Occupational stress of workers in a public hospital of Belo Horizonte: a case study in intensive care units/Estres ocupacional de los trabajadores de un hospital publico de Belo Horizonte: un estudio de caso en los centros de tratamiento intensivo/Estresse ocupacional dos trabalhadores de um hospital publico de Belo Horizonte: um estudo de caso nos centros de terapia intensiva.
de Lourdes Ulhoa, Maria ; Garcia, Fernando Coutinho ; Lima, Cristina Torres 等
1. INTRODUCAO
A sociedade em geral vive um processo de intensificacao do ritmo em
que as mudancas acontecem. Como consequencia direta disso, o mundo do
trabalho tambem experimenta modificacoes de forma acelerada (PEREIRA,
2005). As mudancas organizacionais fizeram e fazem parte da vida.
Atualmente, ha dois aspectos caracteristicos de nosso tempo: velocidade
e profundidade. Ha exigencias cada vez maiores aos trabalhadores, que
conduzem a deterioracao da qualidade de vida dos individuos. Pereira
(2005) comenta que, nesse contexto, o estresse configurase como uma
variavel importante, considerando-se que e elevado o numero de
individuos atingidos por esse processo de mudanca. Assim, na medida do
possivel as pessoas buscam regular e controlar essas mudancas, a fim de
impedir que sobrevenham exageradamente rapidas ou de forma muito
intensa, gerando impactos negativos em suas vidas (GOLDBERG, 1986).
As pressoes geradas pelas continuas transformacoes economicas e
sociais tem tornado os individuos mais vulneraveis as doencas
psicossomaticas e organicas. Segundo Albrecht (1990), o estresse e uma
doenca que se tornou recorrente nos paises altamente industrializados e
esta acarretando um elevado custo em termos de saude e bem-estar
emocional. De acordo com esse autor, os grandes inimigos da saude das
pessoas nao sao mais somente uma crise ocupacional, uma perturbacao
emocional ou uma situacao perigosa, mas tambem o estado prolongado e
constante de preocupacao, alerta e ansiedade, que caracteriza uma forte
carga de estresse (ALBRECHT, 1990).
O trabalho e um dos elementos da propria cultura humana, talvez um
dos mais importantes, gerador de bens e riquezas, mas tambem de agravos
a saude das pessoas. Para as organizacoes, e importante que o trabalho
garanta as pessoas prazer, satisfacao profissional, realizacao e uma
permanente aspiracao a felicidade (PASCHOAL; TAMAYO, 2004).
O estresse decorrente das situacoes de trabalho e chamado estresse
ocupacional e se refere a uma reacao do individuo ao seu ambiente de
trabalho, que de alguma forma o atinge (PASCHOAL; TAMAYO, 2004). Para
Fernandes, Medeiros e Ribeiro (2008), apesar de existirem discordancias
sobre o conceito de estresse entre pesquisadores do assunto, pode-se
definir estresse ocupacional como um processo em que o profissional
reconhece as demandas do trabalho como estressores, os quais, ao
excederem sua habilidade de enfrentamento, podem provocar nele diversas
doencas vinculadas ao trabalho.
Paschoal e Tamayo (2004) comentam que o trabalho humano, observado
sob o prisma historico, revela sua transformacao num meio civilizado e
de cultura. Representa tambem um dos aspectos mais relevantes da vida do
individuo e e inseparavel de sua existencia. Nao e so producao de bens e
riquezas, mas tambem uma maneira de autorrealizacao. A relacao entre o
trabalho e o bemestar do trabalhador requer a implantacao e
implementacao, por parte das organizacoes, de politicas de prevencao,
com a construcao de uma cultura organizacional em que seja propicia a
realizacao da missao da organizacao com a garantia de qualidade de vida
e realizacao das pessoas.
De acordo com Fernandes, Medeiros e Ribeiro (2008:415), o estresse
ocupacional pode ser visto como "consequencia das relacoes
complexas que se processam entre condicoes de trabalho", "nas
quais as demandas do trabalho excedem as habilidades do trabalhador para
enfrenta-las". Suas consequencias aparecem sob a forma tanto de
problemas na saude fisica e mental do profissional, quanto de
insatisfacao no trabalho (FERNANDES; MEDEIROS; RIBEIRO, 2008).
Quanto ao estresse ocupacional, as modificacoes nos processos e na
organizacao do trabalho podem causar instabilidade emocional e fisica
nos ocupantes dos postos de trabalho, em virtude do estimulo e
valorizacao da competitividade (AYRES; SILVA, 2004). Por essa razao, a
qualidade de vida no trabalho tornou-se foco de atencao, como forma de
minimizar os efeitos negativos que o estresse causa aos individuos e as
organizacoes.
Reforcando essa questao, os estudos de Morgan (1996) mencionam que
os valores culturais do processo de trabalho tem assumido elementos
geradores de estresse. Ainda na visao desse autor, as organizacoes
utilizam mecanismos estressantes como forma de maximizar os resultados,
como, por exemplo, o estabelecimento de metas a serem cumpridas
As instituicoes necessitam conscientizar-se da necessidade de
adotar uma melhor postura em relacao aos processos de trabalho, para
garantir desenvolvimento e realizacao aos individuos (CUNHA, 2009). A
autora menciona ainda que, para seu sucesso, as organizacoes devem
preocupar se em manter uma avaliacao sobre sua contribuicao para a
qualidade de vida no trabalho (QVT) dos profissionais, a satisfacao de
suas necessidades e expectativas. Um dos desafios e desenvolver a
vitalidade organizacional, utilizando novo estilo de gestao, que deve
pautar-se no comprometimento, reciprocidade e planejamento estrategico
(CUNHA, 2009).
