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文章基本信息

  • 标题:Relations between knowledge management, revenues and number of employees in companies graduated by incubators/Relacoes entre gestao do conhecimento, faturamento e numero de funcionarios em empresas graduadas por incubadoras/Relaciones entre gestiondel conocimiento, facturacion y numero de funcionarios enempresas graduadas por incubadoras.
  • 作者:Becerra, Cicero Aparecido ; Quandt, Carlos Olavo
  • 期刊名称:Revista de Gestao USP
  • 印刷版ISSN:1809-2276
  • 出版年度:2013
  • 期号:October
  • 语种:Spanish
  • 出版社:Faculdade de Economia, Administracao e Contabilidade - FEA-USP
  • 关键词:Knowledge management;Workers

Relations between knowledge management, revenues and number of employees in companies graduated by incubators/Relacoes entre gestao do conhecimento, faturamento e numero de funcionarios em empresas graduadas por incubadoras/Relaciones entre gestiondel conocimiento, facturacion y numero de funcionarios enempresas graduadas por incubadoras.


Becerra, Cicero Aparecido ; Quandt, Carlos Olavo


1. INTRODUCAO

Desde que Nonaka e Takeuchi (1995) associaram o conhecimento organizacional a competitividade das empresas japonesas, a Gestao do Conhecimento (GC) tem sido objeto de varios estudos que buscam explicar tanto sua efetividade nas organizacoes como suas interacoes com outras areas. Nesse sentido, grande enfase tem sido dada as interacoes da GC com os aspectos humanos (BREWER; BREWER, 2010; CAMELO-ORDAZ et al., 2011), organizacionais (GONZALEZ-PADRON et al., 2010; LINDERMAN; SCHROEDER; SANDERS, 2008) e tecnologicos (KOVACEVIC; DJURICKOVIC, 2011; PAVICIC; ALFIREVIC; ZNIDAR, 2011).

Nao se encontram, no entanto, na mesma proporcao, pesquisas que buscam associar a GC a elementos organizacionais como o numero de funcionarios e, ate mesmo, o faturamento; dos 3457 artigos das bases EBSCO, Web of Knowledge, SCOPUS e ScienceDirect publicados entre 2003 e 2012 com o termo "Knowledge management" no titulo, a palavra "revenue(s)" ocupa a 2845a posicao entre os termos mais encontrados nos resumos desses artigos (encontrada seis vezes), enquanto a palavra "employee(s)" ocupa a 173a posicao (429 vezes). Alem disso, optou-se por verificar a existencia de associacao entre numero de funcionarios e faturamento, por dois motivos, indicados nos seguintes pressupostos: (1) se, por um lado, um numero maior de funcionarios possibilita mais interacoes entre eles e, consequentemente, maior possibilidade de geracao/troca de conhecimentos, por outro (2), uma organizacao com maior disponibilidade financeira pode investir mais na gestao de seu conhecimento organizacional. Assim, busca-se averiguar qual desses elementos apresenta-se mais associado a GC.

O objetivo do presente estudo e verificar se empresas com numero de funcionarios e faturamentos distintos percebem a eficacia de praticas de GC de formas diferentes. Para tanto, a pesquisa emprega analises quantitativas, visto que autores como Choi, Poon e Davis (2008), Yu et al. (2009), Zack, McKeen e Singh (2009) e Yang e Wei (2010) alertam para a carencia de estudos quantitativos em GC. Alem disso, utiliza-se de empresas que se graduaram em um processo de incubacao como fonte de dados, pelo fato de (1) serem mais facilmente localizadas e (2) terem surgido em um ambiente propicio a disseminacao do conhecimento. Sobretudo, West III e Noel (2009) sinalizam a escassez de pesquisas que contemplem os recursos de conhecimento no desempenho de empresas que passaram por processos de incubacao.

A partir deste ponto, o artigo apresenta um breve referencial teorico sobre praticas de GC e incubadoras de empresas; expoe os procedimentos metodologicos que guiaram a construcao da pesquisa; efetua a apresentacao, analise e discussao dos resultados e registra as consideracoes finais acerca da pesquisa.

2. REFERENCIAL TEORICO

Para uma melhor compreensao dos temas envolvidos, ha que desenvolver um referencial teorico a respeito das praticas de GC e do papel destas no processo de incubacao de empresas. Contudo, e prudente esclarecer que nao se pretende esgotar os assuntos abordados, mas sim fornecer subsidios essenciais ao esclarecimento dos topicos apresentados.

2.1. Praticas de gestao do conhecimento

Segundo Singh e Soltani (2010), a GC nada mais e do que o processo por meio do qual as organizacoes geram valor a partir de sua base intelectual e ativos de conhecimento. Basicamente, com poucas distincoes, autores como McElroy (2002), Perrott (2007) e De Nomi, Orsi e Pilotti (2009) identificam quatro processoschave da GC: (1) aquisicao, que analisa todas as fontes e procedimentos organizacionais usados na obtencao de conhecimento; (2) compartilhamento, que se refere a criacao de um ciclo virtuoso envolvendo todos os procedimentos e estrategias utilizadas para distribuir informacao e conhecimento; (3) armazenamento, que canaliza as informacoes vindas de todos os fluxos organizacionais para uma base de dados; (4) utilizacao, que permite o uso da informacao e conhecimento armazenado como recurso para a criacao de valor. A ideia de integrar praticas aos processos de GC tem sido foco de varios estudos, e, a exemplo dos processos de GC, onde ja e possivel determinar um consenso, as pesquisas que abordam as praticas em GC estao levando a formalizacao de elementos-chave, em virtude do consideravel numero de referencias. Essas praticas podem ser agrupadas de diversas formas, porem autores como Batista et al. (2005) e Christopher e Tanwar (2012), pela simplicidade de sua estrutura, classificam-nas em praticas associadas a gestao de recursos humanos, processos organizacionais e tecnologias da informacao e comunicacao (TICs). Varias pesquisas tem abordado o tema sob essa otica. Dentre elas, destacam-se as de Pastor, Santana e Sierra (2010) e de Singh e Soltani (2010), que tratam do poder das praticas de recursos humanos para motivar e engajar as pessoas na GC; as de Huang e Li (2009) e de Choi, Lee e Yoo (2010), que estudam a contribuicao da tecnologia de informacao, e as de Fugate, Stank e Mentzer (2009) e de Zack, McKeen e Singh (2009), que estudam as relacoes entre procedimentos organizacionais e GC.

Autores como Arthur e Kim (2005), Lee e Chen (2005) e Kulkarni, Ravindran e Freeze (2007) abordam, entre as praticas relacionadas a gestao de recursos humanos, o emprego de recompensas, por parte das empresas, para incentivar iniciativas geradas a partir dos conhecimentos dos funcionarios e pelo desenvolvimento de habilidades individuais. Abou-Zeid e Cheng (2004), Mathew (2008), Ahmad e Ingle (2011), Baldwin et al. (2011) e Christopher e Tanwar (2012) percebem as praticas de coaching e mentoring como fundamentais para o compartilhamento, e ate mesmo utilizacao, do conhecimento. A promocao, por parte da empresa, de agrupamentos informais de funcionarios (virtuais ou presenciais) para a resolucao de problemas organizacionais e vista por autores como Arthur e Kim (2005), Parise, Cross e Davenport (2006), Baldwin et al. (2011) e Aktharsa, Anisa e Ali (2012) como fundamental nos processos de aquisicao, compartilhamento e utilizacao do conhecimento. Os programas de educacao corporativa sao considerados necessarios tanto para a aquisicao e compartilhamento do conhecimento adquirido externamente quanto para a replicacao do conhecimento desenvolvido no ambito da organizacao, conforme observado por autores como Yu et al. (2009), Shang e Lin (2009) e Goel e Rastogi (2011). A presenca de uma rede de especialistas do conhecimento e considerada relevante para o compartilhamento e a utilizacao do conhecimento, segundo pesquisas efetuadas por autores como Mathew (2008), Zhang et al. (2009), Baldwin et al. (2011), Aktharsa, Anisa e Ali (2012), Christopher e Tanwar (2012) e Rodger (2012).

