Social representations of the administration academics about human resources/Representacoes sociais dos academicos de administracao sobre recursos humanos/Representaciones sociales de los academicos de administracion sobre recursos humanos.
Scheffer, Angela Beatriz Busato ; Fontoura, Daniele dos Santos ; Fleck, Carolina Freddo 等
1. INTRODUCAO
Por meio do conhecimento das representacoes sociais, torna-se
possivel um entendimento mais adequado dos processos de constituicao
simbolica encontrados na sociedade, nos quais individuos se empenham
para dar sentido ao mundo e nele construir sua identidade social. A
identidade social remete, na sociedade atual, a ideia de identidade
coletiva, que se estabelece especialmente por meio do trabalho, ou seja,
de uma caracteristica que permite o reconhecimento identitario entre os
individuos (MATTJIE, 2011). Assim, "um trabalhador que pretende
pertencer a uma categoria deve, necessariamente, ter um posto de
trabalho" (MATTJIE, 2011:148). Esse sentimento de pertenca se dara
quando o individuo for integrado ao grupo, tornando-se parte dele. O
profissional de Administracao, por exemplo, possui um nivel de formacao
e certas aptidoes a serem desenvolvidas durante a graduacao que podem
fazer com que os individuos que escolham esta profissao consigam
perceber-se vinculados a identidade social que define um profissional de
Administracao.
Na profissao de administrador coexistem as subdivisoes de
areas--mesmo que nao assinaladas de forma oficial nos curriculos dos
cursos de graduacao -, caracteristicas do dia a dia da profissao e que
configuram a identidade social dos administradores que atuam em um mesmo
campo, como financas, marketing, gestao de pessoas, logistica e
producao, etc. Essas areas representam as atribuicoes do administrador
nas organizacoes e podem gerar competicao entre as identidades
estabelecidas com base na suposicao de que uma opcao seja mais
importante do que outra.
Esse tipo de comportamento aparece quando existe a necessidade de
afirmacao das identidades sociais, e pode levar a atitudes e posturas
desrespeitosas entre grupos de trabalho. Neste estudo, buscou-se
verificar, a partir de suas representacoes sociais, como os alunos de
graduacao em Administracao de tres universidades federais do Rio Grande
do Sul veem a area, o curso e o profissional atuante em Recursos Humanos
(RH).
A escolha desse foco de estudo esta atrelada ao que Dutra (2006)
salienta sobre o processo evolutivo da gestao de pessoas (GP) e a forma
pela qual e diferentemente avaliado por diversos autores, e, ademais,
sobre o papel que a area tem desempenhado, a fim de demostrar que a GP
vem ganhando espaco como tematica de pesquisa e e apontada como uma das
bases para a formacao do administrador. Mesmo assim, a area, conhecida
atualmente como Gestao de Pessoas, anteriormente denominada de Recursos
Humanos, pode ser percebida em alguns contextos como inferior em
importancia para as organizacoes, quando comparada a outras areas da
Administracao.
No entanto, apesar de os pesquisadores identificarem essa
realidade, as funcoes da area e do profissional nao sao abordadas de
forma clara e ampla no ambiente academico, ficando o conhecimento do
assunto vinculado ao senso comum e as "conversas de
bastidores". Com o intuito de dar visibilidade a essa tensao,
buscou-se conhecer as representacoes sociais sobre a area de Recursos
Humanos e examinar a percepcao dos academicos de Administracao e os
pontos de vista que eles criam com a teoria apresentada sobre o assunto,
as vivencias de estagios/empregos, relatos dos colegas e leituras em
geral.
Este estudo foi elaborado no decurso de uma disciplina de Gestao de
Pessoas de um Programa de Pos-Graduacao em Administracao e contou com a
participacao de todos os integrantes da turma e da docente responsavel.
O interesse pelo objeto de pesquisa surgiu dos relatos de diversos
alunos deste grupo de pos-graduacao profissionais e/ou professores da
area--sobre experiencias de desprezo de discentes de graduacao ou
profissionais ja formados em Administracao pelos temas vinculados a GP.
O processo de pesquisa foi dividido em tres etapas: 1) primeiramente
foram constituidos dois grupos focais, com cerca de 10 alunos cada, um
com alunos dos primeiros semestres (primeiro e segundo semestres) e
outro com alunos em final de curso (oitavo, nono e decimo semestres) da
graduacao em Administracao da mesma universidade dos pesquisadores.
Esses discentes foram estimulados a discutir temas concernentes a
percepcao sobre as disciplinas de gestao de pessoas ofertadas no curso
de Administracao, ao setor de GP presente nas organizacoes em que ja
trabalharam e ao modo como vislumbram o profissional que atua na area.
Os resultados dos grupos focais permitiram que fossem capturados
elementos suficientes para a elaboracao de um questionario sobre as
representacoes sociais referentes a area de gestao de pessoas, que foi,
posteriormente, aplicado em academicos do curso de Administracao desta e
de outras universidades; 2) na segunda etapa, foi elaborado e aplicado o
questionario com 419 academicos de tres universidades federais. Na
elaboracao do instrumento, levou-se em conta tanto a literatura sobre o
tema quanto elementos surgidos nos grupos focais. A aplicacao procurou
abranger o maior numero de alunos em diferentes semestres dessas
universidades; encerrada a coleta, realizouse a analise estatistica dos
questionarios para validacao do instrumento de coleta de dados e
identificacao das representacoes sociais desses academicos; 3) na
terceira fase, foram realizadas entrevistas com professores
universitarios de diversas areas de concentracao da Administracao da
universidade em que se constituiram os grupos focais, para verificar a
opiniao deles sobre as representacoes dos alunos. A estrutura dos
roteiros de entrevista baseou-se no roteiro feito para os grupos focais.
Tanto para os grupos focais quanto nas entrevistas com os docentes,
considerou-se a necessidade de obtencao do maximo de informacoes a
respeito das percepcoes dos alunos sobre a area de gestao de pessoas,
para alicercar a analise dos resultados da etapa quantitativa.
Ressalte-se que, neste artigo, sao apresentados os resultados da
pesquisa quantitativa referente a segunda etapa da pesquisa, na qual se
recorreu a tecnica de analise fatorial dos dados, que resultou em oito
fatores.
O presente artigo divide-se em seis partes: a primeira discute
aspectos da revisao da literatura, abordando, principalmente, as
mudancas por que passou a area de Gestao de Pessoas e, consequentemente,
o curso e o profissional; a segunda apresenta os procedimentos
metodologicos; a terceira, o cenario da investigacao, seguido da
caracterizacao da amostra; em seguida apresentam-se a analise dos dados
e os resultados. Por fim, a sexta parte do artigo contempla as
consideracoes finais.
2. REPRESENTACOES SOCIAIS
A psicologia social tem na teoria das representacoes sociais seu
referencial central e, em Serge Moscovici, seu maior representante. O
referido autor iniciou seus trabalhos por volta dos anos 1950,
influenciado pelos trabalhos de Durkheim. Ha, porem, um ponto de
divergencia entre os dois: Moscovici fez questao de dar a esse estudo a
denominacao de representacao social, e nao representacao coletiva, como
Durkheim, porque, no seu entender, as representacoes coletivas se
prendiam a sociedades primitivas, em que a dinamica social era muito
menos intensa que a existente no contexto das sociedades complexas
atuais (CAVEDON; FERRAZ, 2005). Segundo Moscovici (1978), Durkheim nao
aborda frontalmente nem explica a pluralidade de modos de organizacao do
pensamento, mesmo que sejam todos sociais. No entanto, nao se pode
ignorar a importancia de autores das Ciencias Sociais ou da Antropologia
para o avanco do conhecimento em representacoes sociais.