Nas organizacoes hospitalares, os trabalhadores de saude estao
vivenciando o estresse e a inseguranca profissional. E o que concluiu o
estudo desenvolvido pelo The National Institute for Occupational Safety
and Health, que caracterizou o cenario de violencia que envolve os
profissionais hospitalares e sugeriu as instituicoes o desenvolvimento
de programas de prevencao aos fatores de risco em cada unidade, com
orientacao aos trabalhadores. Cunha (2009:232) ainda menciona que os
programas ajudariam os profissionais a criar para si "instrumentos
de combate ao medo, as agressoes, a humilhacao e aos homicidios em seus
locais de trabalho".
Cunha (2009) comenta, em sua recente pesquisa, que politicas
organizacionais de saude que excluem a Gestao da Qualidade de Vida no
Trabalho (GQVT) negligenciam em algum grau sua sanidade operacional, a
saude e o bem-estar de seus profissionais.
O foco deste estudo e uma organizacao hospitalar, especificamente
as unidades responsaveis pela assistencia a pacientes em terapia
intensiva, chamadas UTIs ou CTIs, cujos pacientes recebem cuidados
especificos encaminhados da unidade de urgencia e emergencia. A opcao
por estas como unidade especial de pesquisa deve-se ao fato de que,
nelas, todos os profissionais, sobretudo os trabalhadores de enfermagem,
que sao em maior numero, alem de enfrentarem no seu dia a dia situacoes
de limite fisico e psicologico, convivem em um ambiente de trabalho com
riscos resultantes de agentes quimicos, fisicos, biologicos e psiquicos,
capazes de causar danos a sua saude. Nesses ambientes, o desenvolvimento
crescente de novas tecnologias e a incorporacao de novas formas de
organizacao do trabalho, aliados as demandas de participacao dos
trabalhadores nos diversos ambientes, contribuem para o estabelecimento
do estresse
como fenomeno (PEREIRA, 2005).
Diante disso, definiu-se como objeto de estudo o estresse
ocupacional. Deseja-se que o estudo seja um instrumento que viabilize a
promocao de intervencoes na estrutura de decisao e na forma de
organizacao do trabalho, que possibilite maior flexibilidade e equidade
e que possa exercer influencias positivas nos niveis de tensao mental
dos profissionais, comumente submetidos a altas exigencias no que se
refere a assistencia intensiva aos pacientes e aos resultados
organizacionais.
Entao, propos-se como objetivo geral para este estudo identificar
os principais fatores que contribuem para o estresse ocupacional dos
agentes administrativos, enfermeiros, fisioterapeutas, medicos e
tecnicos de enfermagem dos tres centros de terapia intensiva adulto de
um hospital publico municipal de Belo Horizonte.
Como objetivo especifico, propos-se avaliar se:
* o fator nivel de demanda psicologica pode gerar stresse
ocupacional nos funcionarios;
* o fator nivel de controle do trabalhador sobre seu proprio
trabalho pode desencadear estresse ocupacional;
* o fator nivel de apoio social pode gerar estresse ocupacional.
2. REFERENCIAL TEORICO
O conceito de estresse consolidou-se ao longo dos anos. No seculo
XIX, o estresse era entendido como um fator de ma condicao de saude. Ja
no seculo XX, foi visto como um disturbio de homeostase presente em
determinadas condicoes (FOSTER et al., 2007). A partir da decada de 70,
com o surgimento do interesse nos estudos referentes ao impacto das
mudancas sociais sobre a vida humana, o estresse ocupacional passou a
ser considerado como um novo campo de estudo, que se tornou relevante em
consequencia do aparecimento de doencas vistas como relacionadas ao
trabalho. No seculo XXI, o estresse passou, entao, a figurar entre os
principais desafios a serem enfrentados.
Segundo Pereira (2005), ha tres abordagens sobre estresse, que
podem ser consideradas complementares e interligadas. A primeira e a
bioquimica, que surgiu nas decadas de 1930 e 1950 e trata da fisiologia
do estresse, importante para se ter uma visao global das manifestacoes
do estresse. A segunda e a psicologica, que estuda a percepcao e o
comportamento dos individuos manifestados no processo de estresse. A
terceira abordagem e a sociologica, que esta relacionada a compreensao
do contexto da sociedade em que o individuo esta inserido. Dessa forma,
Albrecht (1990) comenta que a adaptacao dos individuos tem sido
questionada nos niveis fisico, psicologico e espiritual, pois o estresse
deles decorrente provoca alteracoes responsaveis pela maioria dos
considerados males da modernidade.
Sobre essa questao, Mota, Tanure e Carvalho Neto (2008) comentam
que as fontes de tensao e de estresse diferem de individuo para
individuo, e que, portanto, as pessoas nao reagem de forma homogenea a
uma determinada situacao de trabalho que causa estresse.
Pode-se entao conceituar estresse como uma combinacao de reacoes
fisiologicas e comportamentais que as pessoas apresentam em resposta aos
eventos que as ameacam ou desafiam, Caracteriza-se, assim, como um
processo dinamico que se manifesta por meio de sintomas fisicos,
psicologicos e comportamentais. E uma tentativa de reacao do organismo a
um processo de excitacao emocional (MOTA; TANURE; CARVALHO NETO, 2006).
