Qualification and innovation: aspects of internal and external development in Brazilian multinationals/ Capacitacao e inovacao: aspectos do desenvolvimento interno e externo nas multinacionais brasileiras/Capacitacioneinnovacion: aspectos del desarrollo interno yexterno en las multinacionales brasilenas.
Rezende da Costa, Priscilla ; Porto, Geciane Silveira
1. INTRODUCAO
Ao longo das ultimas duas decadas, o conceito de inovacao migrou do
significado mais estreito de inovacao de produtos e processos para um
significado mais amplo de inovacao organizacional e de mercado. A
analise do processo inovador, antes direcionada somente a geracao linear
de novos saberes, tambem sofreu inumeras mudancas, e hoje aborda o
desenvolvimento de novas formas de produzir, aplicar e distribuir o
conhecimento, como, por exemplo, as parcerias tecnologicas firmadas
entre empresas e universidades. Incorporar essas novas proposicoes do
processo inovador e, paralelamente, enfrentar a concorrencia
internacional e promover inovacoes tecnologicas continuamente tornam-se,
portanto, tarefas complexas para as firmas localizadas nos paises que
buscam o desenvolvimento, como o Brasil.
Dessa forma, todos os esforcos gerenciais e estruturais para
superar esses desafios tecnologicos sao positivos, a exemplo da
cooperacao dos setores produtivos com a academia, o desenvolvimento
continuo de capacidades tecnologicas e a atuacao global das
multinacionais enquanto instituicoes geradoras e difusoras de
conhecimento. A busca pela aprendizagem tecnologica, o crescimento de
acordos cooperativos entre empresas e universidades e a excelencia
interna e externa da P&D representam, portanto, uma nova tendencia
do mundo empresarial. O estudo dessas tendencias, notadamente seu
desenvolvimento, sua gestao e sua estrutura, podera contribuir para a
elaboracao de modelos gerenciais inovadores, que poderao dar suporte as
empresas dos paises que buscam o crescimento economico e tecnologico,
como o Brasil.
Considerando esse cenario estimulante, este estudo tem como
objetivo analisar o processo de capacitacao para a inovacao nas
multinacionais brasileiras. Especificamente, procurar-se-a (1) mapear as
etapas do processo de capacitacao das multinacionais brasileiras; (2)
verificar como ocorre o processo de inovacao nessas empresas; e (3)
analisar suas atividades internas e externas de P&D.
Para atingir esse objetivo, foi realizada uma pesquisa qualitativa,
de natureza descritiva, e utilizou-se o metodo de estudo de caso. A
escolha das companhias estudadas foi definida de acordo com quatro
criterios: 1) realizar atividades industriais de extracao ou de
transformacao; 2) ser brasileira ou possuir um historico brasileiro
expressivo; 3) ter unidades produtivas no exterior; e 4) possuir
parcerias tecnologicas com fontes externas de tecnologia, tais como
universidades e institutos de pesquisa nacionais e/ou internacionais.
A partir desses criterios identificaram-se, por conveniencia, tres
casos atrativos, Embraco, Tigre e WEG, que foram alvo de entrevistas em
profundidade, presenciais e por skype. A seguir, sao apresentados os
preceitos teoricos que suportaram a pesquisa, a metodologia de pesquisa
adotada, os resultados obtidos e, por fim, as consideracoes finais do
trabalho.
2. REFERENCIAL TEORICO
2.1. Inovacao: conceito e gestao
Para entender a evolucao historica do tema "inovacao" e
conveniente resgatar a essencia das teorias neoclassica e evolucionista.
A escola neoclassica tem alinhamento com a perspectiva de racionalidade
ilimitada para o comportamento humano e a expectativa de equilibrio das
relacoes economicas. A inovacao seria uma consequencia natural de um
processo mecanico, homogeneo, linear e natural no exercicio da atividade
produtiva, ou seja, intrinseco ao sistema produtivo da firma, cuja
resultante e a depreciacao do custo medio de producao. Em contrapartida,
a escola evolucionista e marcada pela flexibilizacao da expectativa de
racionalidade e pela desconsideracao da objetividade maximizadora de
resultados. Volta-se para o carater dinamico, cumulativo e nao linear do
processo de mudanca, e caracteriza-se pelo reconhecimento de uma
competicao dinamica entre agentes produtivos. Assim, se o pensamento
classico esta interessado na inovacao da firma, a teoria evolucionista
preocupa-se em investigar as realidades das empresas e entender suas
capacidades de aprendizado e inovacao, suas estrategias e atividades de
adaptacao, integracao e reconfiguracao de habilidades e recursos
(NELSON; WINTER, 1977; DOSI, 1988; KLINE; ROSENBERG, 1986; WINTER, 1987;
LUNDVALL, 1992; BELL; PAVITT, 1993; TEECE; PISANO; SHUEN, 1997; FREEMAN,
1994, 1995; GAVA, 2007).
Neste esforco de apresentar um panorama historico do tema inovacao
e relevante citar a contribuicao do economista Joseph Schumpeter, que,
pela primeira vez, colocou a inovacao como principal fonte de dinamismo
do sistema capitalista. Schumpeter (1988) mostrou a relacao entre
inovacao tecnologica e ciclos longos de crescimento economico, advindos
do aumento de investimentos que se segue a introducao das inovacoes mais
significativas. Para esse autor, o capitalismo desenvolvia-se em razao
de estimular o surgimento de empreendedores, isto e, de capitalistas ou
inventores criativos, que eram responsaveis pelas ondas de prosperidade
do sistema. Ainda segundo Schumpeter, toda inovacao implica uma
"destruicao criadora". O novo nao nasce do velho, mas sim ao
seu lado, superando-o. Dessa forma, as inovacoes caracterizam-se pela
introducao de novas e mais eficientes combinacoes produtivas ou mudancas
nas funcoes de producao, que constituem o impulso fundamental que aciona
e mantem em movimento a maquina capitalista.
Alem do panorama historico da tematica inovacao, e necessario
discutir a gestao do processo de inovacao, e, para tal, tres fases
basicas sao exploradas: (a) fase de conceito, na qual ideias novas sao
encontradas; (b) fase de desenvolvimento, na qual ideias sao
transformadas em projetos; e (c) fase de negocios/comercializacao, na
qual projetos sao transformados em novos negocios. Cada fase do processo
de inovacao exige tarefas distintas de gerenciamento e administracao. Na
fase do conceito, a principal tarefa dos gerentes e a criacao de um
clima favoravel a inovacao, pelo uso da abordagem cultural. Na fase do
desenvolvimento, a tarefa principal e a criacao e definicao de
mecanismos corretos para habilitar a criacao e o desenvolvimento de
projetos. Na fase de negocio/comercializacao, sugere-se seguir a
abordagem classica: planejar, agir e controlar. Por meio dessa divisao,
fica claro que gerenciar o processo de inovacao e realmente administrar
paradoxos. O processo completo da inovacao exige o bom gerenciamento de
todas as etapas, que muitas vezes entram em conflito. O modo como as
empresas gerenciam o processo de inovacao e seus paradoxos leva a duas
abordagens do processo de inovacao: a abordagem fechada de inovacao e a
abordagem aberta de inovacao (CHESBROUGH, 2003; DOCHERTY, 2006; VAN DER
MEER, 2007; ENGEROFF; BALESTRIN, 2008).