As representacoes sociais sao entidades quase tangiveis. Elas
circulam, cruzam-se e se cristalizam incessantemente por meio de uma
fala, um gesto, um encontro. Sabe-se que as representacoes sociais
correspondem, por um lado, a substancia simbolica que entra na
elaboracao e, por outro, a pratica que produz a dita substancia
(MOSCOVICI, 1978). O autor salienta, ainda, que embora a realidade das
representacoes sociais seja de facil apreensao, nao o e o seu conceito.
A fim de capturar a nocao de representacao social, Moscovici (1978)
salienta dois procedimentos: 1) precisar sua natureza de processo
psiquico, capaz de tornar familiar, situar e tornar presente em nosso
universo interior o que se encontra a certa distancia de nos; 2)
constatar que, para penetrar no universo de um individuo ou de um grupo,
o objeto entra em uma serie de relacionamentos e de articulacoes com
outros objetos que ai ja se encontram, dos quais toma as propriedades e
aos quais acrescenta as dele. Pode-se perceber, a partir dessas
colocacoes, que o autor considera as representacoes sociais nao apenas
como conceito, mas tambem como um processo dinamico e sempre em
construcao.
Para Spink (2003), representacoes sociais sao conhecimentos
praticos constituidos a partir das relacoes sociais, bem como o quadro
de referencia que permite dar sentido as representacoes e as ferramentas
que instrumentalizam a comunicacao. Sendo conhecimentos socialmente
construidos, suas raizes transcendem o momento presente e sao,
inevitavelmente, a expressao de uma ordem social constituida, mas tambem
resquicios de saberes e crencas passadas que ficaram depositadas no
imaginario social.
Para Cavedon (2005), a representacao social permite um
descortinamento do simbolico de um dado contexto cultural, de modo que
determinadas coisas--materiais ou imateriais podem adquirir significados
diferentes, de acordo com a cultura social do grupo que os significa.
Jovchelovitch (2004:22), ao falar de representacoes sociais, ressalta um
deslocamento simbolico:
O trabalho comunicativo da representacao
produz simbolos cuja forca reside em sua
capacidade de dar sentido, de significar. A
representacao trabalha colocando algo no lugar
de algo, seu trabalho e um trabalho de
deslocamento simbolico. Este deslocamento de
objetos e pessoas, que da a cada um e a todos
uma nova configuracao, e a essencia da ordem
simbolica.
As representacoes sociais sao tanto a expressao de permanencias
culturais como o locus da multiplicidade, da diversidade e da
contradicao (SPINK, 1993). Aceitar a diversidade implicita do senso
comum, entretanto, nao significa abrir mao do consenso, pois algo sempre
sustenta uma determinada ordem social: pressupostos de natureza
ideologica, epistemes historicamente localizadas ou, ate mesmo,
ressonancias do imaginario social. Afinal, as representacoes sao
elaboradas a partir de um campo socialmente estruturado e sao frutos de
um imprinting social. Ou seja, parece licito afirmar que, se de um lado
buscamos os elementos mais estaveis, aqueles que permitem a emergencia
de identidades compartilhadas, de outro trabalhamos com o que ha de
diferente, diverso e contraditorio no fluxo do discurso social (SPINK,
1993).
Segundo Spink (1993:306), as representacoes sociais possuem,
tambem, um aspecto funcional:
Nos diversos textos que lidam com as
representacoes sociais enquanto formas de
conhecimento pratico, sao destacadas diversas
funcoes, entre elas: orientacao das condutas e
das comunicacoes (funcao social); protecao e
legitimacao de identidades sociais (funcao
afetiva) e familiarizacao com a novidade
(funcao cognitiva).
Segundo Guareschi e Jovchelovitch (1995), ha a tentacao de reduzir
a sociedade e o sujeito individual um ao outro e, assim, busca-se negar
que os fenomenos advem justamente da combinacao de ambos. Para eles, na
base de todos esses desentendimentos encontra-se a incapacidade de
teorizar a dialetica entre o sujeito individual e sua sociedade. Ao
falar de representacoes sociais e preciso que se tenha em mente esses
dois elementos estruturantes.
A teoria das representacoes sociais revela-se proveitosa no que diz
respeito a alcancar uma melhor compreensao das praticas coletivas. Por
meio do conhecimento de uma representacao social, e possivel um
entendimento mais adequado dos processos de constituicao simbolica
encontrados na sociedade, nos quais individuos se engajam para dar
sentido ao mundo e nele construir sua identidade social. Os valores que
constituem a centralidade de uma representacao social sao aqueles de
que, em geral, o sujeito nao tem consciencia ou nao explicita, mas que
direcionam sua acao e definem seu comportamento. A essencia da
representacao social constituiu-se da memoria coletiva do grupo e de
suas normas. Tambem se caracteriza por ser de certa forma independente
do contexto social e material imediato, ou seja, nao e
significativamente influenciavel pelos fatos mais recentes. Sua essencia
e, portanto, decisiva para a definicao do sentido que um dado objeto
assume para um grupo em um dado contexto historico e cultural (FERREIRA,
2005).
Na area de Administracao, inumeros autores tem utilizado a
abordagem de representacoes sociais para se aproximar de sentidos
socialmente construidos e atribuidos a determinado fato/objeto. Mitos,
ritos e discursos configuram-se como representacoes sociais e podem
consolidar a identidade cultural das organizacoes (CAVEDON, 2003).
Destacam-se neste campo os estudos de Cavedon (2003, 2005) e de Cavedon
e Ferraz (2005), que se apoiam nesse referencial.
Sendo assim, utilizar-se dos conceitos de Representacoes Sociais,
advindos da Psicologia Social e da Antropologia, neste estudo
possibilita que os profissionais da propria area de Recursos Humanos se
conhecam melhor e possam refletir sobre as representacoes socialmente
construidas, ou seja, o sentido conferido pelos sujeitosestudantes a
area, ao profissional e ao curso em questao.
Na proxima secao sao apresentados elementos que permitem refletir
sobre a trajetoria da area de Recursos Humanos nas organizacoes e como
diferentes autores percebem a area e o profissional de Recursos Humanos.
3. OS MODELOS DE GESTAO DE PESSOAS
As organizacoes possuem diferentes modelos de gestao de pessoas,
influenciados por fatores externos e internos nos seus respectivos
contextos historicos e setoriais. Segundo Fischer (2002), o que
distingue um modelo de outro sao as caracteristicas dos elementos que os
compoem e sua capacidade de interferir na vida organizacional, dando-lhe
identidade propria. O autor chama a atencao para cinco fatores
condicionantes do modelo de gestao de pessoas na organizacao: a
tecnologia adotada, a estrategia de organizacao do trabalho, a cultura
organizacional, a estrutura organizacional e os fatores externos. O
autor assinala que somente o entendimento adequado dos fatores e que
torna possivel delinear um modelo coerente com as necessidades da
empresa.