Esses autores citam Selye (1956), considerado "o pai do
estresse", e enfatizam que o processo de adoecimento e desenvolvido
em tres fases distintas, denominadas de Sindrome de Adaptacao
Geral--SAG:
a. Fase de Alarme--caracteriza-se pelas reacoes que o corpo
apresenta quando o agente estressor e reconhecido e aquele se mobiliza
para lutar ou fugir;
b. Fase de Resistencia--caso o agente estressor mantenha sua acao,
o corpo se esforca para resistir aos efeitos da fase anterior e voltar
ao seu estado de equilibrio;
c. Fase de Exaustao--esta fase ocorre somente se o estresse
permanecer por mais tempo que o corpo pode resistir e representa muitas
vezes a falha dos mecanismos de adaptacao.
Decorrentes do estado de tensao, varias reacoes fisiologicas e
bioquimicas ocorrem no corpo humano, como o aumento do fluxo de sangue
no cerebro e nos musculos, que permite um melhor raciocinio e respostas
musculares mais rapidas; elevacao da pressao sanguinea; dilatacao das
pupilas, que proporciona aumento do campo e da acuidade visual; e
aumento dos batimentos cardiacos e da frequencia respiratoria, que
provocam melhoria na oxigenacao do sangue e, consequentemente, melhoria
no desempenho de diversos orgaos do corpo. Todas essas reacoes estao
relacionadas a melhor preparacao do organismo para enfrentar as fontes
de pressao as quais esta sendo submetido ou adaptar-se a elas (SELYE,
1956).
Os primeiros estudos sobre estresse no trabalho em CTIs de
hospitais brasileiros foram implantados a partir da decada de 60, e
fizeram com que os profissionais de saude exercessem novas praticas de
atuacao. Por um lado, o avanco tecnologico possibilitou a estruturacao
dos CTIs, que reuniu num mesmo espaco os recursos imprescindiveis a uma
assistencia otimizada ao paciente critico. Os profissionais passaram a
conviver com uma serie de riscos relacionados as condicoes e ao ambiente
de trabalho, nem sempre considerados a genese das desordens fisicas e
psiquicas (SANTOS; OLIVEIRA; MOREIRA, 2006).
Os trabalhos desenvolvidos em CTIs exigem uma grande carga mental,
uma vez que o enfermeiro se depara com diversos estressores, como o
excesso de trabalho, contato constante com o sofrimento do outro,
complexidade de tarefas e imprevisibilidade do estado geral dos
pacientes, que levam os profissionais de enfermagem a desenvolver
alteracoes fisiologicas, emocionais, cognitivas ou comportamentais
(SANTOS; OLIVEIRA; MOREIRA, 2006). Segundo os autores, tais alteracoes
remetem ao estresse, que representa a resposta generalizada do organismo
as exigencias ambientais. Trata-se de um mecanismo fisiologico inerente
que prepara o organismo para reagir em face dessas exigencias.
Arroba e James (1988) comentam que as respostas cognitivas mais
frequentes seriam: problemas de concentracao, indecisao, esquecimento,
sensibilidade a criticas, pensamentos autocriticos e atitudes rigidas.
As reacoes emocionais potenciais incluiriam: medo, ansiedade, excitacao,
nervosismo, tensao, irritabilidade, raiva, hostilidade, tristeza,
vergonha, mau humor, solidao, ciume, sentimento de insatisfacao e falta
de interesse. Dessa forma, a conclusao dos autores Arroba e James (1988)
sobre as reacoes comportamentais e de que elas podem se expressar por
meio de atitudes como: fala agressiva, tom de voz alterado e
comportamento hostil. Ou o oposto: um comportamento retraido. Nao ha uma
lista definitiva, pois cada um tem seu proprio padrao de resposta.
Outro estudo sobre estresse no trabalho de relevancia na literatura
foi desenvolvido por Cooper e considera que os agentes estressores
integrados as ocupacoes profissionais podem ser classificados em seis
grandes categorias: fatores intrinsecos ao trabalho--condicoes de
salubridade, jornada de trabalho, ritmo, riscos potenciais a saude,
sobrecarga de trabalho, introducao de novas tecnologias, natureza e
conteudo do trabalho; papel do individuo na organizacao--ambiguidade e
conflito de papeis; relacionamento interpessoal com os superiores,
colegas e subordinados; desenvolvimento na carreira--congruencia de
status, seguranca no emprego e perspectiva de promocoes; clima e
estrutura organizacional ameacas potenciais a integridade do individuo,
a sua autonomia e identidade pessoal; e interface
casa/trabalho--aspectos relacionais de eventos pessoais fora do trabalho
e dinamica psicossocial do estresse (PEREIRA, 2005).
Outro efeito do conflito e da competicao que traz consequencias
adversas a saude do profissional de saude e o isolamento social. Os
efeitos fisicos tendem a ser cronicos e progressivos. Conforme
mencionado por Rossi, Perrewe e Sauter (2005), o estresse nas situacoes
de trabalho pode trazer como consequencia mudancas comportamentais (que
se referem a reacoes do individuo como, por exemplo, a automedicacao, o
uso de alcool, o fumo exagerado, a ingestao excessiva de alimentos e ate
mesmo o suicidio). Alem disso, a perda da integracao social pode ser
insuportavel quando o individuo nao consegue superar as barreiras a
comunicacao que foram criadas (EVANS; BARTOLOME, 1980 apud MOTA; TANURE;
CARVALHO NETO, 2008; QUICK et al, 2003 apud MOTA; TANURE; CARVALHO NETO,
2008).
A unidade de terapia intensiva, como o proprio nome sugere, tem
como atribuicao assistir e prestar cuidados aos pacientes em estado
grave com possibilidade de recuperacao, que exigem permanente
assistencia medica e de enfermagem, alem da utilizacao eventual de
equipamento especializado. Constitui-se em um ambiente que requer maximo
cuidado, proficiencia, atencao e habilidade por parte dos profissionais
no trato com seus pacientes. E tambem um ambiente que pode desencadear
estresse, em razao do contato com a ambiguidade de vida e morte. Sabe-se
que esse ambiente propicia o surgimento de problemas emocionais em seus
profissionais. (SIQUEIRA; LEAO; CARPENTIERI, 2002).
