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  • 标题:O monitoramento de desempenho esta alinhado com a estrategia? --observacao em frigorificos da caprinovinocultura da Bahia--.
  • 作者:de Castro Guedes, Cleide Miranda ; Passos, Francisco Uchoa ; Sampaio, Renelson Ribeiro
  • 期刊名称:Revista de Gestao USP
  • 印刷版ISSN:1809-2276
  • 出版年度:2012
  • 期号:July
  • 语种:Spanish
  • 出版社:Faculdade de Economia, Administracao e Contabilidade - FEA-USP

O monitoramento de desempenho esta alinhado com a estrategia? --observacao em frigorificos da caprinovinocultura da Bahia--.


de Castro Guedes, Cleide Miranda ; Passos, Francisco Uchoa ; Sampaio, Renelson Ribeiro 等


1. INTRODUCAO

A caprinovinocultura do Estado da Bahia e uma atividade de relevancia economica e social, visto que constitui uma importante fonte de recursos, geradora de emprego e renda, quer no ambito da agricultura familiar, quer na esfera das emergentes atividades empresariais de criacao de caprinos e ovinos. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatistica (IBGE), a Bahia tem o maior rebanho caprino do Brasil (39%) e o segundo maior rebanho de ovinos (19,8%). Assim, a cadeia produtiva que da suporte ao setor tem merecido a atencao de governos estaduais e de instituicoes de apoio ao desenvolvimento e pesquisa (IBGE, 2009). Como evidencia dessa atencao, menciona-se que, em 2007, foi criado no Estado o Arranjo Produtivo Local (APL) do setor. O APL da caprinovinocultura e um projeto do Programa de Fortalecimento da Atividade Empresarial do Estado da Bahia (Progredir), executado pela Secretaria de Ciencia, Tecnologia e Inovacao (Secti) em parceria com o Instituto Euvaldo Lodi (IEL), com a Fundacao de Amparo a Pesquisa do Estado da Bahia (FAPESB) e com o Servico Brasileiro de Apoio as Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE), e cofinanciado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Com uma governanca atuante, o APL estende-se atualmente por 39 municipios do Estado, e seu fortalecimento e percebido, na regiao, como fator de geracao de emprego e renda para uma grande parte da populacao do semiarido baiano.

Em paralelo com o fortalecimento do setor, tem sido observada uma demanda crescente por produtos da caprinovinocultura no Nordeste e outras regioes, vinda de consumidores urbanos de media e alta renda. Essa demanda tem incentivado a profissionalizacao do setor, historicamente comprometido com a informalidade e com o abate clandestino. Assim, nos ultimos anos tem ocorrido um movimento continuo de estruturacao organizacional nos elos da criacao, abate, producao e distribuicao de carnes de ovinos e caprinos. Tal movimento passa pela implantacao de frigorificos abatedouros autorizados e fiscalizados pelos orgaos governamentais de defesa e inspecao sanitaria animal, que fazem cumprir a legislacao e regulamentos do Ministerio da Agricultura, Pecuaria e Abastecimento (MAPA).

Nesse contexto, a fim de atender as expectativas de um mercado consumidor cada vez mais exigente, e para cumprir as disposicoes dos orgaos de fiscalizacao, os frigorificos do setor tem sido pressionados a implementar diversificados tipos de controle, configurando-se o paradoxo de um negocio tradicional, pouco intensivo de tecnologia, que, no entanto, nao pode prescindir de sistemas de monitoramento de desempenho com relativo grau de complexidade.

O exercicio profissional de um dos autores do presente trabalho na Federacao das Industrias do Estado da Bahia (FIEB) permitiu observar que a contingencia em que atuam os referidos frigorificos tem causado certa dificuldade para a pratica da gestao estrategica dessas empresas, particularmente no que se refere a escolha dos indicadores de desempenho adequados e ao alinhamento desses indicadores com os objetivos estrategicos do negocio. Dentre outras disfuncoes, constatou-se que alguns frigorificos do setor despendiam elevados esforcos para o monitoramento do desempenho de atividades que nao tinham clara finalidade estrategica, enquanto deixavam de monitorar adequadamente atividades importantes para a estrategia do negocio.

A literatura sobre o tema tem apontado que, para ocupar posicoes competitivas favoraveis, as empresas deveriam eleger indicadores de desempenho relevantes e aderentes a estrategia pretendida (DIEHL; SOUZA, 2008; MULLER; 2003; VALLES, 2009; KAPLAN; NORTON, 1997; MINTZBERG et al., 2006). Assim sendo, este trabalho parte da premissa de que o alinhamento entre os indicadores de desempenho efetivamente monitorados e o plano estrategico (explicito ou nao) do negocio constitui uma caracteristica importante da gestao, uma vez que ficaria evidenciado que os propositos almejados pela organizacao se realizariam por intermedio das acoes que estao de fato acontecendo e impulsionando o desempenho da organizacao.

Isso posto, duas questoes motivam o presente estudo:

(i) Em que medida ocorre aderencia dos indicadores de desempenho monitorados aos objetivos estrategicos manifestados pelos frigorificos da caprinovinocultura da Bahia?

(ii) A referida aderencia estaria associada a resultados relevantes para o negocio dessas empresas?

Para responder a essas questoes, foram observados, individualmente, cinco frigorificos do setor, com as seguintes intencoes especificas: (a) identificar os objetivos estrategicos manifestados por cada negocio; (b) fazer o levantamento dos indicadores de desempenho efetivamente monitorados em cada empresa; (c) verificar o grau de aderencia dos indicadores de desempenho e aos objetivos estrategicos; (d) eleger um resultado de negocio comum a amostra de empresas, representativo (proxy) da performance no setor; e (e) avaliar eventual associacao entre o grau de aderencia estrategica e o proxy de performance setorial.

Este artigo esta constituido da presente introducao e das seguintes secoes: secao 2 (Aporte Teorico), em que sao brevemente revistos alguns autores que contribuem para o entendimento da associacao entre o monitoramento de desempenho operacional e a estrategia do negocio; secao 3 (A caprinovinocultura de corte na Bahia), que faz uma descricao sumaria da situacao atual da atividade no Estado; secao 4 (Procedimentos Metodologicos), contendo informacoes sobre o delineamento da pesquisa e apresentando os instrumentos de coleta e tratamento dos dados; secao 5 (Analise dos Resultados), em que sao apresentadas e discutidas as respostas as questoes do estudo; e secao 6 (Consideracoes Finais), com as conclusoes e recomendacoes.

2. APORTE TEORICO

Diversos sao os dados coletados na operacao rotineira de uma empresa: dados financeiros, de producao, de vendas, de produtividade e, adicionalmente no caso da agroindustria, dados de seguranca de alimentos exigidos pela legislacao sanitaria. Reunidos, esses dados podem gerar indicadores para variados controles, de acordo com o interesse dos stakeholders do negocio. Surge, dai, a estrutura de monitoramento de indicadores de desempenho da empresa. De acordo com Drucker (2001), "controlar tudo e controlar nada", e tentar controlar o que e irrelevante pode causar mal direcionamento para o negocio. Segundo o conhecido autor, a mera coleta de dados e indicadores, por si so, nao seria suficiente para assegurar posicao competitiva. Para tanto, seria imprescindivel a integracao dos indicadores com uma estrategia adequada ao negocio. Convergindo para essa ideia, Fernandes (2006) tambem destaca que a mensuracao do desempenho organizacional se justifica na medida em que esta associada ao atendimento das expectativas dos stakeholders .

Por sua vez, Diehl e Souza (2008) descrevem, em um estudo com um grupo de empresas, uma situacao organizacional em que controles de custos pouco estruturados e pouco formalizados mostraram-se eficazes justamente porque eram convergentes para a estrategia das empresas, caracterizadas pela criatividade e flexibilidade. Eles concluem que o alinhamento dos sistemas de controle a estrategia pode elevar o desempenho global do negocio e estar diretamente relacionado com o sucesso das organizacoes. Apesar disso, os autores revelam-se surpreendidos com o fato de que, na pratica, parece haver expressiva incidencia de desalinhamentos dos controles com a estrategia.

