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  • 标题:The use of strategic alliances in the internationalization of small and medium-sized enterprises: a case study in a Brazilian information technology enterprise/A utilizacao de aliancas estrategicas na internacionalizacao de pequenas e medias empresas: estudo de caso em uma empresa brasileira de tecnologia da informacao/La utilizacionde alianzas estrategicas enla inter nacionalizacionde pequenas...
  • 作者:Krakawer, Patricia Viveiros de Castro ; Jussani, Ailton Conde ; de Vasconcellos, Eduardo Pinheiro Gond
  • 期刊名称:Revista de Gestao USP
  • 印刷版ISSN:1809-2276
  • 出版年度:2013
  • 期号:July
  • 语种:Spanish
  • 出版社:Faculdade de Economia, Administracao e Contabilidade - FEA-USP
  • 摘要:A globalizacao e a maior competicao mercadologica tem impulsionado empresas de diversos setores a ampliar seus mercados, ate mesmo internacionalmente. Ambientes mais competitivos e dinamicos sujeitam as empresas a procurar alternativas de crescimento, e a internacionalizacao e utilizacao de aliancas estrategicas sao opcoes a serem consideradas.
  • 关键词:Globalization;High technology industry;Small and medium sized companies

The use of strategic alliances in the internationalization of small and medium-sized enterprises: a case study in a Brazilian information technology enterprise/A utilizacao de aliancas estrategicas na internacionalizacao de pequenas e medias empresas: estudo de caso em uma empresa brasileira de tecnologia da informacao/La utilizacionde alianzas estrategicas enla inter nacionalizacionde pequenas...


Krakawer, Patricia Viveiros de Castro ; Jussani, Ailton Conde ; de Vasconcellos, Eduardo Pinheiro Gond 等


1. INTRODUCAO

A globalizacao e a maior competicao mercadologica tem impulsionado empresas de diversos setores a ampliar seus mercados, ate mesmo internacionalmente. Ambientes mais competitivos e dinamicos sujeitam as empresas a procurar alternativas de crescimento, e a internacionalizacao e utilizacao de aliancas estrategicas sao opcoes a serem consideradas.

Muitos sao os motivos que impulsionam as empresas a buscar o mercado externo. No caso de empresas de tecnologia da informacao, a acirrada competicao no mercado interno, em busca de um diferencial competitivo, e um deles, conforme Sohn, Aperstedt e Cunha (2004).

Deve-se considerar que o aumento da competicao e a globalizacao favorecem a especializacao das empresas, que, assim, buscam sua competencia essencial (PRAHALAD; HAMEL, 1990). Aliancas estrategicas vem ao encontro dessa pratica quando proporcionam um complemento das competencias empresariais, agregando maior valor para o cliente.

Armando e Fischmann (2004) entendem que a maior competitividade da economia global, a qual impulsiona as empresas ao mercado internacional, e um dos fatores que motivam o estabelecimento de aliancas estrategicas, facilitando o acesso a novos mercados e permitindo maior competitividade.

Segundo Silva e Pereira (2008), a cooperacao entre empresas aumenta o nivel de conhecimento tecnico e possibilita a superacao dos limites organizacionais, trazendo maior seguranca as empresas inseridas em um ambiente de constantes mudancas. Seguranca tambem e importante quando se pensa em internacionalizacao, uma vez que novos mercados, em geral, possuem caracteristicas diversas das existentes no pais de origem da empresa, o que dificulta o seu acesso a esse mercado e aumenta o risco do negocio, conforme argumentam Freeman, Edwards e Schroder (2006).

Portanto, aliancas estrategicas podem beneficiar empresas que buscam diferenciar-se por meio da estrategia de internacionalizacao. Conforme afirmam Lorange e Roos (1996), as aliancas estrategicas possuem um importante papel nos negocios internacionais em razao da necessidade de adaptacao das empresas as demandas locais e porque viabilizam projetos de empresas de diversos tamanhos.

No entanto, mercados globais e processos de internacionalizacao sao temas voltados a grandes organizacoes, razao pela qual estudos empiricos focados em pequenas e medias empresas (PMEs) ainda sao desafiadores, conforme constatado por Freeman, Edwards e Schroder (2006).

No presente estudo, buscou-se compreender como aliancas estrategicas podem facilitar a internacionalizacao de pequenas e medias empresas brasileiras, sendo a base para uma operacao com custo e estrutura reduzidos. Dois aspectos foram enfatizados: os criterios para selecionar parceiros e as vantagens e desvantagens do uso de aliancas para a internacionalizacao, considerando-se seus pontos fortes e fracos. Para tal, utilizaram-se os criterios assinalados por Kanter (1994).

Diante desse contexto e considerando a importancia economica e social que as PMEs tem para o pais, a analise proposta contribui para que empresas de menor porte visualizem a possibilidade de ampliar seu mercado internacionalmente com custo reduzido, aumentando sua competitividade.