Nessa discussao, apresenta-se a realidade dos profissionais que
atuam em permanente contato com o sofrimento, a dor, o desespero, a
irritabilidade e demais reacoes que podem surgir nos pacientes e em seus
familiares em virtude da situacao de saude por que passam no momento
(CAVALHEIRO; MOURA JUNIOR; LOPES, 2008).
Considerando-se que os seres humanos interagem com o meio e sao
suscetiveis de sofrer influencias dele, quando o estresse permanece,
pode promover desequilibrios internos no organismo (ULRICH, 2005). O
estresse tambem pode afetar o estilo de vida das pessoas, no que se
refere, por exemplo, a alimentacao, ao ritmo de vida, ao controle do
estresse, aos relacionamentos interpessoais, a pratica ou nao de
atividades fisicas, entre outros (ZANELLI, 2007). O autor comenta que,
se a pessoa sofrer muita pressao no trabalho, pode acontecer que
necessite mudar o estilo de vida, o que requer uma serie de mudancas
significativas em seu padrao de comportamento.
Admitir os prejuizos que as condicoes de risco a saude impoem ao
ser humano e a organizacao e um passo preliminar necessario para
planejar e desenvolver as mudancas. Zanelli (2007) menciona que alguns
agentes devem ser desenvolvidos no processo de intervencao, com o
objetivo de identificar as caracteristicas e procedimentos
organizacionais e individuais de mudancas em busca de saude no trabalho.
As relacoes sociais do ambiente de trabalho sao muitas vezes fontes
geradoras de estresse. O modelo utilizado para este estudo foi um modelo
teorico bidimensional projetado por Robert Karasek, um dos pioneiros nos
anos 70 tanto no uso de escalas de medidas no ambito dos estudos
epidemiologicos para avaliar aspectos psicossociais do trabalho, quanto
em permitir relacionar dois aspectos demanda e controle--no trabalho que
podem levar ao risco de adoecimento (ALVES et al., 2004). O modelo preve
a avaliacao simultanea de niveis de demanda e controle.
Nesse contexto, entende-se demanda por pressao de natureza
psicologica, que pode ser quantitativa, ou seja, referir-se ao tempo
para realizar um volume de tarefas num determinado ritmo e volume, ou
qualitativa, ou seja, dizer respeito aos conflitos entre demandas
contraditorias. O controle e a possibilidade de o trabalhador utilizar
suas habilidades intelectuais criativas e tarefas diferentes para o
desenvolvimento e realizacao de seu trabalho, bem como possuir
autoridade suficiente para tomar decisoes sobre a forma de realiza-lo. O
foco do Modelo Karasek e dirigido ao modo de organizacao do trabalho e
tambem a estrutura psiquica e organica dos profissionais trabalhadores
(ALVES et al., 2004).
Alves et al. (2004) comentam que o Modelo de Karasek utiliza
escores medios, que sao distribuidos em quatro quadrantes de forma que
configurem as relacoes entre demanda e controle, como visualizado na
Figura 1.
[FIGURE 1 OMITTED]
A coexistencia de grandes demandas psicologicas com alto controle
sobre o processo de trabalho gera alto desgaste (job strain). Isso e que
causa efeitos nocivos a saude do trabalhador.
Tambem nociva e a situacao que conjuga baixas demandas e baixo
controle (trabalho passivo), uma vez que pode gerar perda de habilidades
e desinteresse. Por outro lado, quando alta demanda e baixo controle
coexistem numa situacao, os individuos experimentam o processo de
trabalho ativo: ainda que as demandas sejam excessivas, elas sao menos
danosas, ja que o trabalhador pode escolher como planejar suas horas de
trabalho de acordo com seu ritmo biologico e criar estrategias para
lidar com suas dificuldades. A situacao "ideal", de baixo
desgaste, conjuga baixas demandas e alto controle do processo de
trabalho (ALVES et al., 2004)
A autora tambem comenta a terceira dimensao, a do apoio social no
ambiente de trabalho. Esta foi acrescentada ao modelo proposto por
Johnson em 1988, e define os niveis de interacao social tanto com os
colegas quanto com os gerentes. A escassez deste nivel de relacionamento
pode gerar consequencias negativas a saude.
3. METODOLOGIA
Trata-se de uma pesquisa caracterizada como um estudo quantitativo.
No que diz respeito aos objetivos da pesquisa, este trabalho pode ser
caracterizado como uma pesquisa descritiva, pois estabelece relacoes
entre variaveis por meio da descricao das caracteristicas de determinado
fenomeno ou populacao, segundo comenta Gil (2002).
Em relacao aos procedimentos para execucao da pesquisa, pode-se
classificar este trabalho como um estudo de caso realizado em uma
instituicao hospitalar publica localizada em Belo Horizonte.
A utilizacao de um estudo de caso unico e apropriada em
circunstancias nas quais se pretende determinar se as proposicoes de uma
teoria sao corretas (YIN, 2001). O autor menciona tambem que o estudo de
caso "[...] beneficia-se do desenvolvimento previo de proposicoes
teoricas para conduzir a coleta e analise dos dados" (YIN,
2001:32-33).
Os sujeitos do estudo foram os trabalhadores das diversas
categorias profissionais (medicos, enfermeiros, tecnicos de enfermagem)
das tres unidades de CTI do Hospital Municipal Odilon Behrens no
municipio de Belo Horizonte-MG. A populacao pesquisada constituiu-se de
136 dos 180 trabalhadores dos CTIs do hospital.