Simons (2000) observa que os indicadores de desempenho monitorados em uma empresa devem atender a tres condicoes basicas: (a) estar alinhados com a estrategia global; (b) apresentar a possibilidade de serem objetivamente medidos; e (c) estar ligados a geracao de valor para o negocio. Para o referido autor, a competitividade de uma organizacao estaria diretamente relacionada ao alinhamento do seu sistema de controle de gestao com a estrategia da empresa. Nessa mesma vertente, Muller (2003) entende como necessario o desenvolvimento de um modelo de gestao que possibilite o monitoramento das acoes operacionais e que tenha como referencia um sistema de indicadores de desempenho convergente com os objetivos estrategicos da empresa. Para aquele autor, o modelo de gestao deveria assegurar a integracao entre as partes (estrategia, processos e indicadores). Assim, a falta de aderencia de uma dessas partes pode comprometer as demais, com implicacoes negativas para o futuro da empresa.

Mauro (2010) estudou a associacao entre praticas operacionais e os resultados do negocio em empresas do setor sucroalcooleiro no Estado de Sao Paulo. Ele considerou o lucro liquido sobre o faturamento e a geracao de caixa sobre o faturamento como variaveis representativas do resultado do negocio. As praticas operacionais de producao, qualidade e manutencao tradicionalmente integram a estrategia desse setor. Partindo-se da premissa de que o alinhamento das praticas com a estrategia esta associado ao bom resultado do negocio, foram estudadas 47 empresas, cujo lucro liquido sobre faturamento apresenta forte correlacao com as praticas operacionais (74%), e a geracao de caixa sobre faturamento mostra uma correlacao razoavel (58,9%) com as referidas praticas. Esses dados levaram o autor a confirmar a premissa do seu estudo, ou seja, que o grau de alinhamento estrategico esta associado positivamente com as variaveis de resultados para o negocio. Foram feitos, ainda, testes de correlacao semelhantes, respectivamente, com o crescimento do faturamento e com o crescimento do lucro, encontrando-se que a primeira variavel de resultado do negocio tem forte correlacao (76,6%) com as praticas operacionais, e a ultima tem correlacao razoavel (60,4%) com as citadas praticas.

A revisao desses estudos, que sao pouco numerosos e voltados para outros setores, da apoio teorico-conceitual a premissa expressa na introducao do presente trabalho, incentivando seus autores a realizar esta pesquisa no setor da caprinovinocultura.

3. A CAPRINOVINOCULTURA DE CORTE NA BAHIA

Dados do IBGE oriundos da Pesquisa Pecuaria Municipal (2009) apontam para a existencia de um rebanho brasileiro de 9,1milhoes de cabecas de caprinos e 16,8 milhoes de ovinos, dos quais 90,6% e 56,9%, respectivamente, estao no Nordeste. A contribuicao da Bahia para o rebanho total do Nordeste e de 2,7 milhoes de cabecas de caprinos e de 3 milhoes de cabecas de ovinos, representando, respectivamente, 33% e 31% dos rebanhos nordestinos desses animais.

No Nordeste, grande parte da criacao de caprinos e ovinos acontece na informalidade de fazendas e sitios espalhados pelo interior do semiarido, o que a caracteriza como uma atividade tipica da pecuaria familiar, em que inumeros pequenos proprietarios de terra agregam, individualmente, pouco valor a producao local. Essa informalidade na criacao dos rebanhos resvala para a comercializacao, que e realizada tanto para os frigorificos oficialmente autorizados a realizar abates, quanto para o mercado clandestino de abate. Este ultimo acha-se distante das diretrizes sanitarias, ocorrendo nas feiras livres de pequenos municipios do interior. Informacoes divulgadas pelo SEBRAE (2005) confirmam essa situacao, apontando que, no Nordeste e, mais especificamente, na Bahia, a producao de caprinos e ovinos ocorre, principalmente, em estabelecimentos de base familiar, frageis financeiramente, com baixa tecnologia e pouco acesso a credito. Em consequencia, diz o referido informe, a comercializacao se caracteriza por canais de distribuicao curtos, em zonas rurais ou pequenas cidades do interior, com pouca ou nenhuma participacao de frigorificos ou de industrias de frios.

Em que pese essa situacao, comecam a ser observadas mudancas nos segmentos de producao e comercializacao de caprinos e ovinos. Essas mudancas se expressam no surgimento de criadores especializados na caprinocultura de corte ou de leite e na ovinocultura de corte, que estao gradativamente superando a historica condicao de produtores apenas para o autoconsumo e para o mercado local. Mesmo assim, em boa parte dos casos essa especializacao e apenas parcial, ou seja, os agricultores, sobretudo os familiares, implementam melhorias na exploracao de caprinos e ovinos, mas nao se tornam exclusivamente caprinocultores ou ovinocultores. Eles continuam desenvolvendo outras atividades agricolas ou nao agricolas, dentro ou fora das unidades produtivas, o que lhes permite manter certa independencia financeira em relacao ao mercado desses animais e fragiliza o compromisso com as melhorias.

Com o intuito de organizar a cadeia produtiva da caprinovinocultura na Bahia, instituicoes governamentais e de apoio ao desenvolvimento agropecuario tem empenhado acoes e colhido alguns resultados. Sao projetos orientados para os seguintes aspectos: selecao de racas, por meio da aplicacao de modernas tecnologias na melhoria do padrao genetico dos rebanhos; manejo e transporte dos animais; industrializacao e comercializacao da carne, em que sao dadas orientacoes sobre as diversas formas de consumo, e as caracteristicas nutricionais do produto. Em razao do trabalho realizado nos ultimos anos, ja e possivel verificar no mercado a evolucao dos padroes de qualidade das carcacas, com a disponibilidade de cortes de carne bem definidos, e a diferenciacao de precos entre as pecas (em funcao da relacao carne/osso), com uma apresentacao do produto compativel com as exigencias dos novos consumidores.

Os esforcos por melhorias promovidos pelas referidas instituicoes de fomento ao desenvolvimento regional, assim como as exigencias do proprio mercado, tem criado condicoes, nos ultimos tempos, para o surgimento de uma nascente profissionalizacao em parte da cadeia da caprinovinocultura no Estado da Bahia, que passa pela implantacao de alguns estabelecimentos frigorificos. Foi observado que o grau de maturidade da maioria dessas empresas ainda e pequeno, pois elas se encontram numa fase inicial de atuacao no setor, com cerca de 60% delas instaladas ha menos de tres anos. Mesmo assim, em razao da natureza de sua atividade e dos tradicionais controles financeiros e operacionais, essas empresas estao sob permanente pressao para implantar e monitorar controles que garantam a confiabilidade e a seguranca alimentar de seus produtos. Esses requisitos, aliados a outros, a exemplo dos cuidados com o meio ambiente e a realizacao de inovacoes, estao sendo cada vez mais demandados pelo consumidor e, portanto, fazem parte do "pacote de valor" a ele oferecido.

[FIGURE 1 OMITTED]

Assim, impoe-se aos frigorificos atuantes neste setor a adocao de um sistema de indicadores de processo, qualidade e inovacao, alem dos indicadores de producao e financeiros normalmente monitorados.

4. PROCEDIMENTO METODOLOGICO

4.1. Delineamento

O esquema da Figura 1 ilustra o delineamento das acoes para responder ao problema de pesquisa proposto neste estudo.

O delineamento da pesquisa e descrito, em resumo, nas tres etapas abaixo, as quais serao detalhadas mais adiante, nesta secao.

Etapa 1: Verificacao do grau de aderencia dos indicadores de desempenho aos objetivos estrategicos

a) identificacao dos objetivos estrategicos da empresa, por meio de informacoes obtidas de seus dirigentes;

b) levantamento dos indicadores praticados pela empresa, segundo o agrupamento proposto na metodologia do BSC (Balanced Scorecard), por meio de entrevistas estruturadas com representantes da empresa e por observacao direta.