Ainda segundo Fischer (2002), o modelo de gestao de pessoas pode
ser definido como a maneira pela qual uma empresa se organiza para
gerenciar e orientar o comportamento humano no trabalho, estruturando
seus principios, estrategias, politicas e praticas ou processos de
gestao, implementando diretrizes e orientando os estilos de atuacao dos
gestores. Quando esse conceito e estrategicamente orientado, sua missao
prioritaria consiste em identificar padroes de comportamento coerentes
com o negocio da organizacao. Sendo assim, ressalta o autor, no contexto
organizacional o modelo caracteriza-se como uma variavel dependente das
condicoes em que ocorrem os negocios.
Segundo Gil (2007), este conceito e mais amplo. Para ele, gestao de
pessoas e a funcao gerencial que visa a cooperacao das pessoas que atuam
nas organizacoes, para o alcance dos objetivos tanto organizacionais
quanto individuais. Dutra (2006) partilha de visao semelhante, ao
avaliar que, para a obtencao de uma leitura mais clara da realidade
organizacional, no que se refere a gestao de pessoas, e preciso
adicionar a visao funcionalista e a sistemica a perspectiva do
desenvolvimento humano, que inclui a analise do processo pelo qual a
pessoa agrega valor a organizacao e esta a pessoa.
Para Fischer (2002), e possivel tracar as grandes correntes sobre
gestao de pessoas. As quatro categorias principais apresentadas pelo
autor permitem compreender melhor diferentes momentos da area, que
correspondem a periodos historicos distintos. E importante ter
consciencia, no entanto, de que tais categorias nao sao excludentes e
que uma nova fase nao necessariamente implica o desaparecimento da
anterior, pois esses modelos tem estreita relacao com diversos elementos
do contexto organizacional.
* Departamento de Pessoal. Em 1890 surge a administracao de
Recursos Humanos no desenvolvimento empresarial nos Estados Unidos, area
voltada para transacoes processuais e tramites burocraticos, em razao da
necessidade de administrar tarefas, custos e resultados produtivos por
empregado. Em 1920, Elton Mayo e seus seguidores promovem as primeiras
experiencias de contato entre a Administracao e a Psicologia, iniciando
uma nova fase, que leva a Gestao do Comportamento Humano.
* Gestao do Comportamento Humano. Sofreu a influencia de duas
escolas da Psicologia em diferentes epocas. Nas decadas de 1930 e 40,
predominaria a linha behaviorista do Instituto de Relacoes Humanas da
universidade americana de Yale, e elaboram-se metodos e instrumentos de
avaliacao e desenvolvimento de pessoas, psicologia e psicometria
aplicadas nos procedimentos de gestao das empresas. Tambem nos anos de
1930, iniciou-se um periodo em que a psicologia humanista passaria a
interferir na teoria organizacional: a partir de Abraham Maslow surgem
Herzberg, Argyris e McGregor. Em 1950 surge nos EUA a expressao
Administracao de Recursos Humanos. Nos anos 1960 e 70 passa-se a
valorizar as contribuicoes dos gerentes de linha no relacionamento entre
a empresa e as pessoas, falando-se em treinamento gerencial, motivacao e
lideranca, planejamento da alocacao de pessoal, comunicacao, gestao de
custos e beneficios, gestao do desenvolvimento e comprometimento.
* Modelo Estrategico de Gestao de Pessoas. E o mais influente e
conhecido modelo de gestao de pessoas, surgido nas decadas de 1970 e 80
na Universidade de Michigan, EUA, compreendendo um diferencial que o
distingue dos modelos anteriores: seu carater estrategico. Para isso, os
planos estrategicos dos varios processos de gestao de recursos humanos
seriam derivados das estrategias corporativas da empresa. Nos anos de
1980, desenvolve-se em Harvard, EUA, uma nova perspectiva, mais ampla e
integradora, com politicas de Gestao de Pessoas estruturadas nas
seguintes areas: influencia sobre os funcionarios (filosofia de
participacao), Processos de Gestao de Pessoas (recrutamento,
desenvolvimento e demissao), sistemas de recompensa (incentivos,
compensacao e participacao) e sistemas de trabalho (organizacao do
trabalho). A principal responsabilidade da gestao de Gestao de Pessoas
passava a ser integrar as quatro areas entre si e com a estrategia da
empresa.
* Modelo de Gestao de Pessoas articulado por competencias. A partir
de 1980 intensifica-se a necessidade de adaptacao dos modelos de Gestao
de Pessoas as necessidades crescentes das empresas, uma vez que solucoes
padronizadas capazes de atender qualquer organizacao tornaram-se
insuficientes. Os autores Porter, Hammer e Prahalad direcionam a teoria
organizacional, que passa a conter temas como estrategia competitiva,
vantagem competitiva, reengenharia e reestruturacao, competencias
essenciais e reinvencao do setor, que qualificam o modelo competitivo e
o foco na transformacao organizacional, onde ocupam importante papel as
pessoas, principalmente os agentes do processo de mudanca estrategica.
Os autores ressaltam a importancia desse modelo na tarefa de mobilizar a
energia emocional das pessoas, ou seja, desenvolver e estimular as
competencias humanas necessarias para que as competencias
organizacionais se viabilizem. As pessoas passam a ser vistas como
recursos estrategicos, competencias necessarias para atingir um
posicionamento diferenciado.
Na analise de Fischer, constata-se que a denominacao de Recursos
Humanos passa, lentamente, a de Gestao de Pessoas. Gil (2007) salienta
que a expressao Gestao de Pessoas aparece no final do seculo XX e guarda
similaridade com outras que tambem vieram se popularizando, tais como
Gestao de Talentos, Gestao de Parceiros e Gestao de Capital Humano, em
substituicao a Administracao de Recursos Humanos, que ainda e a mais
comumente utilizada para designar os modos de lidar com as pessoas nas
organizacoes. Para Motta e Vasconcelos (2008), foi a partir dos estudos
de Maslow que se passou a considerar o homo complexus, um individuo que
tem necessidades ligadas ao seu ego, ao seu desenvolvimento pessoal, a
sua aprendizagem e a sua realizacao. Assim, a concepcao do ser humano
foi se tornando complexa e a expressao Recursos Humanos parecia nao ser
mais adequada. A organizacao tambem passou a ser atribuido um papel
social importante, associado a sua preocupacao com lucratividade e
eficiencia. O termo Gestao de Pessoas passa a ser entendido como o mais
adequado, por considerar a pessoa em sua integralidade e nao apenas como
fator produtivo, refletindo a busca de um conceito mais amplo e completo
para designar a coordenacao e a gerencia de pessoas. Nessa perspectiva,
a fase de colonizacao caracterizada por Wood Jr., Tonelli e Cooke (2011)
poderia ser relacionada aos preceitos de Recursos Humanos, enquanto a
fase de neocolonizacao remeteria a Gestao de Pessoas.
Gil (2007) e Motta e Vasconcelos (2008) salientam, no entanto, que
a nomenclatura nao indica o que de fato as organizacoes fazem ou querem
fazer com seus trabalhadores. Os autores enfatizam que muitos consideram
que a mudanca de nomenclatura nao altera o fato de a Administracao
considerar o ser humano como um recurso e explora-lo como tal, sem
modificar a situacao.