2. FUNDAMENTACAO TEORICA

Neste estudo, considerou-se a fundamentacao teorica como o alicerce para a estruturacao da pesquisa de campo. Foram levantados dados secundarios sobre aliancas estrategicas, internacionalizacao e contextualizacao de pequenas e medias empresas.

2.1. Aliancas Estrategicas

Aliancas estrategicas sao tema de diversos artigos academicos, em razao de sua importancia atual como opcao estrategica para as organizacoes inseridas em um mercado globalizado e competitivo. Essas aliancas sao definidas por Kanter (1994) como relacoes entre empresas independentes para obter colaboracao mutua e potencializar oportunidades.

Gulati (1998) tambem define aliancas estrategicas como arranjos empresariais voluntarios relacionados a troca, compartilhamento e desenvolvimento conjunto de tecnologias, produtos e servicos. Kanter (1994) afirma ate mesmo que possuir um parceiro estrategico de excelencia e um dos principais bens corporativos, porque gera para as empresas uma significativa competitividade, ou vantagem colaborativa, conforme denominacao da autora.

Para Armando e Fischmann (2004), varios sao os tipos de aliancas, dentre os quais as estrategicas, que sao as mais comuns e se referem as relacoes informais de longo prazo que permitem o compartilhamento mutuo de pontos fortes, informacoes e vantagens. Barbosa, Zilber e Toledo (2009) sugerem que varias sao as caracteristicas das aliancas estrategicas entre empresas, como maior flexibilidade, foco nas competencias essenciais e reducao da necessidade de verticalizacao, bem como menor custo nas operacoes.

A selecao dos parceiros e uma etapa critica no processo, conforme apontam varios autores, dentre os quais Kanter (1994) e Doz e Hamel (2000). Gulati (1998) sugere que a selecao de parceiros estrategicos deve levar em conta a dependencia entre as empresas inseridas em um mesmo ambiente, uma vez que uma deve ter competencias complementares a outra. Lorange e Roos (1996) tambem destacam a importancia da selecao dos parceiros, em razao da necessidade de habilidades especiais para a formacao da alianca. Para esses autores, trata-se de uma importante ferramenta competitiva.

Varios sao os requisitos para que, segundo Kanter (1994), os riscos de insucesso sejam minimizados. Para a autora, devem ser considerados alguns criterios anteriores a decisao da parceria, os quais denominou de 8 Is, conforme apresentado no Quadro 1.

Com relacao as vantagens das aliancas estrategicas, Ferreira e Barcellos (2006) citam o compartilhamento dos recursos, capacidades e competencias, melhor acesso ao mercado e ao conhecimento da demanda, bem como melhor gestao e controle. Sugerem ainda, como desvantagens, a alocacao de recursos especificos, maior rigidez nas estruturas organizacionais e a reducao do controle gerencial.

Doz e Hamel (2000) comentam que varios sao os beneficios, os quais dependem do proposito da alianca. Citam, de forma generalista, a criacao de novos mercados, novas oportunidades pela combinacao de habilidades e recursos e a construcao de novas competencias. Afirmam que se posicionar estrategicamente e buscar maior competitividade sao os principais objetivos das empresas ao formarem aliancas estrategicas.

Com relacao a limitacoes impostas pelo uso de aliancas estrategicas, Armando e Fischmann (2004) afirmam que um dos problemas dessa pratica e a dependencia que pode surgir com esse relacionamento, diminuindo os esforcos empresariais em busca de aprimoramento.

Observa-se que algumas das caracteristicas citadas acima vao ao encontro de empresas que buscam se internacionalizar, principalmente no que se refere aos objetivos de ter acesso a novos mercados, melhor conhecimento da demanda e aumento da competitividade.

Nesse contexto, aliancas estrategicas tambem podem ser a base para processos de internacionalizacao de empresas que buscam em um parceiro local um facilitador para sua entrada no novo mercado, conforme apontam Freeman, Edwards e Schroder (2006).

2.2. Internacionalizacao de Pequenas e Medias Empresas (PMEs)

Internacionalizacao e um tema discutido por diversos autores por sua importancia na atualidade. E fato que o crescimento das empresas em direcao a mercados externos tem tido um importante lugar nos estudos empiricos, o que denota seu valor. Para Sohn, Aperstedt e Cunha (2004), a globalizacao da economia alterou a forma de operacao das empresas de diversos setores, que buscam se adequar a essa nova realidade, isto e, aumentar sua participacao em mercados estrangeiros.

Alem da globalizacao, as empresas enfrentam a experiencia da internacionalizacao. Deresky (2003 apud JUSSANI, 2009) descreve a internacionalizacao como um processo pelo qual uma empresa gradualmente se modifica em funcao da competicao internacional, da saturacao dos mercados domesticos e da necessidade de expansao, de novos mercados e de diversificacao.