De posse desses dois conjuntos de informacoes, verificou-se o grau de aderencia dos indicadores de desempenho aos objetivos estrategicos de cada empresa da amostra.

As empresas foram, entao, ordenadas em um ranking segundo o grau de aderencia estrategica.

Etapa 2: Escolha de um parametro de resultado do negocio

Foi escolhido, arbitrariamente, um parametro de resultado (proxy) importante para o negocio e representativo da performance da empresa no setor.

Desta vez, as empresas foram ordenadas em um ranking segundo o referido parametro de resultado.

Etapa 3: Avaliacao de associacoes entre o grau de aderencia e o parametro de resultado para o negocio

Realizou-se uma avaliacao qualitativa da associacao.

4.2. A AMOSTRA INVESTIGADA

A pesquisa foi realizada por intermedio de um estudo multicaso, e limitou-se a observar os estabelecimentos frigorificos formalmente autorizados pelo Servico de Inspecao Estadual (SIE) e/ou Federal (SIF) a realizar abate de caprinos e ovinos no Estado da Bahia. Essa condicao restringiu a amostra a apenas cinco empresas do setor. Os nomes desses estabelecimentos foram omitidos, a fim de preservar a confidencialidade das empresas. Segue-se uma breve descricao das referidas empresas, aqui denominadas, respectivamente, pelas letras A, B, C, D e E:

Frigorifico A: Estabelecimento frigorifico que atua na forma de cooperativa. Contou com o apoio de convenios com orgaos publicos estaduais e federais para estruturacao fisica, qualificacao e desenvolvimento tecnologico. Possui uma infraestrutura de abate para 2.000 animais/mes. Segue o regulamento do Servico de Inspecao Estadual (SIE) e atua com cortes diferenciados para o mercado. Iniciou suas atividades em 2008.

Frigorifico B: Empresa tambem estruturada na forma de cooperativa. Recentemente estabelecida no Estado, possui infraestrutura para o abate de 2.000 animais/mes e atua, igualmente, em conformidade com o SIE. Desde o inicio de sua implantacao, tem contado com o apoio oriundo de convenios com orgaos publicos estaduais e federais para estruturacao fisica e qualificacao da mao de obra. Atua com cortes diferenciados e outros cortes. Iniciou suas atividades em 2010.

Frigorifico C: Empresa cuja origem de capital e propria cujas atividades foram iniciadas em 2005. Apresenta capacidade instalada para 3.000 animais/mes e possui registro no Servico de Inspecao Federal (SIF). Atua com cortes comerciais diferenciados.

Frigorifico D: Por meio de capital proprio, iniciou suas atividades em 2009, com infraestrutura para abate de ovinos, caprinos, bovinos e suinos. Com registro no SIE especificamente para o abate de ovinos e caprinos, possui uma capacidade instalada para 8.000 animais/mes.

A empresa ainda nao atua com cortes diferenciados no mercado, realizando abate de animais diretamente para acougues e restaurantes.

Frigorifico E: Empresa privada com capacidade instalada para abate de 5.000 animais/mes. Com registro no SIF, atua no setor desde 1993 e investiu de forma mais sistematica na estruturacao fisica e na qualificacao da mao de obra.

4.3. INSTRUMENTOS PARA COLETA E TRATAMENTO DE DADOS

Etapa 1

Para a coleta dos dados a serem utilizados na Etapa 1 da pesquisa foi utilizado um questionario, respondido em todas as empresas da amostra por pessoas ligadas as areas funcionais administrativa, financeira, da qualidade e de relacoes com o mercado. Todos os respondentes pertenciam ao primeiro escalao decisorio de suas empresas, estando, portanto, qualificados para dar informacoes sobre a parte do questionario relativa aos objetivos estrategicos da empresa. Quanto a parte do instrumento que coletou os dados sobre os indicadores de desempenho praticados pelas empresas, os respondentes estavam igualmente qualificados para fornecer as informacoes de natureza operacional requeridas *.

O questionario foi aplicado de forma presencial por um dos autores deste trabalho, de modo que eventuais duvidas eram dirimidas simultaneamente a coleta dos dados e informacoes. Em paralelo a aplicacao do questionario, o referido autor fazia observacoes proprias, que eram registradas. Ao todo, foram entrevistadas quatorze (14) pessoas, assim distribuidas:

Frigorifico A: tres respondentes--um do setor administrativo-financeiro, um da producao/qualidade e um da direcao geral da empresa;

Frigorifico B: tres respondentes--um do setor financeiro, um da producao e um da qualidade;

Frigorifico C: tres respondentes--um do setor administrativo-financeiro, um do setor de mercado e um da producao/qualidade;

Frigorifico D: tres respondentes--um do setor administrativo-financeiro, um da producao e um do setor de mercado; e

Frigorifico E: dois respondentes--um do setor administrativo-financeiro e um da producao/qualidade.

A parte do questionario relativa a coleta de informacoes sobre os objetivos estrategicos da empresa permitia respostas livres. As entrevistas realizadas nas cinco empresas da amostra resultaram na consolidacao de 12 (doze) conjuntos de objetivos estrategicos do setor, quais sejam: combater a clandestinidade; integrar/fidelizar os fornecedores; qualidade do produto; reputacao em qualidade; aumentar os pontos de venda; aumentar a participacao em nichos de mercado de maior valorizacao; reduzir custos de producao; aumentar escala de producao; elevar produtividade; retornos financeiros; diferenciacao de produtos; e consolidacao da marca.

Para a coleta de dados sobre os indicadores de desempenho praticados pelas empresas, o questionario continha uma secao estruturada em que se apresentavam ao respondente alternativas de enquadramento das respostas na estrutura de indicadores proposta pelo BSC (Balanced Scorecard), conforme originalmente concebido por Kaplan e Norton (1997), ou seja, classificados em quatro "perspectivas": a financeira, a dos processos internos, a do cliente e a do aprendizado/crescimento. As respostas permitiram a formacao de 7 (sete) grupos dentro das referidas perspectivas, caracterizados pela concentracao de indicadores de maior afinidade e similaridade. Assim, os indicadores ficaram efetivamente agrupados da forma mostrada no Quadro 1.

A fim de verificar a aderencia dos indicadores aos objetivos estrategicos de cada empresa da amostra, construiu-se, inicialmente, uma matriz generica (Quadro 2), denominada neste trabalho matriz de aderencia-padrao, na qual os indicadores foram posicionados nas linhas e os objetivos estrategicos nas colunas. Nessa matriz, a aderencia foi representada pelo conjunto de intersecoes entre linhas e colunas, em que foram marcadas com um "x" as celulas que mostravam a aderencia de um determinado indicador de desempenho ao seu respectivo objetivo estrategico. O Quadro 2 mostra que a matriz de aderencia padrao tem um total de 204 ocorrencias dessas intersecoes, representando a aderencia "otima", ou maxima possivel, para a amostra investigada. Convem nao desprezar um certo grau de arbitrariedade na construcao da referida matriz, pois ela e resultante do consenso dos autores deste trabalho sobre a aderencia de cada indicador de desempenho a determinados objetivos estrategicos, no caso, aqueles resultantes da investigacao realizada na amostra de empresas estudadas.

Para constatar o grau de aderencia dos indicadores de desempenho os objetivos estrategicos de cada empresa da amostra, utilizou-se a estrutura da matriz de aderencia-padrao e, sobre esta, foram contabilizadas apenas as intersecoes proprias de cada empresa. Recorde-se que a matriz de aderencia padrao reune todos os objetivos estrategicos e todos os indicadores de desempenho detectados na amostra de empresas como um todo. Para cada empresa em particular, porem, a estrutura referida matriz foi utilizada para registrar somente objetivos estrategicos e indicadores de desempenho proprios da empresa. Assim, construiu-se, para cada empresa, sua propria matriz de aderencia da empresa, ou seja, aquela que reflete a efetiva aderencia dos indicadores de desempenho praticados pela empresa aos objetivos estrategicos por ela pretendidos.