Na abordagem fechada de inovacao, o controle sobre o processo de
inovacao e essencial. Essa formalizacao muitas vezes faz uso do Funil da
Inovacao e do modelo de stage-gate (COOPER, 1992; TIDD; BESSANT; PAVITT,
2003). Esse sistema pode ser exemplificado por um funil de fases dentro
do processo de inovacao, entre as quais ha portoes que tentam filtrar
potenciais projetos "perdedores". Segundo Cooper (1992) e
Besemer (2000), os principais criterios para a inovacao prospera
utilizados nos stage-gates sao: novidade, viabilidade e efetividade. O
funil tem como entrada as ideias; estas se transformam em projetos, e
alguns desses projetos transformam-se em negocios. O sucesso esta
estreitamente definido como um novo produto, tecnologia ou mercado para
a empresa. Essa abordagem fechada de inovacao esta essencialmente
centrada nas capacidades internas da organizacao, e somente o P&D
interno pode mobilizar as etapas do funil de inovacao (VAN DER MEER,
2007; ENGEROFF; BALESTRIN, 2008).
Ja a abordagem aberta de inovacao se baseia na utilizacao de
caminhos internos ou externos para avancar no desenvolvimento de novas
tecnologias a partir de iniciativas colaborativas ou de simples troca,
tais como relacionamentos com empresas, universidades, institutos de
pesquisa, clientes e fornecedores. As principais conviccoes da inovacao
aberta sao: e necessario trabalhar com pessoas inteligentes dentro e
fora da empresa; P&D externo pode criar significativo valor e
P&D interno e necessario para captar e efetivamente incorporar a
empresa esse valor; nao e obrigatoriamente necessario desenvolver
internamente pesquisa para lucrar com ela; construir um bom modelo de
negocio pode ser melhor do que ser a primeira empresa a colocar uma
inovacao no mercado; o ganho advem do uso dos projetos de inovacao e e
recomendavel compartilhar e comprar ideias para alavancar o modelo
empresarial (CHESBROUGH, 2003; VAN DER MEER, 2007; ENGEROFF; BALESTRIN,
2008).
Sob os enfoques da escola evolucionista e da inovacao aberta, ou
seja, considerando a necessidade de entender a realidade das empresas e
os desafios e oportunidades da inovacao aberta, sao apresentados a
seguir dois modelos de inovacao. O primeiro deles e o de Berkhout et al.
(2006), cuja contribuicao principal foi o desenvolvimento do Modelo
Ciclico da Inovacao (MCI). Neste modelo, a ciencia nao esta no comeco de
uma corrente, cuja extremidade oposta e o mercado. Ambos, ciencia e
mercado, sao partes de um processo criativo ao longo de um trajeto
dinamico que nao tem nenhum ponto fixo de inicio ou termino: as
inovacoes constroem-se de forma inovadora. O resultado e um acumulo de
valor economico e social, criado ao longo de um circulo complexo. No
MCI, as descobertas cientificas e as mudancas do mercado se
autoinfluenciam continuamente. O processo inovador requer a interacao
entre as descobertas cientificas e os novos negocios empresariais, bem
como o intercambio entre as novas oportunidades de mercado e as
invencoes tecnologicas. O conhecimento cientifico e convertido em um
novo produto ou processo, cujo valor nao e apenas mercadologico, mas
tambem socioeconomico (BERKHOUT et al., 2006).
Etzkowitz e Leydesdorff (2000) tambem sugerem um modelo no qual a
inovacao e construida a partir de uma espiral interativa de ligacoes que
facilita a compreensao das relacoes que se estabelecem entre tres
esferas institucionais--universidade, empresa e governo. Este modelo,
denominado Triple Helix (Triplice Helice), e apresentado como uma
proposta intermediaria entre o livre mercado e o planejamento
centralizado. Pressupoe-se que o crescimento economico e dependente nao
apenas de um novo ciclo de inovacoes, mas tambem de uma nova estrutura
para a inovacao que conecte, de forma cada vez mais intensa, as
pesquisas basica e aplicada (ETZKOWITZ, 2004; LEYDESDORFF; MEYER, 2006;
LEYDESDORFF; DOLFSMA; PANNE, 2006).
Para finalizar as discussoes sobre o conceito e a gestao da
inovacao, e relevante assinalar que as empresas brasileiras, sejam elas
de pequeno, medio ou grande porte, terao, cada vez mais, que buscar nao
so produtos e processos inovadores, mas tambem a criacao e renovacao
dinamica de solucoes inovadoras, mediante o uso e o compartilhamento de
ideias internas e externas a empresa que estao dispersas mundialmente. O
desafio concentra-se, portanto, em avaliar como gerenciar a inovacao
aberta e a inovacao fechada dinamicamente.
2.2. Capacitacao para a inovacao
Segundo Figueiredo (2001), quando o modelo ciclico da inovacao e
concebido de forma dinamica tem-se a "capacitacao
tecnologica", cuja definicao esta associada a incorporacao dos
recursos necessarios para gerar e gerir mudancas tecnologicas. Tais
recursos se acumulam e se incorporam aos individuos (aptidoes,
conhecimentos e experiencia) e aos sistemas organizacionais. Assim, a
capacidade tecnologica pode ser avaliada a partir de tres elementos
(Tabela 1): a aptidao produtiva, a aptidao de investir e a aptidao de
inovar. A analise conjunta dessas aptidoes indica o nivel de capacidade
tecnologica de uma empresa em um determinado momento (KIM, 2005).
A identificacao e medicao da capacidade tecnologica em empresas ou
setores industriais e algo muito relevante, mas, alem de identificar se
esta existe ou nao, deve-se tambem avaliar sua natureza e o seu nivel e
grau. Assim, apresenta-se a seguir (Tabela 2) um modelo descritivo que
permite identificar e medir as capacidades tecnologicas em empresas de
economias emergentes. Com base nesse modelo, e possivel distinguir
entre: capacidades rotineiras, isto e, capacidades para usar ou operar
certa tecnologia, e capacitacoes inovadoras, isto e, capacidades para
adaptar e/ou desenvolver novos processos de producao, sistemas
organizacionais, produtos, equipamentos e projetos de engenharia, isto
e, capacidades para gerar e gerir a inovacao.
Considerando a aquisicao dinamica das capacidades tecnologicas,
obtem-se a aprendizagem tecnologica e o desenvolvimento das aptidoes
produtivas, de investimento e de inovacao. Esse processo de aprendizagem
nao pode ser explicado apenas por um ou dois fatores; embora ele ocorra
primariamente dentro de empresas, a infraestrutura tecnologica e de
inovacao (universidades e seus diversos departamentos, institutos
publicos e privados de pesquisa, centros de formacao e treinamento,
consultorias, banco de dados) pode contribuir para o processo inovador
em nivel de empresas. Ele exige um efetivo sistema nacional de
inovacoes, um complexo de instituicoes formais e informais nos contextos
circunstanciais e culturais de um Estado-Nacao. Exige tambem programas
publicos equilibrados, capazes de criar um ambiente economico propicio a
entrada de tecnologias estrangeiras suficientemente competitivas para
forcar as empresas a acelerarem a aprendizagem tecnologica. Esse sistema
tambem devera dar origem a uma interacao produtiva entre fornecedores e
compradores. As interacoes que emergem dessas consideracoes podem ser
agrupadas em tres diferentes conjuntos: ligacoes informais, ligacoes
vinculadas a formacao e aperfeicoamento de recursos humanos e ligacoes
formais (Tabela 3) (BELL; PAVITT, 1995; FIGUEIREDO, 2004; KIM, 2005).
Sendo assim, e importante fortalecer os vinculos entre empresas e a
infraestrutura de tecnologia e inovacao, ou seja, deve-se garantir um
maior ajuste entre os varios atores que compoem o sistema local e/ou
nacional de inovacao.