Johanson e Vahlne (1977), porem, defendem a ideia de que o processo de internacionalizacao acontece de forma incremental, de acordo com o conhecimento adquirido no mercado estrangeiro. Consideram que a internacionalizacao e consequencia mais de ajustes incrementais do que de estrategias especificas. Dessa forma, pode-se considerar que a alianca estrategica tem um importante papel, pois proporciona maior conhecimento do mercado e a possibilidade de reducao das dificuldades iniciais do processo de internacionalizacao.

Varios sao os motivos que levam uma empresa a se decidir pela internacionalizacao, muitos deles relacionados ao ambiente empresarial. Segundo Hynes (2010), que analisou pequenas empresas, o espirito empreendedor do proprietario que busca novas oportunidades e um dos motivos da internacionalizacao desse tipo de empresa.

Contudo, conforme Freeman, Edwards e Schroder (2006), a internacionalizacao de pequenas e medias empresas ainda e um tema que merece ser mais explorado, para que se compreendam melhor as limitacoes enfrentadas por essas empresas no mercado externo. Esses autores argumentam que varias sao as dificuldades que as PMEs enfrentam ao se decidir pela internacionalizacao, como a falta de recursos, de conhecimento do ambiente e de disposicao de arriscar, esta ultima um dos pre-requisitos para a internacionalizacao. Tais dificuldades tambem sao compartilhadas por Hynes (2010), que sugere o apoio de redes e aliancas para a viabilidade do processo de internacionalizacao de pequenas empresas.

Dessa forma, conforme Freeman, Edwards e Schroder (2006), aliancas estrategicas sao uma das formas de tornar mais rapido o acesso ao mercado externo, facilitando esse processo para pequenas e medias empresas. Diante desse contexto, acredita-se que a utilizacao de aliancas seja uma opcao estrategica essencial para a viabilidade de projetos de internacionalizacao de pequenas e medias empresas, uma vez que proporciona economia de recursos e de tempo de aprendizado e um maior conhecimento do mercado e da cultura estrangeira.

2.3. Conceito e Particularidades de Pequenas e Medias Empresas (PMEs)

Varias caracteristicas podem ser consideradas ao se classificar uma empresa como PME, ate mesmo aspectos bastante subjetivos de analisar, o que torna complexa a classificacao dessas empresas. Diversos autores citam a dificuldade de definir o porte da empresa, pois sao muitos os parametros que podem ser analisados e ha uma grande variedade de criterios na literatura.

Almeida e Moreira (2004) consideram que caracteristicas especificas, receita bruta anual e numero de colaboradores sao variaveis que devem ser analisadas; Benczur (2005) cita tambem o numero de niveis hierarquicos e resultados em vendas como criterios para a classificacao de PMEs.

As principais caracteristicas citadas no estudo de Almeida e Moreira (2004) sao: tomada de decisao centrada em poucos individuos, forte atuacao do proprietario, limitacao de recursos, pouca estruturacao de processos, maior flexibilidade e implantacao rapida das decisoes. Outras caracteristicas sao observadas na pesquisa realizada por Van Hoorn (1979), como o atendimento a um grupo especifico de clientes e regioes, limitacao de competencias e de recursos, bem como processos de gestao organizados de acordo com a cultura do proprietario.

O Servico Brasileiro de Apoio as Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE) utiliza, para definir o porte da empresa, criterios relacionados ao setor de atuacao e ao numero de colaboradores. O Banco Nacional de Desenvolvimento Economico e Social (BNDES) as classifica de acordo com a receita operacional bruta anual, e nao considera relevante o setor de atuacao, conforme o Quadro 2.

Para o presente estudo serao considerados os criterios apresentados no Quadro 2, por serem criterios mais transparentes; nao se desmerecerao, contudo, as particularidades das PMEs, um aspecto tambem importante para sua classificacao.

3. METODOLOGIA

Para atingir os objetivos propostos, optou-se por uma pesquisa exploratoria, com abordagem qualitativa e entrevistas em profundidade. Conforme Malhotra (2006), essa decisao se justifica pela necessidade de explorar o tema da pesquisa e adquirir maior conhecimento sobre ele.

Decidiu-se, como abordagem metodologica, pelo estudo de caso unico, com o objetivo de investigar a utilizacao de aliancas estrategicas no processo de internacionalizacao de uma PME brasileira. Conforme define Yin (2005), o estudo de caso e uma pesquisa empirica que investiga um acontecimento baseado na experiencia real. Para Gil (1987), a profundidade e o detalhamento de informacoes obtidas por meio do estudo de caso sao praticamente impossiveis de serem alcancados mediante outro metodo de pesquisa.