Em funcao das tecnicas de gestao de pessoas adotadas, valorizam-se
diferentes perfis gerenciais. Estudos recentes demonstram que o modelo
instrumental de gestao de pessoas, que valoriza um perfil gerencial mais
conservador e burocratico, vem sendo substituido pelo modelo politico,
em que o papel do gerente e o de promover a participacao e o debate. A
capacidade de coordenar debates e gerir conflitos e relacoes
interpessoais passa a ser cada vez mais valorizada (MOTTA; VASCONCELOS,
2008).
Mais recentemente, segundo Motta e Vasconcelos (2008), os
movimentos de humanizacao do trabalho, embasados no conceito do homo
complexus, foram criticados por postular um modelo ideal e unico em
termos de "saude psicologica e moral". Os estudos
sociotecnicos desenvolveram o conceito de identidade social e mostraram
como o ser humano constroi ativamente sua identidade dando sentido a sua
acao no ambiente de trabalho. A motivacao, entao, dependeria de fatores
intrinsecos, relacionados as escolhas do individuo e ao sentido que ele
lhes atribui. Os individuos agem em sociedade, interagindo uns com os
outros e construindo o mundo social por meio dessas interacoes. O
paradigma cognitivista e o interacionismo simbolico descrevem uma visao
baseada no conceito de construcao social da realidade e reunem em uma
analise as estruturas formais, os artefatos humanos e os fatores
relacionais e informais, nao existindo necessariamente uma dicotomia
entre regras e estruturas informais, e sim elementos que se influenciam
mutuamente, interdependentes. Ha, ainda, os fenomenos inconscientes que
influenciam a acao humana, a que se dedicam os estudos em psicanalise de
Pages e Enriquez, que denunciam os efeitos repressores das estruturas
organizacionais sobre a psique e as representacoes humanas. Esses
estudos sao importantes para desvendar e analisar os procedimentos que
conduzem a instrumentalizacao do comportamento humano nas organizacoes
(MOTTA; VASCONCELOS, 2008).
O processo de evolucao da gestao de pessoas no Brasil e marcado
pelo aspecto legal e pelo referencial taylorista-fordista, e e com esse
pano de fundo que os dirigentes empresariais e os profissionais de
Administracao vem se formando. O desconforto com essas questoes so se
consolida nos ultimos anos da decada de 90. Dai a importancia de
repensar a gestao de pessoas no Brasil, para o que e fundamental a
compreensao das bases formadoras da gestao de pessoas, que orientam sua
evolucao, e o entendimento do momento atual e dos desafios que nos
aguardam. Com esse objetivo, buscou-se nas representacoes sociais sobre
a area uma melhor explicacao a respeito das bases que formam a gestao de
pessoas no Brasil. Cabe destacar que, apesar de a literatura apontar
para uma predominancia do termo Gestao de Pessoas, nesta pesquisa
priorizou-se o termo Recursos Humanos, por ser a nomenclatura mais usual
nos cursos de Administracao e a mais presente nas falas dos alunos, nos
grupos focais.
Os topicos a seguir destacam a metodologia utilizada e os
resultados obtidos a partir das representacoes sociais referentes a
area, ao curso e ao profissional de Recursos Humanos.
4. PROCEDIMENTOS METODOLOGICOS
Este estudo caracteriza-se por ser exploratorio, especialmente por
ser parte de uma pesquisa ampla, realizada com o intuito de compreender
as representacoes sociais de academicos e docentes da Administracao a
respeito da area de Recursos Humanos, no que se refere tanto ao que e
percebido durante o curso de graduacao em Administracao, quanto a
posicao identificada dentro das organizacoes. O processo de pesquisa foi
dividido em tres etapas, das quais se apresenta neste trabalho a segunda
(survey com academicos de tres universidades). Todo o processo de
pesquisa foi iniciado com dois grupos focais, de academicos, que
manifestaram uma primeira impressao a respeito de como a area e
representada pelos academicos de Administracao. Com os resultados dos
grupos focais foi estruturado um questionario sobre as representacoes
sociais da area de gestao de pessoas, que foi aplicado a academicos de
tres universidades, de onde partiram os resultados aqui apresentados. A
terceira etapa da pesquisa constituiu-se de entrevistas com docentes do
curso de Administracao da universidade onde foram realizados os grupos
focais.
A segunda etapa de toda a pesquisa, caracterizada pela abordagem
quantitativa, apresentada neste artigo, adotou como estrategia de
pesquisa a survey, que corresponde a um levantamento de dados, com o
proposito de coletar informacoes para a pesquisa por meio de um
instrumento autoadministrado. Optou-se por essa estrategia em razao da
necessidade de abranger uma populacao significativa dos academicos do
curso de graduacao em Administracao das tres universidades e em virtude
da utilizacao do questionario para a coleta.
A escolha da abordagem quantitativa, representada pela survey,
deu-se, como ja mencionado na escolha da estrategia de pesquisa, pelo
tamanho da populacao e o tipo de instrumento de coleta de dados que se
mostrou mais adequado ao objetivo da pesquisa. Autores como Hair (2005)
e Malhotra (2001) sao fontes de referencia para a consolidacao do metodo
de pesquisa determinado para a fase do estudo aqui apresentada. Mesmo
reconhecendo, nas pesquisas ja identificadas, que o tema Representacoes
Sociais tem sido mais vinculado a pesquisas de abordagem qualitativa,
nao ha restricao quanto a uma pesquisa quantitativa sobre o mesmo.
Assim, a abordagem escolhida deveria corresponder mais ao tamanho e tipo
da populacao, fatos que fundamentaram a escolha, buscando medir a
quantidade e frequencia dos fatos pesquisados, conforme as diretrizes
apresentadas por Nau (1995). A populacao deste estudo foi constituida
por academicos de diferentes semestres do curso de graduacao em
Administracao de tres universidades federais do Rio Grande do Sul.
O universo pesquisado era de aproximadamente 3.000 academicos,
entre as tres universidades. A partir de uma amostragem nao
probabilistica, por conveniencia (foram aplicados os questionarios com
os academicos presentes nas datas em que se teve acesso aos cursos nas
respectivas universidades), que totalizou 422 questionarios respondidos,
dos quais tres foram eliminados por nao se apresentarem adequados,
chegou-se a uma amostra com 419 questionarios. Considerando-se o total
da populacao, em um calculo amostral de selecao aleatoria dos
entrevistados, seriam necessarios 341 questionarios. Assim, a quantidade
de respondentes esta acima do valor estabelecido para o parametro de 95%
de confianca e 5% de erro amostral, permitindo a generalizacao dos dados
encontrados.
Os dados da pesquisa foram coletados a partir de um questionario
autoadministrado. O instrumento de coleta de dados foi estruturado
mediante questoes relacionadas as Representacoes Sociais sobre a area, o
profissional e o curso de Gestao de Pessoas, a partir das informacoes
coletadas nos dois grupos focais formados anteriormente. Com a analise
dos dados, foi possivel validar o instrumento de coleta de dados por
meio de uma analise fatorial exploratoria, cujos resultados tambem foram
analisados, para que se identificassem as representacoes sociais sobre a
area de Gestao de Pessoas.