3. METODOLOGIA DE PESQUISA
A pesquisa foi qualitativa e assumiu natureza descritiva. Segundo
Richardson (1999), a pesquisa qualitativa caracteriza-se por uma
tentativa de compreensao detalhada dos significados e das
caracteristicas situacionais apresentadas pelos entrevistados, em lugar de producao de medidas quantitativas de caracteristicas ou
comportamentos.
O metodo utilizado na pesquisa foi o estudo de multiplos casos.
Para Martins (2006), o metodo estudo de caso e uma investigacao empirica
que pesquisa fenomenos dentro de seu contexto real (pesquisa
naturalistica); o pesquisador, que nao tem controle sobre eventos e
variaveis, busca apreender a totalidade de uma situacao e,
criativamente, descrever, compreender e interpretar a complexidade de um
objeto delimitado. Assim, o estudo de caso contribui, de forma
satisfatoria, na conducao dos estudos investigativos.
A escolha das companhias estudadas foi definida de acordo com
quatro criterios: 1) as companhias deveriam realizar atividades
industriais de extracao ou de transformacao; 2) ser brasileiras ou
possuir um historico brasileiro expressivo; 3) ter unidades produtivas
no exterior; 4) e possuir parcerias tecnologicas com fontes externas de
tecnologia, tais como universidades e institutos de pesquisa nacionais
e/ou internacionais.
A partir desses criterios identificaram-se, por conveniencia, tres
casos atrativos--Embraco, Tigre e WEG -, que foram alvo de entrevistas
em profundidade, presenciais e por skype. Cabe ressaltar que, das tres
empresas selecionadas, apenas a Embraco nao e efetivamente brasileira,
pois em 1997 a americana Whirpool assumiu seu controle acionario. No
entanto, a referida empresa foi mantida no estudo em razao de seu
expressivo historico brasileiro, uma vez que o inicio e o
desenvolvimento de suas parcerias tecnologicas com universidades e
institutos de pesquisa (iniciadas na decada de 80) e seu processo de
internacionalizacao (iniciado em 1990) ocorreram antes de sua aquisicao.
Foram utilizados nesta pesquisa dados primarios e secundarios; para
interpreta-los, utilizou-se analise documental e de conteudo. Os
primarios foram coletados por meio de entrevistas semiestruturadas e
questionarios; os secundarios foram obtidos em relatorios e documentos
organizacionais e tambem em fontes secundarias de evidencia, como
jornais, periodicos, anais de congresso e sites das organizacoes
estudadas.
4. RESULTADOS OBTIDOS
4.1. Caracterizacao das Multinacionais Estudadas
Fundada em 1971, na cidade de Joinville, a Embraco comecou a
produzir em 1975 com o objetivo inicial de suprir as necessidades da
industria brasileira de compressores. Nesse periodo, sua capacidade de
producao era de 1 milhao de unidades/ano, e ja em 1977 foram iniciadas
atividades de exportacao para a America Latina. Em 1981, a empresa
iniciou o desenvolvimento de tecnologia propria, em parceria com
universidades e centros de pesquisa. Em 2000, alcancou a producao de 200
milhoes de unidades; no ano seguinte, ganhou o Premio Nacional de
Inovacao Tecnologica da FINEP--Categoria Media e Grande Empresa. Em
2006, a empresa foi adquirida por um grupo empresarial estrangeiro;
entretanto, continuou a operar de forma estruturalmente independente, em
razao da peculiaridade de seus negocios. Atualmente, a empresa possui
unidades produtivas no Brasil, na Italia, na Eslovaquia e na China. A
empresa emprega atualmente 10.416 colaboradores, 6.147 no Brasil, 54 nos
EUA, 908 na Italia, 2.100 na Eslovaquia e 1.207 na China. Estima-se que
o seu market share mundial seja de 20%, cuja distribuicao assume a
seguinte ordenacao: 47% da America do Sul, 45% da America do Norte, 15%
da Europa e 6% da Asia.
A Tigre iniciou suas operacoes, na cidade de Joinville, em 1941,
com uma fabrica de pentes e cachimbos. Alguns anos depois, com a
disseminacao do plastico, a empresa comecou a utilizar essa nova
materia-prima na fabricacao de pentes, piteiras, copos, pratos,
brinquedos e leques. No fim dos anos 1950, resolveu investir em um novo
projeto: usar o PVC para fabricar tubos e conexoes utilizaveis em
instalacoes hidraulicas. No final da decada de 70, a empresa iniciou seu
processo de internacionalizacao, adquirindo fabricas no exterior e
solidificando suas bases de exportacao. Atualmente detem 60% do mercado
nacional de tubos e conexoes de PVC; sua matriz esta localizada em
Joinville (Santa Catarina/BR); possui cinco unidades produtivas no
Brasil, duas na Bolivia, uma no Paraguai, uma na Argentina, uma no Chile
e uma nos EUA, e conta com aproximadamente 4.000 funcionarios, sendo
3.500 no Brasil e 500 nas unidades do exterior.
Com um capital inicial equivalente a tres fuscas, a WEG foi fundada
em 1961 em Jaragua do Sul e iniciou suas atividades contando com apenas
nove funcionarios e tres socios, um eletricista, um administrador e um
mecanico. Depois de 46 anos de existencia e um longo aprendizado
tecnologico, a empresa, com capital totalmente nacional, e uma das cinco
maiores fabricantes de motores eletricos do mundo e uma das lideres em
tecnologia em seu setor. Hoje a empresa realiza exportacoes para mais de
100 paises; sua matriz esta localizada em Jaragua do Sul (Santa
Catarina/BR); possui onze parques fabris no Brasil, tres unidades
produtivas na Argentina, uma no Mexico, uma em Portugal e uma na China,
e conta com 18 mil colaboradores, 2 mil no exterior e 16 mil no Brasil.
Com relacao a estrutura de P&D das multinacionais estudadas,
constatou-se que, na Embraco, 426 colaboradores trabalham em atividades
de P&D (243 no Brasil, 2 nos EUA, 39 na Italia, 73 na Eslovaquia e
69 na China). A estrutura fisica da area de P&D e constituida por 37
laboratorios, 13 dos quais se encontram no Brasil, 1 nos EUA, 8 na
Italia, 9 na Eslovaquia e 6 na China. Ha duas decadas a empresa investe
de 2% a 3% de sua receita liquida anual em P&D, o mesmo percentual
registrado pelos maiores nomes do setor de maquinas e equipamentos
eletricos dos Estados Unidos. Na WEG, 1.739 colaboradores atuam em
P&D; a empresa possui um centro tecnologico na matriz, um centro de
desenvolvimento na unidade de Portugal, alem dos departamentos de
engenharia de suas subsidiarias; seus investimentos em P&D equivalem
a 3,5% do faturamento bruto anual. Na Tigre, 83 colaboradores atuam em
P&D; a empresa possui um departamento de P&D na matriz e seus
investimentos em P&D equivalem a 0,9% do faturamento bruto anual.