As praticas comumente associadas as politicas organizacionais envolvem as atividades de benchmarking interno e externo, como: apoio a aquisicao e utilizacao do conhecimento, conforme observado por autores como Shang e Lin (2009) e Dong, Johar e Kumar (2012); registros, por parte da empresa, das licoes aprendidas e das melhores praticas, como forma de armazenamento e compartilhamento (PARISE; CROSS; DAVENPORT, 2006; MATHEW, 2008; PFAFF; HASAN, 2011; GOPAL; JOY, 2011); identificacao formal, por parte da empresa, das competencias individuais e organizacionais, conforme citado por autores como Kulkarni, Ravindran e Freeze (2007), Baldwin et al. (2011) Goel e Rastogi (2011), como forma de tornar explicitas as fontes de aquisicao e compartilhamento. Alem disso, de fundamental importancia e o estabelecimento de estrategias e politicas formais de GC como atividade integradora das praticas, segundo autores como Lee e Chen (2005), Kulkarni, Ravindran e Freeze (2007), Yu et al. (2009) e Aktharsa, Anisa e Ali (2012).

Em relacao as praticas associadas as TICs, autores como Gopal e Joy (2011) e Pfaff e Hasan (2011) destacam a importancia da manutencao de um atualizado portal corporativo por parte das empresas, com o objetivo de ser fonte de informacoes para elementos internos e externos. Esses mesmos autores, alem de Kulkarni, Ravindran e Freeze (2007) e Mathew (2008), percebem a necessidade do uso de ferramentas eletronicas de comunicacao e colaboracao para efetivar o armazenamento e distribuicao do conhecimento. Zhang et al. (2009) e Fibuch e Van Way III (2011) atentam para o papel dos Sistemas de inteligencia de negocios no contexto das organizacoes do conhecimento. Sistemas que possibilitem a gestao eletronica de documentos sao instrumentos que possibilitam o adequado armazenamento e distribuicao de conhecimento explicito, gerado pela organizacao, conforme observado por Dalkir (2005) e Liang e Avgeriou (2009). Alem disso, autores como Mathew (2008), Fibuch e Van Way III (2011) e Gopal e Joy (2011) percebem que e necessario a organizacao manter sua estrutura informacional em sistemas integrados de gestao.

Seja como for, e importante citar que, apesar de recorrentemente citadas na literatura, estas nao sao as unicas praticas estudadas em GC: e possivel encontrar pesquisas que abordam o uso de call centers e paginas amarelas, ambos voltados a disseminacao do conhecimento organizacional e a participacao do cliente no processo de desenvolvimento do conhecimento (CHRISTOPHER; TANWAR, 2012); os sistemas de localizacao do conhecimento (RODGER, 2012); as redes de entrega de conhecimento (DONG; JOHAR; KUMAR, 2012); a confianca e a cultura organizacionais (AKTHARSA; ANISA; ALI, 2012), entre outras.

2.2. Gestao do conhecimento e incubacao de empresas

Ainda que a presente pesquisa nao tenha sido elaborada para estudar as incubadoras de empresas em si, julga-se necessario abordar o papel da GC no processo de incubacao, apresentando a indissociabilidade dos temas.

Segundo Finer e Holberton (2002), basicamente, uma incubadora de empresas oferece infraestrutura fisica e gerencial para pessoas com ideias promissoras, para que possam transformalas em negocios viaveis e sustentaveis. Kilcrease (2011) observa que, alem do espaco fisico, as incubadoras fornecem acesso a fontes de networking e a recursos financeiros, tecnologicos e organizacionais. Por sua vez, Somsuk, Wonglimpiyarat e Laosirihongthong (2012) as definem como mecanismos que criam ambientes de suporte para iniciativas empreendedoras, ajudando-as a aumentar suas taxas de sobrevivencia. Basicamente, as incubadoras atingem seus propositos a partir de tres processos-chave, definidos por Ratinho e Henriques (2010) e Bruneel et al. (2012): (1) selecao, responsavel por identificar projetos com reais capacidades de desenvolvimento, em relacao ao potencial da propria incubadora; (2) suporte gerencial; e (3) graduacao, que envolve procedimentos responsaveis por identificar as empresas aptas a se integrar ao mercado, sem o apoio da incubadora.

A literatura especializada e abundante no que se refere a importancia do conhecimento no processo de incubacao. Para Bollingtoft (2012), um dos principais fatores que contribuem para o sucesso das empresas incubadas e o acesso ao conhecimento (sobre o ambiente no qual o empreendimento se insere), provido pelas incubadoras. Segundo Qian, Haynes e Riggle (2011), o conhecimento e uma importante fonte de oportunidade as empresas incubadas. Autores como Bruneel et al. (2012) observam que os servicos de conhecimento tem agregado valor a proposta das incubadoras. Alem disso, Schwartz e Hornych (2008) e Ratinho e Henriques (2010) percebem a importancia da transferencia do conhecimento gerado pelas instituicoes de ensino e pesquisa as empresas graduadas, articulada pelas incubadoras. Conforme Ahmad e Ingle (2011), uma incubadora pode ser considerada um dos mais efetivos instrumentos para estimular a criacao de empresas inovadoras e empregos baseados em conhecimento. Para Kilcrease (2011), as incubadoras devem prover para que novos conhecimentos, bem como o acesso a suas fontes, se tornem disponiveis as empresas incubadas. Segundo Somsuk, Wonglimpiyarat e Laosirihongthong (2012), incubadoras de empresas sao projetadas para preencher o gap de conhecimento presente nos empreendimentos em seus estagios iniciais, para torna-los negocios viaveis. Tal proximidade entre os temas (GC e incubadoras de empresas) e maior ainda quando se verifica que muitas das praticas de GC, encontradas na literatura, sao identificadas tambem como praticas relacionadas ao processo de incubacao, a saber: atividades de coaching e mentoring, programas formais de aprendizado e treinamento (QIAN; HAYNES; RIGGLE, 2011; BOLLINGTOFT, 2012), utilizacao de especialistas do conhecimento e agrupamento de empreendedores em um mesmo espaco fisico (BOLLINGTOFT, 2012; BRUNEEL et al., 2012) e disponibilizacao de TICs as incubadas (SCHWARTZ; HORNYCH, 2008).

3. PROCEDIMENTOS METODOLOGICOS

Esta secao, alem de apresentar os procedimentos metodologicos utilizados na pesquisa, descreve o instrumento de coleta de dados e as tecnicas de analise utilizadas.