A analise dos dados procedeu da seguinte forma: 1) Revisao, para
identificacao de eventuais instrumentos incorretamente preenchidos e que
deveriam ser eliminados; 2) Analise fatorial destinada essencialmente a
reducao e sumarizacao dos dados (MALHOTRA, 2001) e validacao do
instrumento. Por meio da constatacao dos fatores mais presentes de cada
constructo, nos dados coletados, foi possivel a identificacao das
representacoes sociais da area de Recursos Humanos; 3) Descricao e
analise das principais representacoes encontradas entre os academicos
sobre a area de Recursos Humanos.
5. CARACTERIZACAO DA AMOSTRA
A amostra analisada constitui-se de 419 academicos de
Administracao, das diversas areas de concentracao, procedentes de tres
universidades federais do Estado do Rio Grande do Sul. Dos respondentes,
62,8% pertencem a Universidade Federal do Rio Grande do Sul UFRGS; 25,3%
a Universidade Federal de Santa Maria--UFSM; e 11,7% a Fundacao
Universidade de Rio Grande--FURG. Ter sido maior o numero de
respondentes da UFRGS deveu-se ao maior numero de alunos de
Administracao desta instituicao. Quanto ao semestre que estao cursando,
a amostra mostrouse bem distribuida.
A maioria dos respondentes e do genero masculino (261),
representando 62% do total. A media de idade situou-se em 23 anos,
variando de 17 a 46 anos. Quanto a area de interesse dos estudantes,
30,1% pertencem a area de financas, 22,7% a de marketing, 16,2% a de RH,
10,3% a de producao e sistemas, e apenas 3,8% revelaram interesse na
area de administracao publica. Do total, 71 estudantes nao responderam
esta questao, provavelmente por estarem em inicio de curso ou por seu
curso nao oferecer area de concentracao.
No tocante a experiencia profissional, 73,5% informaram que ja
tiveram experiencia no mercado de trabalho, seja como efetivos, seja
como estagiarios. A media de atuacao no mercado de trabalho ficou em 4
anos, tendo variado de 1 mes a 32 anos, o que demonstra a
heterogeneidade da amostra neste aspecto. Tal experiencia profissional
ocorreu, predominantemente, em empresas privadas (39,1%), seguidas de
empresas publicas (23,6%) e empresas familiares (6,9%).
Dos 419 respondentes, 57% informaram que ja cursaram alguma
disciplina de Recursos Humanos durante o curso de graduacao, o que faz
com que tenham nocoes sobre a area passadas em sala de aula. No entanto,
acredita-se que esse numero possa ser ainda maior, pois se observou que
alguns estudantes nao reconhecem as disciplinas de Psicologia Aplicada a
Administracao e Sociologia Aplicada a Administracao como relacionadas a
area de RH.
5.1. Analise dos dados
O primeiro passo na analise de dados foi a eliminacao dos outliers,
bem como rodar as frequencias, a fim de identificar possiveis erros.
Posteriormente, testou-se a hipotese de normalidade da amostra efetiva,
por meio do teste Kolmogorov-Sminorv, a qual foi comprovada. Os
resultados foram representativos para todas as variaveis (significancia
de 0,000 em todas), demonstrando a normalidade dos mesmos e consentindo
a estatistica multivariada posteriormente realizada.
Verificada a normalidade da amostra, realizouse, entao, a analise
fatorial, de forma a validar o instrumento de pesquisa construido a
partir dos resultados dos grupos focais. Partiu-se, assim, para a
analise da matriz de correlacao. Nao foram encontrados altos valores, o
que indica que os respondentes nao interpretaram diferentes questoes
como iguais.
Para verificar a adequacao da aplicacao da analise fatorial,
aplicaram-se os testes de esfericidade de Bartlett e Kaiser-Meyer-Olkin
(KMO), por meio dos quais se pode comprovar a adequacao do modelo--o KMO
apresentou o valor de 0,737 e o teste de esfericidade de Bartlett foi
significativo (0,000). E importante evidenciar ainda que, no tocante a
coerencia interna do modelo medida pelo Alfa de Cronbach, o teste
apresentou-se satisfatorio, tendo como valor 0,73.
A fim de maximizar a carga das variaveis nos fatores, utilizou-se,
neste trabalho, a rotacao varimax. Na analise dos componentes
principais, o modelo apresentou 55,93% da variancia total, explicada por
meio da categorizacao com oito fatores. Essa analise partiu de 50
variaveis estruturadas a partir do modelo teorico, das quais 26 foram
descartadas, em razao de seu baixo grau de explicacao (comunalidade
menor que 0,5). As variaveis ficaram divididas entre os fatores,
conforme o Quadro 1. Pode-se observar que em um dos fatores uma variavel
apresenta carga inferior a 0,5. A mesma foi mantida por se apresentar
complementar ao fator e por estar, mesmo com a carga inferior, bem
definida no fator e em nenhum outro.
Com essa analise pode-se validar e verificar a confiabilidade do
instrumento de pesquisa. Uma vez identificados os oito fatores, foram
eles analisados a partir das medias das variaveis que os compoem, a fim
de que se pudessem entender as representacoes sociais associadas a eles
no que se refere a area, ao profissional e ao curso de Recursos Humanos.
Os resultados sao apresentados a seguir.
5.2. As representacoes sociais sobre RH segundo a visao dos
academicos de Administracao
Na analise dos resultados, foi possivel constatar que todas as 50
variaveis do questionario tiveram respostas que variaram de 1 a 5, ou
seja, desde o "discordo totalmente" ate o "concordo
totalmente", o que demonstra a heterogeneidade das opinioes dos
alunos. Essa heterogeneidade nas opinioes pode ter sido influenciada
pela propria heterogeneidade do grupo pesquisado, devida as diferencas
de idade, periodo do curso em que se encontram os integrantes do grupo e
seu tempo de experiencia profissional, e parece refletir o desacordo de
opinioes que os temas de Gestao de Pessoas suscitam. No entanto, a
heterogeneidade de respostas nao se mostrou estatisticamente
significativa, tornando necessaria a realizacao de analises fatoriais
separadas, de acordo com caracteristicas do grupo de respondentes.
No Quadro 1 sao apresentados os oito fatores e as respectivas
variaveis. Em seguida, registramse a descricao e a analise dos fatores.
O primeiro fator trouxe representacoes que remetiam a
desvalorizacao da area, do curso e do profissional que trabalha em
Recursos Humanos, tendo englobado as seguintes variaveis: V46 (Quem
trabalha em RH acredita ocupar uma posicao inferior nas organizacoes,
comparativamente as pessoas que trabalham em outras funcoes
administrativas); V47 (O administrador que opta por trabalhar com RH
sabe que vai ter um salario inferior ao de outros administradores); V39
(No curso de Administracao, a area de concentracao menos exigente e o
RH); V32 (E raro um profissional de RH galgar posicoes hierarquicas mais
altas na organizacao); V37 (O RH e a area da Administracao em que os
profissionais ganham menos).
Fazendo-se uma ligacao deste fator com o que se encontrou na teoria
sobre Recursos Humanos, e possivel relacionar a visao negativa da area
ao que aparece nos estudos de Fischer, Gil e Dutra. Tais autores
mencionam que a area de Recursos Humanos deve ser considerada importante
para a organizacao, e consideram que, quanto mais competitiva a empresa,
mais importante se torna a atuacao de um RH estrategico; no entanto,
como os proprios autores assinalam, as empresas encontram-se em diversos
estagios de evolucao da area de RH, havendo algumas que apresentam um
setor pouco estruturado ou relegado a um segundo plano, ainda adaptando
sua realidade a necessidade de pensar a gestao de pessoas. Cabe
considerar, ademais, que muitos academicos ja estao estagiando em alguma
empresa ou tem conhecimento do que acontece nas organizacoes pelos
relatos dos colegas, fato que pode ter contribuido para que parte da
amostra ainda revele uma visao negativa da area.