4.2. Etapas do processo de capacitacao
A capacitacao para a inovacao na Embraco seguiu um processo
evolutivo, que ao longo dos anos foi sendo lapidado pelo acumulo de
conhecimentos e pelo esforco e dedicacao da equipe de trabalho. Esse
processo evolutivo pode ser estruturado em seis fases interdependentes,
cujas especificidades sao apresentadas a seguir (Figura 1). a) Fase 1
(inicio da decada de 70). Nesta fase foram adquiridas tecnologias
estrangeiras ja maduras e contrataram-se algumas consultorias
tecnologicas. Essas estrategias promoveram a imitacao duplicada de
produtos concorrentes (Figura 1).
b) Fase 2 (fim da decada de 70). Diante da saturacao do mercado
nacional, foi iniciado o processo de internacionalizacao da empresa por
meio de exportacoes; com a atuacao internacional da empresa, a
concorrencia foi intensificada e um padrao tecnologico robusto comecou a
ser requerido pelo mercado (Figura 1).
c) Fase 3 (decada de 80). Com as novas exigencias tecnologicas,
estruturou-se a area de pesquisa e desenvolvimento, que futuramente
possibilitou a imitacao criativa de produtos concorrentes (Figura 1).
d) Fase 4 (decada de 80). Para fortalecer as atividades internas de
P&D, foram entao estabelecidas parcerias com universidades e
institutos de pesquisa. Essas parcerias, somadas aos esforcos internos
de P&D, geraram, tempos depois, o primeiro produto com tecnologia
nacional (Figura 1).
e) Fase 5 (decada de 90). Com o intuito de acessar diretamente o
mercado internacional, foram instaladas plantas produtivas no exterior,
o que facilitou o contato com conhecimentos e tecnologias internacionais
(Figura 1).
f) Fase 6 (decada atual). O fortalecimento das parcerias, o
aperfeicoamento das atividades internas de P&D, o acumulo de
conhecimento e a experiencia adquirida ao longo dos anos em pesquisa e
desenvolvimento garantem hoje a empresa uma capacitacao robusta para a
inovacao e promovem a criacao constante de produtos inovadores
(Figura1).
Quanto a capacitacao para a inovacao na Tigre, verifica-se que a
empresa ainda passa por um intenso processo de aprendizagem, que foi
iniciado ha 7 anos. Durante esse periodo, uma forte reestruturacao
tecnica e gerencial foi efetuada na area de P&D; atualmente, a
empresa realiza internamente atividades de desenvolvimento,
customizacao, engenharia e ferramentaria, e externamente estabelece
algumas parcerias com universidades e institutos de pesquisa para
recorrer a servicos tecnicos especificos e desenvolver algumas
atividades de pesquisa. O processo evolutivo da capacitacao da empresa
pode ser estruturado em 4 fases interdependentes (Figura 2):
a) Fase 1 (decada de 70). Diante da saturacao do mercado nacional,
foi iniciado o processo de internacionalizacao da empresa por meio de
exportacoes e da instalacao de plantas produtivas no exterior (1977);
com a atuacao internacional, a concorrencia intensificou-se, o que
exigiu da empresa uma postura mais agressiva para a diferenciacao de
seus produtos (Figura 2).
b) Fase 2 (decada de 90). A estrutura de P&D da empresa era
rudimentar, suas atividades pouco contribuiam para a competitividade da
empresa, pois estavam atreladas aos modismos tecnologicos da epoca. Ate
esse periodo, a empresa recorria constantemente a consultorias
tecnologicas para solucionar os problemas internos de P&D,
estrategia que muitas vezes resultava em projetos inadequados a
realidade da empresa (Figura 2). c) Fase 3 (inicio do ano 2000). A area
de P&D foi reestruturada; recursos fisicos, tecnologicos e humanos
foram direcionados a P&D; novas praticas gerenciais foram adotadas,
e a P&D se integrou a outros departamentos da empresa para gerenciar
melhor os projetos. Surgiu entao uma nova filosofia de P&D, pautada
pelo sigilo, pela eficiencia e pela eficacia (Figura 2).
d) Fase 4 (2007). Atualmente, a empresa oferta no mercado produtos
diferenciados; no entanto, ainda vivencia um forte aprendizado
tecnologico. A intensificacao das parcerias, o fortalecimento das
atividades internas de P&D e a troca de conhecimentos entre as
unidades produtivas sao acoes que precisam ser analisadas pela empresa,
para que no futuro as atividades internas e externas de P&D de fato
possam atingir a excelencia (Figura 2).
No caso da WEG, verifica-se que a capacitacao para a inovacao
adquirida ao longo dos anos garante a empresa hoje um desempenho
inovador relevante diante dos concorrentes. Segundo um executivo da
empresa, "as inumeras parcerias tecnologicas firmadas com
universidades, o perfil arrojado e empreendedor dos fundadores da
empresa e dos atuais diretores e gerentes e o treinamento continuo de
seu corpo tecnico e administrativo solidificaram o aprendizado
tecnologico e cientifico da empresa, e sua atual competitividade deve-se
em grande parte a tais fatores". O processo evolutivo da
capacitacao da empresa pode ser estruturado em cinco fases
interdependentes (Figura 3):
a) Fase 1--decada de 60. Para iniciar sua capacitacao, a empresa
adquiriu tecnologia alema e recorreu a consultorias de professores e
pesquisadores. Em um segundo momento, investimentos foram destinados a
ampliacao e modernizacao da linha de producao; em 1968, o primeiro
engenheiro foi admitido. Foram montados neste mesmo periodo varios
laboratorios, que mais tarde dariam origem ao Centro Tecnologico (Figura
3).
b) Fase 2--decada de 70. Em 1970 foram efetivadas as primeiras
exportacoes; dois anos depois, entrou em execucao um projeto de expansao
e novas unidades de negocio foram criadas. Em 1977 foi assinado um
contrato para a exportacao de tecnologia para uma empresa colombiana. Em
1979 ocorreu a juncao de laboratorios, dando origem ao Centro
Tecnologico, que reune tambem as areas de projetos e normalizacao
(Figura 3).
c) Fase 3--decada de 80. A empresa iniciou a decada de 80 com
equipes proprias de pesquisadores e inumeros laboratorios, onde
realizava ensaios e fabricava prototipos. Paralelamente, incrementava as
relacoes de intercambio tecnologico com centros de pesquisa de
universidades nacionais e internacionais. No ano de 1983 a WEG vendeu
tecnologia propria a associada Eletromotores Yaracuy, da Venezuela
(Figura 3).
d) Fase 4--decada de 90 e inicio do seculo 21. Na decada de 90, a
WEG experimentou um crescimento expressivo nas vendas, consolidando-se
no mercado brasileiro e ampliando as exportacoes. Lancou produtos
inovadores, com tecnologia atualizada, e conquistou a certificacao ISO 9001 e o TQC (Total Quality Control). No ano de 1991 a empresa iniciou o
processo de internacionalizacao da producao (Figura 3).
e) Fase 5--decada atual. Atualmente, a WEG garante uma evolucao
tecnologica para seus clientes, liderando as inovacoes eletroeletronicas
industriais, em parceria com centros de pesquisa e universidades no
Brasil e no exterior. Sao continuos os investimentos em pesquisa e o
desenvolvimento tecnologico. Alem de equipes de pesquisadores, mantem
laboratorios de ensaio, prototipos, sistemas e documentacao, que
convergem para o Centro Tecnologico (Figura 3).
4.3. O processo de inovacao das multinacionais estudadas
Na Embraco, a estrategia de inovacao predominante refere-se a busca
da lideranca tecnologica e ao desenvolvimento sistematico de solucoes
inovadoras, como produtos e processos novos ou adaptados, novas praticas
organizacionais e novos negocios. O processo de inovacao da empresa e
dinamicamente influenciado pelas metas do planejamento tecnologico e
pelo estado corrente das necessidades da sociedade, das aspiracoes dos
clientes e dos conhecimentos cientificos e tecnologicos. Esse processo
de inovacao e iniciado pela definicao das tendencias cientificas e
tecnologicas; para tal, utilizam-se inumeras fontes de informacao, tais
como universidades, institutos de pesquisa, publicacoes cientificas,
banco de patentes, congressos e feiras, concorrentes e fornecedores.
Posteriormente, essas tendencias sao formalizadas em projetos,
classificados em projetos pequenos, medios, grandes ou de
desenvolvimento tecnologico. Os projetos grandes e de desenvolvimento
tecnologico sao de longo prazo e englobam as fases de pesquisa,
desenvolvimento, engenharia, customizacao, producao e comercializacao.