A fim de ordenar as empresas em um "ranking" segundo o grau de aderencia estrategica, utilizou-se a relacao porcentual entre o numero de intersecoes de cada empresa e o correspondente numero de intersecoes da matriz de aderencia-padrao, a qual, como se disse, representa a aderencia "otima" ou maxima para a amostra.

A matriz de aderencia da empresa permitiu, ainda, analisar os esforcos de cada empresa em cada uma das perspectivas do BSC, o que possibilitou constatar em qual ou quais perspectivas as empresas empregam maior ou menor esforco, tornando possivel, assim, sinalizar pontos passiveis de melhoria no que se refere ao alinhamento estrategico do monitoramento operacional da empresa.

Etapa 2

Para a escolha do parametro de resultado das empresas, os seguintes aspectos foram considerados:

a) necessidade de trabalhar com um parametro homogeneo, ou seja, de importancia comum a todas as empresas da amostra (e do setor), e de que estas o apresentassem abertamente, sem constrangimentos quanto a confidencialidade;

b) facilidade de comprovacao do parametro; e

c) que o parametro nao fosse fortemente influenciado pelo tempo de existancia das empresas, pois a amostra contemplava cinco empresas, das quais tres atuvam no setor ha menos de tres anos, uma outra estava estabelecida ha pouco mais de um ano e apenas uma delas atuava no setor ha mais tempo (quinze anos).

E comum que os parametros de resultado de negocio sejam eleitos dentre aqueles de natureza financeira ou mercadologica, como e o caso do faturamento, lucro, margens, participacao no mercado ou outros parametros destes derivados. No entanto, os constrangimentos anteriormente mencionados impediam a escolha de parametros da referida natureza. Assim, para contornar essa dificuldade, optou-se por um parametro que, embora de natureza operacional, revela-se de importante para os frigorificos da caprinovinocultura estudados. E o caso da utilizacao de capacidade. Os autores do presente trabalho decidiram, entao, eleger o nivel de utilizacao da capacidade instalada como proxy para o resultado do negocio, apoiados nas razoes que seguem.

Em consequencia das fortes oscilacoes no suprimento de animais para os frigorificos, tipicas da baixa formalizacao do setor, a integracao e fidelizacao do fornecedor revelou-se um objetivo estrategico comum a maioria das empresas da amostra, como se vera na secao de analise dos resultados. Essa e uma indicacao de que a ocupacao de capacidade e a regularidade de funcionamento sao aspectos relevantes para o resultado do negocio. Alem disso, o parametro utilizacao da capacidade define o grau de diluicao dos custos fixos de uma instalacao industrial, que pode estar associado, indiretamente, a um melhor desempenho economico. Resolveu-se, entao, trabalhar com o porcentual de uso da capacidade instalada, calculado a partir do abate mensal de cada frigorifico. Observe-se que esse parametro mostrou-se tambem adequado pelo fato de que nao houve expansao da capacidade instalada em nenhuma das empresas entre marco de 2010 e fevereiro de 2011 (um ano), periodo de tempo em que os abates mensais foram registrados.

O porcentual de ocupacao da capacidade instalada serviu para ordenar as empresas em um ranking de resultados para o negocio.

Etapa 3

As associacoes entre o grau de aderencia estrategica do monitoramento de desempenho e o parametro de resultado para o negocio foram feitas de modo qualitativo, visto que a quantidade de dados, bem como a forma pela qual os mesmos foram coletados, nao permitiu o emprego de testes estatisticos de correlacao. Diante disso, optou-se simplesmente por comparar o ranking de aderencia com o ranking de resultado, examinando-se as posicoes relativas das empresas nos mesmos.

5. ANALISE DOS RESULTADOS

Nesta secao faz-se a analise de cada caso estudado, na intencao de, ao final do estudo, responder as perguntas da pesquisa. Assim, por meio das matrizes de aderencia efetiva de cada empresa investigada, tentou-se avaliar a eficacia do monitoramento do desempenho de cada uma delas, expressa pela aderencia a estrategia. Em seguida, investigou-se se a eficacia do monitoramento de desempenho tinha associacao com a taxa de ocupacao da capacidade instalada das empresas.

5.1. Grau de aderencia dos indicadores aos objetivos estrategicos

Frigorifico A--a matriz de aderencia da empresa do Frigorifico A apresentou os seguintes objetivos estrategicos: combater a clandestinidade; integrar/fidelizar fornecedor e industria; qualidade; reduzir os custos de producao; elevar a produtividade; retorno financeiro; e diferenciacao dos produtos. A Tabela 1 apresenta os porcentuais de aderencia dos indicadores aos objetivos estrategicos, calculados pela matriz de aderencia padrao.

No total, constatou-se que somente 35,48% dos indicadores sao utilizados como apoio aos objetivos estrategicos, o que indica a necessidade de direcionar melhor os indicadores aos seus correspondentes objetivos estrategicos. Os indicadores financeiros (61,90%) e de qualidade (58,33%) sao os que apresentam mais alta aderencia. O frigorifico A tem como um de seus objetivos estrategicos integrar/fidelizar seus fornecedores; no entanto, nao se encontrou indicador de desempenho monitorando esse aspecto. A aderencia a combater a clandestinidade e de apenas 7,14%.

Frigorifico B--A matriz de aderencia do Frigorifico B revelou os seguintes objetivos estrategicos: combater a clandestinidade, integrar/fidelizar fornecedor e industria; qualidade; reduzir os custos de producao; producao em escala, retorno financeiro e diferenciacao dos produtos.

A Tabela 2 mostra que, em geral, ha pouca aderencia (31,36%) dos indicadores de desempenho aos objetivos estrategicos do Frigorifico B. Com referencia ao objetivo estrategico Integrar/Fidelizar fornecedor e industria, a matriz de aderencia-padrao levantou doze possibilidades de uso de indicadores que apoiariam aquele objetivo. Entretanto, verifica-se, efetivamente, o uso de apenas um indicador para suportar o referido objetivo estrategico (8,33%). Verifica-se tambem que, dos sete objetivos estrategicos expressados pela empresa, o que tem recebido maior atencao em termos de monitoramento de desempenho e o objetivo Retorno Financeiro, que obteve um porcentual de 52,38% de aderencia por parte dos indicadores. O objetivo estrategico Producao em escala recebeu apenas 7,69% de aderencia no monitoramento do Frigorifico B. O objetivo estrategico com menor aderencia por parte de indicadores de desempenho e Combater a clandestinidade (7,14%).

Frigorifico C--Destaca-se o apoio com maior intensidade para o objetivo Retorno Financeiro, com 57,14% (Tabela 3). No outro extremo, o objetivo Combater a clandestinidade recebe apoio de apenas dois indicadores em quatorze possibilidades (14,29%).

Frigorifico D--A matriz de aderencia-padrao da amostra (Tabela 4) apontou 130 aderencias possiveis dos indicadores aos objetivos estrategicos deste frigorifico. Entretanto, a matriz de aderencia do Frigorifico D mostrou, efetivamente, 47 ocorrencias de aderencia (36,15%).

Mais uma vez, verifica-se o destaque para o indice de aderencia dos indicadores ao atendimento do objetivo estrategico Retorno financeiro, com um porcentual de 54,76%, e novamente ve-se que o objetivo estrategico que porcentualmente recebe o menor grau de apoio da empresa e Combater a clandestinidade (7,14%).

Frigorifico E--a matriz de aderencia especifica do Frigorifico E destacou-se das demais matrizes das empresas da amostra, pois apontou 143 aderencias efetivas, num total de 149 possibilidades, ou seja, 95,97% (Tabela 5). Constata-se que, aparentemente, esta empresa alinha seu sistema de monitoramento de desempenho aos seus objetivos estrategicos de forma expressivamente mais eficaz.