Segundo Tull (1976) e Eisenhardt (1989), o estudo de caso permite a analise em profundidade de uma situacao em particular, identificando variaveis e suas inter-relacoes que, de outra forma, poderiam nao ser percebidas e, de acordo com Yin (2005), possibilitando o uso de uma grande variedade de evidencias, como documentos, artefatos, entrevistas e observacoes.

A selecao da empresa foi feita por conveniencia, em razao da facilidade de acesso aos dados, conforme orienta Malhotra (2006). Contudo, considerou-se tambem a adequacao do caso ao proposito da pesquisa, uma vez que a empresa selecionada foi a unica empresa de pequeno porte dentro dos grupos de revenda SAP Business One e Microsoft Dynamics que buscou se diferenciar utilizando a internacionalizacao. Tal informacao foi fornecida pelo socio da M2D2 e conferida com a gerencia de canais dos fornecedores citados acima.

Os dados secundarios foram levantados na literatura e na documentacao e homepage da empresa estudada, enquanto os dados primarios foram obtidos de entrevistas individuais em profundidade. Para as entrevistas, elaborou-se um roteiro semiestruturado, com perguntas abertas, desenvolvido a luz da fundamentacao teorica.

A pesquisa de campo foi realizada em maio de 2010 na empresa M2-D2, filial da Ramo Sistemas, sediada em Sao Paulo. Atuando no setor de tecnologia da informacao ha mais de 28 anos, a empresa conta com cerca de 60 colaboradores no Brasil e receita anual bruta dentro da faixa que a caracteriza como uma empresa de pequeno porte, segundo o criterio do BNDES (2011) apresentado no item 2.3. Alem disso, resguarda caracteristicas bastante peculiares de uma pequena empresa, como centralizacao na figura do proprietario, existencia de poucos niveis hierarquicos e maior flexibilidade.

Para atingir os objetivos propostos, foram realizadas 4 entrevistas em profundidade com os gestores das empresas. Foram entrevistados, alem dos colaboradores da empresa estudada, dois parceiros americanos dela, a fim de ampliar o conhecimento sobre as vantagens e desvantagens das aliancas. Em razao da dificuldade de acesso as empresas americanas, as entrevistas foram realizadas virtualmente, utilizando-se recursos da Internet, conforme apresentado no Quadro 3. As entrevistas duraram, em media, 1 hora.

Os dados obtidos foram transcritos e analisados de forma qualitativa, procurando-se descreve-los e compara-los com a fundamentacao teorica apresentada no item 2.

Deve-se ressaltar que este estudo tem limitacoes quanto a generalizacao dos resultados, uma vez que foi utilizada uma pesquisa qualitativa com estudo de caso unico, o que nao permite a extrapolacao dos dados para todo o segmento de pequenas e medias empresas, conforme Malhotra (2006).

Goode e Hatt (1979) destacam que o estudo de caso e um metodo que apresenta a vantagem de permitir a obtencao de informacoes que contribuem para elucidar o objeto de estudo e que podem futuramente ser convertidas em variaveis de pesquisa ou gerar hipoteses a serem testadas em estudos subsequentes. Dessa forma, este estudo constitui uma ilustracao que pode ser utilizada como exemplo para outras PMEs que almejam se internacionalizar com custo reduzido.

4. ANALISE DOS RESULTADOS

A Ramo Sistemas e uma empresa de tecnologia da informacao estabelecida em Sao Paulo ha 28 anos que desenvolve, vende e implanta sistemas integrados de gestao (ERP), alem de servicos especificos de consultoria tecnica. Possui desde 2007 uma filial nos EUA, denominada M2-D2, com sede em Atlanta, Estados Unidos. Atualmente, a M2-D2 possui 2 colaboradores alocados diretamente na operacao americana, conta com a estrutura brasileira (de forma virtual) e com parcerias estrategicas com empresas de TI americanas.

A decisao estrategica da Ramo Sistemas de operar em um mercado internacional vem ao encontro da dinamica do mercado tecnologico, sempre em constante mudanca e acirrada concorrencia, conforme sugerem Silva e Pereira (2008). Aproveitando uma oportunidade apresentada pelo fornecedor (SAP), a opcao pela internacionalizacao visou ampliar o mercado de atuacao da empresa e adquirir maior visibilidade no mercado interno, uma vez que empresas americanas com filiais no Brasil preferem contratar empresas que possuam escritorio em seu pais de origem.

E importante registrar que o bom relacionamento da Ramo Sistemas com o fornecedor foi fundamental para o processo, pois lhe garantiu amplo acesso ao mercado em razao da marca forte SAP, estabelecida mundialmente, aspecto tambem citado na pesquisa de Ferreira e Barcellos (2006).