Os projetos pequenos sao iniciados na fase de customizacao, os medios na
fase de desenvolvimento (Figura 4).
[FIGURE 4 OMITTED]
Na Tigre, a estrategia de inovacao fundamental e a realizacao de
benchmarking tecnologico e o monitoramento das tendencias do mercado.
Com relacao ao processo de inovacao da empresa, observa-se a existencia
de uma especie de stagegate proprio, com 5 fases e 4 portoes,
constituido por estagios que envolvem sequencialmente pesquisa,
desenvolvimento e customizacao, que resultam em produtos e processos
comercializaveis. Cabe frisar que esses portoes funcionam como filtros
que, ao longo das fases do processo de inovacao, exigem informacoes cada
vez mais complexas e detalhadas: no inicio do processo, o primeiro
portao precisa filtrar uma grande quantidade de informacoes ainda
superficiais; com o decorrer do processo, a quantidade de informacoes
diminui, mas, em contrapartida, estas se tornam mais complexas e
precisam ser detalhadas (Figura 5):
1. Fase 1--Criacao de novos conceitos de produtos. No inicio do
processo de inovacao, a empresa recorre a inumeras fontes de informacao
para identificar as tendencias e as necessidades latentes do mercado. As
fontes sao as seguintes: os proprios departamentos da empresa; obras em
andamento; banco de patentes; concorrentes; clientes; foruns de
discussao com instaladores, arquitetos, engenheiros; servico de
atendimento (a empresa recebe 50 ligacoes por mes com sugestoes de novos
produtos/melhorias); universidades e centros de excelencia em mecanica,
materiais e hidraulica; feiras nacionais e internacionais. A coleta
dessas informacoes e de responsabilidade dos colaboradores da P&D e
do Marketing, que, apos a etapa de coleta, convertem as informacoes em
novos conceitos de produtos. Para a apresentacao desses novos conceitos
a gerencia de P&D e a presidencia da empresa, sao levantados os
aspectos qualitativos (publico-alvo, natureza e utilidade do produto) e
quantitativos (previsao de demanda, custo e preco do produto, tempo de
retorno do capital investido) dos referidos conceitos de produtos
(Figura 5).
[FIGURE 5 OMITTED]
1.1 Portao 1. A gerencia de P&D e a presidencia da empresa
avaliam os aspectos qualitativos e quantitativos dos novos conceitos de
produtos. Se esses novos conceitos forem aprovados, inicia-se entao a
segunda fase do processo de inovacao (Figura 5).
2. Fase 2--Gestao de portfolio de projetos. Os lideres dos projetos
definem de forma detalhada os prazos e as prioridades de cada projeto,
os recursos necessarios, o escopo do projeto e a equipe de trabalho.
Nesta fase os indicadores economicos e financeiros sao estimados de
forma mais acurada. Apos o levantamento de todos esses dados, a gerencia
de P&D, juntamente com a presidencia da empresa, avalia novamente os
projetos, para posteriormente classifica-los em: projetos de elevada
maturidade, projetos de maturidade mediana e projetos de baixa
maturidade (Figura 5). 2.1 Portao 2. A gerencia de P&D e a
presidencia da empresa avaliam o portfolio de projetos e os dados
economicos e financeiros de cada projeto. Se os projetos forem avaliados
de forma positiva, inicia-se entao a terceira fase do processo de
inovacao (Figura 5).
3. Fase 3--Gestao de projetos. Nesta fase chegase a execucao do
projeto, ou seja, um novo produto e criado; para tal, sao efetivadas
atividades internas de desenvolvimento, engenharia, customizacao,
prototipacao e ferramentaria; sao tambem realizadas algumas atividades
externas com universidades e institutos de pesquisa, tais como servicos
tecnicos, testes, ensaios, desenvolvimento de prototipos e projetos
pontuais de pesquisa. A evolucao de cada projeto e monitorada pelos
lideres mediante o apoio de um sistema operacional que, alem de avaliar
se as metas estao sendo atingidas, tambem armazena em um banco de dados
as informacoes especificas de cada projeto, de forma que tais
informacoes possam no futuro ser acessadas com seguranca e agilidade. E
importante ressaltar que as inovacoes incrementais e as adaptacoes
tecnologicas sao os principais resultados da P&D da empresa. Dois
fatos podem explicar esses resultados: o primeiro deles diz respeito a
capacidade de inovacao ainda precoce, dado que as atividades de P&D
foram estruturadas ha apenas 7 anos; o segundo refere-se a natureza
pouco inovadora de seu setor de atuacao (Figura 5).
3.1 Portao 3. Se a execucao do projeto e avaliada de forma positiva
pela gerencia de P&D e pela presidencia da empresa, inicia-se entao
a quarta fase do processo de inovacao (Figura 5).
4. Fase 4--Gestao de produtos / etapa 1. Nesta etapa, sao levados a
efeito o levantamento dos custos de producao, a validacao do produto, a
aquisicao de meios de producao, a definicao do estoque de lancamento e
as estrategias mercadologicas para lancar o produto no mercado (Figura
5).
4.1 Portao 4. Se a producao em massa do produto e suas estrategias
mercadologicas forem avaliadas de forma positiva pela presidencia da
empresa, inicia-se entao a quinta fase do processo de inovacao (Figura
5).
5. Fase 5--Gestao de produtos / etapa 2. Nesta fase iniciam-se os
procedimentos de monitoracao mensal do produto, no que diz respeito a
sua producao, aos seus niveis de custo e retorno, os seus padroes de
qualidade e ao acompanhamento dos produtos concorrentes e similares
(Figura 5).
No caso da WEG, a estrategia de inovacao imperativa e a busca de
lideranca tecnologica e o desenvolvimento sistematico de solucoes
inovadoras, como produtos e processos novos ou adaptados, novas praticas
organizacionais e novos negocios. Seu processo de inovacao pode ser
fragmentado em tres etapas interdependentes. A primeira refere-se a
definicao das metas tecnologicas, para a qual sao utilizadas inumeras
fontes de informacao, tais como a propria empresa (producao,
departamentos de marketing, vendas, engenharia e P&D), congressos,
seminarios, concorrentes, clientes, fornecedores, internet e
instituicoes cientificas. Na segunda etapa, um comite
tecnico-cientifico, constituido por gerentes e diretores da empresa e
por pesquisadores e professores das instituicoes parceiras, e formado
para avaliar as informacoes coletadas e posteriormente definir o
portfolio de projetos de P&D. Alguns fatores influenciam a decisao
do referido comite sobre a definicao do portfolio de projetos: o plano
estrategico, o padrao de qualidade dos produtos, as tendencias
tecnologicas, os custos dos produtos, os recursos tecnologicos e as
tendencias de mercado (Figura 6).
Na ultima etapa, as atividades de P&D sao classificadas em:
adaptacao tecnologica, desenvolvimento interno e contratacao externa. As
atividades de adaptacao tecnologica abrangem os procedimentos de
benchmarking e o acompanhamento das tendencias cientificas e
tecnologicas; ja as atividades de contratacao externa envolvem a
aquisicao de pacotes tecnologicos abertos, a compra de tecnologias de
produtos e processos e a realizacao de treinamentos na fonte (Figura 6).
No campo das atividades de desenvolvimento interno inclui-se a
pesquisa basica, realizada em parceria com universidades, cujos
resultados estao atrelados a geracao de novos conhecimentos.