A Tabela 5 mostra que todos os porcentuais de aderencia dos indicadores aos objetivos estrategicos estao acima de 90%, e que tres objetivos apresentam aderencia total por parte dos correspondentes indicadores (100%), nomeadamente Integrar/fidelizar fornecedor e industria, Diferenciacao dos produtos e Consolidacao da marca. Para os demais objetivos estrategicos, o que apresenta menor indice de aderencia e Combater a clandestinidade, mas, mesmo assim, este apresenta treze ocorrencias de uso de indicadores, dentre quatorze possibilidades existentes, alcancando um percentual de 92,86%.

A analise da aderencia para as cinco empresas investigadas aponta o objetivo estrategico Combater a clandestinidade como aquele que, para sua realizacao, recebe o menor indice de apoio dos indicadores. Com excecao do Frigorifico E, que apoia o referido objetivo com 92,86% das possibilidades, as demais empresas trabalham com porcentuais de aderencia notoriamente baixos para o objetivo de combater a clandestinidade, a saber: Frigorificos A, B e D com 7,14% cada um, e Frigorifico C com 14,29%.

A Figura 2 apresenta os porcentuais totais de aderencia estrategica das empresas, sequenciados de forma decrescente, e pode ser interpretada como um ranking, no qual o Frigorifico E ocupa a primeira posicao, seguido pelos Frigorificos C, D, A e B. Constata-se a formacao de um bloco intermediario, composto dos frigorificos C, D e A, no qual as diferencas nos graus de aderencia sao minimas, nao chegando a 1%. Na ultima posicao do ranking esta o frigorifico B (31,36%).

5.2. Resultado do negocio medido pela ocupacao de capacidade

Conforme exposto anteriormente, o proxy escolhido foi o porcentual de uso da capacidade instalada das empresas investigadas. Foram coletados dados do abate de cada empresa pelo periodo de 12 (doze) meses, compreendendo o intervalo de marco/2010 a fev./2011.

Pelos dados coletados, pode-se verificar (Tabela 6) uma grande variacao na taxa de uso da capacidade instalada ao longo do periodo em praticamente todas as empresas investigadas, com variacoes ocorrendo da seguinte forma:

Frigorifico A--variacao de 17,30% a 86,50%;

Frigorifico B--variacao de 0,00% a 35,90%;

Frigorifico C--variacao de 6,67% a 49,43%;

Frigorifico D--variacao de 4,05% a 16,40%

Frigorifico E--variacao de 35,80% a 64,32%.

A Figura 3 ilustra o ranking das empresas pela taxa media de ocupacao de capacidade no periodo investigado.

5.3. Aderencia estrategica versus resultado do negocio

Buscando-se uma associacao entre a aderencia estrategica do monitoramento de desempenho e o resultado do negocio, retomaram-se os rankings de aderencia e de resultado do estudo, desta vez apresentados, respectivamente, nas Tabelas 7 e 8.

Para a aderencia estrategica (Tabela 7), reitera-se que o Frigorifico E, na primeira posicao do ranking com 95,97% de aderencia, revela um alinhamento estrategico bastante diferenciado dos demais. Os quatro outros frigorificos apresentam respostas muito proximas entre si, e resultados muito semelhantes foram encontrados para as posicoes de segundo, terceiro e quarto lugares.

O ranking dos resultados (Tabela 8) apresenta, tambem, o Frigorifico E na primeira posicao. Ha, porem, alteracoes nas posicoes relativas de resultados dos demais frigorificos, quando comparadas com as posicoes do ranking de aderencia. Note-se que o Frigorifico A, que se apresentava na quarta posicao de aderencia (Tabela 7), aparece na segunda posicao de resultado (Tabela 8), nao muito distante, em termos porcentuais, do Frigorifico E. Os resultados dos frigorificos C, B e D mantem apenas razoavel compatibilidade com suas respectivas aderencias.

[FIGURE 4 OMITTED]

Para facilitar a visualizacao dos dois rankings, construiu-se o esquema da Figura 4, em que se verifica a correspondencia direta entre eficacia estrategica de monitoramento e resultado para o negocio, no caso do Frigorifico E. Entretanto, a associacao nao se apresentou de forma direta para os Frigorificos B e C, os quais se afastaram, respectivamente, de uma posicao na correspondencia dos dois rankings. Ja os Frigorificos A e D se afastaram, respectivamente, de duas posicoes na correspondencia dos rankings. O caso do Frigorifico A se destaca por contrariar mais expressivamente a premissa deste estudo.

6. CONSIDERACOES FINAIS

Alcancar os objetivos estrategicos permanece um grande desafio as organizacoes. O estabelecimento desses objetivos, no contexto de espaco e tempo, e a correta escolha de indicadores de desempenho que conduzam a eles nao parece ser tarefa banal. E as dificuldades nao param ai. E necessario que o monitoramento das praticas de trabalho se faca em permanente alinhamento com as intencoes estrategicas do negocio, as quais estao sujeitas a constantes mudancas ao longo do tempo. Assim sendo, indicadores de desempenho devem ser vistos como ferramentas implementadoras e verificadoras do cumprimento de metas e objetivos, sinalizando o rumo que a organizacao esta tomando.

O termo resultado, aqui empregado, tem significado bastante amplo e pode servir de "guarda chuva" para diversificadas variaveis. Entretanto, qualquer que seja o proxy de Resultado escolhido, e importante lembrar que a performance do negocio nao depende somente do correto monitoramento de indicadores de desempenho. Este e apenas um dos aspectos da questao. A literatura sobre estrategia nos ensina que o conjunto amplo de decisoes que definem o sucesso ou o fracasso na obtencao de resultados constitui-se, pelo menos, de: (a) eleicao dos objetivos estrategicos oportunos e adequados ao contexto do negocio no momento; (b) uso efetivo dos recursos necessarios para implementar os objetivos; (c) monitoramento eficaz dos indicadores aderentes aos objetivos estrategicos; e (d) a realizacao, sempre que necessaria, de acoes de ajuste e correcao em direcao a estrategia pretendida (MINTZBERG et al., 2006). Como se ve, neste estudo foi considerado apenas um destes quatro aspectos, no caso, o monitoramento eficaz dos indicadores.

Partiu-se da premissa de que ha associacao entre a eficacia do monitoramento de indicadores de desempenho e a obtencao de resultados para o negocio, entendendo-se, aqui, por "eficacia" o grau de aderencia do indicador a estrategia do negocio. Para tentar validar essa premissa, resolveu-se estudar a caprinovinocultura da Bahia.

O nascente setor de caprinovinocultura profissional, conquanto pratique uma atividade tradicional e de pouca intensidade tecnologica, e pressionado a monitorar um conjunto relativamente amplo de indicadores de desempenho. A pouca maturidade das empresas do setor as coloca em uma situacao de carencia quanto ao monitoramento eficaz de desempenho, razao pela qual foi oportuno investigar esta questao.

O estudo possibilitou observar que a maioria das empresas da amostra utiliza diversas metricas para avaliar desempenho, porem nem todas elas estao alinhadas a estrategia pretendida pela empresa. Isso sinaliza que os indicadores podem estar sendo gerenciados de forma departamentalizada, e nao como suporte a gestao estrategica da empresa.

Com referencia a aderencia estrategica, o Frigorifico E confirma de forma destacada a premissa de que uma maior aderencia corresponde a um melhor resultado. Para as demais posicoes do ranking, encontrou-se uma certa fragilidade nas conclusoes, considerando-se principalmente a reduzida diferenca porcentual (menor que um por cento) obtida nos resultados das empresas posicionadas no segundo, terceiro e quarto lugares. O frigorifico A contraria fortemente a premissa, merecendo investigacao mais detalhada, que foge, no momento, ao escopo deste estudo.