3.1. Escala
A escala de estresse ocupacional e composta de 28 itens, seis dos
quais se referem a Demanda, nove ao Controle e 13 ao Apoio Social. Os
itens da escala sao validados em outros estudos (THEORELL; KARASEK,
1996; THEORELL, 2000) e permitem avaliar o grau de estresse dos
trabalhadores.
O uso de escalas de medidas no ambito dos estudos epidemiologicos
tem permitido avaliar constructos como o de estresse. Conforme Alves et
al. (2004), o Modelo Demanda-Controle de Karasek assume casualidade
sociologica, uma vez que defende que as acoes de promocao da saude no
trabalho devem ser direcionadas as mudancas nas organizacoes e nao nos
comportamentos individuais. Esse modelo de referencia tem sido utilizado
com frequencia, principalmente na area da saude, para avaliar diferentes
agravos: depressao, doencas cardiovasculares e estresse. Cada item dos
constructos Demanda e Controle foi preenchido de acordo com a escala
"likert" de cinco itens, enquanto a terceira dimensao, a do
Apoio Social, foi preenchida de acordo com a escala "likert"
de quatro itens (TRIOLA, 1998). A escala pode ser visualizada no ANEXO
A.
Na totalidade dos itens da escala, respostas mais proximas de 1
indicam maior suscetibilidade ao estresse, enquanto respostas mais
proximas de 5 (Demanda e Controle) ou 4 (Apoio Social) indicam o
contrario. Alguns itens da escala nao respeitam essa interpretacao e,
portanto, tiveram suas respostas invertidas para a analise.
3.2. Plano de Coleta e Analise dos Dados
Para a coleta de dados foram anexados a escala itens de
levantamento sociodemografico (APENDICE A) que permitiriam conhecer o
perfil dos respondentes em relacao ao genero, a faixa etaria, ao estado
civil, ao turno de trabalho e a categoria profissional.
A aplicacao da escala e do questionario foi realizada pela
pesquisadora e por cinco voluntarios, alunos de graduacao em enfermagem.
A equipe foi treinada e informada quanto ao objetivo do projeto, forma
de aplicacao do questionario e da escala, aplicacao do Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido, instrucoes de trabalho e postura
pessoal durante a abordagem. Como os profissionais trabalham durante os
sete dias da semana e nos periodos diurno e noturno, a aplicacao da
escala e do questionario foi organizada de modo que todos os
profissionais pudessem ter oportunidade de participar da pesquisa,
obtendo-se, dessa forma, o maior numero possivel de participantes.
Os dados coletados foram analisados a partir da construcao de uma
base de dados no programa SPSS[R] 17.0 (Statistical Package for the
Social Sciences). Primeiramente, realizou-se a codificacao das
diferentes perguntas (variaveis) do questionario no SPSS[R], de modo a
nele inserir cada uma das variaveis e suas respectivas caracteristicas.
Em seguida, fez-se o cruzamento dos dados e, a partir dos resultados
obtidos, sua analise.
Inicialmente, realizou-se uma analise exploratoria com o objetivo
de caracterizar a amostra dos informantes, para o que foram utilizadas
distribuicoes de frequencias para as variaveis sociodemograficas da
populacao do estudo.
Para a analise da possivel associacao da escala de estresse com as
variaveis Genero e Turno, foi utilizado o teste nao parametrico de
Mann-Whitney (TRIOLA, 1998), pois essas variaveis possuem somente duas
categorias. Ja para as variaveis Unidade de CTI e Profissao, que possuem
mais de duas categorias, foi utilizado o teste nao parametrico de
Kruskal-Wallis (TRIOLA, 1998). O teste de correlacao nao parametrica de
Spearman (TRIOLA, 1998) foi utilizado para analisar a correlacao entre a
escala de estresse e a variavel Idade, tendo em vista que esta variavel
esta em uma escala ordinal.
Em todos os testes estatisticos utilizados considerou-se um nivel
de significancia de 5%. Dessa forma, foram consideradas associacoes
estatisticamente significativas aquelas cujo valor p era inferior a
0,05.
3.3. Local da Pesquisa
O Hospital Municipal Odilon Behrens e um hospital publico, geral,
de ensino e de pesquisa, cuja missao e prestar atendimentos de
urgencia/emergencia, de especialidades e internacao com eficiencia,
etica e qualidade. Passou a integrarse ao Sistema Unico de Saude (SUS) a
partir de 1989 e hoje tem papel fundamental na regulacao das urgencias e
emergencias. Com sua incorporacao ao SUS, o HOB apresentou crescimento
importante em numero de leitos e uma qualificacao respeitada na
assistencia a saude, com nivel crescente de complexidade. Possui, alem
do servico de pronto atendimento de referencia para urgencias, tres
Centros de Terapia Intensiva Adulto, que contam com 30 leitos (BELO
HORIZONTE, 2007).
4. RESULTADOS E DISCUSSAO
A tabela a seguir resume a caracterizacao da amostra estudada.
As unidades de CTI do hospital estudado possuem, no total, 180
funcionarios, dos quais 136 participaram da pesquisa. Desses, 62,5% sao
do sexo feminino, a maioria e de solteiros (49.3%), realizam seu
trabalho no turno diurno (59,6%) e a categoria profissional mais
representada e formada por tecnicos de enfermagem (70,6%). Outros
profissionais representantes da populacao estudada sao os medicos
(15,4%), os enfermeiros (9,6%), fisioterapeutas (2,9%) e os agentes
administrativos (1,5%).