Posteriormente, e realizada na empresa a pesquisa aplicada, e novos
conceitos de produtos, processo e componentes sao criados; em seguida,
efetivam-se as fases de desenvolvimento, engenharia, customizacao,
producao e, finalmente, a comercializacao de novos produtos (Figura 6).
[FIGURE 6 OMITTED]
4.4. As atividades internas e externas de P&D
Sobre as particularidades das atividades internas e externas de
P&D, nota-se que a Embraco e a WEG realizam internamente atividades
de P&D robustas, como pesquisa, desenvolvimento, engenharia e
customizacoes, que resultam em inovacoes radicais e incrementais tanto de produtos quanto de processo. Ja a Tigre realiza internamente
atividades de desenvolvimento, engenharia, customizacao, prototipacao e
ferramentaria, que resultam em adaptacoes tecnologicas e inovacoes
incrementais de produtos e processos. E importante destacar alguns
resultados obtidos pela area de P&D das empresas estudadas.
* Embraco: 375 patentes concedidas e outras 140 em processo de
concessao; os produtos lancados ha menos de quatro anos respondem por
68,7% das vendas; investimento de 2% a 3% da receita liquida anual em
P&D, mesmo percentual registrado pelos maiores nomes do setor de
maquinas e equipamentos eletricos dos Estados Unidos.
* Tigre: 183 patentes no INPI; cerca de 15% do faturamento provem
de novos produtos lancados nos ultimos cinco anos; investimento de 0,9%
do faturamento em P&D.
* WEG: investimento de 3,5% do faturamento global em P&D;
lideranca nas inovacoes eletroeletronicas industriais, em parceria com
centros de pesquisa e universidades do Brasil e do exterior; obtencao de
certificacoes internacionais, como a BVQI (Bureau Veritas Quality
International, Inglaterra), UL (Underwriters Laboratories, Estados
Unidos), CSA (Canadian Standard Association, Canada), Cesi (Centro
Elettrotecnico Sperimentale Italiano), Germanischer Loyd (Alemanha),
South Africa Bureau of Standards (Africa do Sul), Standard Association
of Australia, Inmetro. Ao longo de suas trajetorias empresariais, a
Embraco e a WEG licenciaram tecnologias para empresas
internacionais e tambem adquiriram tecnologias, fatos que ocorreram em
menor escala na Tigre. As inovacoes sao atualmente geradas na Embraco e
na WEG pelo P&D interno, pelos parceiros tecnologicos nacionais e
internacionais e por ambos. No caso da Tigre, o desenvolvimento das
inovacoes ocorre essencialmente nos laboratorios internos de P&D da
matriz. De forma mais especifica, os projetos de P&D considerados
estrategicos pela Embraco e pela WEG, que exigem conhecimentos e
competencias nao disponiveis internamente, sao desenvolvidos com fontes
externas de tecnologia, tais como universidades e institutos de
pesquisa. Portanto, os projetos cooperativos estao vinculados as
competencias tecnologicas centrais dessas empresas. No caso da Tigre,
apenas projetos pontuais de P&D, que exigem conhecimentos e
competencias nao disponiveis internamente, sao realizados com
universidades e institutos de pesquisa. Dessa forma, os projetos
cooperativos da Tigre somente incrementam as atividades internas de
P&D, nao exercendo influencia direta sobre suas competencias
tecnologicas centrais.
A Embraco possui 25 anos de historia de cooperacao tecnologica com
instituicoes nacionais e internacionais. Atualmente, as parcerias
tecnologicas sao frequentes e ocorrem com parceiros tecnologicos
localizados na Alemanha, Estados Unidos, Franca, Italia, Inglaterra,
Holanda, Finlandia, Noruega, Russia, Romenia e BieloRussia; os parceiros
mais expressivos, no entanto, estao localizados no Brasil. Ja na Tigre
as parcerias tecnologicas sao recentes e os parceiros mais expressivos
sao a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e a Universidade
Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). A empresa ja estabeleceu tambem alguns
acordos pontuais com instituicoes internacionais, mas atualmente nao ha
parceria internacional expressiva. A WEG possui 39 anos de historia de
cooperacao tecnologica com instituicoes cientificas e tecnologicas
localizadas no Brasil, EUA, Alemanha e Escocia.
A decisao de estabelecer parcerias e centralizada na matriz das
empresas estudadas. Deve-se tambem destacar que as parcerias da Embraco
e da WEG envolvem pesquisa, desenvolvimento, monitoramento tecnologico,
qualificacao profissional e servicos tecnicos, que resultam em
conhecimentos e inovacoes de produtos e de processos. As parcerias da
Tigre estao associadas a servicos tecnicos, testes, ensaios,
desenvolvimento de prototipos e projetos pontuais de pesquisa, que
resultam em conhecimentos e informacoes para a inovacao.
Para cooperar, a Embraco e a WEG adotam mecanismos formais, como
programas de pesquisa, consorcios, servicos contratados, acordos
pontuais e parcerias interlaboratoriais. A Tigre utiliza convenios,
acordos pontuais e servicos contratados como mecanismos de cooperacao. E
tambem importante destacar que a matriz e as subsidiarias da Embraco e
da WEG possuem autonomia para gerenciar as parcerias tecnologicas. Ja as
atividades cooperativas da Tigre estao totalmente vinculadas a matriz,
dado que as suas subsidiarias nao estabelecem parcerias tecnologicas.
5. CONSIDERACOES FINAIS
Diante das discussoes teoricas apresentadas, e levando-se em
consideracao os casos avaliados em profundidade, observa-se que a
capacitacao para a inovacao nas multinacionais estudadas seguiu um
processo evolutivo, basicamente iniciado pela aquisicao de tecnologia
estrangeira e pela realizacao de imitacoes adaptativas. Tempos depois,
com o estabelecimento de parcerias e o desenvolvimento de uma estrutura
interna de P&D, imitacoes criativas comecaram a ser realizadas por
essas empresas. Atualmente, as multinacionais estudadas buscam a
excelencia interna da P&D e o fortalecimento das interacoes com
fontes externas de conhecimento e tecnologia como alternativa de
aceleracao da aprendizagem organizacional para a inovacao.
Especificamente, observou-se que os processos de capacitacao para a
inovacao, na Embraco e na WEG, resultaram cronologicamente em imitacoes
duplicadas, imitacoes criativas, inovacoes radicais e incrementais,
desenvolvimento de produtos tecnologicamente competitivos, lideranca
tecnologica e venda de tecnologia propria. Ja os esforcos tecnologicos
da Tigre resultaram cronologicamente em imitacoes duplicadas, adaptacoes
tecnologicas, inovacoes incrementais e desenvolvimento de produtos
mercadologicamente diferenciados. Atualmente, e possivel identificar
niveis tecnologicos distintos entre as multinacionais estudadas. A
Embraco e a WEG, por exemplo, sao detentoras de capacidades rotineiras e
inovadoras, pois, alem de possuirem eficiencia corporativa e produtiva,
tambem sustentam um desempenho inovador diferenciado, pautado por
constantes inovacoes de produtos e processos. No caso da Tigre, apesar
de tambem estarem presentes as capacidades rotineiras e inovadoras,
nota-se que esforcos mais robustos em pesquisa precisam ser
implementados e um processo mais intenso de aprendizagem deve ser
iniciado, para que a excelencia em P&D seja alcancada.
Com relacao ao processo de inovacao, constatou-se que na Embraco e
na WEG a inovacao ocorre de forma dinamica, sendo continuamente
influenciada pelas evolucoes mercadologicas, tecnologicas e cientificas.