As respostas para essas variaveis concentraram-se mais proximas dos
valores de neutralidade e discordancia, indicando que os alunos de
Administracao tem opinioes divergentes. A variavel que apresentou o mais
alto indice de concordancia dentro do fator foi a V39, que ve a area de
RH como a menos exigente do curso de Administracao. O fato de os alunos
terem sinalizado as disciplinas relacionadas a area como as mais faceis
nos leva a refletir sobre como os professores da area de RH vem
trabalhando em sala de aula. Alem disso, a constatacao desse resultado
permite perguntar se a existencia de tal representacao, no contexto
academico, nao faz com que alguns alunos procurem esta enfase/area e, ao
mesmo tempo, que outros deixem de procura-la, pela
"facilidade" de desenvolvimento dos trabalhos.
O segundo fator apresentou variaveis relacionadas aos resultados
para a empresa: V7 (Os projetos de RH trazem resultados apenas a medio e
longo prazo); V22 (Projetos de RH levam muito tempo para dar resultado);
V13 (Nas organizacoes nao e necessaria a existencia de um setor
especifico de RH, basta haver profissionais tecnicos que auxiliem os
gestores nos assuntos relativos a RH). No tocante a esse fator, de forma
geral, as respostas tiveram uma media proxima da neutralidade, indicando
que os respondentes novamente se dividiram entre os que concordam e os
que discordam das sentencas. A variavel em que os alunos mais tenderam a
discordancia foi a V13, o que evidencia que os alunos consideram
importante que exista uma area de Recursos
Humanos nas empresas. Relacionando-se isso com a teoria, pode-se
perceber uma ligacao entre as respostas dos alunos e a importancia
atribuida pelos autores ao setor de RH nas organizacoes. Nesse fator e
interessante observar que aparece uma contradicao nas respostas dos
alunos, pois, ao mesmo tempo em que se dividem entre os que veem a area
trazendo resultados para a organizacao e os que nao, a maioria discorda
de que a area seja desnecessaria para a organizacao.
Setor Isolado e Distante foi a denominacao atribuida ao terceiro
fator, cujas variaveis sao: V16 (Na pratica, o RH ainda desempenha
apenas a funcao de Departamento de Pessoal, ou seja, suas funcoes se
limitam a aspectos legais como folha de pagamento, admissao e demissao);
V31 (O RH e um setor distante dos funcionarios); V15 (O RH e um setor
isolado dentro das organizacoes). Novamente, o nivel de respostas ficou
neutro, com uma tendencia, no entanto, a discordancia. Assim, pode-se
perceber a relacao entre estes topicos e a urgencia que alguns autores
apontam de revisar a estrutura e o funcionamento da area, a fim de que
lhe seja atribuido seu verdadeiro papel e valor. Apesar da tendencia a
discordancia, e preocupante que a area que trata dos assuntos mais
diretamente relacionados aos funcionarios seja considerada por
praticamente metade dos alunos como distante destes e tambem das demais
areas da organizacao. Deparar-se com esses resultados deve fazer com que
os profissionais da area avaliem a forma pela qual o setor e suas
atividades estao estruturados e alinhados com os demais setores
organizacionais e, tambem, como os profissionais vem se posicionando
dentro das organizacoes.
O fator 4 revela a representacao social que associa os
profissionais da area com uma aversao a numeros. As variaveis que o
compoem sao apenas duas: V36 (Quem nao gosta de lidar com numeros opta
pela area de RH) e V48 (As pessoas escolhem trabalhar com RH para fugir
da matematica). Essa visao foi apresentada por alguns alunos como
verdadeira, por outros como uma inverdade. Este fator pode ser
relacionado ao fato de que os temas abordados nas disciplinas de RH sao
mais subjetivos: na visao dos alunos, as pessoas que tendem a gostar
desta area tendem tambem a nao gostar de numeros. A divisao dos alunos
entre aqueles que concordam e os que discordam leva-nos a pensar que a
concordancia pode ser devida ao pouco conhecimento sobre o trabalho
desenvolvido na area e, alem disso, a circunstancia de que parte dos
alunos cursa o inicio do curso e ainda nao teve contato com disciplinas
relacionadas ao subsistema de Administracao da Remuneracao, por exemplo,
que demanda do profissional relativa destreza com numeros. Alem disso,
na concepcao atual da area de RH, e fundamental a mensuracao de
resultados e indices de desempenho do departamento e tambem dos
funcionarios, o que demanda habilidade com numeros.
O quinto fator evidencia que o profissional tem que gostar de
pessoas. As variaveis deste fator sao: V45 (E preciso gostar da area de
Humanas para optar por trabalhar com RH); V11 (O RH deveria estar
integrado as outras areas da organizacao); V3 (O RH e o responsavel por
alocar o funcionario na area da organizacao na qual ele sera mais
rentavel); V42 (O profissional de RH acredita que realmente esta
ajudando as pessoas). Essas variaveis, de forma geral, situaram-se
proximas da neutralidade, tendendo a concordancia. A V11 foi a que teve
o nivel de concordancia mais alto do fator, indo ao encontro do exposto
na teoria: a area precisa estar integrada as demais areas e seu
profissional precisa trabalhar em conjunto com os profissionais das
demais areas. A representacao de que e preciso gostar da area de humanas
para trabalhar em RH tambem teve concordancia significativa por parte
dos respondentes (V45). Esse fator demonstra uma contradicao inerente a
area, ja apontada na teoria. Ao mesmo tempo que ha a crenca de que o
profissional gosta de pessoas e que acredita que as esta ajudando, ha a
conviccao de que o profissional deve pensar e agir conforme os
interesses da organizacao, alocando, por exemplo, o funcionario na
funcao em que este trara o melhor retorno para a organizacao. Como diz o
ditado popular, e como se "o RH servisse a dois senhores".
O sexto fator revelou um setor de RH vinculado ao trabalho dos
psicologos. E composto de duas variaveis: V43 (Nas organizacoes, em
geral, RH e uma area ocupada predominantemente por psicologos) e V35 (Os
psicologos tomam espaco dos administradores nos departamentos de RH das
organizacoes). Em ambas as variaveis, a media das respostas situou-se
muito proxima ao nivel de neutralidade, mostrando que as respostas dos
estudantes variaram bastante quanto a esse aspecto. Tal fator reflete a
opiniao de que os psicologos acabam entrando na area de RH por
trabalharem melhor com os fatores psicologicos e, em funcao disso, podem
acabar "tomando" o lugar dos administradores de RH, opiniao
que apareceu nos dois grupos focais realizados e que, na analise dos
resultados, abarcou a concordancia de cerca de metade dos entrevistados.
Pode-se relacionar esse fator com duas representacoes anteriores: a
aversao a numeros e o gosto de lidar com pessoas, dado o fato de o curso
de Psicologia ser mais voltado para aspectos subjetivos.