O fato de que em todas as empresas investigadas identificou-se o objetivo estrategico de combater a clandestinidade indica que o referido objetivo tem importancia destacada para o setor. No entanto, os indices baixos de aderencia do monitoramento a esse objetivo na maioria das empresas pode ser um sinal de que estas nao atuam diretamente na questao, provavelmente esperando um envolvimento maior da autoridade governamental, pela acao das vigilancias sanitarias que combatem a clandestinidade no setor. Por outro lado, ve-se que acoes podem ser tomadas pelas proprias empresas, como faz o Frigorifico E, que poderia configurar-se, neste aspecto, como uma referencia (benchmark) para os outros frigorificos.

O agrupamento dos indicadores pelo modelo BSC permitiu constatar uma concentracao de esforcos de todas as empresas nas metricas das perspectivas financeira e de processos internos. As metricas relativas as perspectivas do cliente e do aprendizado/crescimento mereceram menor atencao, sinalizando que, no geral, as empresas do setor ainda trabalham muito voltadas para dentro da propria organizacao, com foco em resultados e metricas de curto prazo.

Como a amostra nao permitiu realizar testes de significancia estatistica para a verificacao de correlacoes, as conclusoes do estudo sao, de certo modo, ainda frageis, ensejando estudos posteriores mais aprofundados. Em que pesem essas limitacoes, o estudo permitiu conhecer caracteristicas da gestao praticada pelos frigorificos e a identificacao daqueles que mais se beneficiam com o alinhamento estrategico, os quais, supostamente, estariam mais aptos para o ambiente competitivo em que atuam.

Como contribuicao pratica deste estudo, suas conclusoes foram incorporadas em um relatorio encaminhado ao sindicato das empresas do setor, para ser disponibilizado a elas, com o proposito de difundir informacoes sobre praticas de monitoramento de desempenho que podem favorecer os resultados do negocio.

DOI: 10.5700/rege431

ARTIGO--ESTRATEGIA EMPRESARIAL

7. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

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DRUCKER, F. P. O melhor de Peter Drucker: a administracao. Sao Paulo: Nobel, 2001.

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FERNANDES, R. B. H. Competencias e desempenho organizacional: o que ha alem do Balanced Scorecard. Sao Paulo: Saraiva, 2006.

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KAPLAN, R. S.; NORTON, D. P. A estrategia em acao: balanced scorecard. 4. ed. Rio de Janeiro: Campus, 1997.

MAURO, M. Influencia da utilizacao de praticas de gestao operacional no desempenho de empresas do setor sucroalcooleiro no Estado de Sao Paulo. Dissertacao (Mestrado em Administracao de Empresas)--Escola de Administracao de Empresas de Sao Paulo, Fundacao Getulio Vargas, Sao Paulo, 2010.

MINTZBERG, H.; LAMPEL, J.; QUINN, J. B.; GHOSHAL, S. O processo da estrategia: conceitos, contextos e casos selecionados. 4. ed. Porto Alegre: Bookman, 2006.

MULLER, C. J. Modelo de gestao integrando planejamento estrategico, sistemas de avaliacao de desempenho e gerenciamento de processos (MEIO--Modelo de Estrategia, Indicadores e Operacoes). Tese (Doutorado em Engenharia da Producao)--Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Escola de Engenharia, Porto Alegre, 2003.

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SIMONS, R. Performance measurement & control systems for implementing strategy. New Jersey: Prentice Hall, 2000.

VALLES, E. L. Alinhamento estrategico: uma avaliacao das relacoes entre os indicadores de desempenho e as diretrizes organizacionais em empresas de transporte coletivo urbano. Dissertacao (Mestrado em Administracao)--Pontificia Universidade Catolica do Parana, Curitiba, 2009.

Cleide Miranda de Castro Guedes

Gerente de Negocios da Area de Alimentos e Bebidas do SENAI BA

Mestre em Gestao e Tecnologia Industrial pela Faculdade SENAI Cimatec (BA)

E-mail: cleideg@fieb.org.br

Francisco Uchoa Passos

Professor da Universidade Salvador (UNIFACS) e da Faculdade Senai Cimatec (BA)

Doutor em Administracao pela Universidade de Sao Paulo (USP)

E-mail: francisco.uchoa@fieb.org.br

Renelson Ribeiro Sampaio

Professor da Faculdade Senai Cimatec, Salvador / Bahia

PhD em Economia da Inovacao pelo SPRU--Universidade de Sussex, Inglaterra

E-mail: renelson. sampaio@fieb .org.br

* Esse dominio abrangente sobre conhecimentos estrategicos e operacionais e tipico de dirigentes de empresas de pequeno porte.
Tabela 1: Grau de aderencia para o Frigorifico A
(n[x] intersecoes,%)

FRIGORIFICO A                 Aderencia   Aderencia     % de
                               Padrao      Efetiva    Aderencia

Combater a clandestinidade       14           1         7,14%
Integrar/Fidelizar               12           0         0,00%
  fornecedor industria
Qualidade                        12           7        58,33%
Reduzir custos de producao       20           6        30,00%
Elevar produtividade (Kg/H)      19           2        10,53%
Retorno Financeiro               42          26        61,90%
Diferenciacao dos produtos        5           2        40,00%
TOTAL                            124         44        35,48%

Fonte: os autores.

Tabela 2: Grau de aderencia para o Frigorifico B
(n[x] intersecoes,%)

FRIGORIFICO B                Aderencia   Aderencia     % de
                              Padrao      Efetiva    Aderencia

Combater a clandestinidade      14           1         7,14%
Integrar/Fidelizar              12           1         8,33%
  fornecedor industria
Qualidade                       12           6        50,00%
Reduzir custos de producao      20           4        20,00%
Producao em escala              13           1         7,69%
Retorno Financeiro              42          22        52,38%
Diferenciacao dos produtos       5           2        40,00%
TOTAL                           118         37        31,36%

Fonte: os autores.

Tabela 3: Grau de aderencia para o Frigorifico C
(n[x] intersecoes,%)

FRIGORIFICO C           Aderencia   Aderencia     % de
                         Padrao      Efetiva    Aderencia

Combater a                 14           2        14,29%
  clandestinidade
Qualidade                  12           4        33,33%
Aumentar pontos            10           2        20,00%
  de venda
Aumentar participacao      20           6        30,00%
  em nichos de
mercado de maior
  valirizacao
Reduzir custos             20           5        25,00%
  de producao
Retorno Financeiro         42          24        57,14%
Diferenciacao               5           2        40,00%
  dos produtos
TOTAL                      123         45        36,59%

Fonte: os autores.

Tabela 4: Grau de aderencia para o Frigorifico D
(n[x] intersecoes,%)

FRIGORIFICO D          Aderencia   Aderencia     % de
                        Padrao      Efetiva    Aderencia

Combater a                14           1         7,14%
  clandestinidade
Qualidade                 12           4        33,33%
Aumentar pontos           10           2        20,00%
  de venda
Reduzir custos            20           8        40,00%
  de producao
Producao em escala        13           4        30,77%
Elevar produtividade      19           5        26,32%
  (Kg/h)
Retorno Financeiro        42          23        54,76%
TOTAL                     130         47        36,15%

Fonte: os autores.

Tabela 5: Grau de aderencia para o Frigorifico E (n[x] intersecoes,%)

FRIGORIFICO E                 Aderencia   Aderencia     % de
                               Padrao      Efetiva    Aderencia
Combater a                       14          13        92,86%
  clandestinidade
Integrar/Fidelizar               12          12        100,00%
  fornecedor industria
Reputacao em qualidade           19          18        94,74%
Aumentar a participacao          20          19        95,00%
  em nichos de mercado
  de maior valorizacao
Elevar produtividade (Kg/h)      19          18        94,74%
Retorno Financeiro               42          40        95,24%
Diferenciacao dos produtos        5           5        100,00%
Consolidacao da marca            18          18        100,00%
TOTAL                            149         143       95,97%

Fonte: os autores.