A M2-D2 nao foi a primeira experiencia internacional dos socios da Ramo Sistemas, que ja haviam trazido para o Brasil outras duas empresas do setor de tecnologia da informacao (Crystal Reports e Solomon Software), o que tornou mais facil o processo de internacionalizacao da M2-D2. A opcao de utilizar a estrutura brasileira de forma virtual foi uma decisao inicial determinada pela reducao de custos, para viabilizar o processo de internacionalizacao. Tal decisao, em vigor ate hoje, trouxe varias vantagens e algumas desvantagens, mas possibilitou menor investimento inicial com a operacao internacional e garantiu tranquilidade com a excelencia tecnica da SAP nas primeiras implantacoes do produto em clientes.

A decisao de utilizar aliancas estrategicas tambem vem ao encontro da necessidade de manter a operacao com custo baixo, aliada a necessidade de atender a demanda do mercado, que tem preferencia por empresas nativas.

Conforme Barbosa, Zilber e Toledo (2009), o que torna as aliancas importantes estrategicamente e sua capacidade de fazer com que as empresas juntem forcas e aproveitem oportunidades de mercado, diminuindo riscos e incertezas. No caso da M2-D2, as aliancas estrategicas foram fundamentais para o rompimento de barreiras culturais, conforme sera apresentado no item 4.2.

Alem disso, deve-se considerar que questoes relacionadas ao custo da internacionalizacao sao importantes para a viabilidade de projetos por pequenas e medias empresas, uma vez que estas empresas possuem limitacao de recursos, de conhecimento e de niveis hierarquicos, conforme o estudo de Berte, Rodrigues e Almeida (2007).

Portanto, o principal resultado desta pesquisa foi a analise da utilizacao de aliancas estrategicas como forma de viabilizar os projetos de internacionalizacao de PMEs brasileiras e de reduzir custos e barreiras culturais nesse processo.

4.1. Selecao dos Parceiros Estrategicos

Para a selecao de parceiros estrategicos devemse considerar varios fatores, a fim de que a alianca possa ser colaborativa. Conforme comenta Kanter (1994), as empresas devem avaliar, num primeiro momento, sua compatibilidade e os beneficios mutuos que a alianca trara.

Vale ressaltar que a base para o estabelecimento da alianca estrategica deve ser a colaboracao mutua, com cada um dos parceiros possuindo algo de valor a acrescentar ao processo. Ao se analisarem no caso estudado os criterios (8Is) sugeridos por Kanter (1994), observa-se que alguns deles constituem pontos fortes da alianca, enquanto outros devem ser aprimorados, conforme apresentado no Quadro 4.

As parcerias estabelecidas entre a M2-D2, a Jong LLC e a Blue Ocean firmaram-se em razao da necessidade de agregar valor ao processo de comercializacao dos produtos. Citando Gulati (1998), a decisao pelo parceiro que fara parte da alianca estrategica deve considerar a complementaridade de competencias. No caso em questao, segundo o que foi relatado pelos entrevistados, e dificil atualmente certificar-se como revenda dos fornecedores SAP e Microsoft, pois estes exigem diversos requisitos que nem sempre sao atendidos por pequenas empresas americanas. Dessa forma, as empresas americanas utilizam as certificacoes conquistadas pela filial brasileira. Em contrapartida, a M2-D2 encontrou uma grande resistencia por parte das empresas americanas em aceitar que o atendimento fosse feito por brasileiros, barreira quebrada com a parceria.

Tal arranjo facilitou a operacao da M2-D2, que, em face da dificuldade encontrada, teria que contratar colaboradores americanos para vendas e marketing, com custo muito mais alto, o que poderia tornar a operacao inviavel.

Foram observados varios pontos fracos na alianca, como a falta de um plano financeiro, a nao existencia de regras para a troca de informacoes do ambiente, bem como criterios relacionados a gestao da parceria. Tais problemas sao caracteristicos de pequenas e medias empresas, conforme varios trabalhos voltados para esse segmento apontam, como os de Berte, Rodrigues e Almeida (2007), Almeida e Moreira Jr. (2004) e Van Hoorn (1979).

Lorange e Roos (1996) afirmam que se manter informado sobre o ambiente e um dos desafios das aliancas, uma vez que o valor e gerado quando a alianca e mais competitiva em seu mercado do que as empresas individualmente. Dessa forma, o compartilhamento de informacoes economiza tempo e recursos das empresas envolvidas na parceria.

Apesar de os entrevistados brasileiros terem considerado que podem ter ocorrido falhas na selecao dos parceiros, em razao de terem sido avaliados poucos criterios, a utilizacao de parceiros que ja faziam parte de uma rede de conhecimento pessoal da empresa brasileira e uma questao que melhora a confianca mutua, conforme tambem aponta a pesquisa de Freeman, Edwards e Schroder (2006). Esse fato, para os autores citados, reduz a aversao ao risco que pequenas e medias empresas tem ao se internacionalizar.