No setimo fator, o RH e visto como defensor dos funcionarios. Esse
fator formou-se por duas variaveis, que sao: V21 (O RH e responsavel
pela humanizacao das organizacoes, defendendo os funcionarios dos abusos
da gestao) e V4 (Uma das funcoes do RH e defender os funcionarios). As
respostas demonstram que as opinioes se dividem a esse respeito, e isso
pode ter relacao com a visao apresentada no quinto fator, segundo a qual
o profissional deve gostar de pessoas. Reaparece novamente a dualidade
sobre o "servico a dois senhores": na visao de parte dos
alunos, a area deve defender a empresa, estando alinhada aos interesses
desta, e, na visao de outros, defender os funcionarios, quando haja
conflito de interesses entre os funcionarios e a organizacao.
O oitavo fator refletiu o entendimento de uma area voltada a apurar
o desempenho dos funcionarios, compreendendo as seguintes variaveis: V12
(O RH e responsavel pela avaliacao de desempenho); V29 (Para as micro e
pequenas empresas e mais vantajoso contratar consultorias do que manter
um profissional de RH em seus quadros); V26 (Avaliacao de desempenho e
uma ferramenta do RH). De todos os fatores, esse foi o que revelou o
maior nivel de concordancia, demonstrando que a vinculacao do setor de
RH a avaliacao de desempenho nas organizacoes e bem forte, sendo uma das
representacoes que, de forma geral, mais caracteriza a area. Tal
resposta pode estar vinculada aos conteudos trabalhados nas disciplinas
de RH das Universidades e, tambem, a constante cobranca de desempenho
vivenciada pelos respondentes nos seus ambientes de trabalho. O trabalho
de avaliacao de desempenho dos funcionarios e encarado como funcao
estrategica do departamento, para alinhamento com os demais setores. Ja
quando se fala em pequenas e medias empresas, nota-se a tendencia a
concordar em que e mais vantajoso atender as demandas de RH, entre as
quais a avaliacao de desempenho, por meio de empresas de consultorias.
Nas consideracoes finais sao apresentadas reflexoes procedentes dos
resultados encontrados, bem como uma relacao identificada entre os oito
fatores.
6. CONSIDERACOES FINAIS
O presente estudo, desenvolvido entre os alunos de graduacao em
Administracao de tres universidades federais do Rio Grande do Sul, teve
como objetivo verificar suas representacoes sociais relativas a area, ao
curso e ao profissional de Recursos Humanos. O estudo fez parte de uma
pesquisa maior, que envolveu diferentes tecnicas de coleta e analise dos
dados. A pesquisa passou por tres fases: iniciou-se com a realizacao de
dois grupos focais, que serviram de base para a construcao do
questionario, passou pela aplicacao e analise deste e culminou em
entrevistas com docentes. Neste artigo foram apresentados os resultados
da etapa quantitativa referente a aplicacao de questionarios e a analise
fatorial dos dados. O tratamento das representacoes apontadas no
questionario foi realizado a partir de diferentes tecnicas estatisticas,
sendo a analise fatorial a principal, que permitiu a melhor
identificacao dessas representacoes.
Percebe-se que a construcao das representacoes dos alunos tende a
ser vinculada com o que eles tem como vivencia, seja esta pratica ou
teorica. E interessante destacar que as 50 variaveis do questionario
tiveram respostas que variaram de 1 a 5, desde o "discordo
totalmente" ate o "concordo totalmente", o que demonstra
a heterogeneidade das opinioes dos alunos. As medias das respostas dos
alunos situaram-se em torno de 3 em diversas variaveis, ou seja,
situaram-se em torno da neutralidade. No entanto, a analise de
frequencia das respostas indicou que esses academicos, na maioria das
vezes, demonstraram tanto concordancia quanto discordancia em relacao a
sentenca exposta. Deve-se ressaltar que, de forma geral, as medias das
variaveis se situaram proximas a neutralidade, o que indica que os
futuros administradores vem formando representacoes bem definidas do
curso, da area e do profissional de Recursos Humanos.
Conforme ja demonstrado, as representacoes sociais dos alunos sobre
Recursos Humanos, vindo ao encontro do exposto pela teoria, refletiram
em muitos momentos discursos legitimados tanto na academia como nas
organizacoes, como, por exemplo, a necessidade de alinhamento as demais
areas, a busca de um gestor mais estrategico, a procura constante por
desempenho, tanto individual quanto das equipes, entre outros. Essa
preocupacao corresponde ao posicionamento que a area vem adquirindo,
conforme evidenciado na evolucao dos modelos de RH (FISCHER, 2002). E
possivel perceber a influencia das escolas de Administracao nesse
processo, conforme salientado por Wood Jr., Tonelli e Cooke (2011),
ecoando a influencia do management, especialmente na fase denominada de
neocolonizacao pelos autores, evidenciada pela busca de uma nova postura
estrategia, de novos procedimentos e de um novo discurso, mais vinculado
a competitividade e ao desempenho.
As variaveis que suscitaram os maiores niveis de concordancia foram
as relacionadas a area de RH, a avaliacoes de desempenho e a
representacao de que e preciso gostar da area de Humanas para trabalhar
em RH. Foi fortemente assinalada a importancia de gostar de lidar com
pessoas para que se trabalhe com RH. Alem disso, as respostas foram de
concordancia quanto a afirmacao de que o RH deve estar vinculado as
demais areas da organizacao, remetendo a discussao sobre a importancia
do alinhamento estrategico do setor com os objetivos da organizacao.
Quando se volta o olhar para a area de RH, percebe-se o quanto ela
e contraditoria em si. Pode-se pensar em uma contradicao ontologica da
area, em funcao das diferentes perspectivas de definicao do seu papel e
de seus profissionais nas organizacoes, assim como no ensino e na
pesquisa. Por mais que seja possivel tracar um panorama da evolucao dos
modelos de RH, sabese que tais modelos nao refletem a homogeneidade do
que ocorre no interior das organizacoes. Conforme a propria revisao
teorica do artigo demonstrou, ao se falar de Recursos Humanos e/ou
Gestao de Pessoas, o que se percebe e que tem havido diferentes
definicoes desta area ao longo do tempo. Por meio de dados coletados
durante a fase dos grupos focais preliminar a aplicacao dos
questionarios--, constatou-se a representacao de que ha uma falta de
unidade da area, e muitas vezes a discriminacao por parte de outras
areas faz com que as contradicoes sejam ainda mais aparentes. Muitas
vezes, o proprio profissional da area encontra-se confuso sobre qual
seja seu objetivo: servir aos interesses dos acionistas ou dos
trabalhadores? Ou, ainda, ser o ponto de equilibrio entre os dois? E
esse ponto de equilibrio, de resto pode ser alcancado? Alem disso, a
definicao de papeis dentro dessa categoria esta ligada as constantes
mudancas ocorridas no mundo globalizado, indicando a necessidade de
posicionamento do RH como parceiro estrategico (ULRICH, 1998; BOXALL;
PURCELL, 2003), embora em muitas organizacoes ele continue
tradicionalmente operando como um executor de tarefas operacionais. Esse
papel vem se contrapondo, assim, na pratica, ao discurso estrategico
apregoado na teoria.