Em relacao ao tipo de pesquisa, assinale-se que se trata de um estudo descritivo, efetuado a partir de analises quantitativas, que testa as seguintes hipoteses: (1) empresas que mais faturam percebem as praticas de GC como mais eficazes; (2) empresas que possuem mais funcionarios percebem as praticas de GC como mais eficazes. O grupo pesquisado, por conveniencia, restringiuse a empresas graduadas em incubadoras localizadas no Estado do Parana. No 2[degrees] semestre de 2010, quando a pesquisa foi conduzida, existiam 21 incubadoras associadas a Rede Paranaense de Incubadoras e Parques Tecnologicos (REPARTE) em atividade. Por meio de contato telefonico com as incubadoras, verificou-se que, das 21, 12 haviam graduado 95 empresas, cujos dados de contato foram repassados ou colhidos nos sites das incubadoras ou das proprias empresas. Estas empresas foram contatadas, obtendo-se o seguinte painel: das 95 empresas graduadas, 24 nao existiam mais, ou foram incorporadas por organizacoes maiores (tendo sido descartadas da pesquisa) ou nao foram localizadas (o que corresponde a 25,26% do total de empresas graduadas). Das 71 empresas, 52 responderam a pesquisa. Os dados foram coletados por meio de questionarios aplicados mediante contatos telefonicos, e-mails e/ou entrevistas com os proprietarios das empresas (nos casos em que estes nao estavam acessiveis, buscou-se o responsavel pela funcao de recursos humanos).

O instrumento de coleta de dados continha questoes a respeito do tamanho da empresa, tanto em relacao ao numero de funcionarios (questao aberta) quanto ao faturamento, ambos referentes ao ano de 2009. Para o faturamento, empregou-se uma questao fechada, com as opcoes encontradas no Estatuto Nacional da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte, conforme a Lei complementar 123 de 14 de dezembro de 2006 (BRASIL, 2006), que determina o porte da empresa em relacao ao faturamento, a saber: (1) igual ou inferior a R$ 240.000,00; (2) igual ou inferior a R$ 2.400.000,00 e superior a R$ 240.000. 00; (3) igual ou inferior a R$ 6.000. 000.00 e superior a R$ 2.400.000,00; (4) igual ou inferior a R$ 20.000.000,00 e superior a R$ 6.000.000,00; (5) igual ou inferior a R$ 50.000. 000.00 e superior a R$ 20.000.000,00 e; (6) superior a R$ 50.000.000,00.

Ja as praticas empregadas no questionario tem sido encontradas em estudos distintos, e encontram-se especificadas no Quadro 1.

Alem disso, importa informar que as questoes que abordaram as praticas de GC foram resgatadas integralmente, em parte ou isoladamente, de estudos que envolveram: funcionarios de niveis operacional e gerencial de duas industrias norte-americanas (ARTHUR; KIM, 2005); 28 orgaos da administracao direta de 6 empresas estatais do governo brasileiro (BATISTA et al., 2005); 274 empresas de tecnologia de informacao em Hsinchu, na China (LEE; CHEN, 2005); 111 gerentes de nivel intermediario, envolvidos em atividades de conhecimento organizacional, que cursaram programas de MBA em uma das maiores universidades dos Estados Unidos (KULKARNI; RAVINDRAN; FREEZE, 2007); estudo de caso em empresa desenvolvedora de software com sete gerentes de projeto, engenheiros de software e gerentes de controle de qualidade (SHANG; LIN, 2009); estudo de caso em uma empresa relacionada a construcao civil em Taiwan, na China (YU et al., 2009); estudo de caso em seis organizacoes, consideradas radicalmente inovadoras na epoca, na Australia e Reino Unido, engajadas em iniciativas de GC baseadas em Wikis (PFAFF; HASAN, 2011); 19 empresas de base tecnologica incubadas em uma incubadora de empresas de Dublin, na Irlanda (AHMAD; INGLE, 2011); 21.319 gerentes ou aspirantes a cargos gerenciais nos ultimos 25 anos, oriundos de pequenas e medias empresas do setor privado; empresas listadas na Fortune 500 e, aproximadamente, 270 organizacoes publicas nos Estados Unidos e Canada (Baldwin et al., 2011); 330 executivos da industria de TI da india (GOEL; RASTOGI, 2011); 90 enfermeiras de quatro hospitais privados do distrito de Tiruchirappalli, na india (AKTHARSA; ANISA; ALI, 2012); 90 funcionarios em funcoes especificas de GC em tres empresas de outsorcing em Delhi NCR, na india (CHRISTOPHER; TANWAR, 2012).

O conjunto de praticas foi apresentado ao respondente a partir da seguinte pergunta: "Em sua empresa, como voce percebe a eficacia das seguintes praticas?" As respostas apresentavam as seguintes opcoes: 0, para o caso de a pratica nao ser adotada na empresa; caso contrario, uma escala discreta entre 1 (quando se percebe a pratica como totalmente ineficaz) e 5 (para o caso de ela ser totalmente eficaz no contexto da empresa). O fato de a GC ser abordada a partir da eficacia de suas praticas encontra respaldo em autores como Shang e Lin (2009), que percebem a viabilidade de avaliar o processo de GC a partir da eficacia das praticas que o compoem. Adotou-se a percepcao do usuario, por sua vez, a partir do relato de Rodger (2012), que a trata como elemento de confianca em sistemas de GC.

Para a analise dos dados, inicialmente, verificou-se a existencia de associacao entre as variaveis "faturamento" e "numero de colaboradores", a partir do teste H de KruskalWallis, que examina a hipotese nula de que todos os grupos possuem iguais funcoes de distribuicao, contra a hipotese alternativa de que pelo menos um dos grupos possui funcao de distribuicao diferente. Ja como forma de comprovar a confiabilidade do instrumento de coleta de dados no sentido de que os conceitos submetidos aos respondentes foram entendidos da mesma forma, utilizou-se do teste do Alfa de Cronbach.

Para atender, especificamente, ao objetivo proposto, empregaram-se testes nao parametricos, em funcao da nao normalidade dos dados obtidos (bem como da natureza nominal/escalar de algumas variaveis e do numero reduzido de respostas). Utilizou-se o teste U de MannWhitney para averiguar se existem agrupamentos distintos de empresas formados pela maneira como percebem a eficacia das praticas de GC (variaveis nominais) em relacao ao numero de funcionarios (variavel continua). Esse teste verifica a hipotese nula de que os grupos possuem iguais distribuicoes (a partir da igualdade das medianas), contra a hipotese alternativa de que apresentam distribuicoes diferentes. Nos casos de constatacao de diferencas entre os grupos, estas foram expressas a partir da mediana (visto ser esse um dos parametros empregados no teste), media e desvio-padrao. Ja para avaliar a existencia de associacao entre a percepcao de eficacia das praticas, agrupadas em duas classes (nominal), e as classes de faturamento (nominal) nas quais as empresas se enquadraram, empregou-se o teste do chi-quadrado ([X.sup.2]), que verifica a hipotese nula de que as frequencias observadas sao iguais as esperadas (os grupos nao se diferenciam entre si), contra a hipotese alternativa de que as frequencias observadas sao diferentes das esperadas (os grupos encontram-se associados). Nas situacoes em que se verificam diferencas comprovadas, estas sao relatadas a partir do risco relativo, obtido pela frequencia dos casos que se diferenciam pela percepcao de eficacia da pratica naquele grupo em relacao aqueles que nao se distinguem e que estao classificados no outro grupo. Ressalte-se que todos os testes efetuados consideraram um nivel de significancia esperado de 0,05.

4. APRESENTACAO, ANALISE E DISCUSSAO DE RESULTADOS

A presente secao exibe os resultados obtidos, descrevendo a forma como os dados se distribuiram entre os respondentes; apresenta, ademais, os resultados dos testes estatisticos empregados e, finalmente, discute os resultados encontrados, alguns deles a luz de pesquisas anteriormente realizadas.