O Grafico 1 apresenta os resultados dos constructos do Modelo
Karasek de Demanda e Controle nas tres unidades de CTI, obtidos apos
verificacao dos dados.
Em relacao ao constructo Demanda, vale ressaltar que o CTI do 3
andar foi o que apresentou o maior valor dentre as demais unidades
(3,94), seguido do CTI do 2 andar (3,84) e do CTI do 1 andar (3,67). O
teste de Mann-Whitney indicou nao haver diferencas estatisticamente
significativas entre os tres CTIs, o que leva a concluir que todos
apontam uma situacao de alta demanda, comprovando a teoria de Theorell e
Karasek (1996).
Quanto ao constructo Controle, os resultados apresentados no
grafico indicam semelhancas entre os CTIs do 1 e 3 andar (3,17 e 3,21,
respectivamente); o CTI do 2 andar, por sua vez, apresentou valor menor
(3,02). Considerando-se os dados acima indicados e o teste de
Mann-Whitney realizado neste constructo, e possivel identificar tambem
que nao houve diferencas estatisticamente significativas entre os tres
CTIs, o que permite interpretar que todos apresentam uma situacao de
Controle alto.
De acordo com o Modelo de Karasek de Demanda-Controle, a alocacao
em quadrantes expressou a relacao entre demanda e controle, conforme
aponta o resultado do presente estudo em cada CTI, melhor visualizado na
Figura 2.
[FIGURE 2 OMITTED]
Os resultados indicam a coexistencia de alta demanda com alto
controle nas tres unidades pesquisadas, conforme apontam os resultados
na Figura 2. Os trabalhadores vivem o processo de trabalho de forma
ativa: mesmo que as demandas sejam excessivas, elas geram impactos menos
danosos, uma vez que o trabalhador pode criar estrategias para lidar com
as dificuldades de planejar suas horas de trabalho de acordo com seu
ritmo biologico. Segundo as teorias apresentadas, os maiores riscos a
saude mental e a saude fisica causados pelo estresse envolvem os
trabalhadores que lidam com altas demandas psicologicas ou pressoes que
nao estao em equilibrio com as capacidades, recursos ou necessidades do
profissional e com falta de autonomia para a tomada de decisoes,
combinadas com uma baixa abrangencia de controle ou decisao sobre as
demandas (FORSTER et al, 2007; PEREIRA, 2005).
A seguir, o Grafico 2 apresenta o constructo referente ao apoio
social, que inclui componentes de natureza coletiva, capaz de interferir
nas dimensoes demanda e controle explicitadas acima (FORSTER et al.,
2007).
Neste constructo, avaliou-se que o CTI localizado no 2 andar foi o
que apresentou o maior indice de apoio social (3,00), seguido do 1 e do
3 andar (2,80 e 2,68, respectivamente), porem, de acordo com o teste
comparativo de Mann-Whitney, nao houve diferenca estatisticamente
significativa entre os resultados encontrados. Ressalta-se que o teste
aponta para uma situacao em que ha niveis de apoio social suficientes.
Podera ocorrer certa absorcao de parte dos efeitos adversos do ambiente
de trabalho, o que, consequentemente, podera amenizar o desencadeamento
de doencas relacionadas ao estresse e favorecer um bom desempenho das
tarefas pelos profissionais.
O resultado do teste de Mann-Whitney revelou nao haver relacao
estatisticamente significativa (nivel de significancia = 5%) entre as
variaveis Genero e Turno e a probabilidade de o estresse surgir. Ja o
resultado do teste de o estresse KruskalWallis mostrou nao haver relacao
significativa (nivel de significancia = 5%) entre as variaveis Unidade
de CTI e Profissao. O resultado da analise da correlacao de Spearman,
por sua vez, mostrou nao haver associacao entre a idade dos funcionarios
e a probabilidade de surgir o estresse (nivel de significancia = 5%).
5. CONSIDERACOES FINAIS
O presente estudo teve como finalidade identificar se os niveis dos
fatores Demanda, Controle e Apoio Social contribuem para o estresse
ocupacional no trabalho dos profissionais que atuam nos tres CTIs do
hospital pesquisado. No contexto hospitalar, as unidades de terapia
intensiva ja foram foco de varias pesquisas relacionadas ao estresse dos
profissionais. Sabe-se que nesta unidade hospitalar a atuacao junto a
pacientes criticos e considerada desgastante, razao pela qual fazer
parte desse cotidiano torna o profissional susceptivel ao estresse, tema
importante nas pesquisas sobre o adoecimento no trabalho.
Os resultados revelaram que os profissionais apresentam
possibilidades de desenvolver o estresse no ambiente de trabalho,
considerando-se a analise do constructo Demanda. As caracteristicas
descritas indicam a presenca de efeitos negativos sobre a saude dos
profissionais, que podem gerar estresse e suas repercussoes no trabalho.
Entretanto, verificam-se tambem altos niveis de Controle pelo
profissional sobre suas atividades, o que lhe possibilita certa
autonomia no planejamento de suas tarefas. Dessa forma, salienta-se a
relacao positiva encontrada na avaliacao destes constructos, onde altos
niveis de demanda confrontaram-se com altos niveis de Controle.
O Apoio Social tambem se associa aos aspectos que produzem um
efeito sobre a saude fisica e psicologica do individuo. Neste
constructo, avaliaram-se as interacoes afetivas com colegas e chefias.
Os profissionais tambem foram questionados sobre a sintonia entre seus
objetivos pessoais e os objetivos do hospital, a fim de configurar-se o
ambiente geral no qual os profissionais estao inseridos. Os resultados
apontaram a existencia de relacoes interpessoais positivas nos tres CTIs
estudados, demonstrando que ha a disponibilidade de reconhecimento dos
profissionais e das pessoas.