Este artigo nao pretendeu esgotar o tema, mas lancar indagacoes, a
partir dos dados apresentados, que estimulem a reflexao sobre esses
assuntos. Os resultados da pesquisa nos induzem a refletir mais
profundamente sobre o porque de tamanha variacao nas respostas (de 1 a 5
em todas variaveis) e, ademais, sobre o fato de, na media, as respostas
se terem situado muito proximas da neutralidade. Tais resultados podem
estar relacionados a um esforco da propria area de RH para consolidar
seu posicionamento nas organizacoes, favorecendo uma identidade que a
fortaleca enquanto area.
Angela Beatriz Busato Scheffer
Professora Adjunta da UFRGS--Porto Alegre-RS, Brasil
Doutora em Administracao pela UFRGS
E-mail: absgaray@ea.ufrgs.br
Daniele dos Santos Fontoura
Doutoranda em Administracao na UFRGS--Porto Alegre-RS, Brasil
E-mail: daniele_fontoura@yahoo. com.br
Carolina Freddo Fleck
Professora Adjunta da UNIPAMPA--Sant'ana do Livramento-RGS,
Brasil
Doutora em Administracao pela UFRGS
E-mail: carolinafleck@unipampa.edu.br
Leticia Weber
Mestre em Administracao pela UFRGS--Porto Alegre-RS, Brasil
E-mail: leticia.weber@brde.com.br
DOI: 10.5700/rege512
Recebido em: 26/9/2010
Aprovado em: 10/7/2012
7. REFERENCIAS
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ULRICH, Dave. Os Campeoes de Recursos Humanos: inovando para obter
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Quadro 1--Fatores finais
1 2 3 4
1. Desvalorizacao da area, do
curso e do profissional
V46. Quem trabalha em RH 0,7 7
acredita ocupar uma posicao
inferior nas organizacoes,
comparativamente as pessoas
que trabalham em outras
funcoes administrativas
V47. O administrador que opta 0,7 6
por trabalhar com RH sabe que
vai ter um salario inferior ao
de outros administradores
V39. No curso de Administracao, 0,5 7
a area de concentracao menos
exigente e a de RH
V32. E raro um profissional de 0,5 5
RH galgar posicoes hierarquicas
mais altas na organizacao
V37. RH e a area da 0,5 3
Administracao em que os
profissionais ganham menos
2. Resultados para a empresa
V7. Os projetos de RH trazem 0,7 4
resultados apenas a medio e
longo prazo
V22. Projetos de RH levam muito 0,6 7
tempo para dar resultado
V13. Nas organizacoes nao e 0,5 0
necessaria a existencia de um
setor especifico de RH, basta
haver profissionais tecnicos
que auxiliem os gestores nos
assuntos relativos a RH
3. Setor isolado e distante
V16. Na pratica, o RH ainda 0,7 4
desempenha apenas a funcao de
Departamento de Pessoal, ou
seja, suas funcoes se limitam
a aspectos legais como folha
de pagamento, admissao e
demissao
V31O RH e um setor distante 0,7 0
dos funcionarios
V15. O RH e um setor isolado 0,5 6
dentro das organizacoes
4. Profissional com aversao a
numeros
V36. Quem nao gosta de lidar 0,7 6
com numeros opta pela area
de RH
V48. As pessoas escolhem 0,7 2
trabalhar com RH para fugir
da matematica
5. Profissional tendo que
gostar de pessoas
V45. E preciso gostar da area
de Humanas para optar por
trabalhar com RH
V11. O RH deveria estar
integrado as outras areas da
organizacao
V3. O RH e o responsavel por
alocar o funcionario na area da
organizacao na qual ele sera
mais rentavel
V42. O profissional de RH
acredita que realmente esta
ajudando as pessoas
6. Setor vinculado ao trabalho
dos psicologos
V43. Nas organizacoes, em
geral, RH e uma area ocupada
predominantemente por
psicologos
V35. Os psicologos tomam espaco
dos administradores nos
departamentos de RH das
organizacoes
7. Setor como defensor dos
funcionarios
V4. Uma das funcoes do RH e
defender os funcionarios
V21. O RH e responsavel pela
humanizacao das organizacoes,
defendendo os funcionarios dos
abusos da gestao
8. Area voltada a apurar o
desempenho dos funcionarios
V12. O RH e responsavel pela
avaliacao de desempenho
V29. Para as micro e pequenas
empresas, e mais vantajoso
contratar consultorias do que
manter um profissional de RH em
seus quadros
V26. Avaliacao de desempenho
e uma ferramenta do RH
5 6 7 8
1. Desvalorizacao da area, do
curso e do profissional
V46. Quem trabalha em RH
acredita ocupar uma posicao
inferior nas organizacoes,
comparativamente as pessoas
que trabalham em outras
funcoes administrativas
V47. O administrador que opta
por trabalhar com RH sabe que
vai ter um salario inferior ao
de outros administradores
V39. No curso de Administracao,
a area de concentracao menos
exigente e a de RH
V32. E raro um profissional de
RH galgar posicoes hierarquicas
mais altas na organizacao
V37. RH e a area da
Administracao em que os
profissionais ganham menos
2. Resultados para a empresa
V7. Os projetos de RH trazem
resultados apenas a medio e
longo prazo
V22. Projetos de RH levam muito
tempo para dar resultado
V13. Nas organizacoes nao e
necessaria a existencia de um
setor especifico de RH, basta
haver profissionais tecnicos
que auxiliem os gestores nos
assuntos relativos a RH
3. Setor isolado e distante
V16. Na pratica, o RH ainda
desempenha apenas a funcao de
Departamento de Pessoal, ou
seja, suas funcoes se limitam
a aspectos legais como folha
de pagamento, admissao e
demissao
V31O RH e um setor distante
dos funcionarios
V15. O RH e um setor isolado
dentro das organizacoes
4. Profissional com aversao a
numeros
V36. Quem nao gosta de lidar
com numeros opta pela area
de RH
V48. As pessoas escolhem
trabalhar com RH para fugir
da matematica
5. Profissional tendo que
gostar de pessoas
V45. E preciso gostar da area 0,6 4
de Humanas para optar por
trabalhar com RH
V11. O RH deveria estar 0,6 4
integrado as outras areas da
organizacao
V3. O RH e o responsavel por 0,5 2
alocar o funcionario na area da
organizacao na qual ele sera
mais rentavel
V42. O profissional de RH 0,4 7
acredita que realmente esta
ajudando as pessoas
6. Setor vinculado ao trabalho
dos psicologos
V43. Nas organizacoes, em 0,7 1
geral, RH e uma area ocupada
predominantemente por
psicologos
V35. Os psicologos tomam espaco 0,7 0
dos administradores nos
departamentos de RH das
organizacoes
7. Setor como defensor dos
funcionarios
V4. Uma das funcoes do RH e 0,8 4
defender os funcionarios
V21. O RH e responsavel pela 0,8 0
humanizacao das organizacoes,
defendendo os funcionarios dos
abusos da gestao
8. Area voltada a apurar o
desempenho dos funcionarios
V12. O RH e responsavel pela 0,6 2
avaliacao de desempenho
V29. Para as micro e pequenas 0,5 9
empresas, e mais vantajoso
contratar consultorias do que
manter um profissional de RH em
seus quadros
V26. Avaliacao de desempenho 0,5 8
e uma ferramenta do RH
Fonte: Elaborado pelas autoras.