4.1. Descricao das empresas respondentes

As empresas que participaram do estudo classificaram-se, em termos de faturamento, da seguinte forma: 26,92% faturaram, no ano de 2009, um valor igual ou inferior a R$ 240.000,00 (consideradas, portanto, microempresas); 44,23%, entre R$ 240.000,00 e R$ 2.400.000,00 (pequenas empresas); 21,15%, entre R$ 2.400.000,00 e R$ R$ 6.000.000,00 (Medias empresas I); 7,69% obtiveram um faturamento entre R$ 6.000.000,00 e R$ 20.000.000,00 (medias empresas II). Em relacao ao numero de funcionarios, 38,46% das empresas alegaram possuir ate 19 funcionarios; 51,92%, entre 20 e 99; 9,61%, de 100 a 499. Em relacao a essas variaveis (faturamento e numero de colaboradores), empregando-se o teste H de Kruskal-Wallis (H(3) = 31,089, p-valor < 0,000), verificou-se que o numero de funcionarios era menor nas classes de menor faturamento; a medida que as classes passavam a representar maior faturamento, tambem aumentava o numero de funcionarios. Existem, portanto, suficientes indicios de que sejam variaveis proxies. Ainda assim, optou-se por avaliar a eficacia das praticas de GC em relacao a cada uma.

Alem disso, ha que se examinar o grau em que os conceitos submetidos aos respondentes sao entendidos da mesma forma (confiabilidade). Para isto empregou-se o teste do Alfa de Cronbach, cujos valores, segundo Hair Jr. et al. (2003), quando maiores ou iguais a 0,7 e menores que 0,8, indicam boa confiabilidade do instrumento de pesquisa. Nesse sentido, para o conjunto de questoes envolvendo as praticas de GC relacionadas a gestao de pessoas, esse valor atingiu 0,755; processos organizacionais, 0,733; as praticas que envolvem as TICs, 0,794. Assim sendo, conclui-se que as praticas utilizadas no presente estudo nao estiveram sujeitas a interpretacoes distintas por parte do conjunto de respondentes.

Os porcentuais de respostas associadas a cada opcao para a eficacia das praticas de GC podem ser observados no Quadro 2:
Quadro 2--Percepcao de eficacia das praticas de GC

                                 0 (Nao   1 (Nada     2
                                 adota)   eficaz)

Recompensa de iniciativas          0         0      11,54
Agrupamento informal             11,54     9,62     19,23
Coaching e mentoring              5,77     15,38    15,38
Educacao corporativa             17,31     40,38    19,23
Especialistas do conhecimento    15,38     11,54    11,54
Melhores praticas                17,31     7,69     17,31
Benchmarking                       0       5,77     9,62
Identificacao de competencias     7,69     11,54    17,31
Recompensa de competencias        9,62     7,69     11,54
Estrategias de GC                19,23     42,31    5,77
Portais corporativos             13,46     15,38    15,38
Ferramentas de comunicacao         0         0      1,92
Inteligencia de negocios         34,62     25,00    19,23
GED                              38,46     23,08    19,23
Sistemas de gestao               11,54     11,54    15,38

                                   3       4          5
                                                 (Totalmente
                                                   eficaz)

Recompensa de iniciativas        46,45   36,54      5,77
Agrupamento informal             19,23   32,69      7,69
Coaching e mentoring             19,23   32,69      11,54
Educacao corporativa             9,62    9,62       3,85
Especialistas do conhecimento    17,31   26,92      17,31
Melhores praticas                11,54   28,85      17,31
Benchmarking                     30,77   36,54      17,31
Identificacao de competencias    21,15   28,85      13,46
Recompensa de competencias       36,54   28,85      5,77
Estrategias de GC                23,08   7,69       1,92
Portais corporativos             21,15   23,08      11,54
Ferramentas de comunicacao       21,15   53,85      23,08
Inteligencia de negocios         9,62    7,69       3,85
GED                              9,62    5,77       3,85
Sistemas de gestao               17,31   30,77      13,46

Fonte: Os autores.


Destacam-se, no Quadro 2, as praticas de recompensa de iniciativas de conhecimento, o uso de benchmarking interno e/ou externo e a utilizacao de ferramentas eletronicas de comunicacao e colaboracao, pelo fato de serem empregadas em todas as empresas (ainda que com diferentes graus de eficacia). Por outro lado, outras praticas apresentam porcentuais significativos de empresas que nao as adotam: sistemas de GED (38,46% das empresas), sistemas de inteligencia de negocios (34,62%), estabelecimento de estrategias formais de GC (19,23%), registros de melhores praticas (17,31%) e programas de educacao corporativa (17,31%). Alem disso, vale destacar as praticas de educacao corporativa e o estabelecimento de estrategias formais de GC, pelos porcentuais elevados de respostas que indicam serem nada eficazes, porcentuais de 40,38% e 42,31%, respectivamente. A contrapartida vem com a adocao de ferramentas de comunicacao e colaboracao, cuja eficacia foi percebida por 53,85% dos respondentes. Assim sendo, as empresas (com excecao daquelas que nao adotam algumas praticas de GC) demonstram perceber, em media, 42,5% de eficacia nas praticas relacionadas a Gestao de Pessoas, 43,4% naquelas associadas as Politicas Organizacionais e 35,8% nas de TICs. De forma geral, os respondentes percebem 40,6% de eficacia nas praticas de GC adotadas.

4.2. Cruzamento de dados

O cruzamento de dados entre a percepcao de eficacia das praticas em relacao ao tamanho da empresa (seja pelo faturamento, seja pelo numero de funcionarios) apresentou significativa dispersao nas respostas, comprometendo as analises. Assim sendo, adotou-se a estrategia de recodificar as variaveis referentes a percepcao de eficacia das praticas de GC em dois grupos: um deles com as respostas '4' e '5' (denominando-o "Muito ou totalmente" eficaz) e o outro, com as demais (sendo denominado de "Nao adota", "Nada", "Pouco" ou "Nem pouco, nem muito" eficaz).

O primeiro conjunto de dados analisado compara as percepcoes das praticas de GC relativas a classe de faturamento--cuja variavel tambem foi reclassificada, de modo que as empresas enquadradas como 'Micro' e 'Pequena' fossem agrupadas como "Micro e pequenas empresas" (MPE) e as demais como "Medias". Dessa forma, na presenca de duas variaveis nominais, utilizou-se o teste do chi-quadrado. O Quadro 3 mostra os resultados obtidos para as praticas associadas a gestao de pessoas:
Quadro 3--Praticas de gestao de pessoas X Faturamento

                Recompensa de   Agrupamento   Coaching e
                 iniciativas     informal     mentoring

[X.sup.2](1)        1,050         13,742        4,302
p-valor             0,306         0,0000        0,038

                 Educacao      Especialistas
                corporativa   de conhecimento

[X.sup.2](1)       3,156          10,934
p-valor            0,076          0,0010

Fonte: Os autores.


Os resultados apontam que a eficacia das praticas de agrupamento informal de pessoas, coaching e mentoring, e manutencao de especialistas do conhecimento sao percebidas de formas diferentes, em empresas com faixas distintas de faturamento:

* Agrupamento informal: 80% das medias empresas perceberam essa pratica como "Muito ou totalmente" eficaz e por sua vez, 75,68% das MPEs nao a adotam, ou a julgam "Nada", "Pouco" ou "Nem pouco, nem muito" eficaz. Assim, e possivel afirmar que uma media empresa tem 12,44 vezes mais chances de perceber mais eficacia na pratica de agrupamento informal de pessoas do que uma MPE.

