. F statistic for WILKS' Lambda is exact.
Fonte: Elaborada pelos autores.
Tabela 6--Efeito Setor, Ativo e Governanca--Teste F
univariado com (2;57) graus de liberdade
VARIABLE HYPOTH. SS ERROR SS HYPOTH. MS
ROA 23,08964 418,28624 11,54482
ROE 317,04332 1362,21054 158,52166
VARIABLE ERROR MS F SIG. OF F
ROA 7,33836 1,57322 0,216
ROE 23,89843 6,63314 0,003
Fonte: Elaborada pelos autores.
Tabela 7--Efeito Setor e Ativo--Teste multivariado
de significancia (S = 2, M = 0, N = 30 1/2)
TEST NAME VALUE APPROX. F HYPOTH. DF
Pillais 0,11433 1,29343 6,00
Hotellings 0,12406 1,28200 6,00
Wilks 0,88777 1,28794 6,00
Roys 0,09143
TEST NAME ERROR DF SIG. OF F
Pillais 128,00 0,265
Hotellings 124,00 0,270
Wilks 126,00 0,267
Roys
Nota. F statistic for WILKS' Lambda is exact.
Fonte: Elaborada pelos autores.
Tabela 8--Efeito Setor e Ativo--Teste F univariado com (3;64)
graus de liberdade
VARIABLE HYPOTH. SS ERROR SS HYPOTH. MS
ROA 48,44477 509,71815 16,14826
ROE 162,44258 1770,49817 54,14753
VARIABLE ERROR MS F SIG. OF F
ROA 7,96435 2,02757 0,119
ROE 27,66403 1,95733 0,129
Fonte: Elaborada pelos autores.
Tabela 9--Efeito Setor, Ativo e Governanca--Teste multivariado
de significancia (S = 2, M = -1/2, N = 27)
TEST NAME VALUE APPROX. F HYPOTH. DF
Pillais 0,38069 6,70021 4,00
Hotellings 0,59457 8,17527 4,00
Wilks 0,62412 7,44260 4,00
Roys 0,36762
TEST NAME ERROR DF SIG. OF F
Pillais 114,00 0,000
Hotellings 110,00 0,000
Wilks 112,00 0,000
Roys
Nota. F statistic for WILKS' Lambda is exact.
Fonte: Elaborada pelos autores.
Tabela 10--Efeito Setor, Ativo e Governanca--Teste F
univariado com (2; 57) graus de liberdade
VARIABLE HYPOTH. SS ERROR SS HYPOTH. MS
ROA 38,91693 371,67658 19,45847
ROE 486,01113 1090,39608 243,00557
VARIABLE ERROR MS F SIG. OF F
ROA 6,52064 2,98413 0,059
ROE 19,12976 12,70301 0,000
Fonte: Elaborada pelos autores.