As reacoes dos trabalhadores ao estresse sao influenciadas direta e
inversamente pelo nivel de suporte social. Dessa forma, o aumento do
nivel de suporte social esta diretamente associado com a diminuicao da
reacao de estresse. Essa relacao pode ser benefica dependendo da
qualidade do clima organizacional na vida cotidiana dessa organizacao.
Pesquisas futuras devem ser desenvolvidas e direcionadas ao
entendimento de fatores que provocam estresse ocupacional em outros
setores hospitalares que, da mesma forma que os CTIs, sao ambientes
propensos ao desenvolvimento dessa doenca ocupacional, como Lavanderia,
Centro Cirurgico, Urgencias e outros tantos. Enfatiza-se a necessidade
de realizacao de pesquisas na area de saude ocupacional, com o intuito
de desenvolver e orientar os setores hospitalares a, juntamente com o
setor de recursos humanos, oferecer condicoes para a obtencao de
qualidade da saude no trabalho para os profissionais.
7. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS
ALBRECHT, Karl. O gerente e o estresse: faca o estresse trabalhar
para voce. Rio de Janeiro: Zahar, 1990.
ALVES, M. G. M.; CHOR, D.; FAERSTEIN, E.; LOPES, C. S.; WERNECK, G.
L. Versao resumida da "job stress scale": adaptacao para o
portugues. Revista de Saude Publica, Sao Paulo, v. 38, n. 2, p. 164-171,
abr. 2004.
ARROBA, Tanya; JAMES, Kim. Pressao no trabalho--stress: um guia de
sobrevivencia. Sao Paulo:EditoraMcGraw, 1988.
AYRES, K. V.; SILVA, I. P. Stress e Qualidade de Vida no Trabalho:
a percepcao de profissionais do setor de hotelaria. In: FORUM
INTERNACIONAL DE QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO, 4., 2004, Porto Alegre.
Anais... Porto Alegre: ISMA BR, 2004.
BELO HORIZONTE. Hospital Municipal Odilon Behrens. Relatorio de
Gestao 2003/2007--Hospital Municipal Odilon Behrens--publicacao interna.
Belo Horizonte, 2007.
BRASIL. Ministerio da Saude. Conselho Nacional de Saude. Comissao
Nacional de Etica em Pesquisa --CONEP. Resolucao CNS no 196/96, de 10 de
Outubro de 1996. Dispoe sobre a pesquisa envolvendo seres humanos.
Brasilia, 1996.
CAVALHEIRO, A. M.; MOURA JUNIOR, D. F; LOPES, A. C. Estresse de
enfermeiros com atuacao em unidade de terapia intensiva. Revista
LatinoAmericana de Enfermagem, Ribeirao Preto, v. 16, n. 1, p. 29-35,
jan./fev. 2008.
CUNHA, K. C. Gestao da qualidade de vida no trabalho em
instituicoes de saude. In: ROSSI, A. M.; QUICK, J. C.; PERREWE, P. L.
(Orgs.). Stress e qualidade de vida no trabalho: o positivo e o
negativo. Sao Paulo: Atlas, 2009.
FERNANDES, S. M. B. A.; MEDEIROS, S. M.; RIBEIRO, L. M. Estresse
ocupacional e o mundo do trabalho atual: repercussoes na vida cotidiana
das enfermeiras. Revista Eletronica de Enfermagem, Goiania, v. 10, n. 2,
p. 414-427, 2008.
FORSTER, D.; DEL CORSO, J. M.; ROGLIO, K. D.; GOMES, L.; VIRTUOSO,
L. A.; SILVA, W.V. Estresse Ocupacional: mudanca imposta na area de
tecnologia em fase de implantacao do SAP R3. In: ENCONTRO DE
ADMINISTRACAO DA INFORMACAO, 1., 2007, Florianopolis, SC.
Anais...Florianopolis: ANPAD, 2007.
GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. Sao Paulo:
Atlas, 2002.
GOLDBERG, P. A saude dos executivos: como identificar sinais de
perigo para a saude e levar a melhor contra o estresse. Rio de Janeiro:
Guanabara, 1986.
MORGAN, G. Imagens da Organizacao. 7. ed. Sao Paulo: Atlas, 1996.
MOTA, Carolina Maria; TANURE, Betania; CARVALHO NETO, Antonio.
Executivos Sucesso e Infelicidade. Belo Horizonte: Elsevier Brasil,
2006.
MOTA, Carolina Maria; TANURE, Betania; CARVALHO NETO, Antonio.
Estresse e sofrimento no trabalho dos executivos. Psicologia em Revista,
Belo Horizonte, v. 14, n. 1, p. 107-130, jun.2008.
PASCHOAL, T.; TAMAYO, A. Validacao da escala de estresse no
trabalho. Estudos de Psicologia, Natal, v. 9, n. 1, p. 45-52, jan./abr.
2004. <http://dx.doi.org/10.1590/S1413-294X2004 000100006>.
PEREIRA, L. Zille. Novas perspectivas para abordagem do estresse
ocupacional em gerentes: estudo em organizacoes brasileiras de setores
diversos. Tese (Doutorado em Administracao) Centro de Pos-graduacao e
Pesquisas em administracao, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo
Horizonte, 2005.
ROSSI, A. M.; PERREWE, P. L.; SAUTER, S. L. (Orgs.). Stress e
qualidade de vida no trabalho: perspectivas atuais da saude ocupacional.
Sao Paulo: Atlas, 2005.
SANTOS, J. Maia; OLIVEIRA E. Barbosa; MOREIRA, A. da Costa.