* Coaching e mentoring: entre as empresas que julgaram a pratica como "Muito" ou "Totalmente" eficaz, 66,67% registraram um faturamento, no ano de 2009, acima de R$ 2.400.000,00. Ja 64,68% das MPEs indicaram nao adotar essa pratica, ou julga-la "Nada", "Pouco" ou "Nem pouco, nem muito" eficaz. Os porcentuais mostram que uma media empresa tem 3,69 vezes mais chances de perceber a pratica de coaching e mentoring como "Muito" ou "Totalmente" eficaz do que uma MPE.

* Manutencao de especialistas do conhecimento: 80% das medias empresas registraram uma percepcao "Muito" ou "Totalmente" eficaz sobre a pratica. Ja 70,27% das MPEs julgaram a pratica como "Nada", "Pouco" ou "Nem pouco, nem muito" eficaz ou nao a adotaram. Os resultados mostram que as medias empresas possuem 9,45 vezes mais chances de perceber eficacia na pratica de manutencao de especialistas do conhecimento do que as MPEs.

Em relacao as praticas de GC associadas as politicas organizacionais, o Quadro 4 apresenta os resultados obtidos:
Quadro 4--Praticas de politicas organizacionais
X Faturamento

                Melhores   Benchmarking   Identificacao
                praticas                  competencias

[X.sup.2](1)     0,002        5,802           1,05
p-valor          0,962        0,016           0,306

                Recompensa de     Elaboracao
                competencias    de estrategias

[X.sup.2](1)        1,353           2,616
p-valor             0,245           0,106

Fonte: Os autores.


Os resultados mostram que apenas a adocao de benchmarking externo e interno apresenta diferentes percepcoes de eficacia em empresas com faturamentos distintos. Em 80% das medias empresas, essa pratica foi considerada "Muito" ou "Totalmente" eficaz, ao passo que 56,76% das MPEs nao a adotaram ou a consideraram "Nada", "Pouco" ou "Nem pouco, nem muito" eficaz, ou seja, a proporcao de respostas "Muito" ou "Totalmente" eficaz encontrada nas medias empresas e 5,25 vezes maior do que a encontrada nas MPEs.

O ultimo conjunto de analises envolvendo o faturamento trata das praticas relacionadas as TICs. O Quadro 5 apresenta os resultados obtidos.

O Quadro 5 mostra que a adocao de sistemas integrados e de inteligencia de negocios apresenta diferentes percepcoes de eficacia em funcao da classe de faturamento na qual as empresas se enquadram:

* Sistemas de inteligencia de negocios: 94,59% das MPEs nao utilizavam ou registraram que este tipo de sistema e "Nada", "Pouco" ou "Nem pouco, nem muito" eficaz. Nas medias empresas, esse porcentual atingiu 73,33%, o que faz com que tais empresas tenham 6,36 vezes mais chances de perceber sistemas desta natureza como "Muito" ou "Totalmente" eficaz.

* Sistemas integrados de gestao: 73,33% das medias empresas registraram essa pratica como "Muito" ou "Totalmente" eficaz, ao passo que 67,57% das MPEs julgaram-na "Nada", "Pouco", "Nem pouco, nem muito" eficaz, ou nao a adotam. Portanto, uma media empresa apresenta 5,72 vezes mais chances de perceber a utilizacao destes sistemas como mais eficaz que as MPEs.

Ainda que a percepcao de eficacia das demais praticas nao tenha formado grupos distintos em relacao ao faturamento, em 7 dos 10 casos restantes, percepcoes mais favoraveis foram registradas em empresas com faturamento anual superior a R$ 2.400.000,00 (medias empresas). Das empresas que classificaram a pratica de recompensa de iniciativas como mais eficaz, 53,3% pertencem a classe maior de faturamento (contra 37,8% das MPEs que possuem a mesma opiniao). A educacao corporativa obteve maior percepcao de eficacia em 26,7% das empresas que faturaram acima de R$ 2.400.000,00, sendo que nas MPEs esse porcentual e de 8,1%. A percepcao de maior eficacia na identificacao de competencias ocorreu em 53,3% das medias empresas e em 37,8% das MPEs. A pratica de recompensar o desenvolvimento de competencias apresentou maior percepcao de eficacia em 46,7% das medias empresas, ao passo que nas MPEs esse porcentual atingiu 29,7%. Diferenca maior ainda foi encontrada no estabelecimento de estrategias formais de GC: as opinioes mais favoraveis foram encontradas em 20% das medias empresas e em 5,4% das MPEs. Quanto aos portais corporativos, 53,3% das medias empresas os julgam "Muito" ou "Totalmente" eficazes, sendo que nas MPEs esse porcentual atingiu 27%. Finalmente, em relacao a percepcao de eficacia das ferramentas de comunicacao, escores maiores foram registrados em 93,3% das medias empresas e em 70,3% das MPEs.

O segundo conjunto de dados analisados cruza os resultados obtidos para a percepcao das praticas de GC em relacao ao numero de funcionarios das empresas. Para essa analise utilizou-se o U de Mann-Whitney. O Quadro 6 apresenta os resultados envolvendo a percepcao das praticas de gestao de pessoas em relacao ao numero de funcionarios das empresas:
Quadro 6--Praticas de gestao de pessoas X Funcionarios

           Recompensa de   Agrupamento   Coaching e
            iniciativas     informal     mentoring

U              216,0          144,0        268,5
p-valor        0,035          0,001        0,231

            Educacao      Especialistas
           corporativa   de conhecimento

U             71,0             135
p-valor       0,02            0,00

Fonte: Os autores.


Os resultados mostram que, com excecao da pratica de coaching e mentoring, a percepcao de eficacia das praticas de gestao de pessoas difere em relacao ao numero de funcionarios nas empresas. Uma analise mais apurada mostra que empresas que percebem as praticas como mais eficazes possuem um numero maior de funcionarios:

* Recompensa de iniciativas do conhecimento: as empresas que apontaram essa pratica como 'Muito' ou 'Totalmente' eficaz apresentavam, em 2009, um quadro medio de 63,09 funcionarios (desvio-padrao de 13,54 e mediana de 44,5). Ja aquelas organizacoes que nao adotam a pratica, ou que a julgam "Nada", "Pouco" ou "Nem pouco, nem muito" eficaz possuiam, em media, 32,53 funcionarios (desvio-padrao de 7,05 e mediana de 20).

* Agrupamento informal de funcionarios: as empresas que perceberam essa pratica como "Muito" ou "Totalmente" eficaz registraram, em media, 68,38 funcionarios (contra 29,94), com desvio-padrao de 12,74 e mediana de 56 (contra desvio-padrao de 7,56 e mediana de 17 para as demais empresas).

* Educacao corporativa: nas empresas cujas respostas indicaram a pratica como 'Muito' ou 'Totalmente' eficaz, o numero medio de funcionarios atingiu 93,43 (desvio-padrao de 32,4 e mediana de 53). As demais empresas contavam com 38 funcionarios (em media), com desviopadrao de 6,24 e mediana de 23,8.

* Especialistas do conhecimento: em media, as empresas que julgaram a pratica como "Muito" ou "Totalmente" eficaz apresentaram um quadro de 69,26 funcionarios (em media), com desviopadrao de 12,92 e mediana de 45,67. Ja as demais empresas contavam com uma media de 26,58 funcionarios, com desvio-padrao de 6,28 e mediana de 11,50.