A alianca estabelecida possui a caracteristica de um forte compartilhamento de vantagens e de agregacao de valor, contudo alguns aspectos precisam ser aprimorados para a sustentabilidade dessas vantagens em um mercado em constante transformacao, caso do setor de tecnologia.

4.2. Vantagens e Desvantagens Observadas nas Aliancas ja Estabelecidas

No caso da M2-D2, as parcerias estrategicas foram fundamentais tanto para a implantacao da nova empresa quanto para a manutencao de seu funcionamento, pois garantiram uma operacao com baixo custo e melhor acesso ao novo mercado, duas das principais dificuldades relatadas pelos entrevistados durante o exercicio de 2007, logo apos o inicio das atividades.

Com a pesquisa, observou-se que as parcerias tambem cumprem um importante papel no contato inicial com os clientes, ou seja, agregam valor a venda, pois essa foi a etapa de maior dificuldade para a empresa brasileira no exterior. Conforme mencionado pelos entrevistados brasileiros, as empresas locais nao aceitavam bem o contato inicial com pessoas estrangeiras na implantacao do projeto, mas nao havia nenhuma restricao apos a venda.

Varias vantagens e desvantagens foram citadas pelos entrevistados, destacando-se a melhoria do acesso ao mercado, como na pesquisa de Doz e Hamel (2000), e a reducao de custos, tambem observada por Barbosa, Zilber e Toledo (2009) e Ferreira e Barcellos (2006). No Quadro 5 apresentam-se as vantagens e desvantagens citadas pelos entrevistados e analisadas de forma qualitativa, estabelecendo-se uma comparacao com a fundamentacao teorica, apresentada no item 2.1.

No caso da M2-D2, a reducao do custo da operacao com o estabelecimento das aliancas estrategicas foi fundamental para o processo de internacionalizacao e um dos principais fatores de viabilizacao dessa estrategia, conforme tambem em Barbosa, Zilber e Toledo (2009) e em Ferreira e Barcellos (2006). Ja para as empresas americanas Jong LLC e Blue Ocean, esse fator nao foi decisivo, ao contrario de outros que tiveram um maior destaque.

Vale destacar tambem o comentario dos respondentes sobre um melhor acesso ao mercado com as parcerias, outra importante vantagem para a empresa brasileira, tambem comentada por Doz e Hamel (2000) e Ferreira e Barcellos (2006). Conforme relatado pelos entrevistados da empresa brasileira (E1 e E2), as diferencas culturais podem ser uma grande dificuldade para a internacionalizacao de pequenas e medias empresas, uma vez que estas possuem pouca informacao sobre o ambiente, como verificado tambem por Almeida e Moreira (2004).

Diferencas culturais, relatadas pelos respondentes, sao uma dificuldade vivenciada tanto pela empresa brasileira quanto pelas empresas parceiras, que citaram esse fator como empecilho a uma tentativa de internacionalizacao em mercados europeus ou asiaticos. Portanto, aliancas estrategicas com parceiros locais podem minimizar esse impacto, observacao feita tambem por Freeman, Edwards e Schroder (2006). Segundo esses autores, ligacoes com parceiros locais sao facilitadores da entrada da empresa em um mercado estrangeiro, principalmente pelo aprendizado sobre o mercado que tais aliancas podem proporcionar.

Conforme ressalta Gulati (1998), a alianca deve promover o compartilhamento entre as partes, o que pode ser observado nas vantagens 1, 2, 4, 7 e 8, citadas no Quadro 5, principalmente no que diz respeito ao acesso ao mercado e ao compartilhamento de patentes e recursos.

E interessante notar que tanto os respondentes da empresa brasileira quanto os respondentes das empresas americanas citaram a dificuldade de gerenciar as atividades da parceria como uma das principais desvantagens da alianca. Ressaltaram tambem a preocupacao com a fidelidade da parceria, desvantagem que pode ser minimizada com os criterios propostos por Kanter (1994). Outras desvantagens tambem foram comentadas, com menor enfase, e observadas nos itens 1, 3, 4, 6 e 7 do Quadro 5.

O proprietario da M2-D2 (E1) mostrou-se preocupado com a continuidade das aliancas, um ponto considerado por ele muito importante no processo e que deve ser gerenciado com cuidado, como apontado por Lorange e Roos (1996).

5. CONSIDERACOES FINAIS

Esta pesquisa analisou o papel das aliancas no processo de internacionalizacao de uma PME brasileira do setor de TI, mostrando que o estabelecimento de aliancas estrategicas pode ser um facilitador, reduzir custos, ampliar o conhecimento do mercado e facilitar a conquista de clientes.