Tabela 6: Taxa de uso da capacidade instalada

                                     ABATE MENSAL

Mes           FRIGORIFICO   % de Uso da   FRIGORIFICO   % de Uso da
                   A        Capacidade         B        Capacidade
                             Instalada                   Instalada

1                1.169        58,45%          324         16,20%
2                1.294        64,70%          286         14,30%
3                1.730        86,50%          462         23,10%
4                1.727        86,35%          613         30,65%
5                 675         33,75%          478         23,90%
6                 861         43,05%          718         35,90%
7                 569         28,45%          311         15,55%
8                 729         36,45%          357         17,85%
9                 346         17,30%          156          7,80%
10                470         23,50%          135          6,75%
11                484         24,20%           0           0,00%
12                907         45,35%           0           0,00%
Total           10.961        45,67%         3.840        16,00%
  annual
Capacidade              24.000                      24.000
  instalada

                                     ABATE MENSAL

Mes           FRIGORIFICO   % de Uso da   FRIGORIFICO   % de Uso da
                   C        Capacidade         D        Capacidade
                             Instalada                   Instalada

1                 614         20,47%          868         10,85%
2                 315         10,50%          853         10,66%
3                1.483        49,43%          820         10,25%
4                1.184        39,47%          847         10,59%
5                 519         17,30%          499          6,24%
6                1.217        40,57%          324          4,05%
7                 899         29,97%          442          5,53%
8                 822         27,40%          463          5,79%
9                 200          6,67%          711          8,89%
10                258          8,60%         1.257        15,71%
11                263          8,77%         1.279        15,99%
12                730         24,33%         1.312        16,40%
Total            8.504        23,62%         9.675        10,08%
  annual
Capacidade              36.000                      96.000
  instalada

                     ABATE MENSAL

Mes           FRIGORIFICO   % de Uso da
                   E        Capacidade
                             Instalada

1                2.492        49,84%
2                1.790        35,80%
3                2.338        46,76%
4                2.116        42,32%
5                1.997        39,94%
6                2.606        52,12%
7                2.132        42,64%
8                2.320        46,40%
9                2.644        52,88%
10               3.085        61,70%
11               2.958        59,16%
12               3.216        64,32%
Total           29.694        49,49%
  annual
Capacidade              60.000
  instalada

Fonte: os autores.

Tabela 7: Ranking das empresas pela aderencia
estrategica

Ranking      Frigorifico   % de Aderencia

10 Lugar          E            95,97%
20 Lugar          C            36,59%
30 Lugar          D            36,15%
40 Lugar          A            35,48%
50 Lugar          B            31,36%

Fonte: os autores.

Tabela 8: Ranking das empresas pelo resultado do negocio

Ranking    Frigorifico   % de Uso da
                         Capacidade
                          Instalada

10 Lugar        E          49,49%
20 Lugar        A          45,67%
30 Lugar        C          23,62%
40 Lugar        B          16,00%
50 Lugar        D          10,08%

Fonte: os autores.

Quadro 1: Grupos de Indicadores

Perspectivas         Grupos                                Numero de
                                                          Indicadores

                     G1--Controle de Caixa                 9 (nove)
Financeira           G2--Controle Economico-Financeiro     6 (seis)
                     G3--Exigencias das Legislacoes         3 (tres)
                     G4--Qualidade                         5 (cinco)
Processos Internos   G5--Produtividade                      9 (nove)
Cliente              G6--Satisfacao do Cliente             9 (nove)
Aprendizagem/        G7--Evolucao                           7 (sete)
Crescimento

Fonte: os autores.

Quadro 2: Matriz de Aderencia Padrao (amostra global)

                                            OBJETIVOS ESTRATEGICOS
GRUPOS
             INDICADORES DE          Combater a  Integrar/
             DESEMPENHO               clandes-   Fidelizar   Qualidade
                                      tinidade   fornecedor
                                                 industria

                  FINANCEIROS            0           0           0

             Contas a pagar
             Contas a receber
G1           Faturamento total
Controle     Custo variavel (R$)
de caixa     Custo Unitario
             Faturamento/
             cliente (R$)
             Participacao
             faturamento/
             cliente (%)
             Custo fixo (R$)
             Margem de Lucro (%)

             Investimento
             previsto ano corrente
G2           Investimento acumulado
Controle     Capital de giro
Economico    DRE
financeiro   % de retorno sobre
             investimento
             % de crescimento
             da receita

               PROCESSOS INTERNOS        7           5           7

G3           BPF                         x                       x
Legislacoes  APPCC                       x                       x
             Programa de                 x                       x
             auto-controle

             Consumo de                                          x
             agua/carcaca
G4           No de contaminacoes                                 x
Qualidade    Peso da carcaca                                     x
             Rendimento/carcaca                                  x
             Transporte de animais       x           x

             Consumo de energia
             Estimativa de
             producao/mes
             Custo unitario              x           x
             do animal
G5           Producao/mes                            x
Produti-     Capacidade                  x           x
vidade       ociosa/mes
             No de animais
             abatidos/hora
             No de funcionarios--
             Total
             No de Funcionarios--
             Producao
             Produtividade mensal        x           x

                    CLIENTE              4           4           2

             No de reclamacoes                                   x
             Tempo de atendimento        x           x
             dos pedidos
G6           Atendimento                 x           x
Satisfacao   total dos pedidos
dos          No de clientes
clientes     Satisfacao dos                                      x
             clientes
             Participacao no             x           x
             mercado
             Cortes Especiais
             Acoes de                    x           x
             Responsabilidade
             social
             % de entregas
             no prazo

                 APRENDIZADO E           3           3           3
                  CRESCIMENTO

             Pesquisa de
             satisfacao (interna)
             Investimento em
             controle ambiental
G7           Aumento % de animais        x           x           x
Evolucao     proprios
             Taxa de retencao de                                 x
             clientes
             Investimento em
             Marketing
             Satisfacao dos              x           x
             fornecedores
             Pagam. diferenciado         x           x           x
             a fornecedores

                    [SIGMA]              14          12         12

                                           OBJETIVOS ESTRATEGICOS
GRUPOS
             INDICADORES DE          Reputacao  Aumentar   Aumentar a
             DESEMPENHO                 em       pontos   participacao
                                     qualidade     de      em nichos
                                                 venda     de mercado
                                                            de maior
                                                          valorizacao

                  FINANCEIROS            0         0           0

             Contas a pagar
             Contas a receber
G1           Faturamento total
Controle     Custo variavel (R$)
de caixa     Custo Unitario
             Faturamento/
             cliente (R$)
             Participacao
             faturamento/
             cliente (%)
             Custo fixo (R$)
             Margem de Lucro (%)

             Investimento
             previsto ano corrente
G2           Investimento acumulado
Controle     Capital de giro
Economico    DRE
financeiro   % de retorno sobre
             investimento
             % de crescimento
             da receita

               PROCESSOS INTERNOS        6         3           7

G3           BPF                         x                     x
Legislacoes  APPCC                       x                     x
             Programa de                 x                     x
             auto-controle

             Consumo de
             agua/carcaca
G4           No de contaminacoes         x
Qualidade    Peso da carcaca             x                     x
             Rendimento/carcaca          x
             Transporte de animais

             Consumo de energia
             Estimativa de
             producao/mes
             Custo unitario
             do animal
G5           Producao/mes                          x           x
Produti-     Capacidade                            x           x
vidade       ociosa/mes
             No de animais
             abatidos/hora
             No de funcionarios--
             Total
             No de Funcionarios--
             Producao
             Produtividade mensal                  x           x

                    CLIENTE              6         6           8

             No de reclamacoes           x                     x
             Tempo de atendimento        x         x           x
             dos pedidos
G6           Atendimento                 x         x           x
Satisfacao   total dos pedidos
dos          No de clientes                        x           x
clientes     Satisfacao dos              x         x           x
             clientes
             Participacao no                       x           x
             mercado
             Cortes Especiais                                  x
             Acoes de                    x
             Responsabilidade
             social
             % de entregas               x         x           x
             no prazo