Apesar de o teste nao acusar diferencas estatisticamente significativas em relacao as praticas de coaching e mentoring, vale registrar que as empresas que as perceberam como mais eficazes registraram uma media de 57,74 funcionarios (desvio-padrao de 13,42 e mediana de 25); nas empresas que demonstraram perceber essas praticas como menos eficazes, esse numero atingiu 35,72 (desvio-padrao de 7,23 e mediana de 29)--acompanhando, portanto, o padrao encontrado naquelas que se diferenciaram pela percepcao de eficacia.

Para as praticas associadas as politicas organizacionais, o Quadro 7 apresenta os resultados do teste U de Mann-Whitney:
Quadro 7--Praticas de politicas organizacionais X Funcionarios

           Melhores   Benchmarking   Identificacao
           praticas                  competencias

U           308,5         134            223,0
p-valor     0,614         0,0            0,047

            Recompensa      Elaboracao
           competencias   de estrategias

U             201,5           72,50
p-valor       0,044           0,162

Fonte: Os Autores.


Com excecao da pratica de elaboracao de estrategias formais de GC, a percepcao de eficacia das demais praticas difere quanto ao numero de funcionarios das empresas. Tal como ocorreu com as praticas de gestao de pessoas, empresas que percebem as praticas como mais eficazes apresentaram um numero maior de funcionarios:

* Bechmarking interno e externo: o julgamento de que a pratica e "Muito" ou "Totalmente" eficaz ocorre nas empresas com maior numero de funcionarios--em media, 67,85 (contra 19,33 das empresas que nao adotam a pratica, ou a julgam "Nada", "Pouco", "Nem pouco, nem muito" eficaz), com desvio-padrao de 11,61 e mediana de 51,5 (desvio-padrao de 3,7 e mediana de 13 para as demais empresas).

* Identificacao de competencias: aquelas organizacoes que perceberam a pratica como "Muito" ou "Totalmente" eficaz registraram, em media, 57,36 funcionarios, com desvio- padrao de 12,61 e mediana de 37,5. Ja as demais empresas registraram uma media de 36,73 funcionarios, com desvio-padrao de 8,37 e mediana de 19,67.

* Recompensa pelo desenvolvimento de competencias: as empresas que perceberam a pratica como "Muito" ou "Totalmente" eficaz foram aquelas que concentraram o maior numero, em media, de funcionarios, 67,22, com desvio padrao de 16,02 e mediana de 40. Nas organizacoes em que a percepcao de eficacia e menor, o numero medio de funcionarios e 33,94, com desvio-padrao de 6,56 e mediana de 20.

O padrao encontrado tambem foi registrado nas praticas em que nao se obtiveram diferencas estatisticamente significativas. As organizacoes que classificaram o registro de melhores praticas de forma mais eficaz, alegaram possuir, em 2009, 47,17 funcionarios (com desvio-padrao de 11,21 e mediana de 33,5), ao passo que nas demais a media de funcionarios atingiu 44, com desviopadrao de 9,65 e mediana de 23. A elaboracao de estrategias formais de GC demonstrou ser mais eficaz nas empresas cuja media de funcionarios atingiu 62 (desvio-padrao de 20,36 e mediana de 38), contra 43,7 (com desvio-padrao de 7,78 e mediana de 25) nas organizacoes que julgaram a pratica como "Nem pouco, nem muito", "Pouco", "Nada" eficaz, ou que nao a adotaram. Ja as ferramentas de comunicacao e colaboracao apresentaram maior percepcao de eficacia nas empresas com uma media de 52,23 funcionarios (desvio-padrao de 9,11 e mediana de 30), contra 22,92 (desvio-padrao de 4,23 e mediana de 21,5) para as demais empresas.

Em relacao as praticas de TICs, o Quadro 8 mostra os resultados encontrados:
Quadro 8--Praticas de TICs X Funcionarios

             Portal      Ferramentas
           corporativo   eletronicas

U             131,5         182,5
p-valor       0,001         0,211

           Inteligencia    GED     Sistemas
           de negocios            integrados

U             45,00       108,0     121,5
p-valor       0,006       0,768     0,000

Fonte: Os autores.


Duas das praticas desse grupo (utilizacao de ferramentas eletronicas de comunicacao e colaboracao e sistemas de GED) nao apresentam distincao pelo grau com que a eficacia e percebida em relacao ao numero de funcionarios lotados nas empresas. Ja as demais praticas seguem o padrao encontrado ate o momento, ou seja, as organizacoes em que as praticas sao percebidas como mais eficazes registraram um numero maior de funcionarios:

* Portal corporativo: as empresas que julgaram a pratica como "Muito" ou "Totalmente" eficaz possuiam, em media, 76,44 funcionarios, com desvio-padrao de 15,91 e mediana de 53. Ja as organizacoes que nao adotavam a pratica, ou a julgaram "Nada", "Pouco" ou "Nem pouco, nem muito" eficaz registraram um numero medio de 29,06 funcionarios, com desvio-padrao de 5,66 e mediana de 15.

* Sistemas de inteligencia de negocios: aquelas organizacoes que perceberam a pratica como "Muito" ou "Totalmente" eficaz registraram um quadro de 90,83 funcionarios (em media), com desvio-padrao de 19,54 e mediana de 90,5. Por sua vez, as demais empresas afirmaram possuir, em media, 39,54 funcionarios, com desvio-padrao de 7,43 e mediana de 24,5.

* Sistemas integrados de gestao: as empresas que julgaram a pratica como "Muito" ou "Totalmente" eficaz possuiam, em media, 68,52 funcionarios, com desvio-padrao de 12,4 e mediana de 47,5. As demais empresas registraram 27,17 funcionarios (em media), com desvio-padrao de 7,02 e mediana de 12.

Ainda que as demais praticas nao registrassem diferencas estatisticamente significativas, ha que atentar para o fato de que, com excecao da utilizacao de sistemas de GED, as praticas restantes foram percebidas como mais eficazes nas empresas com o maior numero de funcionarios.

De maneira geral, as opinioes "Muito" e "Totalmente" eficazes sao mais frequentemente encontradas nas empresas com maior numero de funcionarios e, tambem, naquelas que se classificaram como pertencentes a uma classe de faturamento maior.

4.3. Discussao dos resultados

Os resultados apresentados destacam algumas situacoes. A primeira delas e o elevado porcentual de empresas que nao adotam sistemas de inteligencia de negocios e de GED (34,62% e 38,46%, respectivamente). Esse fato ja era esperado, em virtude do custo de sistemas de tal natureza para empresas de porte reduzido--em relacao ao faturamento, aproximadamente 71,15% das empresas respondentes se enquadram na categoria das MPEs.

Outra situacao destacada refere-se ao alto porcentual de empresas que julgam a pratica de educacao corporativa como nada eficaz (40,38%), indo ao encontro dos resultados apresentados por De Grip e Sieben (2009), que indicam que praticas de gestao de recursos humanos (e, entre elas, treinamento formal) sao menos importantes nas pequenas empresas do que as relacoes pessoais entre empregador e funcionarios. Alem disso, Webster, Walker e Barrett (2005) assinalam que as MPEs investem menos em treinamento do que as empresas de maior porte, citando a pesquisa de Matlay (2000), que demonstra uma correlacao positiva entre tamanho da organizacao e propensao para treinamento de funcionarios.