Nesse caso, tem-se um processo de inovacao interativo, onde atividades
internas e externas de P&D concorrem para a execucao dinamica das
etapas de pesquisa, desenvolvimento, engenharia, customizacao, producao
e comercializacao. Na Tigre, o processo de inovacao e predominantemente
linear, sofre intensa influencia do mercado e e constituido por estagios
que envolvem sequencialmente pesquisa e desenvolvimento, resultando em
produtos e processos comercializaveis.
Cabe tambem destacar que, ao longo de suas trajetorias
empresariais, Embraco e WEG licenciaram tecnologias para empresas
internacionais e tambem adquiriram tecnologias, fatos que ocorreram em
menor escala na Tigre. Atualmente, as inovacoes sao geradas na Embraco e
na WEG pela P&D interna, pelos parceiros tecnologicos nacionais e
internacionais e por ambos. No caso da Tigre, o desenvolvimento das
inovacoes ocorre essencialmente nos laboratorios internos de P&D da
matriz. De forma mais especifica, os projetos de P&D considerados
estrategicos pela Embraco e pela WEG, que exigem conhecimentos e
competencias nao disponiveis internamente, sao desenvolvidos com fontes
externas de tecnologia, tais como universidades e institutos de
pesquisa. Portanto, os projetos cooperativos estao vinculados as
competencias tecnologicas centrais dessas empresas. No caso da Tigre,
apenas projetos pontuais de P&D, que exigem conhecimentos e
competencias nao disponiveis internamente, sao realizados com
universidades e institutos de pesquisa. Dessa forma, os projetos
cooperativos da Tigre somente incrementam as atividades internas de
P&D, nao exercendo influencia direta sobre suas competencias
tecnologicas centrais.
Como limitacoes da presente pesquisa, pode-se citar o fato de as
multinacionais estudadas terem sido selecionadas por conveniencia, alem
do fato de o estudo ter sido realizado com apenas tres empresas, o que
consequentemente impede a realizacao de generalizacoes das conclusoes
obtidas no trabalho.
Por fim, serao apresentadas duas constatacoes que instigarao as
futuras discussoes sobre a capacitacao para a inovacao. A primeira delas
e que nao existe um consenso ou padrao rigido para a utilizacao de
determinados arranjos, mecanismos e procedimentos gerenciais durante o
processo de capacitacao, ja que cada situacao de inovacao possui suas
particularidades, razao pela qual a empresa nao deve buscar repetir
exatamente os procedimentos adotados por outras organizacoes. Sendo uma
relacao que envolve grupos distintos de pessoas, vindos de condicoes
diversas e pesquisando coisas novas, naturalmente o processo de
aprendizagem exigira, cada vez mais, novos instrumentos e estilos
alternativos de trabalho. A escolha de determinados arranjos e
mecanismos gerenciais dependera da posicao e dos objetivos da empresa em
relacao ao processo inovador, e devera contemplar as adequacoes
necessarias ao tipo de atividade que a empresa pretende desenvolver,
seja ela interna ou externa.
A segunda e ultima proposicao e que a questao norteadora da
capacitacao para a inovacao nao e mais o "que esta disponivel
cientificamente?", mas o "que e necessario tecnologica e
mercadologicamente?", ou seja, o processo dinamico de aquisicao de
capacidades inovadoras deve ser guiado pela associacao das descobertas
cientificas com as necessidades tecnologicas e mercadologicas. Alem
disso, e importante considerar as interacoes das empresas com a
infraestrutura de tecnologia e inovacao como alternativa de aceleracao
da aprendizagem para a inovacao. As empresas tambem deverao administrar
o processo inovador por meio de uma gestao criativa, aberta e flexivel,
que aproveite os conhecimentos cientificos novos e antigos, considere as
oportunidades dos mercados nacionais e internacionais, observe as
necessidades dos clientes locais e estrangeiros, avalie setores
correlatos em busca de tecnologias complementares, estabeleca parcerias
globais para compartilhar habilidades e dividir custos e risco e, por
fim, gere de forma competente inovacoes nao so de produtos e processos,
mas mercadologicas e organizacionais.
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doi: 10.5700/rege 428
Priscilla Rezende da Costa
Doutoranda em Administracao na Faculdade de Economia, Administracao
e Aprowdo ctx 4/3/2011 Contabilidade da Universidade de Sao Paulo--Sao
Paulo-SP, Brasil Pesquisadora Assistente do Nucleo de Politica e Gestao
Tecnologica--USP E-mail: priscilarezende@yahoo.com.br
Geciane Silveira Porto
Professor da Faculdade de Economia, Administracao e Contabilidade
da USP--Ribeirao Preto-SP, Brasil Doutor em Administracao pela FEA-USP
E-mail: geciane@usp.br
Rebido em: 14/11/2009
Aprovado em: 4/3/2011
Tabela 1: Elementos da capacidade tecnologica
* A administracao da producao para
supervisionar as operacoes dentro das
instalacoes estabelecidas;
* A engenharia de producao para
Aptidao Produtiva fornecer as informacoes necessarias a
otimizacao das operacoes dentro das
instalacoes estabelecidas, incluindo o
controle de materias-primas, a
sincronizacao da producao, o controle de
qualidade, a resolucao de problemas e
adaptacoes de processos e produtos para
diferentes situacoes;
* Reparo e manutencao dos bens de
capital, de acordo com a programacao
normal ou conforme necessario.
* O treinamento da forca de trabalho
para a transmissao de conhecimentos e
habilidades de todos os tipos;
Aptidao de Investir * Estudos de viabilidade de
investimento para identificar possiveis
projetos e suas perspectivas de
viabilidade, sob concepcoes alternativas
de projeto;
* A execucao de projetos para
estabelecer ou promover a ampliacao das
instalacoes, incluindo o gerenciamento e
a engenharia de projetos, a aquisicao e
incorporacao de bens de capital e o
inicio de operacoes propriamente dito.
Aptidao de Inovar * Pesquisa basica para gerar novos
conhecimentos para seu proprio
interesse;
* Pesquisa aplicada para gerar
conhecimentos com implicacoes comerciais
especificas;
* Desenvolvimento para transformar o
conhecimento tecnico e cientifico em
novos produtos, processos e servicos.
Fonte: Adaptado de Kim (2005).
Tabela 2: Capacidades Tecnologicas em Empresas de Economias Emergentes
Niveis de Funcoes Tecnologicas e Atividades Relacionadas
competencias
Tecnologicas Investimentos
Decisao e controle sobre Engenharia de projetos
a planta
Basico Decisao sobre localizacao Preparacao inicial de
da planta. projeto. Sincronizacao de
trabalhos de instalacoes.
Renovado Monitoramento ativo de Servicos rotineiros de
rotina de unidades engenharia na planta nova
existentes na planta. e/ou existente.
Extrabasico Envolvimento ativo em Planejamento de projeto.
fontes de financiamento Estudo de viabilidade
de tecnologia. tecnica para grandes
expansoes.
Pre-intermediario Monitoramento parcial e Engenharia de
controle de estudos de instalacoes. Expansoes
viabilidade de expansao; tecnicamente assistidas.
busca, avaliacao e Engenharia de
selecao de tecnologia e detalhamento.
fornecedores.
Intermediario Monitoramento completo, Engenharia basica de
controle e execucao de plantas individuais.
estudos de viabilidade, Expansao da planta sem
busca, avaliacao e assistencia tecnica.
selecao, e atividades de Provisao intermitente de
financiamento. assistencia tecnica.
Intermediario Elaboracao e execucao Engenharia basica da
superior proprias de projetos. planta inteira. Provisao
Provisao de assistencia sistematica de
tecnica em decisoes de assistencia tecnica em:
investimentos. estudos de viabilidade,
engenharia de aquisicao,
de detalhe, basica e
partida da planta.