Diante do apresentado acima, foi possivel formular algumas consideracoes gerais sobre a utilizacao de aliancas estrategicas no processo de internacionalizacao de PMEs. Observou-se que o acordo com empresas estrangeiras trouxe para a empresa brasileira diversos beneficios, dos quais os principais sao a superacao de barreiras culturais e a reducao de custo com a operacao no exterior, alem da possibilidade de atuar com uma estrutura reduzida na filial americana.

A barreira cultural despontou como um dos motivadores da opcao pela estrategia de utilizacao de aliancas, uma vez que a empresa observou uma grande resistencia por parte do mercado americano a aceitacao de brasileiros no processo inicial de vendas. Conforme os entrevistados, essa resistencia nao ocorreu em outros momentos, como na implantacao dos projetos. Portanto, as aliancas estrategicas vieram ao encontro dessa necessidade.

Vale destacar que parte do sucesso das aliancas estabelecidas deve-se a uma colaboracao mutua, uma vez que a empresa brasileira tambem possuia um ponto forte, que eram as certificacoes dos fornecedores de tecnologia. Essa e uma limitacao vivenciada pelas empresas americanas, que, por serem de pequeno ou medio porte, nao possuem estrutura para adquirir certificacoes.

E interessante observar que, apesar de a selecao dos parceiros ter sido feita pela rede de conhecimento da empresa brasileira, varios criterios citados por Kanter (1994) foram significativos nessa decisao. Recomenda-se que a empresa observe os demais criterios e evolua na parceria com as empresas americanas, de forma a fortalecer cada vez mais as aliancas estabelecidas, observando os pontos fortes e aprimorando os pontos fracos existentes.

Algumas vantagens da utilizacao de aliancas estrategicas foram levantadas neste estudo, especialmente a expansao mercadologica, maior conhecimento do cliente e a possibilidade de operar com custo baixo, que foram possiveis tambem, no caso em estudo, pela utilizacao das facilidades provenientes da estrutura brasileira. Alem disso, interessante ressaltar que a internacionalizacao tambem proporcionou maior projecao da Ramo Sistemas no mercado interno brasileiro, em razao de que empresas americanas se sentem mais seguras em fazer negocios com empresas brasileiras que tenham filial nos Estados Unidos. Acredita-se que tal fato possa ser um diferencial para empresas de menor porte, favorecendo sua competitividade.

Como este estudo de caso analisou uma empresa de tecnologia da informacao, inserida em um setor dinamico, necessitando de conhecimentos mais especificos e em meio a uma acirrada concorrencia, vale comentar que o aqui exposto nao pode ser generalizado para outras empresas do setor nem para outros setores de PMEs. Alem disso, a empresa internacionalizouse no ano anterior a crise mundial, portanto os dados analisados podem refletir a realidade de um periodo atipico.

Dessa forma, como sugestao para futuros estudos, propoe-se a realizacao de uma pesquisa qualitativa em outros setores, para colaborar com o desenvolvimento dessa importante parcela de empresarios brasileiros. Pela importancia dos resultados apresentados e visando o aumento da competitividade de pequenas e medias empresas de TI, sugere-se uma pesquisa quantitativa com empresas de tecnologia para quantificar os dados relativos a utilizacao de aliancas estrategicas nesse segmento de mercado, importante tema na atual economia globalizada.

DOI: 10.5700/rege501

Recebido em: 17/2/2011

Aprovado em: 20/6/2012

Patricia Viveiros de Castro Krakawer

Doutoranda em Administracao na Faculdade de Economia, Administracao e Contabilidade da Universidade de Sao Paulo (FEA-USP)--Sao Paulo-SP, Brasil Mestre em Administracao pela FEA-USP MBA em Marketing pela FIA

E-mail: patriciakrakauer@usp.br

Ailton Conde Jussani

Doutorando em Administracao na Faculdade de Economia, Administracao e Contabilidade da Universidade de Sao Paulo (FEA-USP)--Sao Paulo-SP, Brasil Mestre em Administracao pela FEA-USP MBA Executivo Internacional pela FIA-USP

E-mail: ailtoncj@usp.br

Eduardo Pinheiro Gondin de Vasconcellos

Professor Titular do Departamento de Administracao na Faculdade de Economia, Administracao e Contabilidade da Universidade de Sao Paulo (FEA-USP)--Sao Paulo-SP, Brasil Doutor em Administracao pela FEA-USP

E-mail: epgdvasc@usp.br

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Quadro 1: Os 8 Is que devem ser analisados para uma alianca de sucesso

Criterios               Descricao

Excelencia Individual   Ambos os parceiros devem ter algo de valor a
                          contribuir na parceria.
Importancia             A parceria deve almejar objetivos mutuos
                          maiores do que os individuais.
Interdependencia        Os parceiros possuem atributos complementares,
                          necessitam um do outro.
Investimento            Os parceiros devem compartilhar determinados
                          custos e riscos.
Informacao              Parceiros devem compartilhar com facilidade as
                          informacoes estrategicas.
Integracao              A forma de operar deve estar sincronizada.
Institucionalizacao     Formalizacao da alianca com responsabilidades
                          claras e processos decisorios.
Integridade             Os parceiros devem confiar um no outro.