Chama a atencao, tambem, o porcentual de empresas (42,31%) que acreditam que o estabelecimento de estrategias formais de GC seja "Nada" eficaz--e de outras 19,23% que nao adotarem essa pratica. Por outro lado, 38,46% das empresas acreditam que as demais praticas sejam "Muito" ou "Totalmente" eficazes. A explicacao pode estar relacionada ao fato de que a GC nao possui, necessariamente, um corpo de praticas exclusivas, uma vez que "empresta" praticas ja consagradas em outras areas de estudos organizacionais, de forma a dirigir seus resultados para a criacao do conhecimento, ainda que autores como Zack, McKeen e Singh (2009) declarem que a GC constitui uma funcao comum nas organizacoes. Antes mesmo de o artigo de Nonaka (1991) popularizar as ideias fundamentais do conhecimento organizacional, muitas das praticas adotadas naquele estudo ja eram tidas como efetivas. Exemplos disso sao as pesquisas baseadas na Teoria da Motivacao Humana, de Abraham Maslow, que ja abordavam a necessidade de recompensas para a retencao de talentos nas organizacoes (LITWIN; STRINGER JR, 1968; ALDERFER, 1969; BROEDLING, 1977); a primeira versao do Project Management Body of Knowledge (PROJECT MANAGEMENT INSTITUTE, 1987) ja alertava para a importancia do registro de melhores praticas; e, em 1979, segundo Stapenhurst (2009), a Xerox ja havia introduzido o conceito de benchmarking em sua organizacao. Outra possivel explicacao para o fato e a possibilidade de a GC surgir de forma organica nas empresas, antes mesmo do estabelecimento de estrategias para tal.

O uso de ferramentas eletronicas de colaboracao e comunicacao se destaca, primeiramente, pelo fato de ser adotado por todas as empresas e, depois, por 76,93% delas o perceberem como "Muito" ou "Totalmente" eficaz. Ainda que a pesquisa nao tenha especificado o tipo de ferramenta de comunicacao e colaboracao, as entrevistas pessoais mostraram um numero nao desprezivel de empresas que responderam baseadas somente na eficacia de seus servicos de e-mail (considerando tal servico como colaborativo).

Especificamente, as praticas de gestao de pessoas apresentaram resultados que evidenciam situacoes obvias. Por exemplo: programas de educacao corporativa justificam-se em empresas com maior numero de funcionarios; da mesma forma, quanto maior o numero de funcionarios, maior a probabilidade de agrupamentos informais, sejam eles incentivados pelas empresas, sejam formados espontaneamente. Ja a percepcao da pratica de manutencao de especialistas do conhecimento como "Muito" ou "Totalmente" eficaz acontece com maior frequencia nas empresas de maior porte (classificadas seja pelo faturamento, seja pelo numero de funcionarios). Tal fato tambem e facilmente explicado pelo (provavel) dispendio financeiro necessario tanto para criar essa atribuicao na empresa, quanto para manter o referido profissional.

De forma geral, o quesito "numero de funcionarios" mostra que, em relacao as praticas associadas a gestao de pessoas, os resultados nao sao surpreendentes, pelos seguintes motivos: (1) uma equipe maior de funcionarios demanda instrumentos de recompensa que possibilitem o desenvolvimento de iniciativas; (2) mais funcionarios naturalmente se agrupam, e isso, consequentemente, contribui para a solucao de problemas organizacionais; (3) programas de educacao corporativa sao dispendiosos e, portanto, somente se justificam quando possibilitam a formacao de um numero significativo de funcionarios; (4) e natural, em um ambiente com varios funcionarios, a existencia de mais pessoas alinhadas aos processos de GC. Justamente em funcao do numero de funcionarios, tambem e natural o fato de a empresa investir em TICs. Alguns autores corroboram essa afirmacao. Segundo Turban, Rainer Jr. e Potter (2007), as TICs sao capazes de aumentar os niveis de produtividade e qualidade do desempenho, bem como a propria satisfacao com as atividades profissionais; conforme Turban et al. (2005), as TICs apresentam significativos impactos na satisfacao dos funcionarios com o trabalho.

Em relacao ao faturamento, alguns dos resultados apresentados no grupo de praticas relacionadas a gestao de pessoas surpreendem. O agrupamento informal de pessoas nao e uma pratica que necessita de esforcos financeiros para sua realizacao, porem e aquela com maior probabilidade de ocorrencia nas empresas de maior faturamento--e o mesmo se pode afirmar, mas em menor escala, em relacao a pratica de coaching e mentoring. Por outro lado, suspeitavase que a pratica de educacao corporativa fosse adotada nas empresas com maior faturamento, e isso nao correspondeu a realidade encontrada na pesquisa. Nas empresas que se enquadraram nas maiores classes de faturamento, a percepcao da eficacia das praticas de benchmarking externo e interno foi maior, bem como o uso de sistemas de inteligencia de negocios e de sistemas integrados de gestao (este fato nao surpreende, visto que os custos de sistemas de informacao estao mais voltados a realidade das empresas com maior faturamento).

De maneira geral, em relacao a percepcao de eficacia das praticas de GC, de todas as possibilidades associadas ao numero de funcionarios, 73,33% se distinguiram das demais pelo fato de as percepcoes mais eficazes serem encontradas nas empresas que registraram um numero maior de funcionarios, com destaque para as praticas associadas a gestao de pessoas. Alem disso, as empresas que se classificaram como pertencentes as classes de maior faturamento se diferenciaram das demais em 40% dos casos, por terem percebido as praticas de GC como mais eficazes.

5. CONSIDERACOES FINAIS

A avaliacao dos resultados obtidos pela presente pesquisa deve ser trazida a luz das hipoteses inicialmente elaboradas, a saber:

1. Empresas que mais faturam percebem as praticas de GC como mais eficazes: essa hipotese e confirmada em apenas 40% dos casos, nos quais se registraram distincoes estatisticamente validas, de forma que percepcoes mais eficazes foram encontradas nas empresas que registraram maior faturamento. Ha que destacar, porem, o fato de que em 70% dos casos restantes, o padrao se repetiu--ainda que nao se tenham encontrado diferencas estatisticamente validas entre os grupos.

2. Empresas que possuem mais funcionarios percebem as praticas de GC como mais eficazes: essa hipotese e confirmada em 66,67% dos casos, nos quais se constatou que as percepcoes mais favoraveis a eficacia das praticas foram encontradas nas empresas que mais possuem funcionarios. Tal como se verificou na hipotese anterior, em 4 dos 5 casos restantes as percepcoes mais eficazes tambem foram encontradas nas empresas que apresentaram um numero maior de funcionarios.

Dessa maneira, o objetivo inicial, verificar se empresas com numero de funcionarios e faturamentos distintos percebem a eficacia de praticas de GC de formas diferentes, foi atingido, de forma que e possivel afirmar que, entre os respondentes, existem fortes indicios de que o numero de funcionarios e a eficacia das praticas de GC estejam associados. Ja em relacao ao faturamento, apesar de os indicativos serem relativamente mais tenues, tambem se verificou semelhante padrao.