                 APRENDIZADO E           7         1           5
                  CRESCIMENTO

             Pesquisa de                 x                     x
             satisfacao (interna)
             Investimento em             x
             controle ambiental
G7           Aumento % de animais        x         x           x
Evolucao     proprios
             Taxa de retencao de         x                     x
             clientes
             Investimento em             x                     x
             Marketing
             Satisfacao dos              x
             fornecedores
             Pagam. diferenciado         x                     x
             a fornecedores

                    [SIGMA]             19         10          20

                                         OBJETIVOS ESTRATEGICOS
GRUPOS
             INDICADORES DE          Reducir   Producao   Elevar
             DESEMPENHO               custos      em     produti-
                                        de      escala    vidade
                                     producao             (Kg/h)

                  FINANCEIROS           6         3         3

             Contas a pagar
             Contas a receber
G1           Faturamento total
Controle     Custo variavel (R$)        x         x         x
de caixa     Custo Unitario             x
             Faturamento/
             cliente (R$)
             Participacao
             faturamento/
             cliente (%)
             Custo fixo (R$)            x
             Margem de Lucro (%)        x         x         x

             Investimento
             previsto ano corrente
G2           Investimento acumulado
Controle     Capital de giro            x
Economico    DRE
financeiro   % de retorno sobre
             investimento
             % de crescimento           x         x         x
             da receita

               PROCESSOS INTERNOS       11        7         11

G3           BPF
Legislacoes  APPCC
             Programa de
             auto-controle

             Consumo de                                     x
             agua/carcaca
G4           No de contaminacoes        x
Qualidade    Peso da carcaca            x                   x
             Rendimento/carcaca         x                   x
             Transporte de animais

             Consumo de energia         x         x         x
             Estimativa de              x         x         x
             producao/mes
             Custo unitario             x
             do animal
G5           Producao/mes               x         x         x
Produti-     Capacidade                 x         x         x
vidade       ociosa/mes
             No de animais              x         x         x
             abatidos/hora
             No de funcionarios--                           x
             Total
             No de Funcionarios--       x         x         x
             Producao
             Produtividade mensal       x         x         x

                    CLIENTE             1         1         1

             No de reclamacoes
             Tempo de atendimento       x         x         x
             dos pedidos
G6           Atendimento
Satisfacao   total dos pedidos
dos          No de clientes
clientes     Satisfacao dos
             clientes
             Participacao no
             mercado
             Cortes Especiais
             Acoes de
             Responsabilidade
             social
             % de entregas
             no prazo

                 APRENDIZADO E          2         2         4
                  CRESCIMENTO

             Pesquisa de                x                   x
             satisfacao (interna)
             Investimento em
             controle ambiental
G7           Aumento % de animais       x         x         x
Evolucao     proprios
             Taxa de retencao de
             clientes
             Investimento em
             Marketing
             Satisfacao dos                       x         x
             fornecedores
             Pagam. diferenciado                            x
             a fornecedores

                    [SIGMA]             20        13        19

                                        OBJETIVOS ESTRATEGICOS
GRUPOS
             INDICADORES DE          Retomo  Diferen-  Consoli-
             DESEMPENHO              Finan-   ciacao    dacao
                                     ceiro     dos       da
                                             produtos   marca

                  FINANCEIROS          15       0         0

             Contas a pagar            x
             Contas a receber          x
G1           Faturamento total         x
Controle     Custo variavel (R$)       x
de caixa     Custo Unitario            x
             Faturamento/              x
             cliente (R$)
             Participacao              x
             faturamento/
             cliente (%)
             Custo fixo (R$)           x
             Margem de Lucro (%)       x

             Investimento              x
             previsto ano corrente
G2           Investimento acumulado    x
Controle     Capital de giro           x
Economico    DRE                       x
financeiro   % de retorno sobre        x
             investimento
             % de crescimento          x
             da receita

               PROCESSOS INTERNOS      13       1         5

G3           BPF                                          x
Legislacoes  APPCC                                        x
             Programa de                                  x
             auto-controle

             Consumo de                x
             agua/carcaca
G4           No de contaminacoes       x                  x
Qualidade    Peso da carcaca           x        x
             Rendimento/carcaca        x
             Transporte de animais

             Consumo de energia        x
             Estimativa de             x
             producao/mes
             Custo unitario            x
             do animal
G5           Producao/mes              x                  x
Produti-     Capacidade                x
vidade       ociosa/mes
             No de animais             x
             abatidos/hora
             No de funcionarios--      x
             Total
             No de Funcionarios--      x
             Producao
             Produtividade mensal      x

                    CLIENTE            7        2         8

             No de reclamacoes         x                  x
             Tempo de atendimento      x
             dos pedidos
G6           Atendimento               x                  x
Satisfacao   total dos pedidos
dos          No de clientes                               x
clientes     Satisfacao dos            x        x         x
             clientes
             Participacao no           x                  x
             mercado
             Cortes Especiais          x        x         x
             Acoes de                                     x
             Responsabilidade
             social
             % de entregas             x                  x
             no prazo

                 APRENDIZADO E         7        2         5
                  CRESCIMENTO

             Pesquisa de               x
             satisfacao (interna)
             Investimento em           x                  x
             controle ambiental
G7           Aumento % de animais      x        x         x
Evolucao     proprios
             Taxa de retencao de       x
             clientes
             Investimento em           x                  x
             Marketing
             Satisfacao dos            x                  x
             fornecedores
             Pagam. diferenciado       x        x         x
             a fornecedores

                    [SIGMA]            42       5         18

                                      OBJETIVOS
GRUPOS                               ESTRATEGICOS
             INDICADORES DE
             DESEMPENHO

                  FINANCEIROS          [SIGMA]

             Contas a pagar
             Contas a receber
G1           Faturamento total
Controle     Custo variavel (R$)
de caixa     Custo Unitario               17
             Faturamento/
             cliente (R$)
             Participacao
             faturamento/
             cliente (%)
             Custo fixo (R$)
             Margem de Lucro (%)

             Investimento
             previsto ano corrente
G2           Investimento acumulado
Controle     Capital de giro              10
Economico    DRE
financeiro   % de retorno sobre
             investimento
             % de crescimento
             da receita

               PROCESSOS INTERNOS

G3           BPF
Legislacoes  APPCC                        15
             Programa de
             auto-controle

             Consumo de
             agua/carcaca
G4           No de contaminacoes
Qualidade    Peso da carcaca              22
             Rendimento/carcaca
             Transporte de animais

             Consumo de energia
             Estimativa de
             producao/mes
             Custo unitario
             do animal
G5           Producao/mes
Produti-     Capacidade                   46
vidade       ociosa/mes
             No de animais
             abatidos/hora
             No de funcionarios--
             Total
             No de Funcionarios--
             Producao
             Produtividade mensal

                    CLIENTE

             No de reclamacoes
             Tempo de atendimento
             dos pedidos
G6           Atendimento
Satisfacao   total dos pedidos
dos          No de clientes
clientes     Satisfacao dos               50
             clientes
             Participacao no
             mercado
             Cortes Especiais
             Acoes de
             Responsabilidade
             social
             % de entregas
             no prazo

                 APRENDIZADO E
                  CRESCIMENTO

             Pesquisa de
             satisfacao (interna)
             Investimento em
             controle ambiental
G7           Aumento % de animais
Evolucao     proprios
             Taxa de retencao de          44
             clientes
             Investimento em
             Marketing
             Satisfacao dos
             fornecedores
             Pagam. diferenciado
             a fornecedores

                    [SIGMA]              204

Fonte: os autores

Figura 2: Ranking dos frigorificos segundo a aderencia dos
indicadores a estrategia

Frigorificos     Ranking de Aderencia

E                       95,97%

C                       36,59%

D                       36,15%

A                       35,48%

B                       31,36%

Fonte: os autores.

Note: Table made from bar graph.

Figura 3: Ranking dos frigorificos segundo a ocupacao
de capacidade

Frigorificos     Ranking segundo uso da
                  capacidade instalada

E                        49,49%

A                        45,67%

C                        23,62%

B                        16,00%

D                        10,08%

Note: Table made from bar graph.


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