Avancado Gestao de projetos de Engenharia de classe
classe mundial. mundial. Novos desenhos
Desenvolvimento de novos de processos e P&D
sistemas de producao via relacionado.
P&D.
Niveis de
competencias
Tecnologicas Processos e organizacao Produtos
da producao
Basico Coordenacao de rotina na Replicacao de produtos
planta. Absorcao da seguindo especificacoes
capacidade da planta. amplamente aceitas.
Renovado Coordenacao aprimorada da Replicacao de produtos.
planta. Obtencao de Obtencao de certificacoes
certificacoes. internacionais.
Extrabasico Pequenas adaptacoes em Pequenas adaptacoes em
processos, eliminacao de especificacoes dadas.
gargalos e alongamento de Criacao de especificacoes
capacidades. proprias.
Pre-intermediario Alongamentos sistematicos Aprimoramentos
de capacidade. sistematicos em
Manipulacao de especificacoes dadas.
parametros-chave de Engenharia reversa.
processos. Novas tecnicas Desenho e desenvolvimento
organizacionais. de produtos tecnicamente
assistidos.
Intermediario Aprimoramento continuo de Aprimoramento continuo em
processo. Desempenho de especificacoes proprias.
sistemas automatizados. Desenvolvimento e
Integracao de processos. comercializacao de
Alongamento rotinizado de produtos complexos e de
capacidade. alto valor. Certificacao
para desenvolvimento
Intermediario Integracao entre sistemas Adicao de valor a
superior operacionais e sistemas produtos desenvolvidos.
corporativos. Engajamento Desenho e desenvolvimento
em processos de inovacao de produtos extra-
baseados em pesquisa e complexos e de alto
engenharia. valor. Desenvolvimento
conjunto com usuarios.
Avancado Producao mundial. Desenho e desenvolvimento
Desenhos e de produtos em classe
desenvolvimento de novos mundial. Desenho original
processos baseados em via engenharia, pesquisa
engenharia e P&D. e desenvolvimento.
Niveis de
competencias
Tecnologicas Equipamentos
Basico Reposicao de rotina de
componentes. Realizacao
de testes.
Renovado Manufatura e reposicao de
componentes sob
certificacao
internacional.
Extrabasico Adaptacoes pequenas em
equipamentos para ajusta-
los a materias-primas
locais.
Pre-intermediario Reforma de grandes
equipamentos sem
assistencia tecnica.
Engenharia reversa
basica. Manufatura de
grandes equipamentos.
Intermediario Continua e basica e de
detalhe e manufatura de
plantas individuais.
Manutencao preventiva.
Intermediario Continua e basica e
superior detalhe de equipamento
para planta inteira e/ou
componentes para outras
industrias. Assistencia
tecnica para outras
empresas.
Avancado Desenho e manufatura de
equipamentos de classe
mundial. P&D para novos
equipamentos e
componentes.
Legenda: [] Capacidades rotineiras; []
Capacidade inovadoras.
Fonte: Adaptado de Figueiredo (2004).
Tabela 3: Tipos de ligacao entre a infraestrutura tecnologica e
a industria
Contatos informais com pesquisadores; acesso a
Ligacoes literatura especializada; acesso a pesquisa de
informais departamentos especificos; participacao em
seminarios e conferencias; acesso aos equipamentos
da universidade e/ou institutos de pesquisa;
participacao em programas especificos
(educacionais e de treinamento); outras ligacoes
informais.
Envolvimento de estudantes em projetos
Recursos industriais; recrutamento de recem-graduados;
humanos recrutamento de cientistas e engenheiros mais
experientes; programas formais de treinamento
para atender as necessidades dos
colaboradores; outras ligacoes relacionadas aos
recursos humanos.
Consultoria desenvolvida por pesquisadores e
Ligacoes formais consultores; analises e testes (ensaios tecnicos);
servicos de atualizacao de acervo (normas tecnicas
atualizadas, patentes); respostas tecnicas
(diagnosticos de problemas relativos ao processo
produtivo); estabelecimento de contratos de
pesquisa; estabelecimento de pesquisa conjunta;
outras ligacoes formais.
Fonte: Adaptado de Vedovello (2001) e Figueiredo (2004).
Figura 1: O processo de capacitacao da Embraco
PROCESSO DE CAPACITACAO EMBRACO
FASES ESTRATEGIAS RESSULTADOS
Fase Aquisicao de tecnologias IMITACAO DUPLICADA
1 estrangeiras e contratacao de
consultorias tecnologicas.
Fase Atuacao no mercado internacional INTENSIFICACAO DA
2 via exportacoes. OCORRENCIA
Fase Estruturacao da area de Pesquisa IMITACAO CRIATIVA
3 e desenvolvimento.
Fase Estabelecimento de parcerias com PRODUTO COM TECNOLOGIA
4 universidades c institutos de NACIONAL
pesquisa.
Fase Instalacao de plantas produtivas ACESSO DIRETO AO MERCADO
5 no exterior. INTERNACIONAL
Fase Fortalecimento das parcerias PRODUTO INOVADOR
6 tecnologicas e das atividades de
P&D.
APRENDIZAGEM TECNOLOGICA ESFORCO E DEDICACAO
CONTINUA DA EQUIPE DE TRABALHO
Fonte: Elaborada pelos autores.
Figura 2: O processo de capacitacao da Tigre
PROCESSO DE CAPACITACAO DA TIGRE
FASES ESTRATEGIAS RESULTADOS
Fase Atuacao internacional via INTENSIFICACAO DA
1 exportacoes c por meio da COMCORRENCIA
instalacao de unidades
produtivas no exterior ...
Fase Exitencia de uma ampla estrutura MANUTENCAO DOS PRODUTOS
2 de P&D, que e descartada com o EXISTENTES
realinhamento estrategico da
empresa.
Fase Reestruturacao da area de P&D; REESTRUTURACAO TECNICA E
3 sigilo, eficiencia e eficacia GERENCIAL
passam a integrar a nova
filosofia da P&D.
Fase Hoje o lema e inovar e a empresa CRIACAO DE PRODUTOS
4 passa por um processo evolutivo DIFERENCIADOS
para buscar a excelencia em P&D.
ADOCAO DE NOVAS PRATICAS INTEGRACAO DA AREA DE P&D
GERENCIAIS E INVESTIMENTO EM COM OS DEMAIS
RECURSOS FISICOS E HUMANOS DEPARTAMENTOS
Fonte: Elaborada pelos autores.
Figura 3: O processo de capacitacao da WEG
PROCESSO DE CAPACITACAO DA WEG
FASES ESTRATEGIAS RESULTADOS
Fase Aquisicao de tecnologias IMITACAO DUPLICADA
1 estrangeiras e
contratacao de
consultorias academicas e
tecnologicas.
Fase Atuacao internacional via IMITACAO CRIATIVA
2 exportacoes, surgimento
do uo\ lis unidades tie
negocio e criacao do
centro tecnologico.
Fase Ampliacao da estrutura de PRODUTO COM TECNOLOGIA
3 P&D, intensificacao das NACIONAL
parcerias tecnologicas e
venda de tecnologia
propria.
Fase Instalacao de plantas ACESSO DIRETO AO MERCADO
4 produtivas no exterior, INTERNACIONAL
conquista da certificacao
ISO 9001 e do TQC--Total
Quality Control.
Fase Lideranca nas inovacoes PRODUTO INOVADOR
5 eletronicas,
fortalecimento das
parcerias tecnologicas e
investimentos continuos
em P&D.
* Parcerias tecnologicas * Esforco e dedicacao das
equipes
* Perfil empreendedor dos * Treinamento tecnico e
dirigentes administrativo
Fonte: Elaborada pelos autores.