Estresse, fator de risco para a saude do enfermeiro em centro de terapia
intensiva. Revista Enfermagem, Rio de Janeiro: UERJ, v. 14, n. 4, p.
580-585, out./dez. 2006.
SIQUEIRA, C. M.; LEAO, L. S. C.; CARPENTIERI, M. Auto-producao de
stress e o stress no ambiente de UTI. Trabalho de Conclusao de Curso
(Especializacao em Psicologia Hospitalar e Domiciliar) Centro de
Psicologia Hospitalar e Domiciliar do Nordeste Ltda., Recife, 2002.
Disponivel em: <http://www.cphd.com.br/trabalhos/
cphd_11022006112316.doc>. Acesso em: 28 mar. 2009.
SELYE, H. Stress: a tensao da vida. Sao Paulo: IBRASA, 1956.
THEORELL, T.; KARASEK, R. Current Issues Relating to Psychosocial job Strain and Cardiovascular Disease Research. Journal of Occupational
Health Psychology, Washington, DC, v. 1, n. 1, p. 9-26, Jan. 1996
<http://dx.doi.org/10.1037/1076-8998.LL9>.
THEORELL, T. Working Conditions and Health. In: BERKMAN, L. F.;
KAWACHI, I. (Eds.). Social Epidemiology. Oxford: Oxford University
Press, 2000. cap. 5, p. 95-117.
TRIOLA, M. F. Introducao a Estatistica. 7. ed. Rio de Janeiro: LTC Editora, 1998.
ULRICH, E. Percepcoes de professores universitarios sobre as
relacoes interprofissionais que levam a estresse. (Mestrado em
Psicologia) Centro de Filosofia e Ciencias Humanas, Universidade Federal
de Santa Catarina, Santa Catarina, 2005.
YIN, Robert K. Estudo de caso: planejamento e metodos. Sao Paulo:
Artmed, 2001.
ZANELLI, J. C. Trabalhadores com manifestacoes de stress: teorias e
procedimentos utilizados em centros de pesquisas e intervencoes. Tese
(PosDoutorado) - Pontificia Universidade Catolica de Campinas, Campinas,
2007.
DOI: 10.5700/rege 433
Maria de Lourdes Ulhoa
Graduada em Enfermagem pela Pontificia Universidade Catolica de
Minas Gerais Mestre em Administracao pela Faculdade Novos Horizontes .
Especialista em Gestao Hospitalar pela Escola de Saude Publica do Estado
de Minas Gerais. Docente do curso de Pos-graduacao em Enfermagem em
urgencia e emergencia e atendimento prehospitalar do Centro
Universitario UNA BH--Belo Horizonte-MG, Brasil E-mail:
lulude.ulhoa@terra.com.br
Fernando Coutinho Garcia
Graduado em Geografia pela Pontificia Universidade Catolica de
Minas Gerais Mestre em Administracao pela Universidade Federal de Minas
Gerais. Doutor em Ciencia Politica pela Universidade de Sao Paulo.
Pos-Doutor em Sociologia do Trabalho pela Universita di Roma. Professor
Titular da Faculdade Novos Horizontes--Belo Horizonte-MG, Bras il
E-mail: fernando. coutinho@unihorizontes.br
Cristina Torres Lima
Graduada em Nutricao e Dietetica pela UFOP/MG. Mestre em
Administracao pela Faculdade Novos Horizontes. Especialista em
Administracao de Servicos de Alimentacao pela FUMEC. Especialista em
Administracao Hospitalar pela Faculdade Sao Camilo. Especialista em
Auditoria em Sistemas de Saude pela Faculdade Sao Camilo Coordenadora do
Curso de Especializacao em Gestao Hospitalar pela Escola de Saude
Publica do Estado de Minas Gerais--Belo Horizonte-MG, Bras il E-mail:
ctlima@terra.com.br
Pedro Adalberto Aguiar Castro
Graduado em Enfermagem pela Pontificia Universidade Catolica de
Minas Gerais. PosGraduando em Gestao da Educacao para a Saude na
Pontificia Universidade Catolica de Minas Gerais. Docente da disciplina
Estagio Curricular II do curso de Enfermagem da Faculdade da Saude e
Ecologia Humana de Vespasiano--Vespasiano MG, Brasil
E-mail: pedroacastro@gmail.com
Recebido em: 11/12/2009
Aprovado em: 5/11/2010
Tabela 1: Representacao sociodemografica da populacao do estudo
Frequencia Porcentual
CTI 1 andar 40 29,4
2 andar 42 30,9
3 andar 53 39
Coordenador 1 0,7
Sexo Masculino 51 37,5
Feminino 85 62,5
Estado Solteiro 67 49,3
Civil Casado 60 44,1
Separado 9 6,6
Turno Dia 81 59,6
Noite 55 40,4
Profissao Tec. Enfermagem 96 70,6
Medico 21 15,4
Enfermeiro 13 9,6
Fisioterapeuta 4 2,9
Agente Administrativo 2 1,5
Total 136 100
Fonte: Dados da pesquisa realizada em 2009.
Grafico 1: Avaliacao simultanea dos niveis de
Demanda e Controle nas tres unidades de CTI
Controle 3,21
Demanda 3,94
Controle 3,02
Demanda 3,84
Controle 3,17
Demanda 3,67
Fonte: Resultado da pesquisa realizada em 2009.
Note: Table made from bar graph.
Grafico 2: Representacao do resultado obtido no
constructo Apoio Social nos CTIs estudados
3 andar 2,68
2 andar 3,00
1 andar 2,80
Fonte: Resultado da pesquisa realizada em 2009.
Note: Table made from bar graph.