A pesquisa nao esta livre de limitacoes. A primeira delas relaciona-se ao aspecto conceitual do termo "eficacia", aplicado as praticas de GC. O estudo utiliza a definicao de Stair e Reynolds (2011), segundo a qual a eficacia e obtida por meio da relacao entre objetivos atingidos e objetivos estabelecidos. A partir desse conceito, pressupoe-se que as praticas de GC foram adotadas, nas empresas pesquisadas, com a intencao de atingir determinado objetivo. Ainda que tal afirmacao possa parecer logica, nao se pode afirmar que, de fato, corresponda a realidade. Ainda assim, considerando-se o pressuposto valido, uma mesma pratica de GC pode ter sido implementada, em diferentes empresas, para que objetivos distintos (de magnitude ou abrangencia, por exemplo) fossem atingidos. Da mesma forma, as questoes nao levaram em consideracao que as mesmas praticas podem ter sido implantadas nas empresas em periodos distintos--consequentemente, nao se descarta a possibilidade de que a percepcao de eficacia possa ter sido afetada pelo tempo de maturacao que a pratica necessita para apresentar os resultados esperados. Alem disso, algumas praticas de GC, em especial aquelas relacionadas as TICs, nao mostraram aderencia no contexto de grande parte das empresas participantes da pesquisa. Quando se percebe que 71,15% dos respondentes se enquadram como MPEs, e natural que empreendimentos desse porte nao se utilizem de sistemas de GED, de inteligencia de negocios e, ate mesmo, de sistemas integrados de gestao, pelo fato de nao possuirem uma estrutura organizacional que necessite de tais sistemas, bem como pelo fator custo.

Os resultados obtidos apontam para a necessidade de novas pesquisas. As tecnicas de analise utilizadas, apesar de indicarem a existencia de agrupamentos distintos de empresas formados pelo modo como percebem a eficacia das praticas de GC, nao permitem que se expliquem as causas de tais aglomerados motivando novos estudos nessa area, em especial pesquisas em profundidade em empresas representativas de cada segmento encontrado. Alem disso, ha que resgatar a busca de similaridades (ou diferencas) na forma pelo qual as empresas graduadas e aquelas que nao passaram por incubadoras percebem a eficacia das praticas de GC. Pesquisas nesse sentido seriam capazes de demonstrar parte do impacto do processo de incubacao nas empresas.

Seja como for, a principal contribuicao do presente estudo, confirmatoria, relaciona-se com evidencias que assinalam que o numero de colaboradores demonstra estar mais associado a eficacia das praticas de GC do que a capacidade financeira das organizacoes (representada pelo faturamento)--sugerindo a disposicao das empresas de investir na GC. Nesse sentido, e possivel supor que nao existem limitacoes financeiras significativas para a adocao de praticas de GC. Tal afirmacao ganha destaque quando se verifica que, pelo menos em relacao as empresas pesquisadas, existe significativa adocao dessas praticas, com acentuada percepcao de eficacia.

Mais do que apresentar um panorama da relacao entre percepcao de eficacia das praticas de GC, faturamento e numero de funcionarios em empresas que ja estiveram em um processo de incubacao, e necessario refletir mais aprofundadamente no estabelecimento de criterios precisos de avaliacao das praticas de GC nas empresas, em virtude da importancia dada a esse tema, nao somente no contexto organizacional, mas tambem no aspecto socioeconomico. Nesse sentido, o processo de incubacao de empresas (e seus desdobramentos) proporciona uma fonte de observacao controlada e bastante rica de dados, em razao das interacoes proporcionadas pelo agrupamento de empreendedores e organizacoes de apoio tecnico, cientifico e economico. Um ambiente dessa natureza permite a realizacao de estudos capazes de tornar explicitas as praticas que possibilitam a convergencia entre GC, estruturas e objetivos organizacionais.

Cicero Aparecido Bezerra Professor do Programa de Pos-Graduacao em Engenharia de Producao da Universidade Federal do Parana--Curitiba-PR, Brasil Doutor em Engenharia de Producao pela Universidade Federal de Santa Catarina e pos-Doutor em Gestao Estrategica da Informacao e do Conhecimento pela Pontificia Universidade Catolica do Parana E-mail: cicero.bezerra@ufpr.br

Carlos Olavo Quandt

Professor Titular do Programa de Pos-Graduacao em Administracao da

Pontificia Universidade Catolica do Parana--Curitiba-PR, Brasil

Ph. D. em Urban Planning pela University of California Los Angeles

E-mail: carlos.quandt@pucpr.br

DOI: 10.5700/rege514

Recebido em: 28/10/2012

Aprovado em: 18/10/2013

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Quadro 1--Praticas de GC

             Praticas                   Referencias

Recursos     Recompensa de              Arthur e Kim (2005); Lee e
humanos      iniciativas geradas a      Chen (2005); Kulkarni,
             partir do conhecimento     Ravindran e Freeze (2007).
             dos funcionarios.

             Promocao de agrupamento    Arthur e Kim (2005);
             informal de funcionarios   Parise, Cross e Davenport
             (virtual ou presencial)    (2006); Baldwin et al.
             para a resolucao de        (2011); Aktharsa, Anisa
             problemas                  e Ali (2012).
             organizacionais.

             Coaching e mentoring.      Abou-Zeid e Cheng (2004);
                                        Mathew (2008); Ahmad e
                                        Ingle (2011); Baldwin et
                                        al. (2011); Christopher e
                                        Tanwar (2012).

             Programas formais de       Kulkarni, Ravindran e
             educacao corporativa.      Freeze (2007); Yu et al.
                                        (2009); Shang e Lin
                                        (2009); Goel e Rastogi
                                        (2011).

             Rede de especialistas      Mathew (2008); Zhang et
             em conhecimento.           al. (2009); Baldwin et al.
                                        (2011); Aktharsa, Anisa e
                                        Ali (2012); Christopher e
                                        Tanwar (2012); Rodger
                                        (2012).

Politicas    Recompensa pelo            Arthur e Kim (2005); Lee e
organiza-    desenvolvimento de         Chen (2005); Kulkarni,
cionais      habilidades individuais.   Ravindran e Freeze (2007).

             Benchmarking interno e     Shang e Lin (2009); Dong,
             externo.                   Johar e Kumar (2012).

             Registro de licoes         Parise, Cross e Davenport
             aprendidas e melhores      (2006); Mathew (2008);
             praticas.                  Pfaff e Hasan (2011);
                                        Gopal e Joy (2011).

             Identificacao formal       Kulkarni, Ravindran e
             das competencias           Freeze (2007); Baldwin et
             individuais e              al. (2011); Goel e Rastogi
             organizacionais.           (2011).

             Estabelecimento de         Lee e Chen (2005);
             estrategias e politicas    Kulkarni, Ravindran e
             formais de GC.             Freeze (2007); Yu et al.
                                        (2009); Aktharsa, Anisa e
                                        Ali (2012).

TICs         Portais corporativos.      Gopal e Joy (2011); Pfaff
                                        e Hasan (2011).

             Ferramentas eletronicas    Kulkarni, Ravindran e
             de comunicacao e           Freeze (2007); Mathew
             colaboracao.               (2008).

             Sistemas de inteligencia   Zhang et al. (2009);
             de negocios.               Fibuch e Van Way III
                                        (2011).

             Gestao eletronica          Dalkir (2005); Liang e
             de documentos.             Avgeriou (2009).

             Sistemas integrados de     Mathew (2008); Fibuch e
             gestao.                    Van Way III (2011); Gopal
                                        e Joy (2011).

Fonte: Os autores.

Quadro 5--Praticas de TICs X Faturamento

                  Portal      Ferramentas
                corporativo   eletronicas

[X.sup.2](1)       3,263         3,198
p-valor            0,071         0,074

                Inteligencia    GED     Sistemas
                de negocios            integrados

[X.sup.2](1)       4,727       0,211     7,238
p-valor             0,03       0,646     0,007

Fonte: Os autores.


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