Fonte: Elaborado a partir de Kanter (1994).

Quadro 2: Classificacao do porte de empresas de comercio e servico

Porte da Empresa   Numero de colaboradores
                   SEBRAE (2005)

Microempresa       Ate 09 empregados
Pequena Empresa    De 10 a 49 empregados
Media Empresa      De 50 a 99 empregados
Media--Grandes    (dado nao incluso)
Empresas
Grandes Empresas   Mais de 99 empregados

Porte da Empresa   Receita operacional bruta anual
                   BNDES (2011)

Microempresa       Inferior ou igual a R$ 2.400 mil.
Pequena Empresa    Entre R$ 2.400 mil e R$ 16.000 mil
Media Empresa      Entre R$ 16.000 mil e R$ 90 milhoes
Media--Grandes    Entre R$ 90 milhoes e R$ 300 milhoes
Empresas
Grandes Empresas   Acima de 300 milhoes

Fonte: Elaborado a partir de BNDES (2011) e SEBRAE (2005).

Quadro 3: Classificacao dos Entrevistados e forma de realizacao das
entrevistas

Entrevistado         Empresa

E1--Proprietario    M2-D2
E2--Gerente         M2-D2
E3--Proprietario    Jong LLC (Parceira americana)
E4--CEO             Blue Ocean Systems (Parceira americana)

Entrevistado         Entrevista

E1--Proprietario    Individual, pessoalmente.
E2--Gerente         Individual, pessoalmente.
E3--Proprietario    Individual, utilizando recursos virtuais.
E4--CEO             Individual, utilizando recursos virtuais.

Fonte: Os autores.

Quadro 4: Comparativo do caso com a teoria dos 8 Is (KANTER, 1994)

Criterios             Forte/Fraco

Excelencia            FORTE
Individual

Importancia           FORTE

Interdependencia      FORTE

Investimento          FRACO

Informacao            FRACO

Integracao            FRACO

Institucionalizacao   FORTE

                      FRACO
Integridade           FORTE

                      FRACO

Criterios             Comentarios

Excelencia            Cada um dos parceiros contribui com algo de
Individual            valor para a parceria: a M2-D2 possui as
                      certificacoes dos fornecedores, e os parceiros,
                      o conhecimento do mercado e da cultura dos
                      clientes.
Importancia           Tanto a M2-D2 quanto os parceiros projetam
                      vendas superiores com o estabelecimento das
                      parcerias.
Interdependencia      Ha uma necessidade mutua dos valores oferecidos
                      pelas empresas, uma vez que os parceiros nao
                      possuem as certificacoes e a M2-D2 nao possui
                      facilidade em atender clientes americanos.
Investimento          Ainda nao foram estabelecidos criterios de
                      investimento conjunto, o que pode ser um ponto
                      fraco da alianca.
Informacao            Nao foram determinados padroes para as trocas de
                      informacoes do ambiente.
Integracao            Ainda nao ha sincronizacao na forma de operar
                      das empresas.
Institucionalizacao   As responsabilidades de cada empresa estao
                      definidas de forma clara.
                      O processo decisorio pode ser aprimorado.
Integridade           Como as empresas ja faziam parte do circulo de
                      conhecimento das mesmas, ha confianca mutua.
                      Nao foram avaliados criterios para a selecao
                      alem do valor que poderia ser agregado ao
                      processo.

Fonte: Os autores.

Quadro 5: Vantagens e desvantagens da alianca estrategica citadas
pelos entrevistados

#               Declaracoes dos Entrevistados                   M2-D2

VANTAGENS     1   Compartilhamento de recursos e competencias     X
              2   Melhoria de acesso ao mercado                   X
              3   Agregacao de valor ao produto                   X
              4   Conhecimento da demanda                         X
              5   Reducao de custos                               X
              6   Maior eficiencia nos processos
              7   Compartilhamento de patentes
              8   Quebra de barreiras culturais                   X
DESVANTAGENS  1   Reducao de flexibilidade
              2   Reducao/Dificuldade de controle gerencial       X
              3   Impossibilidade de barganha/menor margem        X
              4   Maior tempo para o fechamento do negocio        X
              5   Preocupacao com a fidelidade do parceiro        X
              6   Diferencas culturais do parceiro
              7   Necessidade de gerenciar o fuso horario

#                 Jong LLC   Blue Ocean

VANTAGENS     1                 X
              2      X          X
              3      X
              4                 X
              5
              6      X
              7      X
              8                 X
DESVANTAGENS  1      X
              2      X          X
              3
              4
              5                 X
              6                 X
              7      X

Fonte: Os autores.
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